Santos

Sete Santos fundadores dos Servitas: ministros da unidade e da paz

Fundação da Instituição Religiosa A Ordem dos Frades Servos de Maria (OSM), cujos membros são conhecidos como "Servitas", foi fundada em Florença, Itália, em 1233, por sete ricos comerciantes. Os setes santos eram: Bonfiglio Monardi, guia do grupo leigo e prior da futura comunidade; Bonagiunta Manetti, segundo futuro prior, entre 1256 e 1257; Manetto d'Antela, responsável pelas primeiras fundações na França; Amádio de Amadei, conhecido como quem tinha “a alma do grupo”; Sostegno de Sosteni, comerciante de tecidos e lã; Ugoccio de Uguccione, comerciante de tecidos e lã; Aleixo Falconieri, também comerciante de tecidos e lã. O que tinham em comum Eles nutriam uma particular devoção a Nossa Senhora e eram membros de uma companhia leiga de fiéis, chamada Associação-mor de Santa Maria. A pertença ao mesmo ramo de negócios, à mesma classe social e à comum devoção a Virgem Maria os uniram com laços de profunda amizade. Os Sete Santos fundadores dos Servitas e a Aparição da Virgem Maria Um convite da Virgem Maria Em 15 de agosto de 1233, Assunção de Nossa Senhora, estavam reunidos em oração. Costumavam cantar cânticos dedicados a Virgem Maria. Foi então que, de repente, viram que a imagem de Nossa Senhora se mexeu. Todos ficaram intrigados. Depois disso, quando atravessavam uma ponte voltando para casa, a própria Virgem Maria lhes apareceu vestida toda de luto e chorava. Em seguida, contou-lhes a razão de suas lágrimas: a guerra civil que não cessava em Florença, já fazia dezoito anos. Pediu-lhes, Nossa Senhora, não apenas que reforçassem sua consagração a ela, mas que se empenhassem, num apostolado de reparação, a fazer ver aos homens o quanto ofendiam a Deus com os seus pecados. Testemunho fraternidade e oração Diante das intrigas entre facções, os sete acolheram o pedido da Virgem e decidiram dar um testemunho de unidade e de paz, isto é, de que era possível viver como irmãos. Deixaram as suas atividades comerciais e suas famílias e, dispostos a não guardar nada para si, venderam os seus bens, deixando o suficiente para suas famílias e distribuindo o restante aos pobres. Retiraram-se da cidade para dedicarem-se à penitência, à contemplação e ao serviço a Maria. Túnicas e mantos cinzentos Vinte dias depois, os sete homens começaram a viver em comunidade numa casa abandonada, na Villa Camarzia, na periferia da cidade, que mais tarde se chamaria "Santa Maria de Cafaggio", onde está hoje o Santuário da Santíssima Anunciada. Nessa casa, viviam como se fossem "um só coração e uma só alma", levando uma vida austera, dedicada à oração, à contemplação, à penitência, à mendicância e às obras de caridade em favor dos pobres e doentes. Adotaram um hábito religioso dos "Irmãos da Penitência": manto e uma túnica de lã bruta de cor cinzenta. Os Sete Santos estavam de braços abertos para os necessitados Por causa de um povo Muitas pessoas, aflitas e angustiadas, dirigiam-se a eles para receber conforto e conselho; sobretudo os mais atônitos, pelo fato de sete jovens, ricos comerciantes, terem escolhido, voluntariamente, a vida de pobreza. Consolida-se a Ordem do Servos de Maria O estilo de vida que adotaram logo despertou no povo admiração e respeito. Isso levou à difusão da sua fama de santidade, tanto que, muitos pediam para fazer parte da sua família religiosa. O Bispo da época deu-lhes, no ano seguinte, um terreno no cume do Monte Senário. Lá construíram uma casa rústica para morar e um oratório dedicado a Santa Maria. Com a visita do Cardeal Goffredo Castiglioni – futuro Papa Celestino IV –, o cardeal prescreveu a eles a Regra de Santo Agostinho. Canonização conjunta Os Sete Santos Fundadores, proclamados pela liturgia como "ministros da unidade e da paz", foram canonizados juntos, como se fossem um só – exemplo único na história da Igreja – pelo papa Leão XIII, em 1888. Seus restos mortais descansam em Monte Senário, em um único sepulcro. O Legado dos Setes Santos Atualidade Monte Senário é até hoje o ponto de referência de todos os Servos e Servas de Maria espalhados pelo mundo. É lá que se encontram as relíquias dos Sete Santos Fundadores. E é para lá que frades, irmãs e leigos ligados à Ordem acorrem com frequência, a fim de transcorrer momentos de oração, reflexão e estudo, desejosos de colher na fonte original a linfa que nutre a genuína espiritualidade de nossa Ordem. A Ordem dos Servos de Maria se espalha pelo mundo Os Servitas cresceram e espalharam-se por vários países, inclusive pelo Brasil, onde fundaram casas em diversas cidades. Memória Com memória facultativa, são celebrados todos no mesmo dia, 17 de fevereiro, dia do falecimento do último dos fundadores: Santo Aleixo Falconieri, que recusou ser sacerdote, por se considerar indigno dessa honra então, ficou como irmão religioso; e os demais tornaram-se sacerdotes. Oração dos sete fundadores da Ordem dos Servos de Maria Ó Deus, que despertastes no coração desses sete homens as virtudes da humildade, da caridade, da oração, do serviço e do amor à Virgem Maria, dai também a nós, por intercessão dos sete fundadores, a graça de crescermos nas virtudes cristãs para que a tua glória brilhe no mundo. Por Nosso senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. Minha oração "Deus não me chamou para viver a santidade sozinho, Ele mesmo se encarregou de colocar pessoas ao meu redor, sejam elas familiares, colegas de trabalho, irmãos de comunidade, entre outros. Senhor, rendo graças a Ti pela oportunidade de ser santo junto com outros filhos teus que estão ao meu lado, agora! Dai-nos essa graça." Sete Santos fundadores da Ordem dos Servitas, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 17 de fevereiro: São Teodoro de Tiro, flagelado e queimado na Turquia [ † 306/311] São Bonoso, bispo que conservou a fé na Alemanha [† 373] São Mesróbio, traduziu o antigo e o novo testamento para língua armena [† 440] São Fintano, abade e fundador na Irlanda [† 440] São Flaviano, bispo de Istambul, na Turquia [† 449] São Finano, bispo e abade na Inglaterra [† 656] São Silvino, bispo na França [† s. VIII] São Constável, abade na Itália [† 1124] Santo Evermodo, bispo na Alemanha [† 1178] São Pedro Yu Chong-nyul, mártir, pai de família, enquanto lia o Evangelho aos fiéis em casa, foi preso morto [† 1866] Fontes: vaticannews.va Ordem dos Servos de Maria servitasbrasil.org Martirológio Romano Liturgia das Horas Diretório de Liturgia da Igreja do Brasil Pesquisa: Dayane Silva - Comunidade Canção Nova Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Santa Juliana, mártir por não aceitar o casamento pagão

Origens Santa Juliana, que se tornou cristã desde a infância, foi filha submissa e obediente aos seus pais, mesmo tendo um pai xucro, violento e pagão. Segundo o costume da época, foi prometida por seu pai a um jovem nobre chamado Evilásio, cultuador de deuses. Quando a jovem tinha 19 anos, ela impôs a condição de que só se casaria com Evilásio se ele se convertesse. O desfecho da promessa de casamento Conta-se que, diante da condição de Juliana para assumir o casamento, Evilásio procurou o pai de garota prometida a ele. Colocou-o a par da condição de sua filha. O pai, chamado Africano, ficou muito irritado e deu à filha duas escolhas: casar-se ou enfrentar o tribunal. Evilásio, na qualidade de prefeito da cidade, intimou-a no tribunal para pronunciar-se a respeito de sua fé. Juliana era firme e não negou a Cristo, o que a levou à prisão. Visita de um anjo decaído Em sua primeira noite na prisão, quando o silêncio reinava, um anjo luminoso apareceu à jovem dizendo: - Juliana, sacrifica-te aos deuses! Deves obedecer à vontade do prefeito e do imperador! A jovem de 19 anos não se rendeu àquela voz. E pensava, em oração: “Deus enviaria um anjo para me pedir isso? Impossível!”. Aquilo só podia ser obra do tentador, do demônio. Orando com fervor, suplicou ao Senhor que lhe desse forças para vencer o anjo decaído que a tentava. Santa Juliana é invocada na Itália e em várias partes do mundo por grávidas e doentes Consequência da fidelidade Evilásio fez à jovem Juliana as mais belas propostas. Prometeu-lhe tudo, se caso ela renunciasse a Cristo e aceitasse casar-se com ele. Todas as propostas do então prefeito foram em vão. Juliana estava irreversível. Foi sujeitada aos tormentos, que não conseguiram convencê-la. Então, enfurecido, o frustrado noivo condenou-a para ser decapitada. E assim se fez. Seu corpo O corpo da santa virgem foi sepultado na Nicomédia (atual Turquia), mas, tempos depois, foi transferido para a Itália, permanecendo até hoje em Nápoles. Devoção do Oriente ao Ocidente Os católicos celebram a memória de Santa Juliana dia 16 de fevereiro. No Oriente, os ortodoxos honram-na dia 21 de dezembro. A ela, em Constantinopla, também ergueram uma Igreja.  Devoção no Brasil Em Salto Veloso (SC), município de 4756 habitantes, na Diocese de Caçador (SC), Santa Juliana é padroeira da cidade, cuja única paróquia leva o nome da santa. Cidade brasileira Em Minas Gerais, existe o município de Santa Juliana. Segundo informações da Prefeitura, a cidade tem esse nome em homenagem a uma de suas primeiras moradoras, que chamava-se Juliana e tinha o apelido de santa. Portanto, não há ligação entre a santa e o nome do município. Minha oração "Senhor Jesus, quanta coragem e firmeza na fé da jovem Juliana, que não negou as suas convicções em Cristo. Dai-nos, Senhor, em Nome da Sua Misericórdia, essa bravura quando formos tentados, no nosso dia a dia, pelo anjo de luz, a negar nossa confiança em Ti. Amém". Santa Juliana, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 16 de fevereiro: Santos mártires Elias, Jeremias, Isaías, Samuel e Daniel, cristãos egípcios, que pereceram ao fio da espada [† 309] São Pânfilo, presbítero, São Valente, diácono de Jerusalém e São Paulo, oriundo da cidade de Jâmnia [† 309] São Porfírio, servo de Pânfilo, São Seleuco da Capadócia, graduado no exército, São Teódulo, ancião da família do prefeito Firmiliano e São Julião da Capadócia [† 309] São Maruta, bispo da antiga Pérsia [† 420] Fontes: Arautos.org Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume III, p. 287 à 289 Liturgia das Horas Martirológio Romano Prefeitura de Santa Juliana (MG) Vatican.va Pesquisa e Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

São Cláudio La Colombiere, apóstolo do Sagrado Coração de Jesus

Origem Nascido no sul da França, São Cláudio fez parte de uma família de posses. Teve seis irmãos, dentre eles três também foram sacerdotes ou religiosos. Em sua juventude, frequentou uma escola da Companhia de Jesus e ingressou na ordem aos 17 anos. Sinceridade Como noviço, Cláudio admitiu ter uma "terrível aversão" ao rigoroso tratamento requerido pela ordem, mas, durante o noviciado, conseguiu incrementar o seu talento natural, isso o levaria, em seguida, a fazer um voto privado de obedecer às regras o mais perfeitamente possível. Valor à amizade Escreve o santo: "Meu Jesus, tenho certeza de ser amado. Por mais miserável que eu seja, não me tirará vossa amizade nenhum indivíduo mais nobre que eu, nem mais culto ou mais santo". Após 16 anos de vida religiosa, São Cláudio escreve: "Senti-me inclinado a imitar a simplicidade de Deus nos seus afetos, amando só a Deus, mas meus amigos tem-me a amizade, e eu tenho a amizade deles. Hoje, o sacrifício de deixar meus amigos custa-me mais do que o primeiro que fiz deixando pai e mãe". São Cláudio La Colombiere: confessor de uma religiosa desprezada Confessor Padre Cláudio, como confessor do mosteiro da Visitação, conhece uma irmã, com 28 anos de idade e que estava presa ao leito, devido às fortes dores reumáticas. A doente era a Irmã Margarida Maria Alacoque, que, quando rezava diante do Santíssimo Sacramento, em 1675, ouve de Jesus um pedido: a difusão da devoção ao Sagrado Coração, bem como a instituição de sua festa e da consagração reparadora. Entretanto, dentro do convento, essa notícia foi recebida com desprezo. "Eis o Coração que tanto amou os homens." Ouvindo o testemunho sobre as revelações de Jesus ao irmão, Santa Maria Margarida Alacoque chegou à conclusão de que as tinha recebido de maneira extraordinária. Os escritos de Cláudio la Colombiere e seu testemunho da realidade das experiências da santa ajudaram a estabelecer o Sagrado Coração como um dos pilares da devoção católica. Assim, a Santa transcreveu as célebres palavras proferidas por Jesus, enquanto lhe mostrava o seu Divino Coração: "Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-Se e consumir-Se, para manifestar-lhes seu amor. E como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, desprezos, irreverências, sacrilégios, friezas que têm para comigo neste Sacramento de amor. E é ainda mais repugnante, porque são corações a Mim consagrados". São Cláudio La Colombiere e a Festa do Sagrado Coração de Jesus Celebrante da primeira Festa do Sagrado Coração de Jesus Em obediência a Deus, o Senhor pediu a Santa Maria Margarida Alacoque que a primeira sexta-feira, após a Oitava de Corpus Christi, fosse consagrada como festa especial para honrar seu Coração. A religiosa, sentindo-se indigna e incapaz, recebe de Jesus esta resposta: "Dirige-te a meu servo Cláudio e dize-lhe, de minha parte, que faça todo o possível para estabelecer essa devoção e dar esse gosto a meu Divino Coração. Que não desanime diante das dificuldades que encontrará, pois essas não faltarão, mas ele deve saber que é poderoso quem desconfia de si mesmo para confiar unicamente em Mim". Assim, na sexta-feira seguinte, São Cláudio, Santa Margarida e a comunidade da Visitação celebraram, pela primeira vez, a Festa do Sagrado Coração de Jesus, consagrando-se inteiramente a Ele. Perseguição na Inglaterra Padre Cláudio também foi enviado à Inglaterra durante tensão religiosa que o país sofria. Uma perseguição aos cristãos levou à execução 35 inocentes, entre eles, oito jesuítas. Padre Cláudio não foi assassinado, mas foi acusado, detido e preso em um calabouço durante várias semanas. Chamado à vida eterna Já retornado à França, quando tinha 41 anos, o sacerdote morreu de uma hemorragia interna. Seu falecimento ocorreu no primeiro domingo da Quaresma, no dia 15 de fevereiro. "Os planos de Deus nunca se realizam senão à custa de grandes sacrifícios."  (São Cláudio La Colombiere) Canonização / Esquecimento de si Quando a Igreja canoniza São Cláudio, em 1992, o Papa São João Paulo II o apresenta como modelo de jesuíta, recordando como "se entregou por completo ao Sagrado Coração, 'sempre abrasado de amor'. Inclusive, praticou o esquecimento de si mesmo, a fim de alcançar a pureza do amor e de elevar o mundo a Deus". Oração Ó Deus, nosso Pai, que falou no fundo do coração ao vosso fiel servo São Cláudio para testemunhar o Vosso imenso amor, ilumina e conforta a Igreja com os dons de sua graça. Por Cristo, nosso Senhor. Minha oração "Senhor Jesus, como São Cláudio viveu enquanto jovem, nem sempre me atrai as Suas regras, Sua Vontade e o caminho de pureza que o Senhor tem para mim. Diante de minha verdade, eu te peço: converta-me, Senhor! Amém". São Cláudio La Colombiere, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 15 de fevereiro: Santo Onésimo, que o apóstolo São Paulo recebeu como escravo fugitivo e na prisão o gerou como filho na fé de Cristo, como o Apóstolo escreveu ao seu amo Filémon. Santos Faustino e Jovita, mártires na Lombardia, região da Itália Santos mártires Ísico, presbítero, Josipo, diácono romano, Zósimo, Baralo e Ágape, virgem - todos na Turquia [† s. IV] Santa Georgina, virgem na França [† s. V/VI] São Quinídio, bispo na França [† 578] São Severo, presbítero em Lácio, região da Itália [† s. VI] São Decoroso, bispo em Campânia, região da Itália [† 680] São Valfredo, abade, que, depois de ter criado cinco filhos, decidiu com sua esposa abraçar a vida monástica na Itália [† 765] São Sigfredo, bispo inglês que evangelizou na Suécia [† 1045] Fontes: Martirológio Romano Liturgia das Horas Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Congregação Jesuíta Pesquisa e Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São Valentim [padre] e São Valentim de Terni [bispo]: patronos dos namorados

Origens  Em 14 de fevereiro, a Igreja celebra São Cirilo, monge, e São Metódio, bispo. Além deles, também faz memória de dois santos mártires: o padre São Valentim e o bispo São Valentim de Terni. Protetores dos namorados e noivos Ambos os santos Valentim viveram na mesma época no século III. Os dois foram mártires e lutaram pelo matrimônio cristão. Por isso, o Dia dos Namorados em várias partes do mundo passou a ser chamado em inglês de Valentines Day ou Dia dos Valentins. Solteiros nas batalhas O padre São Valentim viveu em Roma no tempo do imperador romano Cláudio II (268-270), o Gótico. O Império enfrentava vários problemas, com um grande número de batalhas perdidas. Segundo a tradição, o imperador atribuiu a culpa aos soldados solteiros, pois julgava que os solteiros eram menos ousados nas batalhas; feriam-se levemente e, logo, pediam dispensa. Conseguiam um afastamento e, quando voltavam, estavam casados. Uma vez casados, não se arriscavam mais, com a intenção de voltar vivos. Isso, segundo Cláudio II, enfraquecia as legiões romanas. Por isso, o imperador proibiu o casamento dos soldados. Ousadia e martírio do padre Padre Valentim continuou incentivando e celebrando os casamentos secretamente. Quando Cláudio II soube, mandou prender o padre e interrogou-o diante do povo. As respostas de São Valentim defendendo o matrimônio como união sagrada, querida por Deus e “sacramento”, impressionaram o imperador e todo o povo. Por isso, o imperador enviou-o apenas para uma “prisão domiciliar”. Porém, o local indicado para a prisão foi a casa do prefeito de Roma, chamado Astério, que era pagão e tinha uma filha cega. São Valentim curou a sua filha e conseguiu a conversão de toda a família. Ao saber disso, o imperador mandou que fosse açoitado e, a seguir, decapitado na via Flamínia no dia 14 de fevereiro de 269. Bispo Conselheiro Dom Valentim teria o dom extraordinário do conselho. Ele ficou famoso por conseguir reconciliar inúmeros casais de namorados. Conta-se que um dia, ouviu dois jovens namorados discutindo ao lado de seu jardim e foi até eles. Chegou com uma linda rosa na mão, o capuz sobre a cabeça, o semblante sereno e sorridente. A figura daquele bom idoso e a delicadeza da rosa acalmaram os dois namorados. Em seguida, deu a eles a mais valiosa lição. Pediu que os dois segurassem o caule da rosa com todo cuidado para não se espetarem. Eles assim o fizeram. Depois, São Valentim explicou-lhes a beleza do sacramento do matrimônio e da união de corpos. E ensinou-lhes que “as rosas são lindas, perfumadas, delicadas, mas tem espinhos. E elas não vivem sem espinhos. Assim também são as diferenças entre o casal. É preciso conhecê-las, respeitá-las e tratá-las com delicadeza, para que nenhum dos cônjuges seja ferido. Agindo assim, serão felizes e as brigas desaparecerão.” O jovem casal aprendeu a lição. Pouco tempo depois, o santo bispo celebrava o casamento dos dois. Depois disso, sua fama de casamenteiro se espalhou. O martírio Dom Valentim, estando em Roma no ano 272, converteu um famoso filósofo grego chamado Crato e, além dele, mais três de seus discípulos. Isso levou-o a ser denunciado, preso e julgado pelo imperador Aureliano. Crato e seus discípulos defenderam o bispo no julgamento, porém, de nada adiantou. São Valentim de Terni foi condenado e decapitado no 14 de fevereiro do ano 273. Os três filósofos recém-convertidos tiveram o cuidado de resgatar seu corpo e transportarem-no para a cidade de Terni. Lá, ele foi sepultado. A Igreja incluiu São Valentim de Terni, bispo e mártir, no Calendário litúrgico, o protetor dos namorados e dos jovens. Suas relíquias estão guardadas na Igreja das Carmelitas, em Terni, que hoje faz parte de Roma. Ao lado da urna de prata que guarda seus restos mortais, tem a inscrição: “São Valentim, patrono do amor”. Há ainda na igreja um lindo vitral que mostra a imagem de São Valentim abençoando um jovem casal ajoelhado e os dois seguram uma rosa. Oração a São Valentim de Terni “São Valentim, que semeastes a bondade, o amor e a paz na Terra, sede meu guia espiritual. Ensinai-me a aceitar os defeitos e as falhas do meu companheiro e ajudai-o a reconhecer as minhas virtudes e vocações. Vós, que compreendeis os que se amam e desejam ver a união abençoada por Cristo, sede nosso advogado, nosso protetor e nosso abençoador. Em nome de Jesus! Amém!” Outros santos e santas celebrados em 14 de fevereiro: Santos Cirilo, monge e São Metódio, bispo. irmãos naturais de Tessalónica [ † 869; † 885] São Vital, da Itália [† data inc.] São Zenão, mártir na Itália [† data inc.] Santos mártires Bassiano, Toniano, Proto, Lúcio, que foram lançados ao mar; São Cirião, presbítero, Agatão, exorcista, Moisés, que foram queimados no fogo; São Dionísio e Amónio, passados ao fio da espada - todos no Egito [† data inc.] Santo Eleucádio, bispo na Itália [† s. III] Santo Auxêncio, presbítero e arquimandrita na Turquia [† s. V] São Nostriano, bispo na Itália [† c. 450] Santo Antonino, abade na Itália [† c. 830] São João Baptista da Conceição Garcia, presbítero da Ordem da Santíssima Trindade, que empreendeu a renovação da Ordem na Espanha [† 1613] Texto: Professor Felipe Aquino - Editora Cléofas Produção: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

Santos Cirilo e Metódio, os apóstolos dos eslavos

Origens Os dois irmãos Miguel e Constantino nasceram em Tessalônica, filhos de um empregado do imperador. Vieram se chamar Metódio e Cirilo, respectivamente, quando tornaram-se religiosos.  São Cirilo São Cirilo, o antigo Constantino, era o mais novo. Nasceu em 827 e completou os estudos em Constantinopla, sob a orientação do bispo Fócio de Constantinopla. Foi ordenado sacerdote e iniciou a carreira de mestre. São Metódio São Metódio, o antigo Miguel, resolveu, no começo, seguir a carreira política, até quando foi nomeado governador de uma província. Desistiu da atividade governamental para se tornar monge com o nome de Metódio.  Santos Cirilo e Metódio e a tradução da Bíblia  Um novo Alfabeto São Cirilo criou um novo alfabeto eslavo e traduziu a Bíblia, o missal e os rituais. Além da evangelização, eles têm um valor cultural incontestável. Esses grandes benefícios que os dois irmãos fizeram aos eslavos são retribuídos com enorme popularidade. Durante a vida, eles tiveram de sofrer muito por causa das inovações. Acusados de Heresias Acusados de cisma e de heresia, tiveram de vir a Roma, onde o Papa Adriano II os acolheu muito bem, concedendo-lhes o privilégio de celebrar em língua eslava diante dele mesmo e de uma grande comunidade cristã. Era uma aprovação solene do método dos santos. Missionários na Europa Central Desenvolveram suas atividades missionárias na Europa central e são justamente chamados de apóstolos dos eslavos. Seu merecimento no apostolado é também a adaptação aos povos evangelizados.  O Final da vida dos santos Páscoa dos Irmãos Cirilo morreu em Roma, a 14 de fevereiro de 869, e foi sepultado na igreja de São Clemente, perto do Coliseu. Ele trouxe as relíquias de São Clemente a Roma. Metódio foi nomeado arcebispo de Panônia, com sede em Sirmio, voltou para os seus eslavos. Lutou com várias dificuldades até a morte. Voltaram a atacá-lo por causa do uso da língua eslava nos ritos religiosos. Por fim, usavam o eslavo, o grego e o latim. Morreu em seis de abril de 885. Legado Santos Cirilo e Metódio pregaram a fé cristã e criaram um alfabeto próprio para traduzir da língua grega para a língua eslava os livros sagrados, ampliando os horizontes da Igreja no Oriente.  Minha oração “Aos santos irmãos, que, por um belo testemunho demonstram a santidade familiar e o apoio mútuo, rogai pelos irmãos e irmãs para sejam verdadeiros amigos uns dos outros e cada qual estimule o seu familiar para a santidade. Amém.” Santos Cirilo e Metódio, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 14 de fevereiro  Em Roma, na Via Flamínia, junto à ponte Mílvio, São Valentim, mártir. († data inc.) Em Spoleto, na Úmbria, região da Itália, São Vital, imortalizado pela integridade da fé e pela imitação de Cristo. († data inc.) Em Roma, no cemitério de Pretextato, junto à Via Ápia, São Zenão, mártir. († data inc.) Em Alexandria, no Egito, a comemoração dos santos mártires Bassiano, Toniano, Proto, Lúcio, que foram lançados ao mar; Cirião, presbítero, Agatão, exorcista, Moisés, que foram queimados no fogo; Dionísio e Amónio, que, passados ao fio da espada, alcançaram a glória eterna. († data inc.) Em Ravena, na Flamínia, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, Santo Eleucádio, bispo. († s. III) No monte Skopa, na Bitínia, hoje na Turquia, Santo Auxêncio, presbítero e arquimandrita. († s. V) Comemoração de São Nostriano, bispo de Nápoles, na Itália. († c. 450) Em Sorrento, na Campânia, região da Itália, Santo Antonino, abade. († c. 830) Em Córdova, na Espanha, São João Baptista da Conceição Garcia, presbítero da Ordem da Santíssima Trindade. († 1613)  Em Valência, na Espanha, o Beato Vicente Vilar David, mártir. († 1937) Fonte: Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São Martiniano, intercessor pela vivência da castidade

  Origem e fama Nasceu no século IV, em Cesareia (Palestina). Aos 18 anos, ingressou no eremitério, e logo alcançou a fama de santidade. Era procurado por seu dom de dirigir e aconselhar as almas, curar os doentes e libertar as pessoas do demônio. Testemunho e conversão Quando sua fama de santidade espalhou-se, uma jovem milionária chamada Cloé fez uma aposta com os amigos a fim de tirar o monge de sua vida casta. Ela vestiu-se de farrapos e pediu abrigo ao monge, que a recolheu e levou-a para os fundos do mosteiro. Ali, ela começou a incitá-lo, porém não teve sucesso. Na manhã seguinte, apareceu a ele novamente, dessa vez com roupas muitos sensuais, provocando-o sexualmente. Não se sabe se Martiniano cedeu à tentação ou resistiu a ela. Na literatura, há controvérsias nessa informação, o que se sabe é que a jovem, que até então foi mal intencionada, após esse fato converteu-se ao cristianismo. Depois disso, Cloé tornou-se freira no convento de Santa Paula em Belém. Fragilidades e firmeza da decisão Após os fatos por parte de Cloé, São Martiniano percebeu suas fragilidades e decidiu morar em uma ilha. Até que, em outra ocasião, houve um naufrágio naquela região e a única pessoa que conseguira salvar-se foi a jovem Fotinia. Ela o encontrou na ilha e pediu ajuda; e mesmo tendo ajudado a moça, São Martinho decidiu fugir daquela ilha a nado. Tinha em vista suas fragilidades e preferiu arriscar-se no mar, nadando quilômetros até a outra encosta. Depois desse fato, decidiu tornar-se andarilho para não correr o risco de precisar abrigar alguma pessoa e ser novamente tentado. Minha oração “Meu Senhor, ensina-me a reconhecer as minhas fraquezas e, ao mesmo tempo, lidar com elas. Dai-me a sabedoria de fugir das ocasiões de pecado e escapar das investidas do demônio. A exemplo e intercessão de São Martiniano, eu te peço essa graça”. São Martiniano, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 13 de fevereiro: São Castor de Aquitânia, presbítero e eremita em Karden atualmente Alemanha [+ séc IV] São Benigno, presbítero e mártir na região da Itália [+ séc IV] Santo Estêvão, Bispo em Lião na Gália [+ 515] Santo Estêvão, abade em Riéti, região da Itália [+ 874] Fontes: Martirológio Romano santodelgiorno.it Pesquisa e Redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova Produção: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Santa Eulália, adolescente torturada e martirizada

  Origens Nasceu aproximadamente no fim do século III, na Espanha. Tendo apenas treze anos, foi capaz de resistir às perseguições contra o catolicismo e a não renegar a fé. Naquele período, o imperador romano Diocleciano perseguia as famílias cristãs, por isso, seus pais tiveram de se mudar de onde viviam, a fim de fugir das barbáries, porém, mesmo assim, a santa foi queixar-se com o Cônsul Dácio dizendo que era cristã.  Páscoa Santa Eulália foi torturada 13 vezes, a mesma quantidade que tinha de anos de vida, além disso, foi também martirizada. Segundo a tradição, antes de morrer, foi chicoteada, queimada, cortada os seios, esfregada com pedras, derramaram óleo quente sobre ela, rolada nas ruas dentro de um barril, jogada aos vermes, arrastada em um carro de bois, despida em público, exposta à neve, pregada numa cruz no formato de X, por fim decapitada. Ainda se diz que, ao morrer, saiu de seu pescoço uma imagem reluzente de pomba, outros dizem que foram os anjos levando a sua alma para o céu.  Milagres das flores Por tamanha generosidade, os pobres sempre batiam à porta de sua casa. Isso incomodava os pais, a ponto de proibi-la de fazer atos de caridade. Ao procurar saciar a fome de alguns irmãos de rua, ela escondeu pães em sua saia, mas, ao ser encontrada pelo pelo pai e questionada, ela disse que eram flores. Seu pai mandou que mostrasse, já que estava desconfiado de sua atitude para com os pobres, então, ao revelar o que estava escondido, ele viu que realmente eram as flores.  Santa Eulália: a tortura santificante de uma adolescente Água que jorra Outra situação relatada é o caso de duas meninas que trabalhavam para um carrasco buscando água no poço da cidade. Certa vez, ao chegarem lá, perceberam que o poço estava seco, o que gerou grande agonia e temor do patrão. Ao saber disso, Eulália estendeu um manto sobre o meio-fio do qual jorrou água.  Sua imagem Geralmente, é representada com a palma do martírio, tendo ao lado uma cruz em forma de X. Em outros lugares, a encontramos junto com uma pomba, para representar o momento de sua gloriosa passagem. Padroeira É reconhecida como Padroeira da cidade de Barcelona e da Espanha. Por eles, ela é invocada em diversas necessidades, mas principalmente contra a seca. Além disso, recebe um grande festejo com procissões e bonecos gigantes nas ruas, somados às danças e homenagens, rodeados de diversos outros símbolos da cultura. O povo nutre tamanha devoção que colocou seu nome em diversas ruas. É também celebrada na França. No Brasil Na Diocese de Limeira (SP), há uma Comunidade Paroquial dedicada à Santa Eulália. A "quase Paróquia" Santa Eulália foi criada no dia 11 de fevereiro de 2018, desmembrando-se das Paróquias São Cristóvão e Menino Jesus. Nesta comunidade, a devoção a santa é fortemente divulgada. Minha oração "Que em nossas casas não falte água, muito menos a água do Espírito, que levou Santa Eulália ao martírio. Dai-nos fidelidade, mas também a tua Providência. Amém."  Santa Eulália, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 12 de fevereiro: Mártires de Abtínea, Cartago - África [+ 304] São Melécio, Bispo de Antioquia [+ 381] São Bento, Abade de Aniane, na atual Alemanha [+ 821] Santo António Cauleias, bispo em Constantinopla [+ 901] Fontes: Martirológio Romano Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] barcelona.cat/santaeulalia Diocese de Limeira - SP Pesquisa e Redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova Produção: Fernando Fantini

Nossa Senhora de Lourdes, intercessora dos doentes

Intercessora dos doentes A Santíssima Virgem Maria, a Mãe de JESUS, é, por excelência, santa entre os santos. Nas suas dezenas de aparições reconhecidas pela Santa Igreja Católica está a de Lourdes. A partir dessa aparição, Nossa Senhora, neste título de Lourdes, é invocada por fiéis de várias partes do mundo, que lhe apresentam situações de saúde, tornando-se assim, a padroeira dos doentes. Aparição Foi no ano de 1858 que a Virgem Santíssima apareceu 18 vezes nas cercanias de Lourdes, França, na gruta Massabielle, a uma jovem chamada Santa Marie-Bernard Soubirous ou Santa Bernadete. Essa santa deixou por escrito um testemunho que entrou para o ofício das leituras de 11 de fevereiro. Escritos “Certo dia, fui com duas meninas às margens do Rio Gave buscar lenha. Ouvi um barulho, voltei-me para o prado, mas não vi movimento nas árvores. Levantei a cabeça e olhei para a gruta. Vi, então, uma senhora vestida de branco; tinha um vestido alvo com uma faixa azul celeste na cintura e uma rosa de ouro em cada pé, da cor do rosário que trazia com ela. Somente na terceira vez, a Senhora me falou e perguntou-me se eu queria voltar ali durante quinze dias. Durante quinze dias lá, voltei; e a Senhora apareceu-me todos os dias, com exceção de uma segunda e uma sexta-feira. Repetiu-me, vária vezes, que dissesse aos sacerdotes para construir, ali, uma capela. Ela mandava que fosse à fonte para lavar-me e que rezasse pela conversão dos pecadores. Muitas e muitas vezes perguntei-lhe quem era, mas ela apenas sorria com bondade. Finalmente, com braços e olhos erguidos para o céu, disse-me que era a Imaculada Conceição”. Nossa Senhora de Lourdes e a conversão para os pecadores Conversão para os pecadores Maria, a intercessora, modelo da Igreja, imaculada, concebida sem pecado, nessa aparição, pediu o essencial para a nossa felicidade: a conversão para os pecadores. Ela pediu a conversão dos pecadores pela oração, conversão e penitência. Contexto Isso aconteceu após 4 anos da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição. Deus quis e Sua Providência Santíssima também demonstrou, dessa forma, a infalibilidade da Igreja, que chancela do céu essa aparição da Virgem Maria em Lourdes, os milagres que aconteceram e continuam a acontecer naquele local, lá onde as multidões afluem, o clero e vários Papas estiveram. Oração - proteção e refúgio “Sob a Tua proteção procuramos refúgio, Virgem Imaculada de Lourdes, que és o modelo perfeito da criação segundo o plano original de Deus. A Ti, neste dia, confiamos os doentes, os idosos, as pessoas sozinhas: alivia o seu sofrimento, enxuga as suas lágrimas e obtém para cada um a força necessária para realizar a vontade de Deus. Sê o amparo de todos que aliviam, dia após dia, os sofrimentos destes irmãos. E ajuda-nos a crescer no conhecimento de Cristo, que, com a Sua morte e ressurreição, venceu o poder do mal e da morte.” Nossa Senhora de Lourdes, intercedei por nós! Outros santos e santas celebrados em 11 de fevereiro: Santa Soter, virgem e mártir em Roma [† c. 304] São Castrense, mártir na Itália [† data inc.] São Secundino, bispo na Itália [† s. V/VI] São Severino, abade na França [† s. VI] São Gregório II, papa [† 731] São Pascoal I, papa [† 824] Santo Ardão, abade na França [† 1066] São Pedro Maldonado, presbítero e mártir, morto com golpe na cabeça enquanto celebrava Missa [† 1937] Fontes: Livro - Devocionário de Nossa Senhora de Lourdes [Ed CN] loja.cancaonova.com/livro-devocionario-nossa-senhora-de-lourdes vatican.va Martirológio Romano Liturgia das Horas Pesquisa e Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Santa Escolástica ensina: "Quem ama mais pode mais"

"Quem ama mais pode mais." Este desafio aconteceu com Bento de Núrsia, mas a vencedora foi sua irmã gêmea, Escolástica, que se consagrou ao Senhor desde muito jovem. Vivendo à sombra do irmão, foi sempre fiel intérprete da sua regra. Origens Presume-se que Escolástica, primeira monja beneditina, viveu entre os anos 480 e 543. Natural de Núrsia, região italiana da Úmbria. Foi uma dócil aluna de Bento, do qual recebeu a sabedoria do coração, a ponto de superar seu mestre: é o que narra São Gregório Magno nos seus “Diálogos”, único texto de referência com poucas menções sobre a vida desta santa. Ele descreve ainda um particular episódio, no qual ela revela uma acentuada personalidade humana e grande profundidade espiritual. Vocação religiosa nas pegadas do irmão Segundo a história de Escolástica, diz-se que era descendente de uma antiga família de Senadores romanos. Sua mãe, Cláudia, morreu logo depois do parto dos gêmeos. Com 12 anos, foi mandada para Roma, junto com seu irmão Bento, onde ficaram escandalizados pela vida desregrada da cidade. Bento tornou-se eremita, enquanto Escolástica pediu ao pai para dedicar-se à vida religiosa. Antes, entrou para um mosteiro, próximo de Núrsia, e, depois, transferiu-se para Subiaco, seguindo o irmão, que havia fundado a Abadia de Monte Cassino, ao leste de Nápoles. Ali, em apenas sete quilômetros de distância, fundou o mosteiro de Piumarola, onde, com as coirmãs, seguiu a Regra de São Bento. Deu, portanto, origem ao ramo feminino da Ordem dos Beneditinos. Santa Escolástica e a Regra do Silêncio A regra do silêncio Era normal para Escolástica recomendar a observância da regra do silêncio e evitar conversas com pessoas estranhas no mosteiro, mesmo se fossem visitantes devotos. Ela costumava repetir: “Fiquem em silêncio ou falem de Deus, pois o que, neste mundo, pode ser tão digno para se falar senão sobre Ele?”. Escolástica gostava de falar a respeito de Deus, sobretudo com o irmão Bento, com o qual se encontrava uma vez por ano. O local onde faziam diálogos espirituais era uma casinha situada no meio da estrada entre os dois mosteiros. O milagre que desafiou Bento São Gregório Magno narra que, no último dos seus encontros, datado de 6 de fevereiro de 543, pouco antes da sua morte, Escolástica pediu ao irmão para prolongar a conversa até na manhã do dia seguinte, mas Bento se opôs para não violar a Regra. Então, Escolástica implorou ao Senhor para não deixar o irmão partir, debulhando-se em pranto. A seguir, um temporal inesperado e violento obrigou Bento a ficar com ela, levando-os a conversarem toda a noite. Porém, a primeira reação de Bento com o temporal improviso foi de contrariedade: “Que Deus onipotente possa lhe perdoar, irmã. O que você fez?”. E Escolástica respondeu: “Eu lhe implorei para ficar e você não me ouviu; pedi a Deus e Ele me atendeu. Agora, pode ir, se quiser; deixe-me e volte ao seu mosteiro”. Foi uma espécie de revanche da irmã, que não pôde se entristecer pelo amadíssimo irmão, pois ele mesmo lhe havia ensinado a se dirigir a Deus, com todas as forças, durante as dificuldades. Assim se destacaram os dotes femininos de Escolástica: docilidade, perseverança e também audácia ao obter o que desejava fortemente. Unidos em Deus na vida e na morte Páscoa Três dias depois deste encontro, segundo São Gregório, Bento recebeu a notícia da morte da irmã com um sinal divino: viu a alma da sua irmã subir ao céu em forma de uma pomba branca. Então, quis enterrá-la na sepultura que havia preparado para si, onde também foi enterrado, pouco tempo depois. “Como seus pensamentos sempre estiveram voltados para Deus, era justo seus corpos também ficassem unidos na mesma sepultura”. Repercussão da santidade Hoje, quem visita a majestosa Abadia de Monte Cassino, após 15 séculos de história, pode fazer a experiência de estar diante do túmulo dos Santos irmãos, os pioneiros de um grande número de seguidores de Deus. Intercessora e patrona É invocada como intercessora contra tempestades, chuvas e relâmpagos. Também intercessora pelas crianças que sofrem convulsões. Tradicionalmente, patrona dos mosteiros beneditinos.  Minha oração “Santa Escolástica, pelo mistério da comunhão dos santos, ouso lhe pedir a graça de silenciar e não procurar conversas que não me levem para as ‘coisas do Alto’. Peço-te a graça de, no ambiente onde eu vivo e trabalho, ser um instrumento da paz, como também amar os meus irmãos como você amou São Bento, seu irmão gêmeo. Amém.” Santa Escolástica, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 10 de fevereiro: Santos Caralampo, Porfírio, Dauto e três mulheres, mártires na Turquia [† s. III] Santos Zótico e Amâncio, mártires em Roma [† s. III/IV] São Silvano, bispo na Itália [† s. IV] São Troiano, bispo na França [† 550] São Protádio, bispo na França [† 624] Santa Austreberta, virgem e abadessa na França [† 704] São Guilherme, eremita cujo exemplo deu origem a muitas congregações na Itália [† 1157] Santa Clara, viúva, que viveu penitência, mortificação da carne e jejuns na Itália [† 1324/1329] São José Sánchez del Rio, mártir no México [† 1927] Fontes: vatican.va Martirológio Romano Liturgia das Horas Diálogos - São Gregório Magno Pesquisa e Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Beata Eusébia Palomino Yenes, irmã salesiana de Dom Bosco

Origens Beata Eusébia Palomino Yenes nasceu em 15 de dezembro de 1899 em Cantalpino, na Espanha. Ela era um dos quatro filhos de Agustin Palomino e Juana Yenes. Seu pai trabalhava como lavrador sazonal e, durante os meses de inverno, quando não havia trabalho, era forçado a viajar para as aldeias próximas para mendigar comida, tendo ao seu lado a pequena Eusébia. O Primeiro Encontro Aos 8 anos, Eusébia fez o seu primeiro “encontro” com Jesus Eucarístico e sentiu-se chamada a pertencer-lhe para sempre e totalmente. Pouco tempo depois, ela foi forçada a deixar a escola e trabalhar para ajudar a família. As Filhas de Maria Auxiliadora Todos os domingos à tarde, Eusébia ia ao Oratório da Escola "Sancti Spiritus" das Filhas de Maria Auxiliadora. Notando sua maturidade e responsabilidade, eles perguntaram se ela poderia oferecer seu tempo para ajudá-los, e assim o fez, transmitindo um espírito alegre e simples serviço aos que a cercavam. Beata Eusébia Palomino Yenes: possuía o sonho de tornar-se uma “Filha de Maria” O Desejo As pessoas à sua volta, notaram algo diferente, algo que era mais profundo, como uma vocação. Secretamente, Eusébia tinha o desejo de tornar-se uma "Filha de Maria", mas ela não pediu para entrar na Congregação porque temia ser recusada por falta de dinheiro, recursos e educação. Aceita na Congregação Esperava com esperança,  que  por meio de seus trabalhos, poderia se tornar uma Filha de Maria, dizia: “se eu cumprir bem os meus deveres aqui, por amor da Santíssima Virgem, um dia serei sua filha na Congregação”. Certa vez, ela confidenciou esse desejo a uma superiora visitante, que lhe disse para "não se preocupar com nada". Em nome da Madre Geral, ela aceitou Eusébia. As dificuldades na Profissão Religiosa Em 5 de agosto de 1922, Beata Eusébia iniciou o noviciado e emitiu a profissão religiosa dois anos depois, quando foi transferida para a casa de Valverde del Camino, no sudoeste da Espanha, onde foi escarnecida abertamente pelos jovens da escola e do oratório. Permaneceu indiferente aos comentários indelicados. Ela começou no dia seguinte a "arregaçar as mangas" e a cumprir as tarefas que lhe foram atribuídas. Do julgamento a admiração  O Espírito Salesiano Não demorou muito para que as crianças fossem "arrebatadas" pelas histórias que ela contava sobre a vida dos santos e dos missionários, bem como as anedotas de São João Bosco; Ir. Eusébia tinha uma excelente memória e o dom de contar histórias. Embora Ir. Eusébia não tivesse formação em doutrina teológica, seu coração estava cheio da sabedoria de Deus e ela arranjava tempo para todos. Salvação da Espanha No início da década de 1930, começaram as tensões e perseguições contra a Igreja Católica na Espanha, e Ir. Eusébia mais uma vez se colocou "à disposição" para ajudar. Dessa vez, ela se ofereceu como vítima a Deus pela salvação da Espanha. Páscoa Sua oferta foi aceita e, em agosto de 1932, uma doença misteriosa a atingiu. Os médicos não conseguiram diagnosticar esta doença. Sua asma, que sempre foi "leve", agora piorou e aumentou seu sofrimento. Irmã Eusébia faleceu no coração da noite entre 9 e 10 de fevereiro de 1935. O eco das vozes dos munícipes de Valverde podia ser ouvido após sua partida: "Morreu uma santa". Minha oração “ Fiel imitadora de Dom Bosco e amante da juventude, rogai por todos os jovens da minha família e comunidade, conduzi-os ao encontro com Jesus de forma que sejam impactados por sua presença. Sede também uma mãe espiritual para nós. Amém.” Beata Eusébia Palomino Yenes, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 9 de fevereiro  Em Alexandria, no Egito, a comemoração de Santa Apolônia, virgem e mártir. († c. 250) Também em Alexandria, a paixão de vários santos mártires, que foram executados pelos arianos com diversos gêneros de morte, quando estavam na igreja a celebrar os santos mistérios. († s. IV) Em Lemellefa, na África Setentrional, na atual Argélia, a comemoração dos santos Primo e Donato, diáconos e mártires. († c. 361) Num monte próximo de Apameia, na Síria, São Marão, eremita, totalmente consagrado a uma rigorosa penitência e à vida interior. († c. 423) No mosteiro de Llandaff, na Câmbria, atual País de Gales, São Telo, bispo e abade.(† 560) Em Canosa, na Apúlia, região da Itália, São Sabino, bispo.(† c. 566) Em Hautmont, junto ao rio Sambre, no Hainaut, na atual França, o falecimento de Santo Ansberto. († c. 695) Na Baviera, na atual Alemanha, a comemoração de Santo Altão, abade, natural da Irlanda. († s. VIII) Em Nócera Umbra, na Úmbria, região da Itália, São Rainaldo, bispo, que foi monge camaldulense na abadia de Fonte Avellana. († 1222) Em Dülmen, na Alemanha, a Beata Ana Catarina Emmerick, virgem da Ordem de Santo Agostinho. († 1824) Em Premiá de Mar, perto de Barcelona, na Espanha, São Miguel (Francisco Luís Febres Cordero), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. († 1910) Arandas, região de Jalisco, no México, o Beato Luís Magaña Servin, pai de família e mártir. († 1928) Em Granada, na Espanha, o Beato Leopoldo de Alpandeire, religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1956) Fonte: Martirológio Romano Sdb.org Vaticannews.va Vatican.va Imagem: Sdb.org - Pintura de Manuel Parreño Rivera - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova