Santos

São Vicente de Saragoça, padroeiro de Lisboa

Origens São Vicente de Saragoça nasceu na Espanha, em Huesca, no século terceiro. De uma família muito distinta e conhecida por todos, ele escolheu ser cristão e, assim, viver a santidade. Desde pequeno, foi entregue pelos pais à direção de Valério, Bispo de Saragoça, que contribuiu para sua formação na piedade e o fez seguir na ciência da religião e nas letras humanas. Vida Sacerdotal Ordenado diácono pelo santo Prelado, Vicente exerceu o cargo com dignidade e felizes resultados. Eloquente em suas palavras e obras, não só ensinava como também fortalecia os fiéis. Dificuldades São Vicente de Saragoça viveu num período muito difícil da Igreja. Pelos fins do ano 303, Diocleciano e Maximiano – imperadores – começaram a perseguir os cristãos e forçar muitos a se declarar a favor dos deuses; caso contrário, seriam martirizados. São Vicente de Saragoça: escolheu dedicar-se a Deus Pregador Ele era um grande pregador da Palavra, mais do que isso, buscava viver a Palavra que pregava, esta que é, antes de tudo, Cristo Jesus, o Santo dos Santos, o nosso modelo, o nosso Senhor e Salvador. Diante das ameaças do governador Daciano, ele não recusou a se dizer cristão e fiel ao Senhor. Daciano, querendo assinalar o seu zelo e atividade em fazer cumprir os decretos imperiais, mandou prender Vicente. Páscoa Os tormentos o perseguiram. Foi um martírio lento, sempre com o objetivo de vencê-lo para que Daciano se desse como herói diante do Cristianismo, mas também com o objetivo de levar São Vicente a renunciar a própria fé, a sacrificar aos deuses. Fiel a Deus e sustentado pela oração, diante de si ele tinha o seu grande amor: Deus. Sendo assim, ele foi martirizado aos poucos, até mesmo levado à grelha, tendo seu corpo dilacerado, jogado numa prisão e, por fim, Daciano deixou-o num leito pedindo que cuidassem dele. Ali, sim, ele foi visitado por outros cristãos e entregou-se a Deus. Isto sucedeu-se no ano 304. Modelo São Vicente de Saragoça tornou-se modelo para todos os cristãos e também padroeiro principal do patriarcado de Lisboa e também da diocese de Faro. Minha oração “Ao povo português pedimos a proteção e a devoção para com Jesus, que sejam sempre uma nação de valores cristãos e zelo católico. Por esse martírio, conceda aos seus descendentes a mesma fé. Amém.” São Vicente de Saragoça, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 22 de janeiro  Comemoração de São Valério, bispo de Saragoça. († 305 / 315) Em Novara, na Ligúria, hoje no Piemonte, região da Itália, São Gaudêncio, considerado o primeiro bispo desta sede episcopal. († c. 418) Em Sergiópolis, na Pérsia, atualmente no Iraque, a paixão de Santo Anastásio, monge e mártir. († 628) No mosteiro de Romans, junto ao rio Isère, nos Alpes, atualmente na França, o sepultamento de São Bernardo, bispo de Vienne. († 842) Em Sora, no Lácio, região da Itália, São Domingos, abade, que fundou mosteiros em várias regiões da Itália. († 1031) Em Pisa, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, a Beata Maria Mancíni. († 1431) Em Como, na Lombardia, também na Itália, o Beato António della Chiesa, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1459) Em Londres, na Inglaterra, o Beato Guilherme Patenson, presbítero e mártir. († 1592) Em Tonquim, no atual Vietnam, os santos Francisco Gil de Frederich e Mateus Afonso de Leziniana, presbíteros da Ordem dos Pregadores e mártires. († 1745) Em Roma, São Vicente Pallótti, presbítero, fundador da Sociedade do Apostolado Católico. († 1850) Em Bordéus, na França, o Beato Guilherme José Chaminade, presbítero, que fundou o Instituto das Filhas de Maria Imaculada e a Sociedade de Maria. († 1850) Em Junin de los Andes, na Argentina, a Beata Laura Vicunha, virgem, natural da cidade de Santiago do Chile e aluna do Instituto de Maria Auxiliadora. († 1904) Em Castelletto del Garda, localidade do Véneto, região da Itália, o Beato José Nascimbéni, presbítero, fundador do Instituto das Pequenas Irmãs da Sagrada Família. († 1922) Em Viena, na Áustria, o Beato Ladislau Batthyány-Strattmann, pai de família. († 1931) Fonte: Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

Santa Inês, a jovem virgem e mártir

Origens Santa Inês ou Agnes, seu nome vem do grego, que significa pura e casta. Ela pertenceu a uma família romana e, segundo os costumes do seu tempo, foi cuidada por uma aia (uma babá), que só a deixaria após o casamento. A Principal Beleza Santa Inês tinha cerca de 12 anos quando um pretendente se aproximou dela. Segundo a tradição, ele era filho do prefeito de Roma e estava encantado pela beleza física de Inês. Mas sua beleza principal é aquela que não passa: a comunhão com Deus. Compromisso com a Vocação De maneira secreta, ela tinha feito uma descoberta vocacional, era chamada a ser uma das virgens consagradas do Senhor, e ela fez este compromisso. O jovem não sabia [do compromisso de Inês] e, diante de tantas propostas, ela sempre dizia 'não'. Até que ele denunciou Inês para as autoridades, porque, sob o império de Diocleciano, ser cristã era correr risco de vida.  Santa Inês teve uma curta vida, mas doada somente a Deus Páscoa Quem renunciasse a Jesus ficava com a própria vida; caso contrário, tornava-se mártir. Foi o que aconteceu com esta jovem de cerca de 12 ou 13 anos. Modelos de Pureza Tão conhecida e citada pelos santos padres, Santa Inês é modelo de uma pureza à prova de fogo, pois, diante das autoridades e do imperador, ela se dizia cristã. Eles começaram pelo diálogo, depois as diversas ameaças com fogo e tortura, mas em nada ela renunciava o seu Divino Esposo. Até que a pegaram e levaram para um lugar em Roma próprio da prostituição, mas ela deixou claro que Jesus Cristo, seu Divino Esposo, não abandona os seus. De fato, ela não foi manchada pelo pecado. Fidelidade com Cristo Auxiliada pelo Espírito Santo, com muita sabedoria, ela permaneceu fiel ao seu voto e ao seu compromisso; até que as autoridades, vendo que não podiam vencê-la pela ignorância, mandaram então degolar a jovem cristã. Ela perdeu a cabeça, mas não o coração, que ficou para sempre em Cristo. Santa Inês é representada com um cordeiro A Iconografia Sua iconografia é representada com um cordeiro sempre ao seu lado, pois seu destino foi semelhante a esses ovinos. Todos os anos, no dia 21 de janeiro, festividade de Santa Inês, dois cordeirinhos são abençoados. Com a lã deles, as Irmãs da Sagrada Família confeccionam os sagrados Pálios (espécie de estolas) que o Santo Padre envia aos novos Arcebispos metropolitanos. A Basília Constância, filha de Constantino, sofria com uma lepra quando foi ao túmulo de Santa Inês clamar por sua intercessão. Após ter rezado e adormecido, Constância viu Santa Inês que lhe disse: “Age com constância. Logo que você acreditar em Cristo, será curada”. Após essas palavras, Constância acordou e estava curada de sua lepra. Por esse motivo, Constância mandou que erguessem sobre o túmulo de Santa Inês uma Basílica, onde seus restos mortais foram colocados em uma urna de prata. Minha oração “Por teu exemplo e pureza, rogamos pelos nossos jovens e crianças, por essa sociedade tão sensualizada, para que o Senhor nos conduza e nos faça passar ilesos em meio ao caos atual. Preservai e concedei o dom da castidade. Amém.” Santa Inês, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 21 de janeiro Comemoração de São Públio, bispo de Atenas, que deu testemunho de Cristo com o martírio. († s. II) Em Tarragona, na Hispânia Citerior, a paixão dos santos mártires Frutuoso, bispo, Augúrio e Eulógio. († 259) Em Troyes, na Gália Lionense, atualmente na França, São Pátroclo, mártir. s. III) Em Pavia, na Ligúria, atualmente na Lombardia, região da Itália, Santo Epifânio, bispo. († 496) Nos montes próximos do lago de Zurique, na actual Suíça, São Meinrado, presbítero. († c. 861) No monte Mercúrio, na Lucânia, na atual Basilicata, região da Itália, São Zacarias. († c. 950) Em Londres, na Inglaterra, os beatos Eduardo Stransham e Nicolau Wheeler, presbíteros e mártires. († 1586) Em Londres, na Inglaterra, Santo Albano Roe, da Ordem de São Bento, e Tomás Green, presbíteros e mártires. († 1642) No mosteiro de Beniganim, no território de Valência, na Espanha, a beata Josefa Maria de Santa Inês, virgem da Ordem dos Descalços de Santo Agostinho. († 1696) Em Laval, na França, os beatos presbíteros João Baptista Turpin du Cornier e treze companheiros, mártires. († 1794) No território de Daegu, na Coreia, São João Yi Yun-il, mártir. († 1867) Fonte: Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova  

São Sebastião, o soldado martirizado

Origens São Sebastião nasceu em Narbonne; os pais eram oriundos de Milão, na Itália, do século terceiro. São Sebastião, desde cedo, foi muito generoso e dado ao serviço. Recebeu a graça do santo batismo e zelou por ele em relação à sua vida e à dos irmãos. Soldado Ao entrar para o serviço no Império, como soldado, tinha muita saúde no físico, na mente e, principalmente, na alma. Não demorou muito, tornou-se o primeiro capitão da guarda do Império. Esse grande homem de Deus ficou conhecido por muitos cristãos, pois, sem que as autoridades soubessem – nesse tempo, no Império de Diocleciano, a Igreja e os cristãos eram duramente perseguidos –, porque o imperador adorava os deuses. Enquanto os cristãos não adoravam as coisas, mas as três Pessoas da Santíssima Trindade. O Consolo Esse mistério o levava a consolar os cristãos que eram presos de maneira secreta, mas muito sábia; uma evangelização eficaz pelo testemunho que não podia ser explícito. São Sebastião: Soldado da Igreja  Defensor da Igreja São Sebastião tornou-se defensor da Igreja como soldado, como capitão e também como apóstolo dos confessores, daqueles que eram presos. Também foi apóstolo dos mártires, os que confessavam Jesus em todas as situações, renunciando à própria vida.  Um desejo O coração de São Sebastião tinha esse desejo: tornar-se mártir. E um apóstata denunciou-o para o Império e lá estava ele, diante do imperador, que estava muito decepcionado com ele por se sentir traído. Mas esse santo deixou claro, com muita sabedoria, auxiliado pelo Espírito Santo, que o melhor que ele fazia para o Império era esse serviço; denunciando o paganismo e a injustiça. Defensor da Verdade São Sebastião, defensor da verdade no amor apaixonado a Deus. O imperador, com o coração fechado, mandou prendê-lo num tronco e muitas flechadas sobre ele foram lançadas até o ponto de pensarem que estava morto. Mas uma mulher, esposa de um mártir, o conhecia, aproximou-se dele e percebeu que ele estava ainda vivo por graça. Ela cuidou das feridas dele.  Páscoa Ao recobrar sua saúde depois de um tempo, apresentou-se novamente para o imperador, pois queria o seu bem e o bem de todo o Império. Evangelizou, testemunhou, mas, dessa vez, no ano de 288, foi duramente martirizado. Minha oração “ São Sebastião que foste flechado pelo povo, mas também pelo amor divino, colocai em nós essa ferida de amor que não sara e não se cansa de procurar o amado de nossas vidas até às últimas consequências. Amém.” São Sebastião, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 20 de janeiro São Fabião, papa e mártir. († 250) Em Antínoo, na Tebaida, região do Egito, Santo Asclas, mártir. († s. IV) Em Niceia, cidade da Bitínia, hoje Iznik, na Turquia, São Neófito, mártir. († s. IV)  Na Palestina, Santo Eutímio, abade. († 473) Em Worcester, na Inglaterra, São Volstano, bispo. († 1095) Em Coltibuono, na Etrúria, atualmente na Toscana, região da Itália, São Bento Ricasóli. († c 1107) Na Finlândia, Santo Henrique, bispo e mártir. († c. 1157) Em Messina, cidade da Sicília, na Itália, Santa Eustóquio Calafato, virgem, abadessa da Ordem de Santa Clara. († 1485) Em Roma, o Beato Ângelo (Francisco Páoli), presbítero da Ordem dos Carmelitas. († 1720) Em Seul, na Coreia, Santo Estêvão Min Kuk-ka, mártir. († 1840) Em Le Mans, na França, o Beato Basílio António Maria Moreau, presbítero diocesano, fundador da Congregação da Santa Cruz. († 1873) Em Casória, próximo de Nápoles, na Campânia, região da Itália, Santa Maria Cristina da Imaculada, virgem. († 1906)  No mosteiro de Mount Saint Bernard, próximo de Leicester, na Inglaterra, o Beato Cipriano (Miguel) Iwene Tansi, presbítero da Ordem Cisterciense. Fonte: Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova  

São Germânico, mártir de Filadélfia

Origens Ainda muito jovem, era discípulo de São Policarpo e um dos onze cristãos de Filadélfia, atual Turquia. A Perseguição São Germânico viveu no tempo dos imperadores Marco Antonino e Lúcio Aurélio. São Policarpo, precedeu o martírio do santo de hoje: condenado pelo juiz ainda na flor da idade juvenil, superou pela graça de Deus o medo da sua fragilidade corporal e provocou espontaneamente a fera para ele preparada. O Martírio na visão de São Policarpo "O diabo organizara diversos ataques contra os cristãos, mas a graça do Senhor Jesus veio em defesa deles. O muito corajoso Germânico, dedicado a Deus com toda a sua alma, dominou, pela força da virtude, a animosidade dos incrédulos. Entregue às feras, ele notou que o procônsul manifestava alguma compaixão por ele e desejava convidá-lo a pensar ao menos na sua juventude, ao mesmo tempo que desprezava as outras vantagens; mas ele não mostrou senão desprezo por esta compaixão dum inimigo que dava a ideia de o querer poupar. Foi ele que por si provocou a fera que o iria devorar, convidando-a a lançar-se sobre ele para o fazer sair mais cedo deste mundo ímpio." São Germânico foi lançado às feras Páscoa Assim, São Germânico sofreu o seu martírio e foi dado como alimento às feras, durante as perseguições desencadeadas pelo Império Romano, no século II. Convidado a renegar à sua fé, exortou seus companheiros, com coragem, a dar a vida por Jesus.   Minha oração “Ó mártir, que, por teu sangue fizeste germinar a fé nos corações, pelos teus méritos alcançai as graças que precisamos, principalmente o dom da fortaleza para que não pequemos mais. Amém.” São Germânico, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 19 de janeiro Em Spoleto, na Úmbria, região da Itália, São Ponciano, mártir. († s. II) Na Via Cornélia, a treze milhas de Roma, no cemitério “ad Nymphas”, os santos Mário, Marta, Audifaz e Ábaco, mártires. († c. s. IV)  Comemoração de São Macário Magno, presbítero e abade do mosteiro de Cete, no Egipto. († c. 390) Comemoração de São Macário o Alexandrino, presbítero e abade no monte Cete, no Egipto. († s. V) Em Lódi, na Ligúria, atualmente na Lombardia, região da Itália, a comemoração de São Bassiano, bispo. († 409) Em Como, na Lombardia, região da Itália, as santas Liberata e Faustina, irmãs e virgens, que fundaram o mosteiro de Santa Margarida. († c. 580)  Em Dreux, junto de Chartres, na Nêustria, hoje na França, São Lomar, abade do mosteiro de Corbion, hoje Moutiers-au-Perche. († c. 593) Em Ravena, na atual Emília-Romanha, região da Itália, São João, bispo. († 595) Em Ruão, na Nêustria, atualmente na França, São Remígio, bispo, irmão do rei Pepino. († c. 762) Em Corfu, na Grécia, Santo Arsénio, bispo, pastor de almas muito dedicado ao seu rebanho e assíduo à oração nocturna. († s. X) Em Sevilha, na Espanha, o Beato Marcelo Spínola y Maestre, bispo, que fundou centros de operários para promover o desenvolvimento da sociedade humana. († 1906) Fonte: Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São Canuto

São Canuto nasceu no ano de 1040 na Dinamarca. Filho de um rei, era sucessor natural. Mas aconteceu que, pela sua vida de oração, testemunho, caridade e justiça, quando o pai faleceu, muitos moveram-se com artimanhas para colocar seu irmão no trono de maneira injusta. Quanto à sua posição, ele não era apegado ao poder nem o queria para si, então esperou. Depois do falecimento do irmão, ocupou o seu lugar que era de justiça. Homem de Deus, um sinal para o povo, ele contribuiu para a evangelização. Primeiro, com o seu exemplo, pois acreditava que a melhor forma de educar uma nação é o bom exemplo. Ele viveu para sua esposa e para seu filho Carlos, que mais tarde se tornaria também um santo. Pai santo, esposo santo, um governador, um homem de poderes; mas que usou esses poderes para servir, a modelo de Nosso Senhor Jesus Cristo. São Canuto, amado por muitos e odiado também como Nosso Senhor, foi vítima de artimanhas por pessoas fechadas para Deus e para o bem, pois tinha muita sensibilidade com as viúvas, os órfãos e os mais necessitados. Nele, batia um coração que se assemelhava ao de Jesus. Como rei, possuiu muitos desafios e, ao perceber os inimigos se armando, participou de uma Eucaristia como era de costume. Nela, ele não só recebeu o Nosso Senhor, mas, em nome de Jesus, perdoou todos os seus inimigos. Foi então assassinado. São Canuto, rogai por nós!

Santa Prisca, a protomártir romana

Origens Sobre a história de Santa Prisca é difícil estabelecer a verdadeira identidade desta mártir romana, apesar dos numerosos documentos antigos, pois as várias notícias a seu respeito referem-se provavelmente a três pessoas diferentes.  O nome significa antiga, dos primeiros tempos.  A Protomártir Romana Uma antiga tradição diz que Santa Prisca teria sido batizada, aos treze anos, por São Pedro. E como diz seu nome romano, teria sido a “primeira” mulher do Ocidente a dar testemunho, com o martírio, da sua fé em Cristo. A protomártir romana teria sido decapitada em meados do primeiro século.  Esposa de Áquila No século VIII, a mártir romana começou a ser identificada com Prisca, esposa de Áquila, de quem fala São Paulo: "Saudai Prisca e Áquila, meus colaboradores em Jesus Cristo, que expuseram suas cabeças para salvar minha vida. A eles devo graças, não somente eu, mas também todas as igrejas dos gentios" (Rm 16,3).  Santa Prisca e a Basílica no monte Aventino A celebração A celebração deste dia quer homenagear o fundador da Igreja titular no Aventino, a quem se refere a epígrafe funerária do século V, preservada no claustro de São Paulo fora dos muros. A antiga igreja, querida por quem gosta de redescobrir os recantos intactos da Roma antiga, à sombra discreta e repousante das suas naves, assenta sobre os alicerces de uma grande casa romana do século II, como provaram as recentes escavações arqueológicas. Páscoa A protomártir romana teria sido decapitada durante a perseguição de Cláudio II (268-270), em meados do primeiro século e seu sepultamento na Via Ostiense, de onde seu corpo teria sido levado para o Aventino. Há outros documentos que dizem que Santa Prisca foi martirizada na época de Tibério (45-54).  Relíquias Atribui-se a santa de hoje ter sido sepultada nas catacumbas de Priscila, às quais terá dado o nome, Priscila é diminutivo de Prisca. Outra tradição pretende que a mártir seja do século III, da perseguição de Cláudio II, o Gótico (268-270).  Título Cardinalício O título "titulus Aquilae et Priscae" começou a ser usado devido a santa, o que modifica o título primitivo do qual já temos notícias do sínodo romano de 499. O título cardinalício com o qual queriam homenagear a igreja de S. Prisca, uma santa hoje quase esquecida pelos calendários.  Minha oração “ Exemplo de mulher, na qual a tua fé e dedicação se tornou fruto em meio à comunidade primitiva. Conceda-nos uma fé inabalável como a tua, e um amor ardente ao Senhor como o teu. Amém.” Santa Prisca, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 18 de janeiro Em Cartago, na atual Tunísia, os santos mártires Sucesso, Paulo e Lúcio, bispos. († 259) Em Nicéia, na Bitínia, hoje Iznik, na Turquia, os santos Coscónio, Zenão e Melanipo, mártires. († s. III-IV)  Em Foix, na Gália Narbonense, atualmente na França, o passamento de São Volusiano, bispo de Tours. († c. 498) No mosteiro de Lure, na Borgonha, atualmente na França, São Deícolo, abade, que era natural da Irlanda e discípulo de São Columbano e, segundo a tradição, fundou este mosteiro. († s. VII) Em Ferrara, na Emília, atualmente Emília-Romanha, região da Itália, Santa Beatriz d’Este, monja. († c. 1262) Em Budapeste, na Hungria, Santa Margarida, virgem, filha do rei Bela IV. († 1270) Em Cremona, na Lombardia, região da Itália, o Beato Fácio. († 1272) Em Morbegno, nos Alpes, também na Itália, o Beato André de Peschiera Grego, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1485) Em L’Áquila, nos Abruzos, região da Itália, a Beata Cristina (Matias) Ciccarélli, virgem da Ordem de Santo Agostinho. († 1543) Em Braniewo, na Prússia, na atual Polônia, a Beata Regina Protmann, virgem, que fundou a Congregação das Irmãs de Santa Catarina. († 1613) Em Avrillé, perto de Angers, na França, as beatas Felicidade Pricet, Mónica Pichery, Carla Lucas e Vitória Gusteau, mártires. († 1794) Em Cássia, na Itália, a Beata Maria Teresa Fasce (Maria Joana Fasce), abadessa da Ordem de Santo Agostinho. († 1947) Fonte: Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano Santiebeati.it Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova  

Santo Antão, o santo que vivia no Cemitério

Origens Pai do monaquismo cristão, Santo Antão nasceu no Egito em 251. Com apenas 20 anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais, mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã.  Abdicou dos Bens Ao entrar numa Igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade. Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou para uma vida religiosa. Eremita Enfim, Santo Antão foi, passo a passo, buscando a vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida: “Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). O Espírito Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita.  Santo Antão: aprendeu o que precisava para ser santo e atendeu seu chamado!!! Estudou Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração, ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente, a orar e contemplar. Assim, foi crescendo na santidade e na fama também. Viveu em um Cemitério Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá, por isso ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há.  Os Muros Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges.  Santo Antão vivia a verdadeira alegria e sorria para o mundo Santidade Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o interessante é que, quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam: "Onde está Antão?". E lhes respondiam: "Ande por aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; esse é Antão". Combateu o Arianismo Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza. Páscoa Santo Antão faleceu em 356, viveu mais de cem anos, mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar.  Minha oração “ Ó pai da vida monástica, pai dos eremitas, formai almas que tenham a mesma generosidade de se dedicar inteiramente a Deus na oração e na penitência. Sustentai aqueles que já vivem assim e tornai-os grandes testemunhas nesse mundo perecível. Amém” Santo Antão, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 17 de janeiro Na Capadócia, na atual Turquia, os santos Espeusipo, Elasipo, Melasipo, irmãos, e sua avó, Leonila, mártires. († data inc.) No Osroene, num território atualmente situado entre a Síria e a Turquia, a comemoração de São Julião, asceta, chamado pelos antigos Sabas, isto é, Ancião. († c. 377) Em Die, na Gália Lionense, atualmente na França, São Marcelo, bispo. († 510) Em Bourges, na Aquitânia, atualmente também na França, São Sulpício o Piedoso, bispo. († 647) Na Baviera, hoje região da Alemanha, São Gamelberto, presbítero. († c. 802) Em Fréjus, na Provença, região da França, Santa Rosalina, prioresa de Celle-Roubaud, da Ordem da Cartuxa. († 1329) Em Tocolatlán, cidade do México, São Januário Sánchez Delgadillo, presbítero e mártir. († 1927) Fonte: Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São José Vaz, o exemplo de zelo apostólico

[caption id="attachment_13066" align="aligncenter" width="300"] Sacerdote (1651- 1711)[/caption] Origens São José Vaz nasceu em 21 de abril de 1651 em Goa, na Índia. Foi criado numa família onde a fé era muito apreciada e da qual brotou nele o desejo de ser sacerdote. Após estudos clássicos na Universidade local e estudos filosóficos e teológicos na Academia de São Tomás de Aquino em Goa, foi ordenado sacerdote, em 1676, com a idade de vinte e cinco anos. Disseminou a semente do Sacerdócio Em sua cidade natal, não tinha um ministério paroquial preciso. São José Vaz dedicou-se a pregar em muitas paróquias e fundou uma escola de latim para futuros aspirantes ao sacerdócio. Nessa época, sua devoção à Mãe de Deus também assumiu uma fisionomia clara em sua consagração pessoal a Maria "como uma escrava perpétua" em 5 de agosto de 1677. Um desejo Depois de saber da situação dos católicos no Ceilão, nasceu em São José Vaz um desejo profundo de ir como missionário para aquele país. O catolicismo foi trazido para o Ceilão pelos portugueses. Infelizmente, os missionários não encorajaram o desenvolvimento dos católicos locais e não favoreceram as vocações ceilanesas ao sacerdócio, devido à perseguição dos holandeses que haviam dominado a cidade. São José Vaz: homem livre que dedicou-se à evangelização Após anos de espera, a ida para Ceilão Em março de 1686, São José Vaz pôde partir para o Ceilão. Devido à dura perseguição da Igreja por parte das autoridades holandesas, ele teve que agir com cautela: disfarçou-se de "coolie", a forma mais humilde de servo, e, com um cinto áspero em volta dos quadris, conseguiu se infiltrar Ceilão clandestinamente. Reconhecimento de Católicos São José Vaz desembarcava de cidade em cidade na Índia. Depois de passar fome, ele bateu de porta em porta para mendigar, porque não tinha nada. Ele usava um grande rosário em volta do pescoço e observava a reação das pessoas. Gradualmente, ele estabeleceu seus primeiros contatos com famílias católicas e começou a celebrar a missa em segredo.  A Prisão Apesar da sua tentativa de se esquivar da perseguição, a sua presença foi descoberta, e aqueles que o abrigaram foram açoitados e presos. São José Vaz conseguiu escapar e partiu para Kandy, mudando-se para a aldeia de Puttalam, podendo então entrar na cidade real de Kandy. Alguém o denunciou como espião português e por isso foi acorrentado. Por mais de dois anos permaneceu na prisão, mas conseguiu exercer o seu ministério sacerdotal para os fiéis que começaram a frequentá-lo.  A Prisão Domiciliar Convencido de sua inocência, o rei ordenou sua libertação, mas São José Vaz permaneceu em prisão domiciliar. Enquanto isso, ele expandiu seu ministério, e no Natal de 1691, celebrou a missa pela primeira vez em Kandy. Aos poucos, foi tendo mais liberdade, sobretudo por causa de sua fama de homem de grande santidade, respeitado até pelos budistas. A igreja em Kandy começou a tomar forma. Finalmente, São José Vaz adquiriu plena liberdade com um milagre público. Grandes Viagens Missionárias  Grande disseminador da Fé De Kandy, São José Vaz empreendeu frequentes e longas viagens por todas as aldeias do reino. Procurou os católicos, educou-os, celebrou os sacramentos, construiu igrejas, ajudou os pobres, assistiu os doentes e formou catequistas, animadores do povo. Sozinho, ele reorganizou a Igreja, tornando-a muito mais estável do que antes. Suas jornadas eram longas e perigosas através de densas selvas; mas sem se importar com cobras venenosas e feras selvagens, ele andava descalço, sempre impulsionado por seu zelo. Páscoa São José Vaz continuou suas viagens missionárias. Ele caminhou por centenas de quilômetros, mas teve que carregar o peso de muitos anos se escondendo, jejuando e viajando continuamente. Em 1710, ele partiu novamente para as várias missões, mas foi trazido de volta inconsciente para Kandy. Após meses de sofrimento físico, ele morreu em 16 de janeiro de 1711. Tinha 60 anos, e 24 anos de apostolado missionário no Ceilão. Minha oração “ Presbítero zeloso e dedicado às vocações sacerdotais, rogai pelas sementes que estão no coração dos jovens, dai fidelidade e perseverança aos seminaristas, e a santidade aos sacerdotes. Amém.” São José Vaz, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 16 de janeiro Em Roma, no cemitério de Priscila, junto à Via Salária Nova, o sepultamento de São Marcelo I, Papa. († 309) Em Aulona, no Ilírico, na atual Albânia, São Danate, mártir. († data inc.) Em Rinocorura, no Egipto, São Melas, bispo. († c. 390) Em Arles, na Provença, região da Gália, hoje na França, Santo Honorato, bispo. († 429) Em Moutiers, na Gália Vienense, atualmente também na França, São Tiago, bispo, discípulo de Santo Honorato de Lérins. († s. V) Em Oderzo, hoje no Vêneto, na região da Itália, São Ticiano, bispo. († s. V) Em Tours, na Gália Lionense, atualmente na França, a comemoração de São Leobácio, abade. († s. V) Em Dombes, também na Gália Lionense, atualmente na França, São Trevério, presbítero, monge e finalmente eremita. († c. 550) Em Mézerolles, junto ao rio Authie, na Gália, na França, São Furseu, que foi abade na Irlanda, depois na Inglaterra, finalmente na Gália, onde fundou a abadia de Lagny. († c. 650) Em Bagno di Romagna, na atual Emília-Romanha, região da Itália, Santa Joana, virgem, que, recebida na Ordem Camaldulense, resplandeceu singularmente pela sua obediência e humildade. († 1105) Em Marrakech, cidade da Mauritânia, hoje em Marrocos, a paixão dos santos mártires Berardo, Otão, Pedro, presbíteros, Acúrsio e Adjuto, religiosos da Ordem dos Menores. († 1226) Em Bréscia, na Itália, o Beato José António Tovíni, que, sendo professor, fundou muitas escolas cristãs e edificou numerosas obras públicas. († 1897) Em Valência, na Espanha, a Beata Joana Maria Condesa Lluch, virgem, que fundou a Congregação das Escravas da Imaculada Conceição, Protetoras das Operárias. († 1916) Fonte: Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va Imagem: commons.wikimedia.org - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São Berardo e companheiros mártires

Vida Religiosa A Igreja universal venera o diácono Santo Estêvão como o primeiro mártir do cristianismo, mas também as Igrejas locais, bem como as congregações religiosas, sempre prestaram especial veneração aos seus protomártires. Hoje, é a Ordem dos Frades Menores que celebra aqueles irmãos que foram os primeiros a derramar o seu sangue como testemunho perene da sua fé cristã: Berardo, Otone, Pietro, Accursio e Adiuto, esses são os seus nomes, foram os primeiros missionários enviados de San Francesco nas terras dos sarracenos. Trajeto Religioso Seis anos depois da sua conversão, tendo fundado a Ordem dos Frades Menores, São Francisco sentiu-se inflamado pelo desejo do martírio e decidiu ir à Síria pregar a fé e a penitência aos infiéis. No entanto, o navio em que viajava acabou na costa da Dalmácia devido ao vento e ele foi forçado a regressar a Assis. O desejo de obter a coroa do martírio, porém, continuou a permear o coração de Francisco e ele pensou então em viajar ao Marrocos para pregar o Evangelho de Cristo a Miramolino, líder dos muçulmanos, e aos seus súditos. Chegou à Espanha, mas foi forçado novamente a retornar à Porciúncula devido a uma doença súbita. Uma Nova Tentativa  Apesar dos dois fracassos sofridos, organizou a Ordem em províncias e enviou missionários a todas as principais nações europeias. No Pentecostes de 1219 deu também autorização ao padre Otone, ao subdiácono Berardo e aos irmãos leigos Vitale, Pietro, Accursio, Adiuto, para irem pregar o Evangelho aos sarracenos marroquinos, enquanto optou por se juntar aos cruzados que se dirigiam para Palestina, para visitar os lugares santos e converter os indígenas infiéis. Tendo recebido a bênção do fundador, os seis missionários chegaram a pé à Espanha. Chegada ao Reino de Aragão Ao chegarem ao reino de Aragão, Vitale, líder da expedição, adoeceu, mas isso não impediu que os outros cinco irmãos continuassem a viagem sob a orientação de Berardo. Em Coimbra, Portugal, a Rainha Orraca, esposa de Alfonso II, recebeu-os em audiência. Descansaram alguns dias no convento de Alemquer, beneficiando da ajuda da Infanta Sancha, irmã do rei, que lhes forneceu roupas civis para facilitar o seu trabalho apostólico entre os muçulmanos. Assim vestidos, embarcaram para a sumptuosa cidade de Sevilha, então capital dos reis mouros. Conversa com o Rei Não exatamente prudentes, correram apressadamente para a mesquita principal e, ali, começaram a pregar o Evangelho contra o Islamismo. Naturalmente foram considerados loucos e espancados, mas não perderam a compostura e, tendo ido ao palácio do rei, pediram para falar com ele. Miramolino ouviu-os com relutância e, assim que ouviu Maomé ser descrito como um falso profeta, ficou furioso e ordenou que fossem trancafiados numa prisão escura. Seu filho lhe disse que decapitá-los imediatamente teria sido uma sentença muito dura, além de sumária, e portanto era preferível pelo menos observar algumas formalidades. Passados ​​alguns dias, o soberano fez com que fossem chamados à sua corte e, ao saber que pretendiam mudar-se para África, em vez de os mandar de volta para Itália, satisfez-os embarcando-os num navio pronto a partir para Marrocos. dos cinco missionários estava o infante português Dom Pietro Fernando, irmão do rei, muito ansioso por admirar a corte de Miramolino. Tentativa de pregar a Fé Desde a sua chegada ao país africano, Berardo, que conhecia a língua local, começou imediatamente a pregar a fé cristã perante o rei e a criticar Maomé e o Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. Miramolino então os expulsou da cidade, ordenando também que fossem mandados de volta para terras cristãs. Mas os frades, assim que foram libertados, retornaram prontamente à cidade e retomaram a pregação em praça pública. O rei enfurecido então os jogou em uma cova para morrerem de fome e dificuldades, mas eles, após três semanas de jejum, foram retirados dela em melhores condições do que quando estavam trancados lá. O próprio Miramolino ficou um tanto surpreso. Segunda Viagem a Espanha Um dia Miramolino, para reprimir alguns rebeldes, foi obrigado a marchar com o seu exército, solicitando também a ajuda do príncipe português. Estes últimos, porém, incluíam também os cinco franciscanos e um dia, quando o exército ficou sem água, Berardo pegou numa pá e cavou uma cova, fazendo correr uma fonte abundante de água doce, com inegável grande espanto por parte dos os mouros. Contudo, continuando a pregar apesar da proibição do rei, foram novamente presos, submetidos à flagelação e lançados na prisão. Foram então entregues à plebe para se vingarem dos insultos que proferiram contra Maomé: foram assim açoitados nos cruzamentos das ruas e arrastados sobre cacos de vidro e cacos de vasos partidos. Proteção com a Coragem da Fé Sal e vinagre misturados com óleo fervente foram derramados sobre suas feridas, mas eles suportaram todas essas dores com tanta coragem que pareciam impassíveis. Miramolino só poderia ser admirado por tamanha paciência e resignação e, por isso, tentou convencê-los a abraçar o Islã prometendo-lhes riquezas, honras e prazeres. Os cinco frades, porém, também rejeitaram as cinco jovens que lhes foram oferecidas como esposas e perseveraram destemidamente na exaltação da religião cristã. O Falecimento dos Cinco Intrépidos Confessores da Fé A esta altura Miramolino já não resistiu a tais aversões e, tomado de raiva, pegou na cimitarra e decapitou os cinco intrépidos confessores da fé: era 16 de janeiro de 1220, perto de Marraquexe. Nesse momento as suas almas, ao levantarem voo para o céu, apareceram à infanta Sancha, sua benfeitora, que naquele momento estava reunida em oração no seu quarto. Canonização Regressando a Portugal, trouxe finalmente consigo as preciosas relíquias, que destinou à igreja de Santa Croce em Coimbra, onde ainda hoje são objeto de veneração. Esta experiência desenvolveu em Santo António de Lisboa (conhecido por nós como António de Pádua) a ideia de passar da Ordem dos Cónegos Regulares para a dos Frades Menores. Ao ouvir a notícia do martírio de seus cinco filhos, São Francisco exclamou: “Agora posso dizer que realmente tenho cinco Frades Menores”. Eles foram canonizados pelo pontífice franciscano Sisto IV, em 1481, e o Martyrologium Romanum os comemora em 16 de janeiro, aniversário de seu glorioso martírio. São Berardo e companheiros mártires, rogai por nós! Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 16 de fevereiro: Em Roma, no cemitério de Priscila, junto à Via Salária Nova, o sepultamento de São Marcelo I, papa, que, como refere São Dâmaso, foi um verdadeiro pastor, ferozmente hostilizado pelos apóstatas que recusavam aceitar a penitência por ele estabelecida e, insidiosamente denunciado perante o tirano, foi expulso da pátria e morreu no exílio. († 309) Em Aulona, no Ilírico, na atual Albânia, São Danate, mártir. († data inc.) Em Rinocorura, no Egipto, São Melas, bispo, que, no tempo do imperador ariano Valente, depois de padecer o exílio pela sua fidelidade à verdadeira fé, descansou em paz. († c. 390) Em Arles, na Provença, região da Gália, hoje na França, Santo Honorato, bispo, que fundou um célebre mosteiro na ilha de Lérins e depois aceitou o governo da Igreja de Arles. († 429) Em Moutiers, na Gália Vienense, atualmente também na França, São Tiago, bispo, discípulo de Santo Honorato de Lérins. († s. V) Em Oderzo, hoje no Véneto, na região da Itália, São Ticiano, bispo. († s. V) Em Tours, na Gália Lionense, atualmente na França, a comemoração de São Leobácio, abade, que designado pelo seu mestre Santo Urso como superior do mosteiro de Sennevière, viveu em admirável santidade até avançada idade. († s. V) Em Dombes, também na Gália Lionense, atualmente na França, São Trevério, presbítero, monge e finalmente eremita. († c. 550) Em Mézerolles, junto ao rio Authie, na Gália, atualmente também na França, São Furseu, que foi abade na Irlanda, depois na Inglaterra, finalmente na Gália, onde fundou a abadia de Lagny. († c. 650) Em Bagno di Romagna, na atual Emília-Romanha, região da Itália, Santa Joana, virgem, que, recebida na Ordem Camaldulense, resplandeceu singularmente pela sua obediência e humildade. († 1105) Em Marrakech, cidade da Mauritânia, hoje em Marrocos, a paixão dos santos mártires Berardo, Otão, Pedro, presbíteros, Acúrsio e Adjuto, religiosos da Ordem dos Menores, que, enviados por São Francisco para anunciar aos muçulmanos o Evangelho de Cristo, foram primeiramente presos em Sevilha e levados para Marrocos, onde consumaram o martírio, mortos ao fio da espada pelo príncipe mouro. († 1226) Em Kandy, no Ceilão, atual Sri Lanka, ilha do Oceano Índico, São José Vaz, presbítero da Congregação do Oratório, que, sendo natural de Goa, partiu em missão para aquela terra e, percorrendo com admirável ardor os agrestes caminhos rurais onde os católicos permaneciam clandestinos e dispersos, incansavelmente os confirmou na fé, pregando com grande zelo apostólico o Evangelho da salvação. († 1711) Em Bréscia, na Itália, o Beato José António Tovíni, que, sendo professor, fundou muitas escolas cristãs e edificou numerosas obras públicas, dando sempre, nas suas atividades, o testemunho da sua oração e das suas virtudes. († 1897) Em Valência, na Espanha, a Beata Joana Maria Condesa Lluch, virgem, que trabalhou com grande diligência, humildade, amor, caridade e sacrifício, para ajudar os pobres, as crianças e as jovens operárias, fundando com essa finalidade a Congregação das Escravas da Imaculada Conceição, Protetoras das Operárias. († 1916) Fontes: Santie Beat Martirológio Romano – Pesquisa e Redação: Ronaldo Pires Atividade

Santo Amaro, amigo de São Bento

Origens Santo Amaro nasceu em Roma e entrou muito cedo para a vida religiosa. Filho espiritual e grande amigo de São Bento, tornou-se um beneditino com apenas 12 anos de idade. Realidades daquele tempo, mas que apontam para uma necessidade dos tempos atuais.  Exemplo de Silêncio Ele foi apontado, desde muito cedo, como um exemplo de silêncio e também de correspondência às exigências da vida monacal. Vida de austeridade, de ação, de oração; “ora et labora” de fato. Amigo de São Bento Grande amigo de São Bento, viveu momentos que ficaram registrados. São Gregório foi quem deixou o testemunho de que, certa vez, São Bento, por revelação, soube que um jovem estava para se afogar em um açude. Disse ao então discípulo Amaro que fosse ao encontro daquele jovem. Ele foi. Sem perceber, com tanta obediência, ele caminhou sobre as águas e salvou aquele jovem; só depois ele percebeu que havia acontecido aquele milagre. Retribuíram a ele, mas, claro, ele atribuiu a São Bento, pois só obedeceu. Santo Amaro: uma bela história de vocação e santidade  Vocação História ou lenda, isso demonstra como Deus pode fazer o impossível aos olhos humanos na vida e por meio da vida naqueles que acreditam e buscam corresponder à vocação. Todos nós temos uma vocação comum, a mesma que Santo Amaro teve: a vocação à santidade. Esse santo foi quem sucedeu São Bento em Subiaco, quando este foi para Monte Casino. Ele foi exemplo de virtude, obediência e abertura à ação do Espírito Santo. Páscoa Ele morreu em 15 de janeiro de 584, aos 72 anos. Rezado contra resfriados, reumatismo e gota, contra dores musculares, Santo Amaro tornou-se muito querido pelo povo e venerado como santo taumaturgo.  Devoção Aliás, na viagem para França, conta-se o milagre da multiplicação dos pães num pobre convento que o acolheu, em que os pobres monges, para acolher o santo peregrino, deram-lhe o único pão que restava na despensa, mas, na manhã, por milagre, encontraram a despensa cheia de pão fresco e em abundância por mais de um mês... O símbolo da Eucaristia e da caridade está aqui claro; em muitos países ainda é costume abençoar os sanduíches, símbolo de partilha, na festa do santo. Minha oração “Fiel seguidor de São Bento, rogai por todos os que circundam sob esse mesmo carisma, de modo especial pelas vocações beneditinas e pelos monges que ali vivem, para que também sejam fiéis ao fundador até o fim do mundo. Amém.” Santo Amaro, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 15 de janeiro Em Anágni, no Lácio, região da Itália, Santa Secundina, virgem e mártir. († data inc.) Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São João Calibita. († s. V) No mosteiro de Cluain Credal, na Irlanda, Santa Ida, virgem, fundadora deste mosteiro. († 570) Em Riéti, na Sabina, região da Itália, a comemoração de São Probo, bispo, de quem fez um elogio ao papa São Gregório Magno. († c. 570) No território de Rodez, na Gália, hoje na França, Santa Tarsícia, virgem e mártir. († s. VI/VII) Em Ham, no Brabante, na atual Holanda, Santo Ableberto ou Emeberto, bispo de Cambrai. († c. 645) Em Chartres, na Nêustria, atualmente na França, São Malardo, bispo. († c. 650) Em Val di Non, no Trentino, região da Itália, São Romeu, anacoreta. († c. s. VIII) Em Lião, na Gália, hoje na França, o passamento de São Bonito, bispo de Auvergne. († c. 710) Em Armo, próximo de Réggio Calábria, na Calábria, região da Itália, Santo Arsénio, eremita, eminente pela sua oração e austeridade. († 904) Em Saint-Gilles-les-Boucheries, na Provença, região da França, o Beato Pedro de Castelnau, presbítero e mártir. († 1208) Em Città della Pieve, na Úmbria, região da Itália, o Beato Tiago, chamado o Caritativo, advogado dos pobres e dos oprimidos. († 1304) No território de Gualdo Tadino, na Úmbria, o Beato Ângelo, eremita. († 1325) Na China, São Francisco Fernández de Capillas, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1648) Na Holanda, Santo Arnaldo Janssen, presbítero que fundou a Sociedade do Verbo Divino. († 1909) Em Berlim, na Alemanha, o Beato Nicolau Gross, pai de família e mártir. († 1945) Fonte: Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano Santiebeati.it Imagem: commons.wikimedia.org - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova