Santos

Santos Inocentes, padroeiros das crianças abandonadas

Origens  A festa de hoje, instituída pelo Papa São Pio V, ajuda-nos a viver com profundidade este tempo da Oitava do Natal. Esta festa encontra o seu fundamento nas Sagradas Escrituras.  Os Magos Quando os Magos chegaram a Belém, guiados por uma estrela misteriosa, encontraram o Menino com Maria e, prostrando-se, adoraram-No. Abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes — ouro, incenso e mirra. E, tendo recebido aviso em sonhos para não retornarem a Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra.  O Anjo no sonho de José Tendo eles partido, eis que um Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: 'Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar'. E ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito.  Santos Inocentes: Vítimas de um tirano rei A Ira de Herodes E lá esteve até a morte de Herodes, cumprindo-se, deste modo, o que tinha sido dito pelo Senhor, por meio do profeta, que disse: 'Do Egito chamarei o meu filho'. Então, Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos Magos, irou-se em extremo e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e arredores, de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos Magos. Então, cumpriu-se o que estava predito pelo profeta Jeremias: 'Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem'" (Mt 2,11-20)  A Morte de Inocentes Quanto ao número de assassinados, os Gregos e o jesuíta Salmerón (1612) diziam ter sido 14.000; os Sírios 64.000; o martirológio de Haguenau (Baixo Reno) 144.000. Calcula-se, hoje, que terão sido cerca de vinte ao todo. Foram muitas as Igrejas que pretenderam possuir relíquias deles. A Celebração dos Santos Inocentes A Festa Na Idade Média, nos bispados que possuíam escola de meninos de coro, a festa dos Santos Inocentes ficou sendo a destes. Começava às vésperas de 27 de dezembro e acabava no dia seguinte. Tendo escolhido entre si um "bispo", estes cantorezinhos apoderaram-se das estolas dos cônegos e cantavam em vez deles. A este bispo improvisado competia presidir aos ofícios, entoar o Inviatório e o Te Deum e desempenhar outras funções que a liturgia reserva aos prelados maiores. Só lhes era retirado o báculo pastoral ao entoar-se o versículo do Magnificat: Derrubou os poderosos do trono, no fim das segundas vésperas.  Extravagante Cerimônia Depois, o "derrubado" oferecia um banquete aos colegas, a expensas do cabido, e voltava com eles para os seus bancos. Esta extravagante cerimônia também esteve em uso em Portugal, principalmente nas comunidades religiosas. Um convite para reflexão A festa de hoje também é um convite a refletirmos sobre a situação atual desses milhões de "pequenos inocentes": crianças vítimas do descaso, do aborto, da fome e da violência. Rezemos, neste dia, por elas e pelas nossas autoridades, para que se empenhem, cada vez mais, no cuidado e no amor às nossas crianças, pois delas é o Reino dos Céus. Por esses pequeninos, sobretudo, é que nós cristãos aspiramos a um mundo mais justo e solidário. Minha oração “Pela injustiça humana, tantas almas tornaram-se mártires dando a vida em lugar do Cristo, as almas pedimos a intercessão e a gratidão por tão grande entrega. Olhai para nós, nossas fragilidades, nossas necessidades e cuidai da nossa salvação. Amém.” Santos Inocentes, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 28 de dezembro  Em Alexandria, no Egipto, São Teonas, bispo, que foi mestre e predecessor de São Pedro mártir. († 300) Comemoração de Santo Antônio, monge, que levou vida solitária e, sendo já ancião, se recolheu no mosteiro de Lérins, na Provença. († c. 520) Em Matélica, nas Marcas, região da Itália, a Beata Matias Nazzaréni, abadessa da Ordem das Clarissas. († c. 1326) Em Lião, na França, o dia natal de São Francisco de Sales, bispo de Genebra, cuja memória se celebra no dia do seu sepultamento em Annecy. († 1622) Em Roma, São Gaspar del Búfalo, presbítero, que lutou denodadamente pela liberdade da Igreja que fundou as Congregações de Missionários e das Irmãs Missionárias. († 1837) Em Nápoles, na Itália, Santa Catarina Volpicélli, virgem, que fundou o Instituto das Escravas do Sagrado Coração. († 1894) Em Kiev, na Ucrânia, o Beato Gregório Khomysyn, bispo de Ivano-Frankivsk e mártir. († 1945) Fonte: Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007] Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São João Evangelista, o Apóstolo que Jesus amava

Origens O nome deste evangelista significa: "Deus é misericordioso": uma profecia que foi se cumprindo na vida do mais jovem dos apóstolos. Filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, ele também era pescador, como Pedro e André; nasceu em Betsaida e ocupou um lugar de primeiro plano entre os apóstolos. O discípulo que Jesus Amava Jesus teve tal predileção por João que esse assinalava-se como "o discípulo que Jesus amava". O apóstolo São João foi quem, na Santa Ceia, reclinou a cabeça sobre o peito do Mestre; e foi também a João, que se encontrava ao pé da Cruz ao lado da Virgem Santíssima, que Jesus disse: "Filho, eis aí a tua mãe"; e olhando para Maria disse: "Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19,26s). A transfiguração do Senhor Quando Jesus se transfigurou, foi São João Evangelista, juntamente com Pedro e Tiago, que estava lá. João é sempre o homem da elevação espiritual, mas não era fantasioso e delicado, tanto que Jesus chamou a ele e a seu irmão Tiago de Boanerges, que significa "filho do trovão". São João Evangelista: pilar da tradição cristã Tradição Cristã João esteve desterrado em Patmos, por ter dado testemunho de Jesus. Deve ter acontecido durante a perseguição de Domiciano (81-96 dC). O sucessor desse, o benigno e já quase ancião Nerva (96-98), concedeu anistia geral; em virtude dela, pôde João voltar a Éfeso (centro de sua atividade apostólica durante muito tempo, conhecida atualmente como Turquia). Lá o coloca a tradição cristã da primeiríssima hora, cujo valor histórico é irrecusável. O Apóstolo que sobreviveu Apocalipse e as três cartas de João testemunham igualmente que o autor vivia na Ásia e lá gozava de extraordinária autoridade. E não era para menos. Em nenhuma outra parte do mundo, nem sequer em Roma, havia já apóstolos que sobrevivessem. E é de imaginar a veneração que tinham os cristãos dos fins do século I, por aquele ancião, que tinha ouvido falar o Senhor Jesus, e O tinha visto com os próprios olhos, e Lhe tinha tocado com as próprias mãos, e O tinha contemplado na sua vida terrena e depois de ressuscitado, e presenciara a sua Ascensão aos céus. Por isso, o valor dos seus ensinamentos e o peso das suas afirmações não podiam deixar de ser excepcionais e mesmo únicos. A primeira geração pós-apostólica Dele dependem (na sua doutrina, na sua espiritualidade e na suave unção cristocêntrica dos escritos) os Santos Padres daquela primeira geração pós-apostólica que com ele trataram pessoalmente ou se formaram na fé cristã com os que tinham vivido com ele, como S. Pápias de Hierápole, S. Policarpo de Esmirna, Santo Inácio de Antioquia e Santo Ireneu de Lião. E são essas precisamente as fontes donde vêm as melhores informações que a Tradição nos transmitiu acerca desta última etapa da vida do apóstolo. São João Evangelista, sofreu com perseguições Perseguições São João Evangelista, já como um ancião, depara-se com uma terrível situação para a Igreja, Esposa de Cristo: perseguições individuais por parte de Nero e perseguições para toda a Igreja por parte de seu sucessor, o Imperador Domiciano.  Heresias Além destas perseguições, ainda havia o cúmulo de heresias que desentranham o movimento religioso gnóstico, nascido e propagado fora e dentro da Igreja, procurando corroer a essência mesma do Cristianismo. Os Escritos Nesta situação, Deus concede ao único sobrevivente dos que conviveram com o Mestre, a missão de ser o pilar básico da sua Igreja naquela hora terrível. E assim o foi, para aquela hora e para as gerações futuras também. Com a sua pregação e os seus escritos, ficava assegurado o porvir glorioso da Igreja, entrevisto por ele nas suas visões de Patmos e cantado em seguida no Apocalipse. Páscoa Completada a sua obra, o santo evangelista morreu quase centenário, sem que nós saibamos a data exata. Foi no fim do primeiro século ou, quando muito, nos princípios do segundo, em tempo de Trajano (98-117 dC). Novo Testamento Três são as obras saídas da sua pena incluídas no cânone do Novo Testamento: o quarto Evangelho, o Apocalipse e as três cartas que têm o seu nome. Minha oração “O amor foi amado por ti, porque tu experimentaste tão grande sentimento de preenchimento e júbilo, vós vos deixastes amar. Ensinai aos corações mais endurecidos essas sabedoria de deixar-se amar por Deus, deixar-se cuidar por ele para que possamos amar aqueles que mais necessitam. Amém.” São João Evangelista, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 27 de dezembro Comemoração de Santa Fabíola, viúva romana, que, segundo o testemunho de São Jerónimo, destinou toda a sua vida de penitência em benefício dos pobres. († 400)  Em Apameia, na Bitínia, na hodierna Turquia, a paixão de São Teodoro, monge da laura de São Sabas, na Palestina, presbítero e mártir, que, em Constantinopla, juntamente com seu irmão São Teófanes. († c. 841) Em Santander, cidade da Cantábria, no litoral da Espanha, o Beato Alfredo Parte Saiz, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes das Escolas Pias e mártir. († 1936) Num barco ancorado ao largo da mesma cidade de Santander, na Espanha, o Beato José Maria Corbin Ferrer, mártir. († 1936) Junto ao rio Danúbio, na Hungria, a Beata Sara Salkaházi, virgem da Congregação das Religiosas da Assistência e mártir. († 1944) No campo de concentração de Hersbruck, na Alemanha, o Beato Odoardo Focheríni, pai de família e mártir.  († 1944) Em Biringi, no Congo-Zaire, o Beato Francisco Spoto, presbítero da Congregação dos Missionários Servos dos Pobres. († 1964) Fonte: Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova  

Santo Estêvão, o Protomártir

Origens Santo Estêvão é chamado de Protomártir, ou seja, ele foi o primeiro mártir de toda a história católica. Cheio do Espírito Santo, Estêvão foi um dos primeiros a seguir os Apóstolos de Jesus. Acredita-se que ele era grego ou judeu, educado na cultura helênica. Estimado entre a Comunidade de Jerusalém, seu nome aparece nos Atos como o primeiro, entre os sete, que foram eleitos para ajudar na missão dos Apóstolos. Ato dos Apóstolos Nos capítulos 6 e 7 dos Atos dos Apóstolos, encontramos um longo relato sobre o martírio de Estêvão, que é um dos sete primeiros Diáconos nomeados e ordenados pelos Apóstolos. O seu martírio ocorreu entre o ano 31 e 36 da era cristã. Eis a descrição, tirada do livro dos Atos dos Apóstolos: "Estêvão, porém, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se então alguns da sinagoga, chamados dos Libertos e dos Cirenenses e dos Alexandrinos, e dos da Cicília e da Ásia e começaram a discutir com Estêvão, e não puderam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. Subornaram então alguns homens que disseram: 'Ouvimo-lo proferir palavras blasfematórias contra Moisés e contra Deus'. E amotinaram o povo e os Anciãos e Escribas e apoderaram-se dele e conduziram-no ao Sinédrio; e apresentaram falsas testemunhas que disseram: 'Este homem não cessa de proferir palavras contra o Lugar Santo e contra a Lei; pois, ouvimo-lo dizer que Jesus, o Nazareno, destruirá este Lugar e mudará os usos que Moisés nos legou'. E todos os que estavam sentados no Sinédrio, tendo fixado os olhares sobre ele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo." São Estevão: suas palavras custaram sua vida  Discurso Num longo discurso, Estêvão evoca a história do povo de Israel, terminando com esta veemente apóstrofe: "Homens de cerviz dura, incircuncisos de coração e de ouvidos, resistis sempre ao Espírito Santo, vós sois como os vossos pais. Qual dos profetas não perseguiram os vossos pais, e mataram os que prediziam a vinda do Justo que vós agora traístes e assassinastes? Vós que recebestes a Lei promulgada pelo ministério dos anjos e não a guardastes'. Ao ouvirem estas palavras, exasperaram-se nos seus corações e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, cheio do Espírito Santo, tendo os olhos fixos no céu, viu a glória de Deus e Jesus que estava à direita de Deus e disse: 'Vejo os céus abertos e o Filho do homem que está à direita de Deus'. E levantando um grande clamor, fecharam os olhos e, em conjunto, lançaram-se contra ele. E lançaram-no fora da cidade e apedrejaram-no. E as testemunhas depuseram os seus mantos aos pés de um jovem, chamado Saulo. E apedrejavam Estêvão que invocava Deus e dizia: 'Senhor Jesus, recebe o meu espírito'. Depois, tendo posto os joelhos em terra, gritou em voz alta: 'Senhor, não lhes contes este pecado'. E dizendo isto, adormeceu." Santo Estêvão e São Paulo Páscoa As palavras de Santo Estêvão custaram a sua vida. Gritavam em alta voz e apedrejaram-no. Entre os que aprovaram a sua morte, estava Saulo, que, mais tarde, se tornou São Paulo, Apóstolo dos gentios. Enquanto Estêvão era apedrejado, pedia que Jesus perdoasse seus assassinos.  Igreja de Saint-Étienne O lugar de seu martírio em Jerusalém situa-se, de acordo com a Tradição, um pouco fora da Porta de Damasco, onde surge a igreja de Saint-Étienne. Minha oração “ Vós que exerceste a excelência da diaconia no serviço do Senhor e na entrega total de si, também nos ensine a servir o Senhor de todo o coração, como aos nossos irmãos com a alegria e santidade. Dai-nos o dom de servir e amar como vós o fizestes pois somos um dom para o outro. Amém.” Santo Estêvão, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 26 de dezembro Em Roma, no cemitério de Calisto, junto à Via Ápia, São Dionísio, papa. († 268) Comemoração de São Zenão, bispo de Maiuma, na Palestina. († d. 400) Em Roma, na Via Tiburtina, junto de São Lourenço, o sepultamento de São Zósimo, papa. († 418) Em Sardes, na Lídia, na hodierna Turquia, Santo Eutímio, bispo e mártir. († 824) Em Madrid, na Espanha, Santa Vicenta Maria López Vicuña, virgem, que fundou e difundiu o Instituto das Filhas de Maria Imaculada. († 1890) Em Barcelona, também na Espanha, o Beato Lamberto Carlos (Jaime Mases Boncompte), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936) Em Song-Khon, localidade da Tailândia, as beatas mártires Inês Fila e Luzia Khambang, virgens das Irmãs Amantes da Cruz, e também Águeda Futa, Cecília Butsi, Bibiana Hampai e Maria Phon. († 1940) Em Dragali, localidade do Montenegro, o Beato Segundo Pollo, presbítero de Vercelas. († 1941) Fonte: Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

O Menino Jesus nasceu. Viva o Natal do Senhor!

Etimologia do termo Natal O nome "Natal" está repleto de sugestões reais e fantásticas, de fé e devoção, tanto artísticas quanto filosóficas e teológicas. Nome simples e complexo, comum e erudito, divino e humano e, ao mesmo tempo, é um nome cheio de mistérios. Sua etimologia remonta ao adjetivo latino natalis, com o significado de natal, no sentido de "algo relativo ao nascimento", que, por sua vez, deriva do particípio perfeito natus, do verbo nasci "nascer". A data do natal O culto oriental ao Sol foi perpetrado na época romana, desaguando no culto ao deus Mithras. Também é representado como uma criança que mata um touro sagrado, daí o termo tauroctonia, ou seja, o culto reservado a Mithras. A origem histórica do Natal não é totalmente certa e segura. Existem muitas e variadas hipóteses para explicá-lo. Talvez, a data de 25 de dezembro, como dia de celebração do nascimento de Cristo, tenha sido fixada para substituir uma festa pagã dedicada ao nascimento do Sol (Mithras). O Dies Natalis Solis Invicti, que o imperador Aureliano havia oficializado em 274, precisamente em 25 de dezembro.  A antiga festa popular As comemorações do nascimento do Sol, consistindo no acendimento de grandes fogueiras em sinal de festividade. Em torno das fogueiras, o povo se reunia para festejar comendo e bebendo, como em todas as festas populares. Neste período, celebravam-se também as Saturnálias, (de 17 a 23 de Dezembro), em honra de Saturno, deus da agricultura, durante as quais ocorriam trocas de presentes e banquetes sumptuosos, em que participavam também os escravos como cidadãos livres, que também receberam presentes de seus mestres.  Natal: da festa popular a Solenidade Cristã A data do Natal Cristão A instituição do Natal cristão convergia para o culto solsticial. Os dois cultos, o da novidade cristã e o popular e camponês do mundo pagão se entrelaçaram às autoridades eclesiásticas, e, para evitar abusos e mal-entendidos, decidiram celebrar e proclamar 25 de dezembro apenas a Natividade de Cristo. Com alguma probabilidade, este é um exemplo bastante significativo de como a política do cristianismo primitivo absorveu e transformou uma tradição pagã com um novo conteúdo. Claro que essa substituição não foi isenta de consequências, pois as tradições custam a morrer. No Natal de 460, o Papa Leão I ainda recorda a presença do culto do Sol na cidade de Roma.  O Nascimento do Menino Jesus As primeiras referências, portanto, à festividade do Natal cristão datam da primeira metade do século IV, quando a primeira menção histórica à celebração da Natividade de Cristo se encontra no ano 336, conforme especifica o Chronographes, o mais antigo Calendário cristão que chegou até hoje, escrito em 354 pelo calígrafo do Papa Dâmaso, o estudioso romano Furius Dionysius Philocalus. Certamente, algumas referências escriturísticas devem ter influenciado a escolha do dia 25 de dezembro, como, por exemplo, o texto do profeta Malaquias, que chama o Cristo, que nasceria daquela que deve dar à luz em Belém, com o nome do "Sol da Justiça" (3, 20). Assim, temos a identificação da data de 25 de dezembro como o dia do nascimento do Menino Jesus. Os Fundamentos Bíblicos da Celebração Revelação para São Paulo O autêntico significado do Natal cristão tem seu fundamento no grande desígnio de Deus, revelado por Paulo em dois importantes textos.  O Primeiro Texto A Primeira: “Bendito seja Deus, o Pai do Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos céus em Cristo. Nele [Cristo] nos escolheu antes da criação do mundo, para sermos santos e imaculados diante dele na caridade, nos predestinando  para sermos seus filhos adotivos [do Pai] por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade. E isto para louvor e glória de sua graça, que ele nos deu em seu Filho amado" (Ef 1:3-6).  O Segundo Texto E a outra: “Ele [Cristo] é a imagem do Deus invisível, gerado antes de toda criatura, porque, por meio dele, foram criadas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados e Poderes. Todas as coisas foram criadas por meio dele e para ele. Ele é o primeiro de todas as coisas e todas existem nele” (Cl 1,15-18).  Uma reflexão Os dois textos têm algumas características em comum: o desígnio de Deus, riqueza de títulos e universalidade das afirmações. A intenção de Paulo é conhecer o desígnio secreto de Deus ad extra, baseado no "bom prazer da vontade do Pai". Está tudo centrado na predestinação de Cristo, da qual depende também a predestinação do homem, com a diferença de que a de Cristo é absoluta e a do homem condicionado.  O Mediador entre Deus e os homens Sempre atual O discurso de Paulo está no presente porque a predestinação de Cristo, da qual provém todos os benefícios para o homem, é sempre atual. Por isso, celebra-se Cristo como o único Mediador entre Deus e os homens e entre os homens e Deus, ou como diríamos com o latim medieval omnia a Deo per Christum et omnia a Deo in Christum. A História da Solenidade mais esperada pelos Cristãos História Litúrgica  Desde o início, os cristãos celebravam o que o Senhor Jesus fez pela salvação da humanidade. Todos os domingos, na "Páscoa semanal" e a festa anual, no domingo após a primeira lua cheia de primavera, a Páscoa.  No início do século IV, o calendário litúrgico começou a mudar, dando mais valor à experiência "histórica"​​ de Jesus. Na Sexta-feira Santa comemorava-se a morte de Jesus e também a Última Ceia.  O Nascimento de Jesus Neste prisma, temos o Natal, o nascimento de Jesus, sobre o qual, em 336, temos o primeiro testemunho, depois do qual, veio a festa do Natal oriental da Epifania, em 6 de janeiro. Esta data era associada à festa civil pagã do "Natal do Sol Invencível" (“Natale Solis Invicti”), que o imperador Aureliano havia introduzido, em 274, em homenagem à divindade siríaca do Sol de Emesa, celebrada, precisamente, no dia 25 de dezembro.  A Solenidade A Solenidade do Natal é a única festa que podia ser celebrada com quatro Missas próprias: véspera, noite, amanhecer e dia. Os textos dessa solenidade são os mesmos para os três Anos Litúrgicos. Trata-se de uma escolha que visa aprofundar e valorizar, quase em câmara lenta, o Acontecimento que mudou o curso da história: Deus se fez homem! Como pensar o Natal hoje?  O sentido do Natal O Natal de Nosso Senhor Jesus recorda-nos que Deus está presente em todas as situações. Pensamos que Ele está ausente ou nas quais achamos que Ele não pode estar. A nossa fé estimula-nos a viver o tempo natalino com maior serenidade e esperança! Deus está aqui, tão presente que, talvez ou com certeza, nos convida a rever nossos costumes; convida-nos a lembrar que, assim como Ele veio para nos salvar, também nós, através d’Ele, só podemos nos salvar se caminharmos juntos, se aprendermos a cuidar uns dos outros. Somos convidados a ser uma “manjedoura”, onde os outros possam se alimentar do pão da amizade, do amor, da misericórdia, da esperança.  Um convite O Senhor oferece-se a nós para que possamos dar seu testemunho com a nossa vida. Como cristãos, somos convidados a assumir a esperança desta humanidade desnorteada e solitária, a sermos sentinelas da nova manhã, para que as trevas deste tempo sejam rompidas pela Luz, que vem do Senhor Jesus. Minha oração “Ó Senhor que vos revelastes tão pequenino e frágil, um Deus escondido na humanidade, porém, não menos poderoso. Concedei a nós a sabedoria para te encontrar nesses mistérios e a certeza da tua presença no meio de nós, todos os dias. Salvai-nos de nossas mazelas e durezas tornando-nos mais humildes e humanos assim como tu o fizeste. Amém.” Um Santo Natal para você e para a sua família! Outros santos e beatos celebrados em 25 de dezembro Em Roma, a comemoração de Santa Anastásia, mártir de Sírmium. († s. III/IV) Em Roma, no cemitério de Aproniano, junto à Via Latina, Santa Eugénia, mártir. († s. III/IV) Em Roma, junto à Via Latina, os santos Jovino e Basileu, mártires. († s. III/IV) No mosteiro de Cluny, na Borgonha, região da França, o Beato Pedro o Venerável, abade. († 1156) Em San Severino, nas Marcas, região da Itália, o Beato Bentivóglio de Bónis, presbítero da Ordem dos Mínimos. († 1232)  Em Unzen, cidade do Japão, o Beato Miguel Nakashima, religioso da Companhia de Jesus e mártir. († 1628) Em Rivarolo, localidade do Piemonte, região da Itália, a Beata Antónia Maria Verna, virgem, fundadora da Congregação das Irmãs da Caridade do Imaculado Coração de Ivrea.  († 1838) Em Roma, a Beata Maria dos Apóstolos , virgem, de origem alemã, que fundou na Itália, o Instituto das Irmãs do Divino Salvador. († 1907) Em Cracóvia, na Polónia, Santo Alberto, religioso, célebre pintor, que  fundou as Congregações dos Irmãos e das Irmãs da Ordem Terceira de São Francisco. († 1916) Em Bári, na Apúlia, região da Itália, a Beata Elias de São Clemente, virgem da Ordem das Carmelitas Descalças. († 1927) Fonte: Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Melody de Paulo  

Santa Paula Cerioli, uma mulher de maternidade alargada

Origens Paula Elisabetta Cerioli, nascida Costanza Cerioli, em 28 de janeiro de 1816, viveu dócil e obediente com sua família em Soncino di Cremona até os onze anos de idade. Então, por quase cinco anos, ela foi enviada para longe de casa para estudar em um internato de Irmãs animadas pela espiritualidade salesiana, localizado em Alzano di Bergamo. Voltando aos seus lugares de origem, ela dócil e livremente se dispôs aos desejos de seus pais.  Casamento e filhos Aos dezenove anos, ela se casou com um homem de cinquenta e oito anos residente em Comonte di Seriate (BG). Juntos, eles deram vida a quatro filhos, três dos quais morreram muito cedo. Um deles, Carlo, viveu até os dezesseis anos, fazendo explodir nela a alegria e a amargura de uma maternidade esmagada. O casamento vivido em meio à solidão e devoção terminou cedo de forma libertadora e problemática. Com efeito, tendo permanecido viúva do marido, aos trinta e nove anos de idade entrou numa profunda crise existencial. Isto levou Santa Paula a procurar mais fundo e para além das perdas sofridas o sentido do que lhe acontecera e do que Deus lhe pedia dela. Busca incessante pela vontade de Deus Um discernimento cansativo e exigente - guiado primeiro por Dom Alessandro Valsecchi e depois também pelo grande Bispo de Bergamo Pietro Luigi Speranza - levou-a a confiar-se ao Senhor com renovado entusiasmo, enquanto sentia o próprio desejo de maternidade mantido vivo intrinsecamente revitalizado nela pelas palavras proféticas de seu filho moribundo, Carlo, que lhe disse:  “Mãe, não chores pela minha morte iminente, porque Deus te dará muitos mais filhos.”- (A. Longoni,  Memorie della vita , em Opera Omnia , vol. VII, Bergamo 2001, p. 84). Santa Paula Cerioli: a entrega total à fé, à esperança e à caridade Entrega total a Fé Dócil à orientação do paciente e iluminado diretor espiritual, ela elabora positivamente as próprias tragédias e se entrega à fé, à esperança e à caridade:  “Peço a Monsenhor que me abençoe que também eu sou sua ovelha, desgarrada sim, mas cheia de boas deseja reparar uma vida fria e indiferente ao serviço de Deus, agora que o Senhor me castigou com a maior das desgraças”-  (PE Cerioli,  Lettere, em «Opera Omnia», vol. III, Bérgamo 2001, p. 40).  A Sagrada Família de Nazaré, sua inspiração Assim, num invulgar ímpeto de caridade, que a impulsionava todos os dias a socorrer os necessitados e enfermos ao seu redor, ao contemplar a misteriosa figura evangélica de Nossa Senhora das Dores e sentir-se guiada pela força protetora de São José, compreende que a revelação contida nas palavras de seu filho Carlo tem uma realização extraordinária no mistério da Sagrada Família de Nazaré, onde Maria e José cooperam de maneira admirável no desígnio salvífico do Pai celeste, tornando-se prolongamento terreno de sua maternidade salvífica e universal e paternidade.  De fato, ela própria deixa-nos este testemunho:  “Estas palavras, em vez de confortarem o meu coração atormentado, apertaram-me fazendo-me interpretá-las no sentido oposto e ignorando como alma inocente havia penetrado nos segredos de Deus.”- (A. Longoni, Memórias da vida , em Opera Omnia, vol. VII, Bérgamo 2001, p. 42). Ponto de Partida: a família Cuidado com as crianças Esta contemplação transforma lentamente a sua ação caritativa e assistencial ao direcioná-la para as crianças mais solitárias e abandonadas e torna-se um projeto a ser realizado com alguns companheiros de apostolado para dar um futuro a quem, sem uma família digna, não tem futuro ( experiência do Gromo). Juntamente com a ajuda, Madre Cerioli percebeu imediatamente o poder educativo da família e da educação para com seus filhos: «É um dever estrito reler com frequência as instruções apropriadas sobre como educar as Filhas de São José, para não errar em um ponto tão importante como o de cuidar correta e sabiamente de sua dupla missão de mestra e mãe, criando e educando aquelas filhas, a cujo bem o instituto está destinado" (PE Cerioli,  Direção do Instituto das Irmãs de Sagrada Família de Bérgamo (1906) , in As Regras, «Opera Omnia», vol. I, Bérgamo 2001, p. 344-345). Casas e Escolas As suas Casas e Escolas nasceram e desenvolveram-se com o intuito de promover o crescimento de toda a sociedade a partir da família. Ao mesmo tempo em que se preocupava com o sucesso escolar, estava muito atenta ao problema da pobreza e da escassez de crianças sem família. Páscoa Em 24 de dezembro de 1865, após uma década de vida intensa e laboriosa, faleceu com menos de cinquenta anos de idade, tendo acabado de iniciar sua instituição feminina e masculina em favor das crianças mais  "abandonadas"  e  "abandonadas"  da sociedade de sua Tempo. Em 16 de maio de 2004, é proclamada Santa por João Paulo II.  Minha oração “Mulher de maternidade alargada, não foste mãe somente de filhos biológicos, mas de todos que precisavam de uma figura materna, cuidai, de modo especial, dos órfãos e desfavorecidos. Animai todos os teus filhos e participantes da tua obra. Amém.” Santa Paula, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 24 de dezembro Comemoração de todos os santos antepassados de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão, filho de Adão, isto é, dos patriarcas que agradaram a Deus. Em Bordéus, na Aquitânia, agora na França, São Delfim, bispo. († a. 404) Em Roma, a comemoração de Santa Tarsila, virgem. († a. 593) Em Tréveris, na Austrásia, atualmente na Alemanha, Santa Irmina, abadessa do cenóbio de Öhren, que construiu um pequeno mosteiro na sua herdade de Echternach, o doou a São Vilibrordo e dotou com os seus bens. († c. 710) Em Cracóvia, na Polônia, o dia natal de São João de Kent ou Câncio, cuja memória se celebra na véspera deste dia. († 1473) Em Bolonha, na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Bartolomeu Maria dal Monte, presbítero, que  fundou a Obra Pia das Missões. († 1778) Em Anaya, no Líbano, o dia natal de São Sarbélio Makhluf, cuja memória se celebra no dia vinte e quatro de Julho. († 1898) Fonte: Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição:  Melody de Paulo

São João Câncio, um homem de grandes virtudes

Origens São João Câncio nasceu em Kety, localidade da Polônia, em 23 de junho de 1390. Estudou na Cracóvia, onde ordenou-se sacerdote e foi por muitos anos professor da Universidade de Cracóvia e, em seguida, pároco de Ilkus.  Ensinava com humildade Na Universidade de Cracóvia, João ensinava a doutrina haurida. Explicava seus sermões ao povo com muito empenho, confirmando o exemplo de sua humildade, castidade e misericórdia para com todos. João discutiu com vários opositores, onde recebeu vários insultos. Com sua humildade, respondia a todos eles com: “Graças a Deus”.  A Virtude da Caridade A piedade com que se ocupava das coisas de Deus somava para João muitos outros atos de humildade. Embora estivesse à frente em ciência, não se vangloriava a ninguém. Empenhado em algo maior do que somente o prestígio, a carreira e os materiais, João repetia frequentemente: “Mais para o alto!”, exprimindo com este lema o seu programa de vida ascética. Sua vida foi distinguida principalmente pela caridade evangélica, como uma marca franciscana.  São João Câncio: um exemplo de piedade e caridade para com o próximo O Assalto Realizava uma peregrinação para Roma quando a diligência em que viajava foi assaltada por bandidos. João foi roubado, mas percebendo que haviam deixado uma moeda em seu bolso, correu atrás dos bandidos para entregá-la. Comovidos com a atitude de João, devolveram todo o dinheiro do assalto.  Páscoa São João Câncio, morreu na Cracóvia, com 83 anos, no ano de 1473. Sua canonização aconteceu em 1767, por Clemente II. Minha oração “Santo padre, modelo das virtudes, fazei crescer em nós as virtudes mais necessárias para a realização da nossa vocação particular. A cada um dê o que lhe cabe. Pedimos oportunidades para que essas virtudes sejam exercidas. Amém.” São João Câncio, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 23 de dezembro Em Gortina, na ilha de Creta, dez santos mártires – Teódulo, Saturnino, Euporo, Gelásio, Euniciano, Zótico, Pôncio, Agatopo, Basílides e Evaristo. († 250) Em Roma, a comemoração de São Sérvulo. († c. 590) Em Chartres, na Gália, na actual França, Santo Ivo, bispo. († 1116) Em Bressanone, no Alto Ádige, região da Itália, o Beato Hartmann, bispo.(† 1164) Na Islândia, São Torlaco, bispo de Skalholt, que se dedicou à reforma dos costumes do clero e do povo. († 1193) Em Cantuária, na Inglaterra, a comemoração de São João Stone, presbítero da Ordem dos Irmãos de Santo Agostinho e mártir. († 1539) Em Valência, na Espanha, o Beato Nicolau Factor, presbítero da Ordem dos Frades Menores. († 1583) Em Montréal, no Canadá, Santa Maria Margarida d’Youville, religiosa, que fundou a Congregação das Irmãs da Caridade. († 1771) Em São Paulo, no Brasil, Santo Antônio de Sant’Ana Galvão de França, presbítero da Ordem dos Frades Menores, que fundou o Recolhimento da Luz. († 1822) Em Tjyen-Tiyou, localidade da Coreia, São José Cho Yun-ho, mártir. († 1866) Na território de Valência, na Espanha, o Beato Paulo Meléndez Gonzalo, mártir.(† 1936) Em Santander, cidade da Espanha, os beatos Henrique Izquierdo Palácios, presbítero da Ordem dos Pregadores e companheiros mártires.(† 1936) Fonte: Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova  

Santa Francisca Xavier Cabríni, a "heroína dos tempos modernos"

Origens Santa Francisca Xavier Cabríni nasceu em Sant'Angelo de Lódi, na Lombardia, Itália, em 15 de julho de 1850. Última dos 13 filhos de Agostinho Cabríni e Estela Oldini, recebeu, no batismo, o nome de Maria Francisca, ao qual mais tarde ajuntou o de Xavier, pelo seu amor e veneração ao apóstolo das Índias. Vocação Aos 11 anos, fez voto de castidade. Seguiu a carreira do magistério com as religiosas Filhas do Sagrado Coração de Jesus, em Arluno, terminando-a aos 18 anos. Sentindo vocação divina, pretendeu entrar para essa Congregação religiosa, mas foi recusada por falta de saúde. Uma segunda tentativa Exerceu, durante dois anos, o cargo de professora primária em Vidardo e, durante três anos, dedicou-se, na sua terra, à instrução religiosa da juventude e ao tratamento dos enfermos e daqueles que eram atingidos pela peste. Aos 23 anos, tentou, mais uma vez, ser religiosa nas Filhas do Sagrado Coração, mas de novo obteve uma negativa. Santa Francisca Xavier Cabríni: Fundadora do Instituto das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus “Casa da Providência” Após isso, Santa Francisca transladou-se à "Casa da Providência" em Codogno, a fim de a reformar, pois estava em franca decadência. Fez a profissão em 1877, e, a partir disso, em meio às grandes tribulações e aos sofrimentos, ela encontrou as sete primeiras companheiras de sua futura Obra. Fundadora Três anos mais tarde, fundou uma nova Congregação religiosa. A 10 de novembro de 1880, alojou-se com sete companheiras num desmantelado Convento franciscano, onde, a 14 do mesmo mês, deu princípio ao novo Instituto, com a inauguração de uma capela em honra ao Sagrado Coração de Jesus. Um mês mais tarde, a sua Obra recebia a aprovação episcopal. Francisca contava então 30 anos. Expansão da Obra Enquanto se dedicava com as companheiras à educação das meninas e à catequização dos rapazes, foi compondo as regras do seu Instituto, obra de prudência sobre-humana, que recebeu aprovação episcopal em 1881, e a definitiva da Santa Sé em 1907. Em 1884, com 7 anos de vida, a Obra já contava com cinco casas. A Escola Em 1887, partiu para Roma onde, a princípio, só encontrou dificuldades e portas fechadas; até que, com fé, simplicidade e perseverança, Santa Francisca obteve a autorização do Cardeal Vigário para construir uma escola gratuita para pobres fora da Porta Pia e um asilo infantil na Sabina, em Aspra. Vinda para América do Norte O problema da emigração italiana para a América do Norte preocupava o então Bispo de Placença, Monsenhor Scalabrini, que pediu à serva de Deus algumas das suas religiosas para irem socorrer aqueles desamparados. Mas a virtuosa fundadora não se decidia a responder, pois pensava nas Missões do Oriente. Foi então consultar o Papa Leão XIII que, após ouvir Francisca, concluiu: "Não ao Oriente, mas ao Ocidente". E desde esse momento, ficou decidida a sua partida para Nova Iorque, a qual veio realizar, pela primeira vez, em 1889. Santa  Francisca Xavier Cabríni: "Mãe dos Emigrados" Percorreu toda a América Quase aos 40 anos de idade, começa uma série ininterrupta de viagens, percorrendo a América inteira, transpondo a cavalo a Cordilheira dos Andes, sendo por toda parte conhecida como a "Mãe dos Emigrados". Ia de casa em casa,  procurando a ovelha perdida, o enfermo e a criança ignorante. Lutou denotadamente contra a fome, as enfermidades e a própria morte. Páscoa Em 1912, fez a sua última viagem de Roma a Nova Iorque. A santa fundadora das Missionárias do Sagrado Coração morreu, em 22 de dezembro de 1917, no hospital para Migrantes, que ela mesma havia construído em Chicago. Seu corpo foi trasladado para Nova Iorque à “Mother Cabrini High School”. Via de Santificação A fama das suas virtudes e os prodígios operados fizeram com que, logo após a morte dela, se começasse o processo da sua beatificação, que veio a se realizar em 1938. Chamada por Pio XII de "heroína dos tempos modernos", ela foi canonizada por ele em 7 de julho de 1946. Minha oração “Ó santa madre, fundadora e missionária, voz que buscaste amar e anunciar o Sagrado Coração de Jesus, permita que nós também tenhamos o mesmo amor para com ele. Tu também foste mãe dos emigrantes, cuidai de cada um deles e os levai para Deus. Amém.” Santa Francisca Xavier Cabríni, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 22 de dezembro Comemoração de São Queremão, bispo de Nilópolis, e muitos outros mártires no Egito. († 250) Comemoração de Santo Isquirião, mártir também no Egipto. († c. 250) Em Roma, junto à Via Labicana, no cemitério ad Duas Lauros, trinta santos mártires, que receberam todos no mesmo dia a coroa do martírio. († data inc.) Em Rahiti, região do Egito, quarenta e três santos monges mártires. († c. s. IV.) Em Utrecht, na Guéldria, região da Lotaríngia, atualmente na Holanda, Santo Hungero, bispo. († 866)  Em Londres, na Inglaterra, o Beato Tomás Holland, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1642) Em Santander, cidade da Cantábria, no litoral da Espanha, o Beato Epifânio Gómez Álvaro, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e mártir. († 1936) Fonte: Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São Pedro Canísio, doutor da Igreja

Origens São Pedro Canísio nasceu em Nimega, atual Holanda, em 8 de maio de 1521. Seu pai era Jacó Kenis, burgomestre de Nimega. Foi encaminhado pelo pai para estudar Direito. Estudos Cursou estudos na Universidade de Colônia para formar-se como advogado sem, no entanto, descuidar de sua espiritualidade (tendo em vista suas frequentes visitas ao Mosteiro dos Cartuxos).  Vocação Descobrindo o seu chamado com o auxílio de um padre jesuíta, Pedro Canísio tornou-se o primeiro jesuíta alemão, tendo entrado na Companhia de Jesus em maio de 1543. Recebeu a ordenação sacerdotal em junho de 1546. Nesse mesmo ano, publicou as obras de São Cirilo de Alexandria, sendo o primeiro livro mandado imprimir por um jesuíta.  São Pedro Canísio: segundo apóstolo da Alemanha, depois de São Bonifácio  Grande Professor Foi teólogo do Concílio de Trento e um grande pregador e professor. Exerceu a sua docência, sobretudo em Inglostad, Viena, Augsburgo, Innsbruk e Munique. Organizou a sua Ordem na Alemanha, fazendo dela um instrumento valioso para a reforma católica contra o protestantismo. Foi um dos iniciadores da imprensa católica. Obras Profundo devoto da Santíssima Virgem, Pedro Canísio foi conselheiro de Príncipes, Núncios e Papas. Das 36 obras que compôs, as mais célebres são os seus três Catecismos (1555-1556 e 1558), largamente difundidos por toda a cristandade até o século XIX. O denominado "Catecismo Mayor", em 221 perguntas e respostas, alcançou pelo menos 130 edições. O Papa Leão XIII chamou-lhe mesmo o "segundo Apóstolo da Alemanha, depois de São Bonifácio". São Pedro Canísio dedicou-se aos estudos e a suas obras Amizade profunda com Cristo A história de São Pedro Canísio é caracterizada pela profunda amizade pessoal com Cristo. Em 4 de setembro de 1549, escreveu em seu diário: “No final Vós, como se me abrisses o coração do Sacratíssimo Corpo, que me parecia ver diante de mim, ordenastes-me para que bebesse daquela nascente, convidando-me por assim dizer a haurir as águas da minha salvação das vossas fontes, ó meu Salvador”. Um evangelizador autêntico foi sempre um instrumento unido e fecundo de Jesus com sua Igreja. Páscoa São Pedro Canísio faleceu em Friburgo, na Suíça, a 21 de dezembro de 1597. O Papa Pio XI canonizou-o a 21 de maio de 1925, declarando-o ao mesmo tempo Doutor da Igreja. Minha oração “Grande mestre e pedagogo, ensina-nos a amar Jesus e adorá-Lo como Ele o merece. Também te pedimos as graças para melhor conhecê-Lo, assim como o transmitir para todos os que se aproximam de coração sincero desses santos mistérios. Amém.” São Pedro Canísio, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 21 de dezembro Comemoração de São Miqueias, profeta. Na Lícia, na hodierna Turquia, São Temístocles, mártir. († s. III) Em Montecerignone, na Flamínia, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Domingos Spadafora, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1521) Em Hanói, no Tonquim, agora no Vietnam, a paixão dos santos André Dung Lac e Pedro Truong Van Thi, presbíteros e mártires. († 1839) Em Koblenz, na Renânia, região da Alemanha, o Beato Pedro Friedhofen, religioso, que fundou a Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora. († 1860) Fonte: Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São Domingos de Silos, restaurador do mosteiro de Silos

Origens  São Domingos nasceu em Cañas, vila da província de Navarra (Espanha), isso no ano 1000, dentro de uma humilde família cristã. Quando o pai de Domingos enxergou a inclinação do filho para os estudos religiosos, tratou logo de encaminhá-lo para a formação que o levou — por vocação —, ao sacerdócio. Ordenação Ordenado sacerdote, passou mais de um ano na família e, depois, viveu dezoito meses na solidão. Com o passar do tempo, entrou para a família beneditina, ingressando no mosteiro de Santo Emiliano, onde logo foi feito mestre dos noviços pelo abade do mosteiro. Em seguida, foi encarregado de restaurar o priorado de Santa Maria de Cañas. Após isso, foi feito prior do mosteiro de Santo Emiliano. Eremita Certo dia, o príncipe de Navarra, sem dinheiro para as suas guerras, veio ao mosteiro exigir uma contribuição exorbitante. Os monges estavam dispostos a ceder, mas Domingos recusou. Fugindo da vingança do príncipe, exilou-se em Burgos, onde Fernando Magno, rei de Castela e Aragão, o recebeu em seu palácio. São Domingos retirou-se, todavia, para um eremitério fora da cidade. Então, o rei pensou no mosteiro de São Sebastião de Silos, quase abandonado, e deu-o ao recém-chegado, a 14 de janeiro de 1041. São Domingos de Silos e as três coroas  Um sonho, um chamado Na Ordem de São Bento, São Domingos de Silos descobriu o seu chamado a uma contemplação profunda e ações que salvassem almas, sendo assim, recebeu de um anjo em sonho a promessa de 3 coroas que significavam: uma por ter abandonado o mundo mal e se ter encaminhado para a vida perfeita; outra por ter construído Santa Maria de Cañas e ter observado castidade perfeita; e a terceira pela restauração de Silos. De fato, esta última coroa se realizou perfeitamente, pois durante os 30 anos de pai (abade) no mosteiro de São Sebastião em Silos, este local tornou-se centro de cultura e cenáculo de evangelização para a Igreja e o Mundo. Libertou Escravos Tornou-se um dos homens mais populares da Espanha após libertar um bom número de escravos cristãos detidos pelos mouros. Por volta do ano 1061, Domingos restaurou o culto de São Vicente e de suas irmãs, mártires de Ávila, que foram esquecidos nas ruínas causadas pela guerra árabe.  Páscoa O abade de Silos faleceu a 20 de dezembro de 1073, entre os seus numerosos filhos espirituais e assistido pelo Bispo de Burgos. Foi sepultado no claustro. Via de Santificação São Domingos, que foi amado pelo povo e respeitado por reis e rainhas, operou em vida e também depois da morte muitos milagres, os quais provaram com clareza o quanto se encontra no Céu tão íntimo, quanto buscava ser aqui na terra.  Relíquia Em 1076, o Bispo de Burgos transferiu o corpo de São Domingos para a igreja de São Sebastião. E a abadia foi perdendo pouco a pouco o nome de São Sebastião para adotar o de São Domingos. Minha oração “Querido monge Domingos, suscitai novas vocações à vida contemplativa, à doação total de vida, aos carismas de clausura para que a  Igreja seja sustentada na oração e oblação dessas almas amantes do Senhor. Amém.” São Domingos de Silos, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 20 de dezembro Em Roma, no cemitério de Calisto, junto à Via Ápia, o sepultamento de São Zeferino, papa. († 217/218) Em Roma, junto à Via Salária Antiga, no cemitério “ad Septem Palumbas”, São Liberal, mártir. († data inc.) Em Antioquia, na Síria, hoje Antakya, na Turquia, São Filogónio, bispo. († 324) No território do Jura Helvético, junto ao rio Doubs, na atual Suíça, Santo Ursicino, discípulo de São Columbano. († c. 620) Em Torre del Greco, perto de Nápoles, na Campânia, região da Itália, o Beato Vicente Romano, presbítero.(† 1831) No campo de concentração de Sachsenhausen, na Alemanha, o Beato Miguel Piaszczynski, presbítero e mártir. († 1940) Fonte: Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

Beato Urbano V, o 200º Papa da Igreja Católica

Origens Guilherme de Grimoard nasceu em 1310, no castelo de Grisac, nas Cevenas, França. Seu pai era Guilherme, um cavaleiro, e sua mãe era Anfelisa de Montferrand. Desde a infância, mostrou-se hostil a toda frivolidade. Sua mãe, vendo-o fugir dos jogos próprios da sua idade, recolhendo-se à capela dizia: “Eu não o compreendo, mas, enfim, basta que Deus o compreenda”. Estudos Após ter estudado em Montpellier e em Tolosa, entrou na abadia beneditina de Chirac, próxima de Mende; proferiu os votos no convento de São Vítor de Marselha e, em seguida, entrou na Congregação de Cluny. Formou-se em Direito Canônico em outubro de 1342; ensinou nas Universidades de Toulouse, Montpellier, Paris e Avignon; exerceu as funções de Vigário Geral em Clermon e Uzés.  Abade Foi nomeado Abade de S. Germano de Auxerre em 13 de fevereiro de 1352 e, no dia 26 de julho do mesmo ano, Clemente VI nomeou-o Legado Pontifício na Lombardia. Mais tarde, sendo Abade de São Vítor de Marselha, foi encarregado da mesma missão no reino de Nápoles, por Inocêncio VI. Beato Urbano V: lançou ao mundo missionários para Evangelizar Sucessor de Inocêncio VI Os Papas residiam em Avignon, cidade na França, mas já pensavam em voltar para Roma; para preparar esse regresso, Guilherme desenvolvia grande atividade diplomática na Itália. Nos fins de 1362, sucedeu a Inocêncio VI, com o nome de Urbano V, sendo um dos sete Papas que, de 1309 a 1377, residiram em Avignon.  Pontificado O seu Pontificado assinalou-se pelo envio de missionários para as Índias, a China e a Lituânia; pela pregação de uma nova cruzada; pelo apoio que deu aos estudos eclesiásticos, e por diversas reformas que levou a efeito na administração da Igreja. Êxito na Revolução Dinástica Depois de renovar a excomunhão pronunciada por Inocêncio VI contra Pedro IV, rei de Castela, assassino de sua mulher e polígamo, autorizou Henrique de Trastâmara, seu irmão, a destroná-lo. Convidou ao mesmo tempo Du Guesclin e as suas “companhias brancas” a prestar-lhe auxílio, assegurando assim o êxito dessa revolução dinástica. O final da vida de um humilde Papa Páscoa Em 1367, Urbano V entendeu que tinha chegado o momento de regressar a Roma. No dia 19 de maio, embarcou em Marselha, acompanhado de vinte e quatro embarcações; no dia 3 de junho, desembarcou em Corneto e, em 16 de outubro, fez a entrada triunfal na Cidade Eterna. Não conseguiu, porém, manter-se, apesar dos protestos de Santa Brígida, que lhe previu morte próxima se voltasse. Mas voltou no dia 26 de setembro de 1370, regressando a Avignon, onde morreu em 19 de dezembro de 1370, revestido do hábito beneditino.  Antes da Páscoa Tempos antes, tinha-se mudado para casa de seu irmão, por não desejar acabar a vida num palácio. Por sua ordem, as portas dessa casa mantinham-se abertas, a fim de que todos pudessem entrar livremente e ver “como morre um Papa”. Via de Santificação A causa de sua beatificação se deu por intermédio de Papa Gregório XI. Milagres foram atribuídos por Urbano V e suas virtudes foram documentadas. O cisma ocidental fez com que a causa de beatificação ficasse suspensa, mas foi reativada séculos mais tarde, e, em 10 de março de 1870, Papa Urbano V foi beatificado. Sua festa é celebrada no dia 19 de dezembro. Minha oração “Nesses tempos tão difíceis de ataques contra a Igreja e contra a fé, contra o Papa e o magistério, te rogamos a proteção e o crescimento da santa mãe Igreja, pois sem ela não podemos prestar um verdadeiro culto a Deus. Amém.” Beato Urbano V, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 19 de dezembro Em Roma, no cemitério de Ponciano, junto à Via Portuense, o sepultamento de Santo Anastásio I, papa. († 401) Em Auxerre, na Gália Lionense, atualmente na França, São Gregório, bispo. († s. VI) Na Cartuxa de Casotto, no Piemonte, região da Itália, o Beato Guilherme de Fenóglio, religioso, que antes tinha sido eremita. († c. 1200) Em Bac-Nihn, localidade do Tonquim, hoje no Vietnam, os santos mártires Francisco Xavier Hà Trong Mâu e Domingos Bùi Van Úi, catequistas, Tomé Nguyen Van Dê, alfaiate, e também Agostinho Nguyen Van Mói e Estêvão Nguyen Van Vinh, agricultores. († 1838)  Em Slonim, cidade da Polónia, as beatas Maria Eva da Providência e Maria Marta de Jesus, virgens da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição e mártires. († 1942) Fonte: Livro “Vidas dos Santos” – Padre Rohrbacher Livro “Santos de cada dia” – Organização de José Leite, S.J. Martirológio Romano Vatican.va - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova