Santos

Santo Anjo da Guarda de Portugal, o Anjo da Paz

Anjo da Paz, da Pátria, da Eucaristia As três aparições desse anjo em Portugal compuseram o ciclo angélico da mensagem de Fátima e, acontecendo um ano antes da aparição de Nossa Senhora, foi uma preparação dos corações dos pastorinhos para o sobrenatural que viveriam. Primeira aparição Na primavera de 1916, as três crianças estavam na Loca do Cabeço, no lugar dos Valinhos, a pastorear, quando lhes apareceu um jovem de mais ou menos 14 ou 15 anos, mais branco que a neve, dizendo: “Não temais, sou o Anjo da Paz, orai comigo: Meu Deus eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não vos amam.” As crianças rezaram por três vezes, com o rosto ao chão. Depois, ouviram do anjo: “Orai assim. Os corações de Jesus e de Maria estão atentos à voz de vossas súplicas”. Essa oração acompanhou os pastorinhos para sempre. Segunda aparição Num dia de verão, no quintal da casa de Lúcia, no Poço do Arneiro. As crianças estavam brincando sobre o poço quando o anjo apareceu-lhes dizendo: “Que fazeis? Orai, orai muito. Os corações santíssimos de Jesus e de Maria tem sobre vós desígnios de misericórdia... Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal.” Terceira aparição No outono do mesmo ano, novamente na Loca do Cabeço, as crianças rezavam a oração que aprenderam na primeira aparição, e o Anjo lhes apareceu com o cálice e uma hóstia. A hóstia a pingar gotas de sangue no cálice. Elas ajoelharam, e o anjo ensinou-lhes esta oração profundíssima que diz da essência da mensagem de Fátima: “Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-vos profundamente. E ofereço-vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo presente em todos os sacrários da Terra. Em reparação aos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido, e pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-vos a conversão dos pobres pecadores.” Depois disso, o Anjo da Eucaristia entregou a hóstia para Lúcia e o cálice entre Francisco e Jacinta, e disse-lhes: “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus.” Esta oração nos une a Maria, ao reparador Jesus Cristo, no mistério da Eucaristia para a glória da Santíssima Trindade. Testemunho dos pastorinhos A presença do Anjo de Portugal envolveu os pastorinhos em um enlaço de profundo amor e intimidade com Deus. "A atmosfera do sobrenatural que nos envolveu era tão intensa, que quase não nos dávamos conta da própria existência." "Estas palavras do Anjo gravaram-se em nosso espírito, como uma luz que nos fazia compreender quem era Deus, como nos amava e queria ser amado." "A paz e a felicidade que sentíamos era grande, mas só íntima, completamente concentrada a alma em Deus." A minha oração "Anjo da Paz, fostes tu que levastes a mensagem do amor ao sacrifício oferecido a Deus aos pastorinhos e, a partir disso, eles estiveram prontos para receber a presença de Maria para cumprir a missão que o Senhor lhes iria designar. Assim, peço-te também: fortalece o meu coração, a fim de que se sacrifique por amor e pela reparação do mundo inteiro, e concede-me ter todo o meu ser aberto às mensagens que o céu me quiser trazer. Amém!" Santo Anjo da Guarda de Portugal, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 10 de junho: São Censúrio, bispo, em Auxerre, actualmente na França,  († s. V) São Landerico, em Paris, bispo, que, segundo consta, vendeu as alfaias sagradas para socorrer os pobres em tempo de fome e edificou um hospital junto da igreja catedral. († c. 656) Santo Itamar, em Rochester, na Inglaterra, bispo, que foi o primeiro natural da região de Cantuária a ser chamado para a ordem episcopal e resplandeceu pela sua erudição e santidade de vida. († c. 666) São Bogumilo, na Polônia, bispo de Gniezno, que, renunciando à sede episcopal, ali seguiu a vida eremítica em suprema austeridade. († 1182) Beata Diana de Andaló, em Bolonha, na região da Itália, virgem, que, superando todas as oposições da família, na presença do próprio São Domingos fez o voto de vida claustral e ingressou no mosteiro de Santa Inês por ela fundado. († 1236) Beato Henrique de Bolzano, em Treviso, na região da Itália, o que, sendo carpinteiro e inculto, dava tudo aos pobres e, apesar da sua deficiência física, partilhava com os outros mendigos a precária esmola que ele mendigava. († 1315) O passamento do Beato João Domínici, em Budapest, na Hungria, bispo de Dubrovnik, que, depois da peste negra, restaurou a observância regular nos conventos da Ordem dos Pregadores na Itália e, enviado para a Boémia e Hungria a fim de impugnar a pregação de João Hus, morreu nesta cidade. († 1419)  Em Londres, na Inglaterra, os beatos mártires Tomás Green, presbítero, e Gualter Pierson, monge da Cartuxa desta cidade, que, por se oporem ao rei Henrique VIII na sua pretensão de assumir a suprema jurisdição sobre os direitos eclesiásticos, foram metidos num sórdido cárcere, onde, consumidos pela fome e a doença, encontraram a morte gloriosa. († 1537) Beato Eduardo Poppe, na Bélgica, o presbítero, que, apesar das adversidades do seu tempo, com os seus escritos e a sua pregação promoveu na Flandres a formação cristã e o culto da Eucaristia. († 1924) Beato Eustáquio Kugler, na Alemanha, religioso da Ordem Hospitaleira de São João de Deus. († 1946) Fontes: Martirológio Romano Opus dei Padrepauloricardo.org – Pesquisa e redação: Catarina Xavier – Comunidade Canção Nova

São José de Anchieta

Origens  Nascido nas Ilhas Canárias, na Espanha, José de Anchieta mudou-se ainda bem jovenzinho, com quatorze anos, para Portugal em prol dos estudos. Ingressou-se na Universidade de Coimbra para estudar Letras e Filosofia. Foi então em Portugal onde ele teve o primeiro contato com a Companhia de Jesus e com o testemunho de São Francisco Xavier. Chamado  Aos 17 anos, diante de uma imagem de Nossa Senhora, ele fazia o seu compromisso de abandonar tudo e servir a Deus. Anchieta torna-se jesuíta, em 1551, onde fez um noviciado exigente e, mesmo com a saúde frágil, fez os seus votos de castidade, pobreza e obediência em 1553. São José de Anchieta, Apostolado no Brasil Inspirado pelas cartas dos missionários jesuítas, neste mesmo ano, aos 19 anos, José partiu para a Terra de Santa Cruz, onde viveu um grande trabalho de evangelização, devotando-se totalmente ao serviço dos nativos. O santo disseminou os preceitos cristãos utilizando particularidades locais, dedicou-se a aprender o idioma e, assim como os demais jesuítas, fez grande oposição aos abusos cometidos pelos colonizadores portugueses. Em 1566, Anchieta foi ordenado sacerdote. E, em 1577, foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, função que exerceu até 1585. Literatura e "canarinho" José de Anchieta, desde mais jovem, era um amante da arte. Chamado pelos seus companheiros de "canarinho" devido ao gosto em declamar poesias, escreveu diversos autos e poemas sobre a vida de Cristo. Em um tempo de grande dificuldade em manter-se santo, após dar-se como refém a uma prisão em defesa da paz, fez uma promessa a Nossa Senhora e lhe escreveu o célebre "Poema à Virgem". Muitos dos seus escritos são de grande relevância para toda a história do Brasil. Peregrino e milagres  Assim como o fundador da Companhia de Jesus - Santo Inácio de Loyola -, José foi um peregrino nesta terra, viajou por diversos lugares nos quais fundou escolas e cidades, ensinou e aprendeu diversas faculdades com o povo nativo. Muitos são os milagres, as curas e os dons atribuídos a esse santo que viveu sua missão em intensa oração e comunhão com o Espírito Santo e na companhia da Virgem Maria. Beatificação e Canonização Considerado o “Apóstolo do Brasil”, José de Anchieta foi beatificado, em 22 de junho de 1980, pelo Papa João Paulo II; e, no dia 3 de abril de 2014, foi declarado santo por intermédio de um decreto assinado pelo Papa Francisco. A minha oração  São José de Anchieta, tantos foram os milagres e as curas que Deus concedeu-te realizar ao povo brasileiro! Por toda sua dedicação e entrega a nos trazer o Cristo, eu Te peço que continue a olhar do céu por toda a nossa nação. Que nos traga com a leveza da arte e da poesia o desejo de também nos entregarmos a Deus e aos seus desígnios. Amém! São José de Anchieta, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 09 de junho: Santo Efrém, diácono e doutor da Igreja, que consagrou-se ao ministério da palavra e, com os escritos, tornou-se tão célebre pela sua austeridade de vida e doutrina espiritual, que mereceu, pelos excelentes hinos que compôs, ser chamado a cítara do Espírito Santo. († 378) Os santos Primo e Feliciano, mártires, na Via Nomentana, a quinze milhas de Roma. († data inc.) São Diomedes, mártir, em Niceia, hoje na Turquia, († data inc.) São Vicente, mártir, que, segundo a tradição, consumou o seu martírio pelo nome de Cristo durante uma festa pagã dos gentios em honra do sol, em Vernemet, hoje na França, († s. IV in.) São Maximiano, bispo, em Siracusa, na Sicília, região da Itália, que é mencionado frequentemente pelo papa São Gregório Magno. († 594) São Colomba ou Colum Cille, em Iona, ilha da Escócia, presbítero e abade, natural da Irlanda e instruído nos preceitos monásticos, que fundou na sua pátria e depois em Iona vários mosteiros insignes pela observância religiosa e pela cultura literária, até que, já ancião, esperou serenamente o seu último dia e diante do altar descansou no Senhor. († 597) Mais santos São Ricardo, em Ândria, na região da Itália, bispo, natural da Inglaterra e célebre pela sua virtude, que acolheu condignamente as relíquias dos santos Erasmo e Ponciano. († s. XII f.) Beato Roberto Salt, em Londres, mártir, monge da Cartuxa desta cidade, que, pela fidelidade à Igreja firmemente conservada contra o rei Henrique VIII, foi detido no cárcere de Newport, onde morreu de fome. († 1537) Beato José Imbert, na França, presbítero e mártir da Companhia de Jesus. Durante a Revolução Francesa, foi nomeado pelo papa Pio VI vigário apostólico de Molins. Encerrado num barco-prisão em ódio à Igreja, aí morreu contagiado por uma infecção mortal. († 1794) Beata Ana Maria Taigi, em Roma, mãe de família, que, maltratada pela violência do esposo. Perseverou fielmente a cuidar dele e a ocupar-se da educação dos sete filhos.  Viveu sem omitir nunca a solicitude espiritual e material pelos pobres e doentes. († 1837) Beato Luís Boccardo, em Turim, na Itália, o presbítero da diocese de Turim, fundador do Instituto das Filhas de Jesus Rei. († 1936) Fontes: Martirológio Romano Arquisp Vaticannews franciscanos.org jesuitasbrasil.org – Pesquisa e redação: Catarina Xavier – Comunidade Canção Nova

Beato Estêvão Sandór

Origem religiosa Beato Estêvão Sandór, filho de Estêvão, ferroviário, e de Maria Fekete, dona de casa, nasceu em Szolnok, Hungria, no dia 26 de novembro de 1914, foi o primeiro de três irmãos. Desde pequeno, recebeu uma religiosidade profunda de seus pais, cujos ensinamentos fez com que ele fosse um auxílio e um exemplo de estudos e orações para os seus irmãos; e era considerado pelos amigos como um menino bom, cortês e alegre. Carisma Salesiano Como São João Bosco entre os jovens, o beato Estêvão também era uma referência para os seus amigos. E, ao ler um Boletim Salesiano, conheceu Dom Bosco e teve em si o profundo desejo de ser parte da congregação. Falou com seu diretor espiritual e com os seus pais, que, depois de muita insistência do filho, aceitaram o seu ingresso. A gráfica e as armas Em 1936, entrou na casa salesiana de Budapeste e ali fez os primeiros dois anos de aspirantado, frequentando o curso de técnico-impressor na Escola de Artes Gráficas de Dom Bosco, até ser convocado para as forças armadas por causa da guerra. Primeira profissão Em 1939, foi oficialmente liberado das funções militares e, após um ano de noviciado, realizou, como leigo irmão, os seus primeiros votos. Isso se deu no dia 08 de setembro de 1940. A exemplo de Dom Bosco Com uma comovente alegria, o beato passou a ensinar nos cursos profissionais, a ajudar nos oratórios e a cuidar e promover a Juventude Operária Católica. Foi considerado um exemplo de educador, como seu pai na fé São João Bosco. Fim da Segunda Guerra Mundial Em 1942, o salesiano recebeu uma Medalha de Prata de valor militar pelo que fizera das trincheiras: um oratório festivo em meio aos desalentos da guerra. Ao fim, ajudou a erguer e a reconstruir a sociedade material e moralmente, além disso, dedicou-se, em especial, aos jovens mais pobres e necessitados. Profissão Perpétua Em 1946, professou os seus votos perpétuos como Salesiano Irmão e continuou a ensinar Artes Gráficas até o início da perseguição cristã em 1949. Sándor precisou deixar a sua tipografia, porém, continuou o seu apostolado com a juventude de forma clandestina. Martírio Em julho de 1952, foi preso e nunca mais foi visto. Um documento oficial certifica o processo e a condenação à morte, tendo sido executado por enforcamento no dia 8 de junho de 1953. A beatificação aconteceu em 19 de outubro de 2013. Família Salesiana A Comunidade Canção Nova, como parte da Família Salesiana, tendo como patronos São João Bosco e Nossa Senhora Auxiliadora, celebra com louvores a Deus todos os santos e beatos salesianos, que, inspirados na alegria do fundador, se entregaram à evangelização e à salvação das almas. A minha oração "Meu amado Jesus, diante do testemunho do Beato Estêvão, eu quero pedir-Te a graça de dedicar-me inteira e alegremente ao Teu serviço, exercendo as funções necessárias sempre com o Teu nome nos lábios e o Teu amor nos atos. Não me deixes afastar do apostolado que o Senhor mesmo me confiou, que ele me seja instrumento de santificação e canal de salvação para os meus irmãos. Amém!" Beato Estêvão Sandór, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 08 de junho: São Maximino, em Aix-La-Provence, na actual França, a quem se atribuem os inícios da fé cristã nesta cidade. († data inc.) São Gildardo, bispo, em Ruão, hoje na França, († d. 511) São Medardo, em Soissons, hoje na França, bispo de Saint-Quentin, que, depois de ter sido arrasada a sua cidade, transferiu a sede episcopal para Noyon, onde trabalhou com todo o empenho para converter o povo das superstições pagãs à doutrina de Cristo. († 561) São Fortunato, em Fano, hoje nas Marcas, região da Itália, bispo, que se dedicou diligentemente à redenção dos cativos. († s. VI f.) São Clodolfo, em Metz, actualmente na França, bispo, filho de Santo Arnolfo e conselheiro do rei. († c. 660). São Guilherme Fitzherbert, na Inglaterra, bispo, homem afável e pacífico, foi injustamente deposto da sua sede episcopal. Se recolheu entre os monges de Winchester.  Restituído à sua sede, perdoou aos inimigos e restabeleceu a paz entre os cidadãos. († 1154). Beato João Davy, em Londres, diácono da Cartuxa desta cidade e mártir, que, no reinado de Henrique VIII.  Por causa da sua fidelidade à Igreja, o Pontífice Romano, foi duramente torturado no cárcere e aí morreu de fome. († 1537). São Tiago Berthieu, na ilha de Madagascar, presbítero da Companhia de Jesus e mártir, que, tanto na paz como na guerra, trabalhou incansavelmente pelo Evangelho. Apesar de ter sido expulso três vezes das missões, preso por homens armados e repetidamente instado sem êxito à apostasia. Foi finalmente assassinado em ódio à fé cristã. († 1896). Mais santos Beata Maria do Divino Coração de Jesus (Maria Droste zu Vischering), no Porto, em Portugal, virgem, da Congregação das Irmãs da Caridade do Bom Pastor, que promoveu admiravelmente a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. († 1899). Beata Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, no estado da Índia, virgem, eminente pela sua vida eremítica e austera penitência, que procurou a Cristo nos mais pobres e nos mais abandonados e fundou a Congregação das Irmãs da Sagrada Família. († 1926). Beato Nicolau de Gestúri (João Medda), na Sardenha, religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, que, sempre pronto para ajudar os indigentes, com o exemplo da sua virtude e da sua bondade estimulou muitos outros à prática da caridade para com os pobres. († 1958) Fontes: Martirológio Romano Salesianos – Pesquisa e redação: Catarina Xavier – Comunidade Canção Nova

Santo Antônio Maria Gianelli

  Nascimento e vocação Antônio Maria Gianelli nasceu em Cereta, perto de Chiavari, na província de Gênova, em 12 de abril de 1789. Entrou no seminário aos 19 anos e foi ordenado sacerdote quatro anos depois. Professor de letras e retórica, para receber o novo bispo, Lambruschini, organizou, em Gênova, uma peça intitulada "A reforma do seminário", que teve um eco notável. Religioso, Bispo de Bobbio, fundou a Congregação das Filhas de Maria Santíssima do Horto e brilhou pelo empenho e exemplo brilhante de dedicação às necessidades dos pobres, à salvação das almas e na promoção da santidade do clero. Fundador De 1826 a 1838, foi pároco em Chiavari. Este período é marcado por uma série de inovações pastorais e pela criação de várias instituições, como o próprio seminário. Sob o inusitado nome de "Sociedade Econômica", foi criada uma instituição cultural e assistencial confiada por Dom Gianelli "aos cuidados das Damas da Caridade" para a educação gratuita das meninas pobres: uma caridade que confia às Damas da Caridade. É o primeiro passo para as Filhas de Maria Santíssima do Horto. Episcopado e dedicação ao clero Em 1838, foi eleito bispo de Bobbio. Ajudado pelos lígures, ele reconstruiu sua congregação com o nome de Oblatos de Santo Afonso. Morreu em 7 de junho de 1846; dois anos antes, havia criado uma pequena congregação missionária para pregar ao povo e organizar o clero, sendo um grande atuante na formação da Igreja. Foi canonizado por Pio XII.   Papa João Paulo II, discurso aos Jovens de Gianelli Homem inteligente e clarividente, culto e sensível às correntes ideológicas da época, sabia muito bem que a meditação pessoal das Verdades reveladas por Jesus pode criar convicções firmes que formam consciências e iluminam as mentes. A meditação, de fato, ajuda a manter vivo o contato com o Senhor, fortalece a vontade, traz à tona os defeitos que devem ser corrigidos, eleva o tom da vida, faz respirar uma atmosfera mais elevada e serena. A minha oração Pedimos ao nosso santo que ensine o caminho da meditação e que, através desta, possamos ser usados pelo Senhor no serviço pastoral, no trabalho cotidiano. Que o seu exemplo e virtude sejam sempre caminho de esperança e caridade para nós, por Cristo nosso Senhor. Amém! Santo Antônio Maria Gianelli, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em junho: São Colmano, na Hibernia, atual Irlanda, bispo e abade do mosteiro de Dromore por ele fundado. († s. VI) Santos mártires Pedro, presbítero, Valabonso, diácono, Sabiniano, Vistremundo, Habêncio e Jeremias, monges, em Córdova, na Andaluzia, região da Hispânia. († 851) São Roberto, abade, em Newminster, na Nortúmbria, região da Inglaterra, da Ordem Cisterciense, fundou com doze companheiros este cenóbio, do qual irradiou em breve tempo a fundação de três famílias de monges. († 1159) Beata Ana de São Bartolomeu, em Antuérpia, no Brabante, atualmente na Bélgica, a virgem da Ordem da Carmelitas Descalças. († 1626) Beata Maria Teresa de Soubiran La Louvière, em Paris, na França, a virgem, fundou a Sociedade de Maria Auxiliadora, da qual foi expulsa, passando o resto da sua vida em profunda humildade. († 1889) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof. Felipe Aquino [Cléofas 2007] - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Catarina Xavier - Comunidade Canção Nova

São Norberto, apóstolo da Eucaristia

Família nobre e vida mundana Norberto nasceu numa família de nobres por cerca do ano 1080, em Gennep ou Xanten, no norte da Renânia (atual Alemanha). Ainda criança, foi apresentado ao Capítulo da Catedral de São Vítor em Xanten, onde, mais tarde, foi ordenado subdiácono. O Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Henrique V, notou o carisma e os dons de Norberto, nomeando-o como seu conselheiro pessoal na corte imperial. Ali, Norberto viveu uma vida mundana. Mudança de Vida No ano de 1115, após cair do seu cavalo e quase morrer numa tempestade, Norberto se arrependeu e assumiu uma vida de penitência. Ordenado diácono e sacerdote no mesmo dia, ele peregrinou pelo país, pregando a Palavra de Deus, denunciando os abusos dos clérigos e reconciliando inimigos. Uma das mais antigas pinturas de Norberto o retratam com o livro dos Evangelhos e um ramo de oliveira representando a paz. Criticado e perseguido pelos membros da hierarquia, Norberto solicitou e obteve a aprovação do Papa Gelásio II como pregador itinerante. Fundador Mais tarde, o Papa Calixto II o encorajou a fundar uma comunidade religiosa na diocese de Laon, no norte da França. Ali, no vale desolado e de difícil acesso de Prémontré, no norte da França, na noite de Natal do ano de 1121, Norberto fundou sua ordem religiosa, a Ordem dos Cônegos Regulares Premonstratenses. Ele escolheu a Regra de Santo Agostinho, tornando-se um dos mais ávidos reformadores do seu tempo. A comunidade era marcada pela vida austera, pela pobreza e pela intensa vida litúrgica e de oração, mas, acima de tudo, pela completa fidelidade ao ideal de vida comunitária retratado na Regra de Agostinho. Episcopado Embora relutante, em 25 de julho de 1126, Norberto foi ordenado arcebispo de Magdeburgo e deixou a liderança de sua Ordem aos cuidados de Hugo de Fosses, para trabalhar no pastoreio dessa vasta arquidiocese na fronteira nordeste do Sacro Império Romano-Germânico. Durante seus anos como arcebispo, Norberto lutou energicamente pela liberdade da Igreja em relação aos príncipes e provou-se como ardente defensor do Romano Pontífice. Ele foi indispensável na deposição do antipapa Anacleto II e no retorno do Papa Inocêncio II à Sé Petrina. Enfraquecido pelos vários trabalhos e viagens, Norberto retornou à Magdeburgo, onde morreu em 06 de junho de 1134.  Apóstolo da Eucaristia Como “Apóstolo da Eucaristia”, a reverente contemplação de Norberto fixa-se no ostensório em sua mão direita. Muitos dos milagres atribuídos a São Norberto ocorreram no contexto do Santo Sacrifício da Missa: milagres de cura, de exorcismo e de reconciliação. De fato, São Norberto insistia em celebrar a missa antes de assumir qualquer trabalho, pois tão grande era a sua fé no poder da Eucaristia. No início de sua conversão, quando ele abriu mão de literalmente tudo que possuía, ele reteve consigo apenas os artigos necessários para a celebração da Missa enquanto ele viajava a pé pela Europa. Era de tal forma, que ele podia celebrar a Eucaristia diariamente — embora não fosse uma prática comum na época um sacerdote celebrar tão frequentemente, apenas nos domingos. O ostensório realmente só entrou em uso muito depois, mas, durante os tempos conturbados da revolta protestante, ele se tornou uma expressão artística da tão conhecida devoção Eucarística de São Norberto. A minha oração "Grande bispo e pastor das almas, ajudai-nos a viver com sinceridade e verdade os sacramentos, tendo como centro da nossa vida a Eucaristia. Que Jesus seja cada dia mais amado e adorado, e nós sejamos seus fiéis seguidores. Amém!" São Norberto, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 06 de junho: Santos Artémio e Paulina, mártires, na Via Aurélia, Roma. († c. s. IV) São Bessarião, anacoreta, que viveu como mendigo, em Cete, no Egipto. († s. IV) São Cerázio, bispo, em Grenoble, na Borgonha, atualmente na França, († c. 452) Santo Eustórgio II, bispo, em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália. († 518) São Jarlat, bispo, na Irlanda. († c. 550) São Cláudio é venerado como bispo e abade do mosteiro de Condat, no maciço do Jura, na Borgonha, região da França. († c. 703) Santo Alexandre, bispo de Fiésole, no território de Bolonha, na Emília-Romanha, região da Itália. († 823) Santo Hilarião, em Istambul na Turquia, presbítero e hegúmeno do mosteiro de Dalmácio. († 845) São Colmano, bispo, nas ilhas Órcades, ao largo da Escócia. († c. 1010) Beato Falcão, abade, no mosteiro de Cava de’ Tirréni, na Campânia, região da Itália. († 1146) São Gilberto, abade da Ordem Premonstratense, em Clermont-Ferrand, na Aquitânia, região da França. († 1152) Beato Beltrão, bispo de Aquileia e mártir, em Údine, no Friúli-Venézia Giúlia, região da Itália. († 1350) Beato Lourenço de Másculis de Villamagna, em Ortona, nos Abruzos, também região da Itália, o presbítero da Ordem dos Frades Menores. († 1535) Mais santos Beato Guilherme Greenwood, em Londres, mártir, da Cartuxa. († 1537) São Marcelino Champagnat, presbítero da Sociedade de Maria, que fundou o Instituto dos Pequenos Irmãos de Maria, em Saint-Chamond, cidade do território de Lião, na França, († 1840) Santos mártires Pedro Dung e Pedro Thuan, pescadores, e Vicente Duong, agricultor, em Luong My, cidade do Tonquim, hoje no Vietnam. († 1862) São Rafael Guizar Valência, bispo de Vera Cruz no México, na Cidade do México. († 1938) Beato Inocêncio Guz, presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais e mártir, em Sachsenhausen, na Alemanha. († 1940) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof. Felipe Aqui [Cléofas 2007] site Abadia de São Norberto - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Catarina Xavier - Comunidade Canção Nova

São Bonifácio, apóstolo da Alemanha e monge beneditino

São Bonifácio, seu nome verdadeiro Vinfrido (Wynfrith ou Winfrid; com o mesmo significado em anglo-saxão), e cognominado Apóstolo dos Germanos. Percurso formativo Nasceu em Crediton, no condado de Devon, no sudoeste da Inglaterra, filho de uma família abastada; foi contra a vontade do pai quando, ainda muito jovem, escolheu a vida monástica. Estudou teologia nos mosteiros beneditinos de Adescancastre, perto de Exeter, e de Nursling, entre Winchester e Southampton, tendo por mestre, neste último, o abade Winbert, e acabou tornando-se professor no mosteiro. Foi ordenado padre aos 30 anos. Escreveu a  primeira gramática de latim produzida na Inglaterra. Enviado pelo Papa Em 716, deslocou-se, como missionário, à Frísia, para ajudar São Vilibrordo na conversão dos Frísios, habitantes locais que falavam um idioma semelhante ao anglo-saxão com que ele pregava, mas os seus esforços redundaram em nada a partir do momento em que se declarou a guerra entre Carlos Martel, prefeito do palácio do reino dos Francos, e Redebaldo I dos Frísios. Retornou, por isso, ao seu mosteiro de Nursling. Seu segundo deslocamento ao continente europeu iniciou-se em 718. Foi a Roma, onde conheceu o Papa Gregório II. Enviado à Germânia A fim de demonstrar a sua submissão à Diocese de Roma, o Papa lhe deu o nome de Bonifácio, tradução literal de Vinfrido, e foi enviado à Germânia, com a missão de evangelizar e de reorganizar a Igreja nessa região ainda bárbara. Ao longo dos cinco anos seguintes, Bonifácio viajou por territórios que modernamente fazem parte dos Estados alemães de Hessen, Turíngia, e ainda pela região neerlandesa da Frísia. Bispado como marco histórico 30 de novembro de 722, foi feito bispo de todos os territórios da Germânia que ele trouxera para as mãos da Igreja. Um acontecimento-chave da sua vida ocorreu em 723, quando derrubou o carvalho sagrado dedicado ao deus Thor, perto da moderna cidade de Fritzlar, no norte do Hesse, e construiu uma pequena capela no local onde hoje se ergue a catedral de Fritzlar, e onde se viria a estabelecer a primeira sede de bispado na Alemanha ao norte do antigo limes romano, junto do povoado fortificado franco de BuraBurgo, numa montanha próxima da cidade, junto do rio Éder. Este acontecimento é considerado como o início formal da cristianização da Germânia. Em 732, deslocou-se de novo a Roma para comunicar ao Papa os eventos ocorridos desde o último encontro, e Gregório III conferiu-lhe o pálio, como sinal da investidura no arcebispado, tendo autoridade sobre toda a Germânia. Bonifácio partiu de novo para a Alemanha e batizou centenas de saxões. Primeiro Arcebispado Durante a sua visita a Roma, em 737-738, foi formalmente feito o legado papal para a Germânia. Em 745, elevou Mogúncia à condição de Sé metropolitana, onde se estabeleceu como seu primeiro arcebispo. Posteriormente, partiu em direção à Baviera, onde estabeleceu os bispados de Salzburgo, Ratisbona, Freisinga e Passau. Em 742, um dos seus discípulos, Estúrmio, fundou a Abadia de Fulda, não muito longe de Fritzlar. Embora Estúrmio seja o fundador oficial, Bonifácio esteve muito envolvido na constituição da nova abadia. Nos territórios francos, do Hesse e da Turíngia, Bonifácio fundou as dioceses de Buraburgo, Würzburgo e Erforte; ao ser ele a designar os bispos de cada uma das dioceses, pôde consolidar a sua independência face aos poderes senhoriais dos carolíngios. Apesar disso, continuou a organizar sínodos provinciais anuais no reino dos francos, tendo em vista a reorganização eclesiástica do mesmo, mantendo embora uma turbulenta relação com o novo rei dos francos, Pepino o Breve, que viria a coroar em Soissons em 751. Morreu pela evangelização Bonifácio jamais perdeu a esperança de converter os frísios, e, em 754, retomou à Frísia com um pequeno grupo de seguidores. Batizou um grande número de pagãos e marcou um encontro para a confirmação dos novos batizados num local perto de Dokkum, entre Franeker e Groninga. Contudo, em vez dos seus convertidos, um bando de pagãos armados apareceu e assassinou o arcebispo Bonifácio. Os seus restos mortais viriam a ser enterrados na abadia de Fulda (atual Catedral de Fulda). São Bonifácio foi declarado santo e mártir pelas Igrejas Católica Romana e Ortodoxa Oriental, sendo celebrado a 5 de junho, data da sua morte.  Reconhecimento Papal O Papa Pio XII, na Encíclica Ecclesiae fastos, de 5 de junho de 1954, dirigida às igrejas da Inglaterra, Alemanha, Áustria, França, Bélgica e Holanda comemorou o XII centenário da morte deste bispo e mártir. A minha oração São Bonifácio, grande pai dos povos germânicos, nós pedimos para eles a graça de uma nova conversão, uma restauração. Protegei-os, defendei-os da morte eterna, inclusive das astúcias do mal, e aos seus descendentes as graças necessárias.  São Bonifácio, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 5 de junho: No Egito, os santos Marciano, Nicandro, Apolónio e companheiros, mártires. († s. III) Em Tiro, na Fenícia, hoje no Líbano, São Doroteu, bispo. († s. IV) Em Arvena, na Aquitânia, hoje Clermont-Ferrand, na França, Santo Ilídio, bispo. († 384) Em Como, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Eutíquio, bispo. († 539) Em Dokkum, na Frísia, na hodierna Holanda, Santo Eubano, bispo, Adelário e nove companheiros, mártires que, juntamente com São Bonifácio, foram coroados no mesmo combate glorioso. († 754) Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, o Beato Sancho, mártir. († 851) Em Assérgi, nos Abruzos, região da Itália, São Franco, eremita. († s. XII) Em Ciano, perto de Mileto, na Calábria, também região da Itália, São Pedro Spanò, eremita. († s. XII) Em Shiki, no Japão, o Beato Adão Arakawa, pai de família e mártir. († 1614) Em Hanói, no Tonquim, hoje no Vietnã, São Lucas Vu Ba Loan, presbítero e mártir. († 1840) Em Tang Gia, também no Tonquim, os santos Domingos Toai e Domingos Huyen, mártires, pais de família e pescadores. († 1862) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007] Catholic Encyclopedia, vol II, 1913. Francis Mershman. - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Catarina Xavier - Comunidade Canção Nova

Francisco Caracciolo, o Santo da Eucaristia

Sacerdote que, movido por admirável caridade para com Deus e o próximo, fundou a Congregação dos Clérigos Menores Regulares. Não é por acaso que Francisco Caracciolo é chamado de "o Santo da Eucaristia". Primeiros anos de vida Ele nasceu, em 13 de outubro de 1563, em Villa Santa Maria (Chieti), da nobre e rica família Caracciolo. Seu amor por Jesus, Pão da vida, e pela Virgem Maria nasceu muito cedo, juntamente com a sua vocação. Ele morava com sua nobre e rica família na Vila Santa Maria. Desde a infância, costumava usar o escapulário, assim como recitava o rosário e jejuava todos os sábados. Vocação a partir de um milagre Aos 22 anos, ele foi atingido por uma doença grave, chamada de elefantíase, que o desfigurou por todo o corpo. Então, ele jura renunciar às riquezas terrenas para sempre em troca de cura. O seu pedido foi atendido. Dois anos depois, foi ordenado sacerdote e ficou conhecido por algumas supostas curas entre os doentes nos hospitais onde exerce seu ministério, bem como nas prisões. Sempre entre os últimos e excluídos, logo ele pede para fazer parte da Companhia dos Brancos, que em Nápoles serve os prisioneiros no corredor da morte e condenados no hospício dos Incuráveis. Estamos em 1588. Nasce um novo carisma Um dia, ele recebeu uma carta de um nobre genovês, Don Agostino Adorno, e do abade de Santa Maria Maior, em Nápoles, Fabrizio Caracciolo. Na realidade, é dirigida a um religioso de mesmo nome que faz parte de sua própria congregação, mas é entregue a ele, que a acolhe como sinal da Providência. Será graças a esse equívoco que Ascânio, juntamente com os dois personagens mencionados, se encontra com os camaldulenses e escreve a constituição de um novo instituto do qual é cofundador. É ele quem propõe acrescentar aos três votos de pobreza, castidade e obediência, um quarto voto que nos obriga a rejeitar qualquer ofício eclesiástico. Quando o novo instituto é reconhecido, Ascânio muda seu nome para Francesco. Obrigado a ser autoridade Em 1589, Francesco foi para a Espanha com Adorno, que queria expandir o novo instituto lá. A viagem, no entanto, não dá certo: depois de um ano, eles voltam para casa, Francesco fica doente, Adorno morre. Em 1591, Francisco foi eleito presbítero geral perpétuo, cargo que teve de aceitar para cumprir o voto de obediência, mas não mudou o seu modo de viver a penitência, o jejum ou mesmo o hábito de realizar os trabalhos mais humildes. Ele retorna à Espanha três anos depois, mas, em Madri, o rei Filipe II o ameaça de fechar o Hospital dos Italianos, onde cuida dos doentes e dá assistência a eles. Só em 1601 eleito mestre de noviços, poderá fundar uma casa em Valladolid, demonstrando grande capacidade de discernimento entre os jovens, prevendo a uns a vocação para a vida religiosa, a outros até a apostasia. Em 1607, foi finalmente dispensado de qualquer cargo e dedicou-se apenas à oração. Características do santo "Caçador de almas", "pai dos pobres", mas também "homem de bronze": esses são os três apelidos com que Francisco era conhecido, que refletem perfeitamente as três faces de seu ministério. Não deixa de visitar os doentes e de assistir aos moribundos: no hospital, dedica-se com vigor aos trabalhos mais humildes, como arrumar as camas, limpar os quartos, remendar as roupas dos doentes. Ele também está sempre pronto para arrecadar esmolas para prover a educação das meninas, ele traz tudo o que tem para os pobres, literalmente tirando o pão da boca, muitas vezes, jejuando e dando as roupas que todos os irmãos descartam. Além disso, é incansável na escuta das confissões, no ensino do catecismo às crianças, na organização das obras de caridade e na pregação das verdades eternas aos fiéis. Devoção e penitência Se quer o melhor para os outros, não quer nada para si: Francisco escolhe sempre os quartos mais pequenos, dorme e come muito pouco, além disso, faz obras de penitência, mesmo vestindo pano de saco nas festas e nas longas viagens a pé. Mas, sobretudo, promove o culto da Eucaristia, estabelecendo que os alunos da Ordem se revezam na Adoração ao Santíssimo Sacramento. Ele não se cansa de exortar também outros sacerdotes a essa prática, expondo o Santíssimo Sacramento em todos os primeiros domingos do meses. Morte Durante a Peregrinação à Santa Casa de Loreto, acabou falecendo em 4 de junho de 1608, depois de invocar os Santos Miguel, José e Francisco de Assis. Foi canonizado por Pio VII em 1807. Suas palavras ainda ressoam atualmente, assim como seu pensamento: “Sangue precioso do meu Jesus, vós sois meu! Convosco e por meio de vós espero salvar-me. Meus sacerdotes, esforcem-se para celebrar a Missa, todos os dias, e inebriar-se com este Sangue!". A minha oração "Ó grande propagador da Eucaristia, ensina-nos a viver como adoradores, para que, assim, cresça o nosso amor a Jesus e aos mais necessitados. Intercedei pelos sacerdotes na busca da santidade e da dedicação aos sacramentos, por Cristo nosso Senhor. Amém!" São Francisco Caracciolo, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 4 de junho: A paixão de São Quirino, em Savária, na Panónia, hoje Szombathly, na Hungria, bispo de Siszeck, na Ilíria, e mártir. († 309) São Metrófanes, em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, bispo de Bizâncio. († 325) Santo Optato, bispo, em Milevi, atualmente na Argélia. († s. IV) São Petroco de Gales, abade, na Cornualha, região da atual Grã-Bretanha. († s. VI) São Gualter, abade, em Servigliano, hoje nas Marcas, região da Itália, († s. VIII) Os santos Nicolau e Trano, eremitas, na ilha da Sardenha, região da Itália. († a. s. XII) Beato Pacífico Ramáti, presbítero da Ordem dos Menores, em Sássari, também na Sardenha. († 1482) São Filipe Smaldone, presbítero e fundador da Congregação das Irmãs Salesianas dos Sagrados Corações, em Lecce, na Apúlia, também região da Itália. († 1923) Perto de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, os beatos António Zawistowski, presbítero, e Estanislau Starowieyski, mártires. († 1942) Beato Francisco Pianzola, em Mortara, na Lombardia, região da Itália, o presbítero da diocese de Vigévano, fundador da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Rainha da Paz. († 1943) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007] - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Catarina Xavier - Comunidade Canção Nova  

São Carlos Lwanga e companheiros mártires!

Padroeiro da Juventude Africana Atraído pelos Missionários da África, chamados de "Padres brancos", fundados pelo Cardeal Lavigerie, São Carlos Lwanga, que pertencia ao clã Ngabi, foi alcançado pela força do Evangelho em 1885. Ele se tornou o chefe dos jovens pajens que serviam a corte do rei Mwanga em Uganda, na África, que há pouco haviam se convertido, sendo ele um exemplo e um incentivador desses fiéis seguidores da fé católica, recebendo, em 1934, pelo Papa Pio IX, o título de Padroeiro da Juventude Africana. Evangelização na África Devido às diferenças culturais e aos sofrimentos decorrentes da colonização, a evangelização na África foi um processo doloroso. Os missionários tinham que ser homens verdadeiramente de Deus, de caridade, para que não fossem confundidos com os colonizadores. Pouco tempo depois da entrada dos padres que foram causa da conversão de Carlos e seus companheiros, o rei se revoltou e decretou pena de morte para os que rezassem. "Exemplo de morte" Um pajem de dezessete anos, chamado Dionísio, foi visto ensinando religião. Assim, de próprio punho, o rei atravessou seu peito com uma lança, deixou-o agonizando por toda a noite, e só permitiu sua decapitação na manhã seguinte. Usou este exemplo para avisar que mandaria matar todos os que rezavam. São Carlos Lwanga e companheiros mártires Diante de toda essa situação, Carlos, depois de muito se preparar junto com seus companheiros, batizando os que ainda não haviam sido batizados, apresentou-se diante do rei com o firme propósito de não negar a fé, seguido de outros quinze, quando, em sua corte, o rei separou os pajens entre os que rezavam e os que não rezavam: “Todos aqueles entre vocês que não têm intenção de rezar podem ficar aqui ao lado do trono; aqueles, porém, que querem rezar reúnam-se contra aquele muro”. “Mas vocês rezam de verdade?”, perguntou o rei. “Sim, meu senhor, nós rezamos realmente”, respondeu em nome de todos, Carlos. “E querem continuar rezando?”   “Sim, meu senhor, até a morte”. “Então, matem-nos”, decidiu bruscamente o rei, dirigindo-se aos algozes. Pureza  Além do ódio à religião, acredita-se que o rei também estava movido pelo ódio a Santa Pureza, já que essa formação de pajens, muitas vezes, eram obrigados a satisfazer os desejos impuros do rei. Prisão e Martírio Para aumentar o sofrimento dos condenados, foram transferidos para uma prisão em Namugongo, sofrendo ultrajes e violência durante todo o caminho pelos soldados do rei. Em 3 de junho de 1886, na expectativa de evitar mais conversões, o rei decretou a mortes de Carlos, que foi queimado vivo diante de todos. Dirigindo suas últimas palavras a um dos jovens que viriam a morrer com ele: “Pegarei na tua mão. Se tivermos que morrer por Jesus, morreremos juntos, de mãos dadas". Fé fecunda A tentativa foi frustrada: seguindo o irmão na fé, nenhum deles - jovens de até vinte anos - renegou, até que, em 1887, o último deles morreu afogado, como parte dos corajosos mártires de Uganda, na África. Todos rezaram até o fim. E um deles dizia ao morrer: “Uma fonte, que tem muitas fontes, jamais secará. Quando nós não existirmos mais, outros virão depois de nós". Beatificação e Canonização São Carlos Lwanga e os 22 mártires de Uganda foram beatificados, em 1920, por Bento XV. E, 30 anos depois de declarado Padroeiro da Juventude Africana, o Papa Paulo VI, em 1964, canonizou esse grupo de mártires. A minha oração Meu Jesus, ensina-me a testemunhar a fé como o fizeram estes servos fiéis Teus. Que, enquanto eu viver, o Senhor me conceda a graça da oração constante, da perseverança nos Teus ensinamentos e do amor à Tua Santa Pureza. Que eu possa ser parte dessa fonte que nunca deixa de jorrar a Tua água que é fonte de libertação e salvação. Conceda-me, Jesus, pela intercessão de São Carlos e de todos os seus jovens companheiros, uma fé muito além do meu entendimento e um coração abandonado à Tua vontade. Assim seja! São Carlos Lwanga e companheiros, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 03 de junho: São Cecílio, na atual Tunísia, presbítero, que conduziu São Cipriano à fé de Cristo. († s. VI) Santo Hilário, em Carcassonne, actualmente na França, atualmente na França, que é considerado o primeiro bispo desta cidade, no tempo em que os Godos difundiam nesta região a heresia ariana.(† s. VI) Santa Clotilde, rainha, na atual França, cujas orações induziram o seu esposo Clodoveu, rei dos Francos, a abraçar a fé de Cristo; depois da morte do seu esposo, recolheu-se na basílica de São Martinho, para não mais ser considerada como rainha, mas serva de Deus. († 545) São Lifardo, presbítero, também na atual França, que levou vida eremítica. († s. VI) Santa Oliva, virgem, Em Anágni, na Campânia, região da Itália. († s. VI/VII) São Coengeno ou Quevino, na Irlanda, abade, que fundou um mosteiro, no qual, segundo a tradição, foi pai e diretor de muitos monges. († 622) São Gens, bispo de Clermont, na atual França, cujo corpo foi sepultado em Manglieu, na igreja do mosteiro por ele construído com o hospício anexo. († c. 650) Santo Isaac, mártir, em Córdova, região da Espanha que, sendo monge, desceu do mosteiro de Tábanos à praça pública para discutir com sobre a verdadeira religião e foi por isso condenado à morte. († 851) São Davino, hoje na Toscana, região da Itália, que, de origem armena, vendeu todos os bens e se fez peregrino por Cristo, até que, depois de visitar a Terra Santa e a basílica dos Apóstolos, morreu atingido pela enfermidade. († 1051) São Morando, na atual Suiça, monge, natural da Renânia, que, ordenado presbítero, fez a peregrinação a Compostela e, ao regressar, se tornou monge de Cluny, fundando depois o mosteiro onde concluiu a sua intensa vida. († 1115) Mais santos Beato André Caccióli, na Umbria, região da Itália, o primeiro presbítero agregado aos Frades Menores, que recebeu o hábito da Ordem das mãos de São Francisco e assistiu à sua morte.(† 1254) São Cono, na região da Itália, monge, que na sua irrepreensível observância monástica e inocência de vida, pela graça de Deus, em breve tempo chegou ao grau mais sublime das virtudes. († s. XIII) Beato Francisco Ingleby, na Inglaterra, presbítero e mártir, que, depois de ter estudado no Colégio dos Ingleses em Reims, por exercer o sacerdócio na sua pátria, foi conduzido, no reinado de Isabel I, ao suplício do patíbulo. († 1580) São João Grande, na região da Espanha, religioso da Ordem de São João de Deus, que resplandeceu pela sua grande caridade para com os presos, os abandonados e os marginados e morreu contagiado pela peste dos doentes que tratava. († 1600) Beato Carlos Renato Collas de Bignon, na França, presbítero da Sociedade de São Sulpício e mártir, que era Reitor do Seminário Menor de Bourges, quando, durante a Revolução Francesa, por causa do sacerdócio, foi encarcerado numa galera e morreu coberto de chagas infecciosas. († 1794) São Pedro Dong, no Vietnã, mártir, pai de família, que preferiu sofrer atrozes tormentos a pisar a cruz e, porque quis gravar na sua face as palavras “verdadeira religião” em vez de “falsa religião”, foi degolado no tempo do imperador Tu Duc. († 1862) Beato José Oddi (Diogo), próximo à Roma, religioso da Ordem dos Frades Menores, insigne pela sua intensa oração e simplicidade de vida. († 1919) O falecimento de São João XXIII, Papa, cuja memória se celebra no dia 11 de outubro. Fontes: Martirológio Romano Arquisp Vaticannews Padrepauloricardo.org Paulus – Pesquisa e redação: Catarina Xavier – Comunidade Canção Nova

São Marcelino e São Pedro, mártires escondidos

Contexto A vida e o martírio dos santos de hoje ocorreu no contexto da grande perseguição contra a Igreja de Cristo, no século IV, por parte do Imperador Diocleciano. Foram mártires por causa do amor a Jesus. Sacerdotes São Marcelino era um padre muito estimado pelo clero de Roma, e São Pedro era um padre exorcista. Conhecidos pela comunidade, rapidamente foram denunciados por serem cristãos e estarem atuando para a conversão de muitos. Prisão Foram presos, e, na cadeia, souberam que o responsável daquela prisão — Artêmio — estava deprimido, e quiseram saber o porquê. A filha dele estava sendo oprimida pelo maligno. Eles, então, anunciaram Jesus àquele pai, e disseram do poder do Senhor para libertá-la. Conseguiram liberação, foram até a casa desta família, anunciaram Jesus e oraram pela libertação daquela criança, explicando que a cura viria pela conversão sincera da família. Por graça, toda a família se converteu, aceitando o santo batismo. Este pai de família, juntamente com a esposa e filha, após evangelizarem publicamente, também foram martirizados. Julgamento e martírio silencioso Diante das tantas obras realizadas, e após conseguirem a conversão do próprio carcereiro e de sua família, as autoridades não mais esperaram e os condenaram à decapitação. No entanto, para evitar qualquer movimentação da população, tudo foi feito de forma isolada. Não queriam que soubessem onde os seus corpos seriam deixados. Quando tudo isso aconteceu, o futuro Papa Dâmaso I era um adolescente e testemunhou esses fatos, os quais ele narra um tempo depois: “Marcelo e Pedro foram torturados, levados para um bosque, conhecido como Selva Negra, onde foram obrigados a uma última e cruel humilhação — escavar suas próprias covas — e, por fim, decapitados”. Os santos foram decapitados no ano de 304. Lucila e a devoção na Igreja Depois de muito tempo que seus corpos ficaram escondidos, uma mulher chamada Lucila os encontrou e, no desejo de dar-lhes uma digna sepultura, transladou os seus restos mortais. A devoção a esses santos se espalhou por toda a Igreja Católica até os dias hoje. Inclusive, Constantino edificou uma igreja naquele lugar para homenageá-los, e o Papa Virgílio também introduziu os nomes dos santos Marcelino e Pedro no próprio cânon da Missa. A minha oração "Senhor Deus, peço a Ti que nos conceda uma evangelização centrada no amor de Deus, de tal forma que muitas famílias se convertam e se tornem sinais visíveis deste amor que santifica e salva. Peço-Te a sensibilidade de perceber as necessidades daqueles que o Senhor colocar ao meu redor e a força para não ter medo das exigências de ser um discípulo Teu. Amém!" São Marcelino e São Pedro, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 02 de junho: Os santos mártires Potino, bispo, e Blandina, com quarenta e seis companheiros, em Lião, na Gália, atualmente na França, cujos valorosos e repetidos combates, durante a perseguição do imperador Marco Aurélio, foram referidos na carta que a Igreja de Lião enviou à Igreja da Ásia e da Frígia. Entre eles, Potino, bispo nonagenário, expirou pouco tempo depois de ser encarcerado; dos outros cristãos condenados, uns morreram também no cárcere, outros foram reunidos no meio da arena para espetáculo de milhares de pessoas; os que tinham sido identificados como cidadãos romanos pereceram decapitados e os restantes expostos às feras. Finalmente, Blandina, suportando prolongados e cruéis tormentos, foi degolada, seguindo os passos daqueles a quem antes exortava a alcançar a palma do martírio. († 177) Santo Erasmo, bispo e mártir, na região da Itália. († c. 303) Santo Eugénio I, Papa, em Roma, que sucedeu a São Martinho, mártir. († 657) São Nicéforo, bispo de Constantinopla, na Turquia, defensor das tradições paternas, que se opôs tenazmente ao imperador iconoclasta Leão o Arménio, em favor do culto das imagens sagradas; expulso da sede episcopal, foi afastado por longo tempo para um mosteiro, de onde partiu serenamente ao encontro do Senhor. († 629) São Guido, bispo, na região da Itália. († 1070) São Nicolau, peregrino, também região da Itália, natural da Grécia, que percorria esta região levando na mão uma cruz e repetindo sem cessar: «Kyrie eléison». († 1094) Os beatos mártires Sadoc, presbítero, e quarenta e oito companheiros, na Polónia, da Ordem dos Pregadores, que, segundo a tradição, foram mortos pelos Tártaros, enquanto cantavam a «Salve, Regina», saudando na sua hora da morte a Mãe da Vida. († 1250) São Domingos Ninh, mártir, no Vietnam, jovem agricultor, que, recusando pisar a cruz do Salvador, foi decapitado no tempo do imperador Tu Duc. († 1862) Fontes: Martirológio Romano Livro “Santos de cada dia II” – Maio – Agosto (4ª ed.) – José Leite, S.J. (Org.) Arquisp Vaticannews Franciscanos.org – Pesquisa e redação: Catarina Xavier – Comunidade Canção Nova

São Justino: "um homem de bem não abandona a fé"

Origens e paganismo Nasceu na Palestina, na cidade de Siquém, em uma família que não conheceu Jesus. Justino nasceu nas trevas do paganismo. Ele buscou a verdade com aquilo que tinha. Cursou as escolas filosóficas de sua terra e dedicou-se ao estudo do pensamento de Platão. Para aprofundar-se cada vez mais no sistema do grande sábio grego, retirou-se para um ermo. Conversa sobre filosofia e desejo da verdade Essa sede pela verdade pôs em sua vida um ancião que se aproximou para falar sobre a filosofia, apresentando-lhe o 'algo mais' que faltava. Falou dos profetas, da fé, da verdade, do mistério de Deus e apresentou-lhe Jesus Cristo. Ele lhe disse: "Eleva tua alma em profunda oração ao céu, para que se abram as portas do Santuário da verdade e da vida. As coisas que te falei são incompreensíveis, a não ser que Jesus Cristo, filho de Deus, nos dê delas compreensão". Defesa dos cristãos No ano de 130, foi batizado na cidade de Éfeso, substituindo a filosofia de Platão pela verdade de Cristo. Justino foi um defensor e propagador da fé entre os pagãos. Certa vez, ele teve a oportunidade de admirar a virtude e a constância dos cristãos durante uma guerra. Na época em que eram vistos de maneira errônea e negativa, ele se levantou para defendê-los, dizendo: "Os cristãos vivem na carne, mas não segundo a carne; perseguidos pelo mundo, amam a todos; neles são conhecidos os vícios, que nos outros se descobrem; nos cristãos é perseguida a inocência, que não é reconhecida; são martirizados até a morte, e a morte lhes dá a vida; pobres que são, enriquecem a muitos outros; falta-lhes tudo, e possuem tudo em abundância; são tratados com desprezo, e nisto se sentem honrados." Padre da Igreja Depois dos Padres Apostólicos - que teriam conhecido os apóstolos ou que teriam tido contato com testemunhas diretas de seus ensinamentos -, São Justino é o primeiro padre da Igreja cujas obras têm grande valor e apresentam a doutrina e sua pureza, e conservam fontes puras da tradição apostólica. Coerência de vida  Justino se tornou um grande filósofo cristão, um homem que buscou corresponder, diariamente, à sua fé. Estava em Roma quando passou a travar discussões filosóficas, encaminhando-as para a visão do Evangelho. Evangelizava entre os letrados de maneira muito culta. Era um missionário filósofo, que, além de falar, escrevia. A Sagrada Tradição foi muito testemunhada nos escritos deste santo. Julgamento e martírio Por inveja e por não aceitar a verdade, São Justino foi denunciado e julgado injustamente. No tribunal, ao ser questionado se entraria no céu, ele respondeu: "Não só o creio - que entrarei no céu - sei-o e disto tenho tanta certeza, que não me cabe a menor dúvida". E à ameaça de ser flagelado, disse: "Um homem de bem não abandona a fé para abraçar o erro e a impiedade. Maior desejo não tenho senão de padecer por aquele que entregou a vida por mim. Os sofrimentos enchem a nossa alma de confiança na terrível justiça divina de Nosso Senhor Jesus Cristo, perante o qual, por ordem de Deus, todo o mundo deverá comparecer. Faz o que tencionas a fazer; inútil é insistir conosco para que prestemos homenagens aos deuses". Assim, após estas palavras, seguiu-se a sua flagelação e decapitação no ano de 167. A minha oração Meu Senhor Jesus Cristo, o encontro que tivestes com Justino deu-lhe forças para que se deixasse conduzir pela verdade em toda a sua vida. Por isso, eu Te peço a mesma graça: venha ao meu coração e faça com que ele escute a Tua voz e por ela sempre siga. Ensina-me a ser uma defensora da minha fé, acima de tudo, através de uma vivência coerente com o Teu Evangelho, à semelhança de São Justino. E mais que tudo eu Te peço: jamais me deixes negar a Ti por medo de perder a minha vida. Eu sei, Senhor, verdadeira vida é só em Ti! Assim seja! São Justino, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 1º de junho: Os santos Caritão e Carito, Evelpisto e Jeraces, Peão e Liberiano, mártires, em Roma, que foram discípulos de São Justino e, juntamente com ele, receberam a coroa de glória. († c. 165) Os santos mártires Amon, Zenão, Ptolomeu, Ingenes, soldados, e o ancião Teófilo, em Alexandria, no Egito, que, presentes no tribunal, com o rosto, os olhos e os gestos procuravam encorajar um cristão intimidado pelos suplícios a que era submetido e estava prestes a renegar da fé; tendo-se levantado contra eles um clamor de todo o povo, irromperam para o meio do tribunal e afirmaram que eram cristãos; assim, pela sua vitória, triunfou gloriosamente Cristo, que dera aos seus fiéis tão firme constância de ânimo.(† 249) Os santos mártires Isquirião, comandante do exército, e outros cinco soldados, que, também no Egito, deram a vida pela fé em Cristo com diversos gêneros de martírio. († c. 250) São Próculo, mártir, na região da Itália, que pela verdade cristã foi trespassado com grossos cravos de traves. († c. 300) São Fortunato, presbítero, também na região da Itália, que, segundo a tradição, sendo ele mesmo pobre, com assíduo trabalho acudiu às necessidades dos pobres e deu a vida pelos irmãos. († s. IV/V) São Caprásio, eremita, atualmente na França, que juntamente com Santo Honorato se retirou neste lugar e aí deu início à vida monástica. († 430) São Floro, na França, cujo nome foi dado ao mosteiro construído sobre o seu túmulo, bem como à cidade e à sede episcopal. († data inc.) São Ronano, bispo, também na hodierna França, que chegou por mar da Irlanda e nas florestas levou vida eremítica. († s. VII/VIII) São Vistano, mártir, na Inglaterra, que, sendo membro da família real da Mésia, porque se opôs ao matrimónio incestuoso de sua mãe regente, foi morto com a espada do tirano. († 849) São Simeão, na Alemanha, que levou vida eremítica junto a Belém e no Monte Sinai e, depois de longas peregrinações, viveu até a morte recluso na torre da Porta Negra desta cidade. († 1035) Santo Ínhigo, região da Espanha, abade, homem pacífico, cuja morte choraram os próprios Judeus e Mouros. († c.1060) Beato Teobaldo, na região da Itália, que, movido pelo amor da pobreza, deu toda a sua fortuna a uma viúva e por humildade tomou o ofício de carregador, para levar sobre si o fardo dos outros. († 1150) Beato João Pellingotto, da Ordem Terceira de São Francisco, hoje na região da Itália, que, retirando-se numa cela, só de lá saía para ajudar os pobres e os enfermos. († 1304) Beato João Storey, em Londres, mártir, jurista, que permaneceu fidelíssimo ao Romano Pontífice. Depois de passar pelos cárceres e pelo exílio, foi condenado à morte e, sofrendo o suplício da forca no patíbulo de Tyburn, emigrou para a felicidade eterna. († 1571) Beatos mártires Afonso Navarrete, da Ordem dos Pregadores, Fernando de São José de Ayala, da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, presbíteros, e Leão Tanaka, religioso da Companhia de Jesus, no Japão que, por edito do comandante supremo Hidetada, foram degolados ao mesmo tempo em ódio à fé cristã. († 1617) Beato João Baptista Vernoy de Montjournal, na França, presbítero e mártir, que, durante a Revolução Francesa, por causa da sua condição de sacerdote foi condenado ao cárcere na galera e aí morreu consumido pela enfermidade. († 1794) São José Tuc, no atual Vietnã, mártir, jovem agricultor, que, por ter recusado calcar a cruz, foi várias vezes detido no cárcere e torturado e finalmente degolado. († 1862) Beato João Baptista Scalabríni, na Itália, bispo, que teve uma atividade multiforme nesta Igreja e se distinguiu pela solicitude para com os sacerdotes, os agricultores e os operários, mas prestou especial atenção aos emigrantes nas cidades da América, para os quais fundou as Pias Sociedades do Sagrado Coração. († 1905) Santo Aníbal Maria Di Frância, também na Itália, presbítero, que fundou as Congregações dos Rogacionistas do Coração de Jesus e das Filhas do Zelo Divino, com a finalidade de pedir ao Senhor para que enriquecesse a sua Igreja com santos sacerdotes, e se dedicou com grande zelo aos órfãos, abrindo aos pobres as mãos da misericórdia de Deus. († 1927) Fontes: Martirológio Romano Livro “Santos de cada dia II” – Maio – Agosto (4ª ed.) – José Leite, S.J. (Org.) Arquisp Vaticannews Franciscanos.org – Pesquisa e redação: Catarina Xavier – Comunidade Canção Nova