Santos

São Bruno, um dos fundadores da Ordem dos Cartuxos

Origens  São Bruno, filho de uma família nobre de Colônia (Alemanha), nasceu em 1030. Quando alcançou idade, ele foi chamado pelo Senhor ao sacerdócio e se deixou seduzir. Amigo e admirado pelo Arcebispo de Reims, Bruno, inteligente e piedoso, começou a dar aulas na escola da Catedral desse local e chegou a estudar na escola catedralícia de Reins. Adquirido o grau de doutor e nomeado Cônego do Capítulo da catedral, foi designado, em 1056, escolaster, isto é, Reitor da Universidade. Foi um dos maestros mais renomados de seu tempo : “(…)um homem prudente, de palavra profunda”. São Bruno encontra-se cada vez menos à vontade numa cidade onde existem muitos motivos de escândalo por parte do alto clero e, inclusive, do Arcebispo. Depois de ter lutado com sucesso contra esses problemas, Bruno experimenta o desejo de uma vida mais entregue exclusivamente a Deus.  São Bruno possuía o desejo de doar a sua vida exclusivamente a Deus O convite  Em 1080, Concílio de Lyon, a ordem de Gregório VII, o Papa destitui definitivamente o arcebispo Manasés e ordena a sua expulsão de Reims. Ao voltar para sua cidade, Bruno recebe o convite para o arcebispado, mas recusa o cargo. Tornando-se cinquentenário e cônego, ele amadureceu na inspiração de servir a uma Ordem religiosa.  O Retiro em Cartuxa Após curto estágio num mosteiro beneditino, retirou-se para uma região chamada Cartuxa. Retirou-se com a aprovação e bênção de São Hugo, Bispo de Grenoble, o qual lhe ofereceu um lugar. No mês de junho de 1084, o mesmo bispo conduziu Bruno e seus seis colegas (fundadores da Ordem) ao deserto do maciço montanhoso de Chartreuse (Cartuxa), que dará seu nome à Ordem. Ali constroem seu eremitério formado com algumas casinhas de madeira que se abrem a um corredor largo e comprido, que permite acesso, sem sofrer muito com as mudanças de clima e tempo, aos lugares de vida comunitária: a igreja, o refeitório e o Capítulo. O sonho Assim, eles viveriam isolados em quartos chamados "celas", mas com esse corredor que dava acesso aos ambientes comuns. São Hugo os levou para esse local por conta de um sonho que ele teve. Nesse sonho, apareciam-lhe sete estrelas que caíam aos seus pés para, logo em seguida, levantarem-se e desaparecerem no deserto montanhoso.  O sonho e o início da  Ordem dos Cartuxos Após esse sonho, o Bispo recebeu a visita de Bruno, que estava acompanhado por seis companheiros monges. Ao ver os sete homens, o Bispo Hugo reconheceu imediatamente neles as sete estrelas do sonho e concedeu-lhes as terras. Nelas, São Bruno iniciou a Ordem gloriosa da Cartuxa, com o coração abrasado de amor por Jesus e pelo Reino de Deus. O lema da Ordem Com os monges companheiros, observava-se absoluto silêncio, a fim do aprofundamento na oração e meditação das coisas divinas, nos ofícios litúrgicos comunitários, na obediência aos superiores, nos trabalhos agrícolas, na transcrição de manuscritos e livros piedosos. O lema da Ordem é: "Stat Crux dum volvitur orbis" (A Cruz permanece intacta enquanto o Mundo dá sua órbita), o que nos faz perceber que tudo passa nessa vida menos a salvação de Cristo na cruz, o mundo gira, mas a cruz permanece. O Mosteiro de Santa Maria da Torre Quando um dos discípulos de São Bruno tornou-se Papa (Urbano II), em 1088, logo o chamou para assessor e conselheiro em 1090. Além disso, quis lhe fazer arcebispo, porém, o santo recusou novamente. Um ano depois, pediu com insistência ao Sumo Pontífice e conseguiu voltar à vida religiosa, quando, juntamente com amigos de Roma, fundou, no sul da Itália, o Mosteiro de Santa Maria da Torre, nos bosques da Calábria.  Páscoa Lá, veio a falecer, no dia 6 de outubro de 1101, tendo suas últimas palavras uma profissão de fé Eucarística: “Eu creio nos Santos Sacramentos da Igreja Católica, em particular, creio que o pão e o vinho consagrados, na Santa Missa, são o Corpo e Sangue verdadeiros de Jesus Cristo”. O corpo foi enterrado no cemitério de Nossa Senhora da Torre e foi encontrado incorrupto em 1515. Em 1514, Leão X autorizou aos Cartuxos o culto do fundador. Logo, em 1623, Gregório XV libera o culto a toda a Igreja.  Legado São Bruno tornou-se o fundador da Ordem dos Cartuxos com seus seis companheiros. Essa Ordem é considerada a mais rígida de todas as Ordens da Igreja, pelo exercício do silêncio, solidão, jejuns, penitências e orações, e que atravessou a história sem reformas e perdura até hoje na mesma radicalidade.  Minha oração “Ó mestre da espiritualidade monástica, intercedei pela atuais e novas vocações para a clausura, que seja desperta as almas com o desejo de entrega total. Quanto aos que vivem em meio ao mundo, seja espelho e testemunho de fé e santidade. Amém!” São Bruno, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 6 de outubro  Em Laodiceia, na Frígia, na atual Turquia, São Ságar, bispo e mártir. († c. 170) Em Agen, na Aquitânia, atualmente na França, Santa Fé, mártir. († s. IV) Em Sorrento, na Campânia, região da Itália, São Renato, bispo. († c. s. V) Em Auxerre, na Nêustria, na hodierna França, São Romão, bispo. († c. 564) Em Veneza, na Itália, a comemoração de São Magno, bispo.(† c. 670) Na Bretanha Menor, atualmente na França, Santo Ivo, diácono e monge. († c. 704) Em Akrotíri, na ilha de Creta, São João Xenos, que propagou nesta ilha a vida monástica. († s. XI) Em Guéret, no território de Limoges, na Aquitânia, hoje na França, São Pardulfo, abade. († 737) Em Lambach, na Baviera, região da Alemanha, o passamento do Beato Adalbero, bispo de Würzburg, que fundou o mosteiro de Lambach. († 1090) Na Cartuxa de Arvières por ele fundada, na Borgonha, França, Santo Artaldo, bispo de Belley. († 1206) Em Kioto, no Japão, os beatos João Hashimoto Tahyoe, sua esposa Tecla Hashimoto e seus filhos Catarina Hashimoto, Tomé Hashimoto, Francisco Hashimoto, Pedro Hashimoto e Luísa Hashimoto, e companheiros mártires.  . († 1619) Em Nápoles, na Campânia, região da Itália, Santa Maria Francisca das Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, virgem da Terceira Ordem Secular de São Francisco. († 1791) Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Francisco Hunot, presbítero e mártir. († 1794) Em Longueuil, localidade do Canadá, a Beata Maria Rosa, virgem, fundadora da Congregação das Irmãs dos Santos Nomes de Jesus e Maria. († 1849) Em An-Hoa, cidade do território do Anam, hoje no Vietnam, São Francisco Tran Van Trung, mártir.(† 1858) Em Kostrijk, na Bélgica, o Beato Isidoro de São José de Loor, religioso da Congregação da Paixão. († 1916) Em Barruelo de Santullán, perto de Palência, na Espanha, o Beato Bernardo religioso da Congregação dos Irmãos Maristas e mártir. († 1934) Fonte: Chartreux.org Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

Santa Maria Faustina Kowalska, apóstola da Divina Misericórdia

Origens  A mística da Misericórdia nasceu no dia 25 de agosto de 1905, em Glogowiec, na Polônia Central. Faustina foi a terceira dos dez filhos do casal Stanislaus e Marianna Kowalska, que os educaram com grande disciplina espiritual. Muito pobres, só foi possível à Faustina que completasse três anos de estudos. Ela e suas irmãs tinham apenas um bom vestido que tinham de revezar para ir às missas. Todas as irmãs iam à missa, mas cada uma assistia a uma missa diferente. Ela também trabalhou de doméstica por um tempo, antes de entrar no convento.  Juventude Com 18 anos, a jovem Faustina disse à sua mãe que desejava ser religiosa, mas os pais não permitiram. Aos 19 anos, estava dançando em um baile, quando viu Jesus coberto de chagas parado junto a si, então, Ele lhe disse: "Até quando hei de ter paciência contigo? Até quando tu me enganarás?". Faustina disfarçou o acontecido para que sua irmã não percebesse. Quando pôde, abandonou discretamente o baile e dirigiu-se até a Catedral de São Estanislau Kostka. Na Igreja, ela pediu ao Senhor, em oração profunda, que lhe mostrasse o caminho a ser seguido, logo escutou uma voz que lhe dizia: "Vá imediatamente a Varsóvia, lá entrarás em um convento". Ousadia de Santa Faustina para o encontro de Jesus No outro dia, apenas com a roupa do corpo, decidiu sair de sua casa mesmo sem a permissão dos pais. Ela vagou de convento em convento sendo rejeitada por causa de sua baixa escolaridade e pobreza. Depois de várias semanas de busca, a Madre Superiora do convento das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia decidiu lhe dar uma chance com a condição de que pagasse pelo ingresso, o que a levou a trabalhar como doméstica por um ano, período em que fazia depósitos na conta do convento até que completasse o montante exigido.  Entrada no Convento Em 30 de abril de 1926, aos 20 anos, ingressou no convento adotando o nome de Maria Faustina do Santíssimo Sacramento. O nome Faustina significa abençoada, afortunada e pode ser uma referência ao mártir cristão Faustinus. Segundo conta em seus diários, poucas semanas depois de seu ingresso no convento, teve a tentação de abandoná-lo. Da quase saída do convento ao abandono em Deus  Chegou a procurar a Madre Superiora, porém, não encontrou-a, retirando-se então para seu dormitório. Lá teve uma visão de Jesus, com seu rosto desfigurado por conta das chagas. Ela questionou-o: "Jesus, quem te feriu tanto?". Jesus respondeu: "Esta é a dor que me causarias se tivesses abandonado este convento. É para cá que eu te trouxe e não para outro; e tenho preparadas para ti muitas bênçãos". Ela compreendeu que o plano de Deus para ela era que ficasse ali. O tempo que lhe sobrava dos trabalhos e obrigações passava-se em adoração ao Senhor culto no tabernáculo; d'Ele recebeu luzes especialíssimas sobre o mistério da Santíssima Trindade e as demais verdades da Fé, de forma que costumava dizer: “Ele é meu Mestre”. Trabalhos no Convento Neste convento, trabalhou na cozinha e como cuidadora de outras irmãs. Em abril de 1928, fez votos como freira, seus pais estiveram presentes na cerimônia. Um ano mais tarde, Faustina foi enviada a um convento de Vilnius, Lituânia, onde também trabalhou como cozinheira, ficou por pouco tempo, mas retornou ao local mais tarde, ocasião em que encontrou com Michał Sopoćko, que apoiou sua missão. Um ano depois de seu retorno de Vilnius, em maio de 1930, ela foi transferida para um convento em Płock, na Polônia, onde ficou por cerca de 5 anos. A Primeira Revelação de Jesus  Em 22 de fevereiro de 1931, Irmã Faustina relatou, em seus diários (diário I, sessões 47, 48 e 49), ter tido a primeira revelação de Jesus enquanto Rei da Divina Misericórdia em seu quarto. Segundo ela, Jesus apareceu vestido de branco e de seu coração emanava feixes de luz vermelho e branco.  O pedido de Jesus para Santa Faustina  Entre outras coisas, Jesus pediu-lhe que pintasse uma imagem sua, fiel à imagem que se mostrava a ela. A imagem deveria conter a inscrição: "Jesus, eu confio em vós". Jesus manifestou a vontade de que esta imagem fosse venerada, primeiro, em sua capela, posteriormente, no mundo todo e solenemente no domingo que sucede ao domingo de Páscoa, Jesus ainda teria dito a ela que quem quer que venerasse tal imagem seria salvo. Por não saber pintar, Faustina solicitou ajuda das irmãs de seu convento, contudo, não recebeu nenhum auxílio.  O Livro de suas Visões  Em 1933, ela começou a ser dirigida pelo Padre Sopoćko, que, ao ouvir suas experiências místicas, procurou submetê-la a avaliações psiquiátricas. Depois que a Dra. Helena Maciejewska deu o parecer de sanidade, padre Sopoćko teve confiança e começou a aconselhá-la. Pediu que escrevesse um diário para registrar as mensagens que recebia e conversas que tinha com Jesus, livro que se tornou mundialmente famoso e um verdadeiro guia espiritual para as almas.  Imagem da Divina Misericórdia Faustina contou ao padre sobre a imagem da Divina Misericórdia, em janeiro de 1934, ele a apresentou ao artista plástico Eugene Kazimierowski, que finalizou a obra em junho desse mesmo ano. Entretanto, a imagem que tornou-se famosa no mundo inteiro foi realizada pelo pintor Adolf Hyła, feita em agradecimento pela salvação de sua família da guerra. Terço da Divina Misericórdia Faustina escreveu (n. 476) a respeito de uma visão envolvendo o Terço da Divina Misericórdia, o propósito das orações do terço são: obter misericórdia, confiar na misericórdia de Cristo e mostrar misericórdia para com os outros.  Festa da Divina Misericórdia Também relatou (n. 1044) que teve uma visão na qual a Festa da Divina Misericórdia seria celebrada na sua capela local e seria assistida por uma multidão de fiéis; e que a mesma cerimônia também teria lugar em Roma e seria conduzida pelo Papa. Em 1937, Faustina recebeu uma mensagem de Jesus com instruções sobre a Novena da Divina Misericórdia. Esse ano foi marcado pela divulgação das mensagens da Divina Misericórdia, foram impressos os primeiros cartões com a imagem da Divina Misericórdia, também foi publicado um panfleto intitulado Cristo, o Rei da Misericórdia, que incluía o terço, a novena e a litania da Divina Misericórdia. Páscoa  Santa Faustina sofreu muito, e por muitos anos, com a tuberculose, os dez últimos anos de sua vida foram particularmente atrozes. No dia 5 de outubro de 1938, sussurrou à irmã enfermeira: “Hoje, o Senhor me receberá”. E assim aconteceu. Foi beatificada a 18 de abril de 1993, pelo Papa João Paulo II, Santa Faustina, a “Apóstola da Divina Misericórdia”; e foi canonizada pelo mesmo Sumo Pontífice no dia 30 de abril de 2000. Minha oração “Querida apóstola da misericórdia, educai-nos para que vivamos da melhor maneira esse conselho evangélico, nele encontremos a misericórdia divina e sejamos misericordiosos com nossos irmãos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.” Santa Maria Faustina Kowalska , rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 05 de outubro  Em Tréveris, na Gália, Bélgica, em território da atual Alemanha, a comemoração dos santos mártires, que receberam a palma do martírio, segundo a tradição, durante a perseguição no tempo do imperador Diocleciano. († s. IV) Em Córico, na Cilícia, hoje Gorgos, na Turquia, Santa Caritina, mártir. († s. IV) Comemoração de Santa Mamlaca, virgem e mártir. († c. 343) Em Valence, no território da Gália Vienense, na hodierna França, Santo Apolinário, bispo, irmão de Santo Avito e homem cheio de fervor pela justiça e honestidade. († c. 520) Comemoração de São Plácido, monge, que desde a adolescência foi discípulo caríssimo de São Bento. († s. VI) Em Nevers, na Nêustria, hoje na França, São Jerónimo, bispo, que engrandeceu a sua Igreja com a sua munificência e solicitude pastoral. († 816) Em Paderborn, na Saxónia, território da actual Alemanha, São Meinulfo, diácono, que construiu e engrandeceu o mosteiro de Böddeken, onde estabeleceu uma comunidade de virgens consagradas. († c. 857) Em Leão, na Espanha, a comemoração de São Froilão, bispo, que, chamado da vida eremítica ao ministério episcopal, evangelizou as regiões da Espanha libertas do domínio dos Mouros. († 905) Em Zamora, na Espanha, a comemoração de Santo Atilano, bispo, procedente da vida monástica, que foi o principal companheiro de São Froilão.(† 1009) Em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato Pedro de Ímola, cavaleiro da Ordem de São João de Jerusalém. († 1320) Em Beaulieu, no território de Cahors, na França, a comemoração de Santa Flora, virgem da Ordem de São João de Jerusalém. († 1347) Em Córi, no Lácio, região da Itália, o Beato Santo, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, a quem seguiam multidões quando pregava a palavra de Deus. († 1392) Em Nuremberga, na Baviera, região da Alemanha, o Beato Raimundo de Cápua, presbítero da Ordem dos Pregadores, que foi prudente conselheiro espiritual de Santa Catarina de Sena, da qual compôs uma memória biográfica. († 1399) Em Vigévano, na Lombardia, região da Itália, o Beato Mateus Carréri (João Francisco Carréri), presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1470) Em Londres, na Inglaterra, os beatos mártires Guilherme Hartley e João Hewett, presbíteros, e Roberto Sutton. († 1588) Em Mindelstetten, povoação do território de Ratisbona, na Alemanha, Santa Ana Schaffer, virgem. († 1925)   Em Pompeia, perto de Nápoles, na Itália, o Beato Bartolomeu Longo, advogado, que, fundou o Santuário do Rosário de Pompeia e também a Congregação das Irmãs do Santo Rosário, com a fervorosa ajuda da sua piedosa esposa. († 1926) Em Tepatitlan, localidade do México, São Tranquilino Ubiarco, presbítero e mártir. († 1928) Em Plonkowo, povoação também da Polónia, o Beato Mariano Skrzypczak, presbítero e mártir. († 1939) Em Rímini, nas Marcas, região da Itália, o Beato Alberto Marvelli. († 1946) Fonte: Bergadano, Elena; Faustina Kowalska - A Mensageira da Divina Misericórdia. Lisboa: Paulinas Editora. Diário de Santa Faustina Faustina Kowalska, Santa; Diário - A Misericórdia Divina na minha alma. Curitiba: Apostolado da Divina Misericórdia. Laria, Raffaele; Santa Faustina e a Divina Misericórdia. Lisboa: Paulus Editora. Martirológio Romano Vatican.va - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São Francisco de Assis, fundador dos Franciscanos

Origens  Filho de Pedro e Dona Pica Bernardone, Francisco nasceu entre 1181 e 1182, na cidade de Assis, Itália. Seu pai era um rico e próspero comerciante. Foi batizado em Santa Maria Maior com o nome de João (Giovanni). Mas quando Pietro Bernardone voltou de uma viagem à França, mudou de ideia e resolveu trocar o nome do filho para Francisco, prestando uma homenagem àquela terra.  Ambições Segundo a maioria dos biógrafos de São Francisco de Assis, o caráter e as qualidades melhores lhe vieram da mãe. Como todo jovem ambicioso de sua época, Francisco desejava conquistar, além da fortuna, também a fama e o título de nobreza. Para tal, fazia-se necessário tornar-se herói em uma dessas frequentes batalhas. No ano de 1201, incentivado por seu pai, ele partiu para uma guerra que os senhores feudais haviam declarado contra a Comuna de Assis. Entre 1202 e 1205, encontramos um Francisco inquieto. Não é apenas a consequência de uma doença longa e misteriosa. É a inquietude de quem está incerto quanto ao sentido de sua vida. Ele decide ser cavaleiro e vai em nome da honra defender a Igreja e seus interesses, convocados pelo Papa Inocêncio III.  O Encontro e a Renúncia dos Bens Na cidade de Espoleto, sintomas de febre fizeram com que Francisco não pudesse partir. Ali pensou ter ouvido a voz do Senhor, com quem dialogou: “Francisco, o que é mais importante, servir ao Senhor ou servir ao servo? Servir ao Senhor, é claro. Respondeu o jovem. Então, por que te alistas nas fileiras do servo? Senhor, o que quereis que eu faça? Volta a Assis e ali te será dito, diz a Voz”. Em busca de respostas, decidiu viajar para Roma, isso no ano de 1205. Visitou a tumba do Apóstolo São Pedro e exclamou: “É uma vergonha que os homens sejam tão miseráveis com o Príncipe dos Apóstolos!” E jogou um grande punhado de moedas de ouro, contrastando com as escassas esmolas de outros fiéis menos generosos. A seguir, trocou seus ricos trajes com os de um mendigo e fez sua primeira experiência de viver na pobreza. Voltou a Assis, à casa paterna, entregando-se ainda mais à oração e ao silêncio. O Pedido de São Damião Em 1206, passeando a cavalo pelas campinas de Assis, viu um leproso, repugnante à vista e ao olfato, lhe causando nojo. Mas, então, movido por Deus, colocou seu dinheiro naquelas mãos sangrentas e deu-lhe um beijo. Falando depois a respeito desse momento, ele diz: “O que antes me era amargo, mudou-se então em doçura da alma e do corpo. A partir desse momento, pude afastar-me do mundo e entregar-me a Deus”. Pouco depois, entrou para rezar e meditar na pequena capela de São Damião, semidestruída pelo abandono. Estava ajoelhado em oração aos pés de um crucifixo quando uma voz, saída do crucifixo, lhe falou: “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja que está em ruínas”. Afastamento da Família e dos Amigos Seu Pai se indignava cada vez mais e resolveu exigir que seu filho lhe devolvesse tudo quanto recebera dele, levou perante o bispo para que o julgasse. Francisco, ciente da sentença de Cristo: “Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais que a Mim, não é digno de Mim” (Mt 19,29), sem vacilar um momento se despojou de tudo até ficar nu, jogou os trajes e o dinheiro aos pés de seu pai, e exclamou: “Até agora chamei de pai a Pedro Bernardone. Doravante não terei outro pai, senão o Pai Celeste”. O Bispo, então, o acolheu. Daquele momento em diante, cantando “Sou o arauto do Grande Rei, Jesus Cristo”, afastou-se de sua família e de seus amigos e entregou-se ao serviço dos leprosos e à reconstrução das capelas da cidade. Viver puramente o Evangelho Quando estava quase encerrando a reconstrução da capelinha de Santa Maria dos Anjos, perguntava-se o que faria, o que Deus queria dele. Então, certo dia, Francisco escutou, durante a missa, a leitura do Evangelho: “sem túnicas, sem bastão, sem sandálias, sem provisões, sem dinheiro no bolso …” (Lc 9,3). Tais palavras encontraram eco em seu coração e foram para ele como intensa luz. E exclamou, cheio de alegria: “É isso precisamente o que eu quero! É isso que desejo de todo o coração!” E sem demora, começou a viver, como o faria em toda a sua vida, a pura letra do Evangelho. Repetia sempre para si e, mais tarde, também para seus companheiros: “Nossa regra de vida é viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”! Não queria seguidores, somente viver sua vida austera e evangelizar A partir de então, Francisco saiu a pregar percorrendo as vizinhanças e levando o Evangelho. Não tinha intenção nenhuma de adquirir seguidores, somente viver sua vida austera e evangelizar. Porém, logo Bernardo de Quintaval se juntou a ele e pelo caminho juntou-se aos dois Pedro de Catânia.  Por três vezes abriram o livro do Evangelho, e as três respostas que encontraram foram as seguintes: “Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres. Depois vem e segue-me” (Mt 19,21). “Não leveis nada pelo caminho, nem bastão, nem alforge, nem uma segunda túnica…” (Lc 9,3). “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me” (Mt 16,24). “Isto é o que devemos fazer, e é o que farão todos quantos quiserem vir conosco” – exclamou Francisco, que subitamente viu brilhar uma luz sobre o caminho que ele e seus companheiros deveriam seguir.  Fundação da Fraternidade dos Irmãos Menores Finalmente, encontrou o que por tanto tempo havia procurado! Isto aconteceu a 24 de fevereiro de 1208, dando início à fundação da Fraternidade dos Irmãos Menores. Em 1209, Francisco e seus companheiros foram até o Papa Inocêncio III para pedir a aprovação de seu carisma. Ele ficou maravilhado com o propósito de vida daquele grupo e, especialmente, com a figura de São Francisco de Assis, a clareza de sua opção e a firmeza que demonstrava. Reconheceu nele o homem que há pouco vira em sonho, segurando as colunas da Igreja de Latrão, que ameaçava ruir.  O Reconhecimento do Próprio Deus na sua Obra  O Papa reconheceu que era o próprio Deus quem inspirava São Francisco de Assis a viver radicalmente o Evangelho, trazendo vida nova a toda a Igreja. Por isso, deu a seu modo de viver o Evangelho a aprovação oficial. Autorizou Francisco e seus seguidores a pregarem o Evangelho nas igrejas e fora delas. Inspiração de Clara Francisco inspirou Clara para a santidade, dela surgiram as clarissas. Tomás de Celano diz: “Então, se submeteu toda ao conselho de Francisco, tomando-o como condutor de seu caminho, depois de Deus. Por isso, sua alma ficou pendente de suas santas exortações, e a acolhia num coração caloroso tudo que ele lhe ensinava sobre o bom Jesus. Já tinha dificuldade para suportar a elegância dos enfeites mundanos, e desprezava como lixo tudo que aplaudem lá fora, para poder ganhar a Cristo”. Páscoa Todos os anos, de 15 de agosto a 29 de setembro, São Francisco de Assis tinha o costume de preparar-se com uma quaresma de oração e jejum para a festa de São Miguel Arcanjo. No ano de 1224, ele teve a visão do Serafim alado e recebe os estigmas. Seu estado de saúde piora muito a partir daí. Era final de agosto, em 1226, pede para ser levado à Porciúncula. No dia 3 de outubro, à tarde, São Francisco de Assis morreu cantando “mortem suscepit”. No domingo seguinte, foi sepultado na igreja de São Jorge, na cidade de Assis.  Via de Santificação No dia 16 de julho de 1228, São Francisco de Assis foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Tornou-se o padroeiro dos animais, pela sua admiração e relação estreita com a natureza. Também foi elevado a padroeiro principal da Itália, em 1939 por Pio XII. Oração de São Francisco de Assis:  "Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa Paz. Onde houver Ódio, que eu leve o Amor. Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão. Onde houver Discórdia, que eu leve a União. Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé. Onde houver Erro, que eu leve a Verdade. Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança. Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria. Onde houver Trevas, que eu leve a Luz! Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando, que se recebe. Perdoando, que se é perdoado e é morrendo, que se vive para a vida eterna! Amém." Minha oração “Ó grande reformador da Igreja, pai de uma multidão de santos e religiosos, concedei a nós imitar as suas virtudes de caridade, pobreza e castidade, assim como nos espelhar na tua espiritualidade que formou tantas almas. Que o Amor encarnado seja amado! Amém.” São Francisco de Assis, rogai por nós!   Outros santos e beatos celebrados em 04 de outubro Em Bolonha, hoje na Emília-Romanha, na região da Itália, São Petrônio, bispo. († c. 450) No território da Gália Turonense, na hodierna França, São Quintino, mártir. († s. VI) Em Paris, na Gália, hoje na França, Santa Áurea, abadessa, designada por Santo Elígio para presidir ao mosteiro que ele tinha fundado dentro da cidade segundo a regra de São Columbano. († 856) Em New Orleans, na Luisiana, nos Estados Unidos da América do Norte, o Beato Francisco Xavier Seelos, presbítero da Congregação do Santíssimo Redentor. († 1867) Em Xaraco, povoação da província de Valência, na Espanha, o Beato Henrique Morant Pellicer, presbítero e mártir. († 1936) Perto de Gandia, na mesma província de Valência, o Beato José Canet Giner, presbítero e mártir. († 1936)  Em Bellrreguart, também na província de Valência, o Beato Alfredo Pellicer Muñoz (Jaime), religioso da Ordem dos Frades Menores e mártir. Fonte:  Franciscanos.org.br Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof. Felipe Aquino [Cléofas 2007] Martirológio Romano - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

Santo André de Soveral e os 30 companheiros mártires

[caption id="attachment_12197" align="aligncenter" width="300"] Mártir[/caption] Origens  A evangelização no Rio Grande do Norte, estado do nordeste do Brasil, começou em 1597. Iniciaram com a catequese dos índios e com a formação das primeiras comunidades cristãs. Tudo isso, graças aos missionários jesuítas e padres diocesanos do Reino Católico de Portugal.  Nas décadas seguintes, houve desembarques naquelas terras de franceses e holandeses. Vieram para o Brasil, com o intuito de expulsar os portugueses dos lugares colonizados. Em 1630, os holandeses conseguiram seu objetivo, estabelecendo-se na região Nordeste do Brasil.  Eles, de confissão calvinista e acompanhados de seus párocos, provocaram forte conflito na região. A princípio de forma pacífica, devido à restrição da liberdade de culto aos católicos. A partir daquele momento, passaram a ser perseguidos.  “Mártires, durante a missa dominical. Prisioneiros, junto com o pároco, torturados e mutilados” São André de Soveral O padre André de Soveral, pároco de Cunhaú, nasceu por volta de 1572 em São Vicente, na ilha de Santos; aos 21 anos ingressou na Companhia de Jesus. Ao final dos estudos, foi enviado para Olinda, em Pernambuco. Especificamente ao centro missionário de catequese dos índios de toda a vasta região. A partir de 1607, tendo deixado os jesuítas, o encontramos como membro do clero diocesano e pároco de Cunhaú: na época do martírio tinha 73 anos. Páscoa O Primeiro Momento  Martírio No domingo, 16 de julho de 1645, enquanto celebrava a missa na capela local, apareceu Jacó Rabe. Ele anunciou importantes comunicações das autoridades governamentais. Logo após a consagração, uma legião de soldados holandeses, acompanhados de índios das tribos Tapuias e Potiguari, todos armados, invadiu o local sagrado, trancou suas portas e atacou ferozmente os fiéis indefesos. Padre André de Soveral, obrigado a interromper a celebração, conseguiu entoar as orações dos moribundos com os fiéis. Todos eles foram mortos à espada, exceto cinco fiéis portugueses que foram feitos reféns. Os assassinos roubaram roupas e objetos dos cadáveres, depois os destruíram. Os católicos mortos em Cunhaú tinham ao todo mais de sessenta anos, mas deles só se sabe o nome do pároco e do leigo Domingo Carvalho. O Segundo Momento do Martírio O segundo momento do martírio ocorreu cerca de três meses depois. Em 3 de outubro de 1645, em Uruaçu, dentro da paróquia Nossa Senhora da Apresentação, liderada pelo padre Ambrósio Francisco Ferro. Tomados pelo terror do que aconteceu em Cunhaú, os católicos de Natal tentaram fugir, em segurança, em abrigos improvisados, mas em vão. Presos, juntamente com o pároco padre Ambrósio Francisco Ferro, foram transferidos para perto de Uruaçu. Ali, eles esperavam os soldados holandeses e cerca de 200 índios sob o comando do líder indígena Antonio Paraopaba, que, tinha um verdadeiro aversão aos católicos. Os fiéis e seu pároco foram terrivelmente torturados e deixados para morrer em meio a mutilações desumanas. Os cronista da época ficaram horrorizado ao descrever em detalhes. Via de Santificação Dos numerosos fiéis mortos por causa da fé, em 16 de julho e 3 de outubro de 1645, e para os quais se manifestou imediatamente uma sólida reputação de martírio, infelizmente, apenas 30 puderam ser identificados com certeza.  A história do martírio do Padre André de Soveral e do Padre Ambrósio Francisco Ferro, do leigo Mateus Moreira e dos seus vinte e oito Companheiros, beatificados pelo Santo Padre João Paulo II, em 5 de março de 2000. Foram canonizados pelo Sumo Pontífice, Papa Francisco, no dia 15 de outubro de 2017. Minha oração “Aos mártires que entregaram a sua vida em testemunho da fé na terra de Santa Cruz, rogamos que nunca falte a fé para o nosso povo, nunca nos falte a esperança no Cristo e em sua glória, assim como a misericórdia para a nossa salvação na vida futura. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!” Santo André de Soveral e companheiros mártires, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 03 de outubro  Comemoração de São Dionísio Areopagita, que se converteu a Cristo quando o Apóstolo São Paulo falou no Areópago e foi constituído primeiro bispo de Atenas. Em Roma, no cemitério de Ponciano, junto à Via Portuense, Santa Cândida, mártir. († data inc.) Em Alexandria, no Egito, a comemoração dos santos Fausto, Caio, Pedro, Paulo, Eusébio, Queremão, Lúcio e outros dois, que, no tempo do imperador Décio e do imperador Valeriano, por ordem do prefeito Emiliano, sofreram muito, juntamente com o bispo Dionísio, como confessores da fé; a eles se associa Fausto, que sofreu o martírio no tempo do imperador Diocleciano.(† s. III/IV) Em Mayuma, na Palestina, a comemoração de Santo Hesíquio, monge, que foi discípulo de Santo Hilarião e seu companheiro de peregrinação. († s. IV) Comemoração de São Maximiano, bispo de Bagai, na Numídia. († c. 410) Em Toulon, na Provença, região da Gália, agora na França, São Cipriano, bispo, discípulo de São Cesário de Arles. († d. 543) Na Saxónia, território da atual Alemanha, os santos mártires de nome Evaldo, um chamado Negro e o outro Branco, ambos presbíteros naturais da Inglaterra, foram presos pelos pagãos e padeceram o martírio.(† 695) No mosteiro de Metten, na Baviera, atualmente na Alemanha, o Beato Utão, fundador e primeiro abade. († 802) No território de Namur, na Lotaríngia, na atual Bélgica, São Gerardo, primeiro abade do mosteiro de Brogne, por ele mesmo fundado. († 959) Em Chur, no território dos Helvécios, hoje na Suíça, o Beato Adalgoto, bispo, discípulo de São Bernardo em Claraval. († 1160) Nas margens do rio Uruaçu, próximo de Natal, cidade do Brasil, os beatos Ambrósio Francisco Ferro, presbítero, e seus companheiros, mártires. († 1645) Em Madrid, na Espanha, o Beato Crescêncio Garcia Pobo, presbítero da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores e mártir. († 1936)  Em Barcelona, na Espanha, o Beato Eufrosino Maria (José Luís Raga Nadal), religioso da Ordem dos Carmelitas e mártir. († 1936) Fonte: Causesanti.va Martirológio Romano Santiebeati.it Vatican.va - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

Protomártires do Brasil, 30 mártires que deram suas vidas

O catálogo dos mártires da Igreja inclui, além dos que sofreram perseguições do mundo pagão, também outros que deram a vida para se manterem fiéis ao catolicismo e ao Romano Pontífice, vítimas de cristãos contra outros cristãos, divididos por interpretações doutrinárias. Este é o contexto das guerras religiosas, que ensanguentaram a Europa e os países por ela colonizados entre os séculos XVI e XVII. A história do martírio do Padre André de Soveral e do Padre Ambrósio Francisco Ferro, do leigo Mateus Moreira e dos seus XXVII Companheiros, beatificados pelo Santo Padre João Paulo II a 5 de Março de 2000, deve ser vista também neste horizonte. A evangelização no Rio Grande do Norte, estado do Nordeste do Brasil, teve início em 1597 com a catequese dos índios e com a formação das primeiras comunidades cristãs por missionários jesuítas e padres diocesanos, vindos do Reino Católico de Portugal. Nas décadas seguintes aconteceram desembarques de franceses e holandeses naquelas terras, com a intenção de expulsar os portugueses dos lugares colonizados. Em 1630 os holandeses conseguiram seu intento, estabelecendo-se na região Nordeste do Brasil. Eles, de confissão calvinista e acompanhados de seus pastores, determinaram um forte conflito na até então pacífica área, devido à restrição da liberdade de culto aos católicos, que eram perseguidos a partir daquele momento. Neste contexto ocorreu o martírio dos Beatos considerados na presente Causa, A primeira ocorreu em 16 de julho de 1645 em Cunhaú, na capela de Nossa Senhora da Purificação ou das Velas, oficiada pelo Padre André de Soveral; A segunda ocorreu no dia 3 de outubro do mesmo ano em Uruaçu, na paróquia Nossa Senhora da Apresentação, sob a direção do padre Ambrósio Francisco Ferro. O padre André de Soveral, pároco de Cunhaú, nasceu por volta de 1572 em São Vicente, na ilha de Santos; aos 21 anos ingressou na Companhia de Jesus e, ao término dos estudos, foi enviado para Olinda, em Pernambuco, centro missionário de catequese dos índios de toda a vasta região. A partir de 1607, depois de deixar os jesuítas, o encontramos como membro do clero diocesano e pároco de Cunhaú: na época do martírio tinha 73 anos. No domingo, 16 de julho de 1645, enquanto celebrava missa na capela local, Jacó Rabe apareceu, anunciando importantes comunicações das autoridades governamentais. Logo após a consagração, um grupo de soldados holandeses, com índios das tribos Tapuias e Potiguari a reboque, todos armados, invadiu o local sagrado, trancou suas portas e atacou ferozmente os fiéis indefesos. Padre André de Soveral, forçado a interromper a celebração, conseguiu cantar as orações dos moribundos com os fiéis. Todos foram massacrados à espada, exceto cinco fiéis portugueses que foram feitos reféns. Os assassinos saquearam os cadáveres de roupas e objetos, depois fizeram estragos. Os católicos mortos em Cunhaú eram ao todo mais de sessenta, mas só se sabe o nome do pároco e do leigo Domingo Carvalho. O segundo momento do martírio ocorreu cerca de três meses depois, em 3 de outubro de 1645, em Uruaçu. Tomados pelo terror do que aconteceu em Cunhaú, os católicos de Natal tentaram encontrar segurança em abrigos improvisados, mas em vão. Presos, juntamente com seu pároco, padre Ambrósio Francisco Ferro, foram transferidos para perto de Uruaçu, onde soldados holandeses e cerca de 200 índios os esperavam sob o comando do cacique Antonio Paraopaba, que, convertido ao protestantismo calvinista, havia uma verdadeira aversão aos católicos. Os fiéis e seu pároco foram horrivelmente torturados e deixados para morrer em mutilações desumanas, que até mesmo o cronista da época teve horror de descrever em detalhes. Dos numerosos fiéis assassinados por sua fé em 16 de julho e 3 de outubro de 1645, e para os quais uma sólida reputação de martírio se manifestou imediatamente, apenas 30 puderam ser identificados com certeza. é, portanto, o seguinte: Os dois Mártires de Cunhaú: 1. Padre André de Soveral, pároco diocesano 2. Domingo Carvalho Os vinte e oito Mártires de Uruaçu: 1. Padre Ambrósio Francisco Ferro, pároco diocesano 2. Antônio Vilela, o Jovem 3. José do Porto See More 4. Francisco de Bastos See More 5. Diego Pereira See More 6. João Lostao Navarro 7. Antônio Vilela Cid See More 8. Estêvão Machado de Miranda 9. Vicente de Souza Pereira 10. Francisco Mendes Pereira See More 11. João da Silveira 12. Simão Correia 13. Antonio Baracho 14. Mateus Moreira See More 15. João Martins See More 16. Manuel Rodrigues Moura See More 17. Esposa de Manuel Rodrigues Moura 18-24. sete jovens companheiros de João Martins 25. filha de Antônio Vilela, o caçula 26. filha de Francisco Dias, o menor 27-28. duas filhas de Estêvão Machado de Miranda.   "PROCESSO" DA CAUSA   O relato mais antigo dos dolorosos acontecimentos foi escrito vinte dias após o massacre de Uruaçu, no Breve, Verdadeiro e Autêntico Relato das Últimas Tiranias e Crueldades que os Holandeses usaram contra os Habitantes do Rio Grande , de Lopo Curado Garro. Através de uma tradição ininterrupta, a memória do martírio chegou aos nossos dias. No entanto, foi apenas no início do século XX que a compreensão da motivação religiosa em torno dos Mártires do Rio Grande do Norte se intensificou e começaram a ser feitas considerações concretas sobre a possibilidade de iniciar o processo de beatificação. Surgiram, portanto, publicações novas e credenciadas de caráter histórico, organizaram-se peregrinações aos lugares do martírio, celebraram-se congressos para comemorar os 300 anos do martírio. a) Em vista da Beatificação O Processo propriamente dito foi iniciado em 1989 pelo terceiro Arcebispo de Natal, Monsenhor Alair Vilar Fernadens de Melo. O nihil obstat para a Causa foi concedido pela Santa Sé em 16 de junho de 1989. Enquanto isso, em 13 de outubro de 1991, o Santo Padre João Paulo II, durante a homilia da Missa de encerramento do XII Congresso Eucarístico Nacional em Natal, com sua referência a o testemunho do martírio do leigo Mateus Moreira, deu mais impulso à Causa. O inquérito diocesano ocorreu no mês de maio de 1994 na Cúria metropolitana de Natal. Em 25 de novembro do mesmo ano, a Congregação para as Causas dos Santos reconheceu sua validade jurídica com um Decreto. A posição super mártirela foi submetida com resultado favorável ao julgamento dos Consultores Históricos em 28 de outubro de 1997. Posteriormente, em 23 de junho de 1998, os Consultores Teológicos expressaram sua opinião positiva sobre o alegado martírio. Os Cardeais e os Bispos, na Sessão Ordinária de 10 de novembro de 1998, reconheceram que os Servos de Deus foram mortos in odium fidei . Em 21 de dezembro de 1998, São João Paulo II promulgou o decreto sobre o martírio dos 30 Servos de Deus, por ele beatificados na Praça de São Pedro durante o Grande Jubileu de 2000, domingo, 5 de março. b) Em vista da Canonização Recentemente, seguindo o interesse popular e as novas iniciativas autorizadas de toda a Conferência Episcopal Brasileira para a esperada canonização dos Beatos Mártires do Rio Grande do Norte, a Postulação Geral da Ordem dos Frades Menores recebeu dos Atores a tarefa, com autorização prévia da Congregação para as Causas dos Santos, elaborar uma Positio especial para reunir as provas que fundamentam o pedido de canonização formal, com dispensa do estudo de um milagre específico. As fontes recolhidas após a beatificação atestam o crescente aumento da devoção aos Bem-aventurados Mártires, mesmo fora dos limites da Arquidiocese de Natal, a extensão do culto, a contínua fama signorum, a indiscutível atualidade pastoral do testemunho dos 30 mártires , dos quais 28 são leigos, alguns dos quais formam famílias. A esperada canonização dos Protomártires do Brasil visa colocar no castiçal da santidade o supremo testemunho de martírio de toda uma comunidade evangelizada, para que seja modelo, guia e conforto para as novas gerações de cristãos, chamados a enfrentar a secularização generalizada e as novas heresias do mundo contemporâneo. Os Eminentes Cardeais e Bispos da Congregação para as Causas dos Santos, reunidos em Sessão Ordinária, no dia 14 de março de 2017, tendo examinado a Positio super Canonizatione, fizeram votos para que o Santo Padre procedesse, se assim o considerasse oportuno, à desejada canonização. Esta opinião foi aceita por Sua Santidade o Papa Francisco. Protomártires do Brasil, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 03 de outubro Comemoração de São Dionísio Areopagita, que se converteu a Cristo quando o Apóstolo São Paulo falou no Areópago e foi constituído primeiro bispo de Atenas. Em Roma, no cemitério de Ponciano, junto à Via Portuense, Santa Cândida, mártir. († data inc.) Em Alexandria, no Egipto, a comemoração dos santos Fausto, Caio, Pedro, Paulo, Eusébio, Queremão, Lúcio e outros dois, que, no tempo do imperador Décio e do imperador Valeriano, por ordem do prefeito Emiliano, sofreram muito, juntamente com o bispo Dionísio, como confessores da fé; a eles se associa Fausto, que sofreu o martírio no tempo do imperador Diocleciano. († s. III/IV) Em Mayuma, na Palestina, a comemoração de Santo Hesíquio, monge, que foi discípulo de Santo Hilarião e seu companheiro de peregrinação. († s. IV) Comemoração de São Maximiano, bispo de Bagai, na Numídia, na actual Argélia, que, repetidamente torturado pelos hereges, foi depois precipitado do alto de uma torre e abandonado como morto; mas, recolhido por uns transeuntes, recuperou a saúde e não desistiu de lutar pela fé católica. († c. 410) Em Toulon, na Provença, região da Gália, agora na França, São Cipriano, bispo, discípulo de São Cesário de Arles, que defendeu em vários sínodos a verdadeira fé sobre a graça, ensinando que ninguém pode por si só alcançar as realidades divinas, se antes não é chamado pela graça de Deus. († d. 543) Na Saxónia, território da actual Alemanha, os santos mártires de nome Evaldo, um chamado Negro e o outro Branco, ambos presbíteros naturais da Inglaterra, que, seguindo o exemplo de São Vilibrordo e seus companheiros, partiram para evangelizar os Saxões; e tendo começado a anunciar-lhes Cristo, foram presos pelos pagãos e padeceram o martírio. († 695) No mosteiro de Metten, na Baviera, atualmente na Alemanha, o Beato Utão, fundador e primeiro abade. († 802) No território de Namur, na Lotaríngia, na actual Bélgica, São Gerardo, primeiro abade do mosteiro de Brogne, por ele mesmo fundado, que se empenhou pela renovação da disciplina monástica na Flandres e na Lotaríngia e reconduziu muitos cenóbios à originária observância da regra. († 959) Em Chur, no território dos Helvécios, hoje na Suíça, o Beato Adalgoto, bispo, discípulo de São Bernardo em Claraval, que foi admirável exemplo de observância monástica. († 1160) Em Madrid, na Espanha, o Beato Crescêncio Garcia Pobo, presbítero da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores e mártir, que, durante a perseguição contra a fé, derramou o seu sangue por Cristo. († 1936) Em Barcelona, também na Espanha, o Beato Eufrosino Maria (José Luís Raga Nadal), religioso da Ordem dos Carmelitas e mártir, que foi assassinado na mesma perseguição contra a Igreja. († 1936) Fonte: Dicastério para as Causas dos Santos (causesanti.va) Martirológio Romano – Pesquisa e redação: Leonardo Girotto   

Santos Anjos da Guarda, companheiros na caminhada

Origens A existência dos Anjos é um dogma de fé, definida várias vezes e em muitas ocasiões pela Igreja, desde o Concílio de Nicéia ao Vaticano I. Tudo o que lhes diz respeito faz parte de um estudo próprio, denominado "angelologia". O Magistério eclesial afirma: os anjos são seres totalmente espirituais, sem corpo, imortais e imutáveis, que se tornam visíveis apenas para manifestar a sua ação. História litúrgica A memória litúrgica dos Santos Anjos é celebrada em 2 de outubro, desde 1670, por desejo do Papa Clemente X. A Igreja ortodoxa prefere celebrar em 11 de janeiro. Antigamente, a sua festa era celebrada em 29 de setembro, junto com a dos três Santos arcanjos: Miguel, Gabriel e Rafael. Porém, sua data foi diferenciada, tornando-se, de modo particular, memória própria dos Anjos da Guarda: primeiro, na Espanha, no século XV; depois, se difundiu em Portugal, Áustria e, por fim, em toda a Europa.  A devoção aos Anjos da Guarda é mais antiga do que aos santos Na verdade, a devoção aos Anjos é mais antiga que aos santos, de modo especial na Idade Média. Isso, graças aos monges eremitas, que viviam uma vida de recolhimento, silêncio e oração, em companhia só dos seus Anjos da Guarda. Finalmente, em 2005, o Parlamento italiano, inspirando-se na figura dos Anjos da Guarda, introduziu, na mesma data de 2 de outubro, a celebração civil da Festa dos Avós, verdadeiros Anjos da Guarda de suas famílias. Quem são os anjos? O termo "anjo" indica uma criatura celeste bem próxima de Deus. Seu nome é citado 175 vezes no Novo Testamento e pelo menos 300 no Antigo, em que vem especificada a função desta milícia sobrenatural, dividida em nove hierarquias: Querubins, Serafins, Tronos, Dominações, Poderes, Virtudes Celeste, Principados, Arcanjos, Anjos. Estes espíritos puros, dotados de inteligência e vontade, são chamados, muitas vezes, mensageiros ou intérpretes das ordens divinas; eles se manifestam, sobretudo, em momentos cruciais da história da salvação. Com efeito, o IV Concílio de Latrão definiu, como verdade de fé, o fato de que, se alguns anjos abusarem da sua liberdade, poderão cair no pecado: foi o que aconteceu com Lúcifer, o mais bonito de todos, que, ao pecar, por orgulho, contra Deus, caiu nas profundezas do inferno.  A função do Anjo da Guarda As funções, atribuídas aos anjos pela Sagrada Escritura, são as de acompanhar o homem no caminho do bem e oferecer ao Senhor. Além das nossas orações e sacrifícios. De fato, no Batismo, todo cristão recebe, como dom de Deus, o próprio Anjo da Guarda, uma presença invisível, mas real. O anjo o acompanha e guia ao longo de toda a sua existência: é um companheiro de viagem. Ao longo dos séculos, apesar de invisíveis, os anjos foram representados de várias maneiras: adoradores, músicos, túmulos, igrejas, esculturas, pinturas…  Minha oração “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine. Amém!” Santo Anjo do Senhor, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 02 de outubro Em Nicomédia, na Bitínia, hoje, Izmit, na Turquia, Santo Eleutério, mártir. († s. III/IV) Em Numância, na Hispânia Cartaginense, São Satúrio, eremita. († 606) Em Sain-Leger, no território de Arras, na Nêustria, atualmente na França, a paixão de São Leodegário, bispo de Autun. Com ele venera-se a memória de seu irmão São Gerino, mártir. († 679-680 e 677) Em Andage, na floresta das Ardenas, na Austrásia, hoje Saint-Hubert, na Bélgica, São Beregiso, abade, que fundou neste lugar um mosteiro de Cónegos Regrantes, ao qual presidiu com diligência. († d. 725) Na Récia, em território da atual Suíça, Santo Ursicino, bispo de Chur e primeiro abade do mosteiro de Disentis por ele fundado. († s. VIII) Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, a comemoração de São Teófilo, monge, que, por defender o culto das sagradas imagens, foi cruelmente torturado e exilado por Leão o Isáurico. († c. 795) Em Nagasáki, no Japão, os beatos Luís Yakichi e Lúcia, esposos, e seus filhos André e Francisco, mártires. († 1622) Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Jorge Edmundo René, presbítero e mártir, que, sendo cónego de Vézelay, durante a Revolução Francesa, foi condenado ao cativeiro na sórdida galera por ser sacerdote e aí morreu coberto de chagas infectadas. († 1794) Em Castres, na França, Santa Joana Emília Villeneuve, que fundou a Congregação de Nossa Senhora da Imaculada de Castres, destinada à formação humana e cristã dos mais desfavorecidos. († 1854) Em Lião, na França, o Beato António Chevrier, presbítero, que fundou a Obra da Providência do Prado. († 1879) Em Fianarantsoa, cidade de Madagáscar, o Beato João Beyzym, presbítero da Companhia de Jesus. († 1912) Próximo de Castellón, no litoral da Espanha, os beatos Francisco Carceller Galindo, da Ordem dos Cónegos Regrantes das Escolas Pias, e Isidoro Bover Oliver, da Irmandade de Sacerdotes Operários Diocesanos, presbíteros e mártires. († 1936) Em Sax, localidade próxima de Alicante, também na Espanha, os beatos Elias e João Baptista Carbonell Mollá, presbíteros e mártires. († 1936) Em Silla, povoação próxima de Valência, também na Espanha, a Beata Maria Guadalupe (Maria Francisca Ricart Olmos), religiosa da Ordem dos Servos de Maria e mártir. († 1936) Em Madrid, cidade da Espanha, os beatos mártires Henrique Sáiz Aparício, presbítero, e Pedro Artolozaga Mellique, religioso, ambos da Sociedade Salesiana. († 1936) Em Jaén, também na Espanha, Bartolomeu Blanco Márquez, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936) Em Stanislawow, cidade da Polónia, a Beata Antonina Kratochwil, virgem da Congregação das Irmãs das Escolas de Nossa Senhora e mártir. († 1942) Em Aiud, cidade do distrito de Alba, na Roménia, o Beato Szilard Bogdanffy, bispo de Oradea Mare e mártir. († 1953) Fonte: Liturgia das Horas Martirológio Romano Santiebeati.it Vaticannews.va Vatican.va - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição:  Melody de Paulo

Santa Teresinha do Menino Jesus, doutora da infância espiritual

Origens Santa Teresinha do Menino Jesus nasceu em Alençon (França), no dia 02 de janeiro de 1873. Morreu no dia 30 de setembro de 1897, com apenas 24 anos e 271 dias. Nascida em uma família de ótimas condições financeiras e temente a Deus, seus pais (Luís e Zélia) tiveram oito filhos antes da caçula, Teresa; quatro morreram com pouca idade, restando em vida as quatro irmãs da santa, que também se tornaram freiras (Maria, Paulina, Leônia e Celina).  Amadurecimento na dor À primeira vista, parece que Teresinha foi santa desde a sua infância, porém, sua história revela um caminho de amadurecimento à custa de muitos sofrimentos, como por exemplo, a perda de sua mãe quando tinha 4 anos e 8 meses por conta do câncer; a ida de suas irmãs para o Carmelo; separar-se de seu pai e vê-lo sofrer de problemas psiquiátricos; por fim, a tuberculose e outros problemas de enfermidade nos seus últimos anos de vida. Tudo isso levou essa mulher a oferecer-se em holocausto à Misericórdia Divina, dia após dia de sua vida, com muita simplicidade e pequenez. “Não quero ser santa pela metade, escolho tudo.” Nossa Senhora do sorriso Depois da morte de sua mãe, a menina desenvolveu uma grande sensibilidade. Ela se achava sempre entristecida e abatida, chorava muito. Porém, aos 10 anos, ela fez uma experiência com Nossa Senhora que ficou em sua vida: “No dia 13 de maio de 1883, festa de Pentecostes, do meu leito, virei meu olhar para a imagem de Maria e, de repente, a imagem pareceu-me bonita, tão bonita que nunca tinha visto nada semelhante. Seu rosto exalava uma bondade e ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o sorriso encantador da Santíssima Virgem. Todas as minhas penas se foram naquele momento, e lágrimas escorreram de meus olhos, de pura alegria. Pensei, a Santíssima Virgem sorriu para mim, foi por causa das orações que eu tive a graça do sorriso da Rainha do Céu” (História de uma alma). Do Menino Jesus… Santa Teresinha do Menino Jesus também fez uma profunda experiência com o Natal, tendo o Menino Jesus como doador de uma “total conversão”, aos seus 13 anos de idade, no ano de 1883. Depois disso, sua vida foi transformada e ela começou a dar grandes passos na vida espiritual. Esse fato foi tão importante, a ponto de levá-la a assumir o nome de Teresinha do Menino Jesus. Entrada no Mosteiro das Carmelitas Com a autorização do Papa Leão XIII, Santa Teresinha do Menino Jesus pôde entrar no Mosteiro das Carmelitas, em Lisieux, com apenas 15 anos de idade. Ao entrar no Carmelo, dedicou-se a rezar pela conversão das almas e pelos sacerdotes. Porém, trazia em seu coração o grande desejo de ser missionária, queria anunciar o evangelho aos cinco continentes do mundo. Até que descobriu no amor um caminho de perfeição: “no coração da Igreja, serei o amor. Assim, serei tudo, e nada impossibilitará meu sonho de tornar-se realidade” (História de uma alma). Logo após a sua morte, seria colocada como padroeira universal das missões católicas pelo Papa Pio XI. A infância espiritual Através do amor, desenvolveu a infância espiritual ou pequena via. Essa consiste na extrema confiança em um Deus que é Pai, o que foi consequência do seu relacionamento com seu pai Luís. Ele levou sua filha a olhar a Deus como um pai bondoso, amoroso e misericordioso. Por isso, Santa Teresinha do Menino Jesus pôde confiar e se lançar sem reservas nos braços d’Aquele que a leva como um elevador através de sua graça. Esse relacionamento filial gerou um transbordar de caridade, generosidade e gratuidade por parte da santa que desembocou na vivência com suas irmãs religiosas.  Santa Teresinha do Menino Jesus: extrema humildade Em sua extrema humildade, acreditava que o caminho era ser como criança diante de Deus, assim buscava sempre rebaixar-se na vida fraterna e amar sem reservas. Tudo isso levou-a a renovar a espiritualidade carmelita de João da Cruz (Doutor do “tudo ou nada”), vendo nessa caridade gratuita o caminho perfeito. “No crepúsculo desta vida, aparecerei diante de vós (Deus) com as mãos vazias” (História de uma alma), ou seja, nem apresentar méritos ou obras, simplesmente confiando no amor gratuito de Deus, que é Pai e nos salva (Cf. 1 Jo 4, 17). Essa experiência fez com que o Papa João Paulo II a proclamasse doutora da Igreja no dia 19 de outubro de 1997. Páscoa Em seu leito de morte, com apenas 24 anos, Santa Teresinha do Menino Jesus, disse suas últimas palavras: “Oh!…amo-O. Deus meu,…amo-Vos!”. Após a sua morte, aconteceu a publicação de seus escritos que se tornaram mundialmente reconhecidos. Assim realizou a sua promessa de espalhar uma chuva de rosas, de milagres e de graças de todo o gênero. Sua beatificação aconteceu em 1923; e foi canonizada por Pio XI em 1925, que a chamava de “uma palavra de Deus”. Oração: “Meu Deus, ofereço-vos todas as ações que farei hoje, nas intenções e para a glória do Sagrado Coração de Jesus. Quero santificar as batidas do meu coração, meus pensamentos e obras mais simples, unindo-os aos seus méritos infinitos, e reparar minhas faltas, lançando-as na Fornalha de seu Amor Misericordioso. Oh, meu Deus! Peço-vos para mim e para aqueles que me são caros a graça de cumprir perfeitamente vossa santa vontade, de aceitar por vosso amor as alegrias e as penas desta vida passageira, para que estejamos um dia reunidos no Céu, por toda a eternidade. Assim seja.” (Obras completas de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, Oração 10). Minha oração “ Ó querida santinha da simplicidade e da infância, ensinai-nos a amar Jesus em nosso cotidiano, naquilo que é mais simples e ordinário. Ajudai-nos, também, a viver a vida com toda a gratuidade que é própria do amor. Pela tua intercessão, seremos o amor na Igreja. Amém!” Santa Teresinha, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 01 de outubro Em Lisboa, cidade da Lusitânia, actualmente em Portugal, os santos Veríssimo, Máxima e Júlia, mártires.  († s. III/IV) Em Séclin, na Gália Bélgica, atualmente na França, São Piatão, presbítero, que é venerado como evangelizador do território de Tournai e mártir. († s. III/IV) Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Romano, diácono, que foi denominado o Melodioso pela sua arte sublime em compor hinos eclesiásticos em honra do Senhor e dos Santos. († 555/565) Em Tréveris, na Renânia da Austrásia, no território da actual Alemanha, São Nicécio, bispo, que, segundo o testemunho de São Gregório de Tours, era veemente na pregação, terrível na repreensão, consistente no ensino. Sofreu o exílio no tempo de Clotário, rei dos Francos. († 561) Em Gand, na Flandres, região da Nêustria, hoje na Bélgica, São Bavão, monge, que foi discípulo de Santo Amando: deixando a vida secular, distribuiu os seus bens pelos pobres e entrou no mosteiro fundado nesta cidade. († c. 659) Em Condé-sur-l’Escaut, no Hainaut, território da Austrásia, atualmente na França, São Vasnulfo, monge, natural da Escócia. († s. VII) Em Cantuária, na Inglaterra, São Geraldo Edwards, presbítero e mártir. Com ele foram martirizados o Beato Roberto Wilcox e Cristóvão Buxton, presbíteros, também por serem sacerdotes, e Roberto Widmerpool, por ter ajudado um sacerdote. († 1588) Em Chichester, também na Inglaterra, os beatos Rodolfo Crockett e Eduardo James, presbíteros e mártires. († 1588) Em Ipswich, também na Inglaterra, o Beato João Robinson, presbítero e mártir. († 1588) Em Nagasaki, no Japão, os beatos Gaspar Hikojiro e André Yoshida, mártires. († 1617) Em Osma, cidade de Castela la Mancha, região da Espanha, o Beato João de Palafox y Mendoza, bispo. († 1659) Em Saronno, próximo de Varese, na Lombardia, região da Itália, o Beato Luís Maria Mónti, religioso, que, embora conservando a sua condição laical, instituiu os Filhos de Maria Imaculada. († 1900) Em Népi, cidade da província de Viterbo, também na Itália, a Beata Cecília Eusépi, religiosa da Ordem Terceira dos Servos de Maria. († 1928) Em Rotglá y Corbera, localidade da província de Valência, na Espanha, a Beata Florência Caerols Martínez, virgem e mártir. († 1936) Em Villena, localidade da província de Valência, o Beato Álvaro Sanjuán Canet, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936) Em Barcelona, na Catalunha, região da Espanha, em dia incerto de Outubro, os beatos Adolfo Mariano (Mariano Anel Andréu) e Ildefonso Luís (José Casa Lluch), religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristiãs e mártires. († 1936) Em Madrid, também na Espanha, em dia incerto de Outubro, o Beato Manuel Borrajo Míguez, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936) Também em Madrid, os beatos Carmelo João Pérez Rodríguez, Mateus Garolera Masferrer e Higínio de Mata Díez, religiosos da Sociedade Salesiana e João de Mata Díez, mártires. († 1936) Próximo de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato António Rewera, presbítero e mártir. († 1942) Fonte: Liturgia das Horas Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va Livro: “História de uma alma” – Santa Teresinha Livro: “De mãos vazias” – Conrado de Meester - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição:  Melody de Paulo  

São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja

Origens  Sofrônio Eusébio Jerônimo é o nome completo de São Jerônimo. Nasceu em Estridão, atual Croácia. Não se sabe a data exata do seu nascimento, estima-se que seja por volta de 347. De família cristã e rica, São Jerônimo recebeu uma sólida educação e, ajudado pelos seus pais, completou os estudos em Roma. Ali, deu-se à vida mundana, deixando-se levar pelos prazeres. Porém, logo se arrependeu, recebeu o Batismo e seguiu a vida contemplativa.  Vida  Jerônimo estudou por toda a vida, viajando a Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos, no deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte. Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379. Mas Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo. Primeira Tradução da Bíblia para o Latim Chamado pelo Papa Voltou para Roma em 382, chamado pelo Papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia (do grego e do hebraico) para o latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda a sua vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata" e tornou-se oficial no Concílio de Trento. Suas obras Romano de formação, Jerônimo era um enciclopédico. Sua obra literária revelou o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e eloquente ao mesmo tempo. Dono de personalidade e temperamento fortíssimo, sua passagem despertava polêmicas ou entusiasmos. Retirada para Belém Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos. Para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando, com um novo livro. Suas violências verbais não perdoavam ninguém. Teve palavras duras para Ambrósio, Basílio e para com o próprio Agostinho. Mas sempre amenizava as intemperanças do seu caráter para que prevalecesse o direito espiritual. Dedicação à Palavra de Deus Páscoa São Jerônimo passou o resto da sua vida em Belém, onde sempre se dedicou à Palavra de Deus, à defesa da fé, ao ensino da cultura clássica e cristã e ao acolhimento dos peregrinos. Faleceu em sua cela, nas proximidades da Gruta da Natividade, em 30 de setembro, provavelmente no ano 420.  Contribuição Póstuma Este santo homem, impetuoso e, muitas vezes, polêmico e divergente, era odiado, mas também muito querido. Não era fácil dialogar com ele, porém deu uma contribuição ao Cristianismo, com seu testemunho de vida e seus numerosos escritos. Com efeito, deve-se a ele a primeira tradução da Bíblia para o latim, chamada Vulgata: traduziu os Evangelhos do grego e o Antigo Testamento do hebraico; ainda hoje, a Vulgata, embora revisada, é o texto oficial da Igreja de língua latina.  Minha oração “Grande tradutor e divulgador da Palavra de Deus, foste tão íntimo das escrituras e nos ensinaste esse belo caminho para a união com Cristo. Dai-nos amor à Palavra, dedicação em lê-la, rezá-la e meditá-la como tu mesmo tiveste. Amém.” São Jerônimo, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 30 de setembro Em Piacenza, na atual Emília-Romanha, região da Itália, Santo Antonino, mártir. († 303) Em Soleure, no território dos Helvécios, na atual Suíça, os santos Urso e Vítor, mártires, que, segundo a tradição, pertenceram à Legião Tebana. († c. 320) Na Arménia, São Gregório o Iluminador, bispo. É considerado o apóstolo dos Armenos. († c. 326) Em Marselha, na Provença, atualmente na França, Santa Eusébia, virgem, que desde a juventude até à velhice foi sempre fiel serva de Deus. († c. 497) Em Cantuária, na Inglaterra, Santo Honório, bispo, que sucedeu Santo Agostinho na Inglaterra. († 653) Em Nusco, na Hirpínia, hoje na Campânia, região da Itália, Santo Amado, bispo. († 1093) Em Roma, São Simão, monge, anteriormente conde de Crepy, na França, renunciando à pátria, ao matrimônio e a tudo, escolheu a vida monástica e depois a vida eremítica. († 1082) Em Die, na França, Santo Ismidão, bispo, que, movido pelo seu grande amor aos Lugares Santos, fez por duas vezes a piedosa peregrinação a Jerusalém. († 1115) Em Pêsaro, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, a Beata Felícia Meda, abadessa da Ordem das Clarissas.(† 1444) Em Roma, São Francisco de Borja, presbítero, que, depois da morte da esposa, entrou na Companhia de Jesus e, abdicando das honras do mundo e das dignidades eclesiásticas, foi eleito superior geral da Ordem. († 1572) Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, no litoral da França, o Beato João Nicolau Cordier, presbítero e mártir. († 1794) Em Lanzo, localidade próxima de Turim, na Itália, o Beato Frederico Albert, presbítero, que fundou a Congregação das Irmãs de São Vicente de Paulo da Imaculada Conceição. († 1876) Em Lisieux, na França, o dia natal de Santa Teresa do Menino Jesus, cuja memória se celebra no dia seguinte.(† 1897) Fonte: Arquisp.org.br  Martirológio Romano Santiebeati.it Vaticannews.va - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, soldados do exército celeste

Origens  Os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael são investidos de cargos diferentes. Celebrados, antes, em datas diferentes, mas, com as reformas do Concílio Vaticano II, agora são recordados em um só dia. A memória litúrgica ocorre em 29 de setembro.  A Bíblia os lembra com missões específicas: Miguel, o adversário de Satanás; Gabriel, o anunciador; e Rafael, o ajudante. O título de arcanjo deriva da ideia de uma corte celestial na qual os anjos estão presentes de acordo com diferentes graus e dignidades.  Os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael ocupam as esferas mais altas das hierarquias angélicas. Eles têm a tarefa de conservar a transcendência e o mistério de Deus, ao mesmo tempo que tornam presente e perceptível a sua proximidade salvífica. São Miguel, o Príncipe que luta contra o mal Segundo a tradição, o Arcanjo Miguel é o príncipe que luta contra o mal, de cujos assaltos defende perenemente a fé e a Igreja. Além disso, é reconhecido o poder da intercessão, muito venerada tanto no Oriente como no Ocidente. No mundo, são incontáveis as catedrais, os santuários, os mosteiros, as capelas dedicados ao Arcanjo Miguel. Seu nome é citado cinco vezes na “Sagrada Escritura”, deriva da expressão “Mi-ka-El”, ou seja, “quem é como Deus?”. Pela sua popularidade secular, o Anjo guerreiro que, com a sua espada desembainhada, vigia, do Castelo Santo Anjo, a Cúpula de São Pedro, é também centro de numerosas histórias e anedotas. Uma delas remonta ao dia 13 de outubro de 1884. Após a celebração da Missa, na Capela Vaticana, Leão XIII permanece inerte por uns dez minutos. Seu rosto, dizem as testemunhas, revela, ao mesmo tempo, terror e maravilha. A seguir, o Papa Pecci vai depressa ao seu escritório, senta-se à mesa e escreve de impulso uma oração ao Arcanjo Miguel. Meia hora depois, chama o Secretário e lhe entrega a folha de papel, pedindo-lhe para ser imprensa e enviada a todos os Bispos do mundo, para que a súplica fosse recitada no final da Missa. Leão XIII narra ter tido, naqueles poucos minutos, uma estarrecedora visão de “legiões de demônios” que atacavam a Igreja, quase a ponto de destruí-la, e de ter assistido a intervenção defensiva e decisiva do Arcanjo.  São Gabriel, o mensageiro de Deus O Anjo Gabriel fez o anúncio a Maria. No Evangelho de Lucas, lemos "foi enviado"; logo, o Arcanjo Gabriel é o mensageiro de Deus, encarregado de explicar à "Virgem, prometida a um homem da casa de Davi, chamado José", o modo com o qual Deus deveria se encarnar. Mencionado várias vezes no Antigo e no Novo Testamento, São Gabriel, mensageiro por excelência, é o Padroeiro das Comunicações, além disso, foi declarado também Padroeiro da Rádio Vaticano. Os episódios bíblicos dos quais Gabriel é protagonista são narrados no Livro do profeta Daniel. O Arcanjo aparece a Daniel para explicar-lhe o significado de uma visão misteriosa (Dn 8,15-18), enquanto, em outra (Dn 9,20- 27), preanuncia certos eventos. Ainda no Evangelho, em Lucas, ele comunica a Zacarias sobre o nascimento do seu filho João (Lc 1, 8-20). Assim, Gabriel revela, de modo bem mais claro, ser uma criatura celeste, estar na presença de Deus e ser seu mensageiro. São Rafael, a medicina de Deus A história do arcanjo Rafael é narrada no Livro de Tobias, na época da revolta dos Macabeus. O núcleo central do livro é a viagem empreendida por Tobias para recuperar, em uma terra distante, um crédito de seu pai que se tornou indigente, com o acompanhamento de outro viajante. Durante uma parada no rio Tigre, um grande peixe atacou o jovem, que se assustou, mas, depois, encorajado pelo viajante — que era o arcanjo Rafael disfarçado —, pegou o peixe, do qual, sempre por orientação do viajante, arrancou o coração, o fígado e a bílis do peixe e os colocou no alforje. Quando estavam quase chegando ao destino final, o Arcanjo insistiu para que Tobias se hospedasse na família de alguns parentes, onde conheceu sua prima Sara, que a lei de Moisés lhe reservou como esposa. A jovem já estava comprometida com sete homens, todos assassinados no tálamo nupcial pelo demônio Asmodeus, por ciúme da jovem. Sara casou-se com Tobias. A nova tentativa de Asmodeus foi derrotada pelo coração e o fígado do peixe, que o viajante sugeriu colocar em um braseiro, para que a fumaça afugentasse o demônio. Depois do casamento, Tobias voltou para a casa paterna e quis recompensar o viajante por toda a sua ajuda. Chamando de lado o pai e filho, o viajante revelou a sua identidade. Explicou-lhes que, devido às orações e caridade deles, ele havia sido enviado por Deus para curá-los e guiá-los. E falando de si mesmo, lhes disse: “Eu sou Rafael, um dos sete Anjos, sempre prontos para entrar na presença da majestade do Senhor”. Minha oração “Pelos Arcanjos, pedimos a proteção da nossa Igreja, das nossas famílias, nosso trabalho e saúde. Onde houver o mal, defendei-nos e protegei-nos, ao mesmo tempo nos ilumine contra toda a tentação do demônio. Sede nossos companheiros e amigos na caminhada rumo ao Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!” Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 29 de setembro Em Perinto, mais tarde chamada Heracleia, na Trácia, na atual Turquia, Santo Eutíquio, bispo e mártir. († c. s. III) Em Valeroctista, hoje Etchmiadzin, na Arménia, as santas Rípsimes, Gaiana e companheiras, mártires. († s. IV in.) Em Auxerre, na Gália Lionense, na atual França, São Fraterno, bispo. († d. 450) Na Palestina, São Ciríaco, anacoreta, que habitou durante quase noventa anos em cavernas numa vida austeríssima. († 557) Em Mettlach, nas margens do rio Saar, na Renânia, atualmente na Alemanha, o sepultamento de São Ludovino, bispo de Tréveris. († c. 717) Na ilha de Ufnau, junto ao lago de Zurique, no território dos Helvécios, atualmente na Suíça, Santo Adelrico, presbítero e eremita. († s. X) Na Bretanha Menor, região da França, São Maurício, abade do mosteiro cisterciense de Langonet e posteriormente do mosteiro de Carnoet, por ele fundado. († 1191) No mosteiro cisterciense de Longpont, também na França, o Beato João de Montmirail, que deixou a sua profissão de nobre cavaleiro para se tornar humilde monge. († 1217) Em Vannes, no litoral da Bretanha Menor, região da França, o Beato Carlos de Blois, homem piedoso, manso e humilde. († 1364) Em Roma, o Beato Nicolau de Furca Palena, presbítero da Ordem dos Eremitas de São Jerónimo, que fundou no monte Janículo o mosteiro de Santo Onofre. († 1449) Em L’viv, na Ucrânia, São João de Dukla, presbítero da Ordem dos Menores.(† 1484) Em Nagasaki, no Japão, a paixão dos santos mártires Miguel de Aoxaraza, Guilherme Courtet, Vicente Shiwozuka, presbíteros da Ordem dos Pregadores, Lázaro de Kioto e Lourenço de Manila Ruiz, pais de família. († 1636) Em Ossernenon, no território do Canadá, a paixão de São Renato Goupil, mártir. († 1642) Em Gilet, localidade próxima de Valência, na Espanha, o Beato Jaime Mestre Iborra, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936) Em Valência, cidade da Espanha, os beatos mártires Paulo Bori Puig, presbítero, e Vicente Sales Genovês, religioso, ambos da Companhia de Jesus. († 1936) Em Picadero de Paterna, localidade da província de Valência, o Beato Dario Hernández Morató, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1936) Em Lérida, também na Espanha, o Beato Francisco de Paula Castelló i Aleu, mártir. († 1936) Em Madrid, também na Espanha, os beatos José Villanova Tormo, presbítero, e Francisco Edreira Mosquera, religioso, ambos da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936) Em Milão, na Itália, o Beato Luís Monza, presbítero da diocese de Milão, fundador das Pequenas Apóstolas da Caridade.(† 1954) Fonte: Martirológio Romano Santiebeati.it Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São Venceslau, o pacífico duque da Boêmia

Origens  São Venceslau nasceu em Praga, República Checa, em 907. Foi educado como cristão por sua avó Santa Ludmila. Sucedeu a seu pai, Vratislau, antes de morrer, quando ainda muito jovem, tornando-se duque da Boêmia. Isto despertou em sua mãe, Draomira, a ira e a vingança, pois ela preferia o segundo filho, Boleslau. Reinado Cristianizou o seu país como um verdadeiro nobre. Pacífico na administração do reino e misericordioso para com os pobres; redimiu um grupo inumerável de escravos pagãos que estavam à venda em Praga, para que fossem batizados. Certa vez, decidiu fazer um duelo para não envolver seus soldados na guerra, mas seu adversário se reconciliou com ele.  O Trono Roubado Antes que isso acontecesse, a mãe tomou à força o poder e começou uma grande e desumana perseguição aos cristãos. Assim, por sua maldade e impopularidade junto ao povo, foi deposta pelos representantes das províncias, que fizeram prevalecer a vontade do rei Vratislau, elevando ao trono seu filho Venceslau.  Imediatamente, seguindo o conselho da avó, Venceslau levou de volta ao reino o cristianismo. Quando soube disso, Draomira ficou tão transtornada que contratou alguns assassinos para dar fim à vida da velha e bondosa senhora, que morreu enquanto rezava, estrangulada com o próprio véu. Inveja de Draomira Draomira sabia que ainda havia mais uma pedra em seu caminho impedindo seus planos maldosos e sua perseguição ao povo cristão. Venceslau era um obstáculo difícil, pois, em muito pouco tempo, já tinha conquistado a confiança, a graça e a simpatia do povo, que via nele um verdadeiro líder, um exemplo a ser seguido.  Páscoa Draomira e Boleslau, inconformados com a popularidade de Venceslau, arquitetaram um plano diabólico para acabarem com sua vida. Morreu em 935. Boleslau atacou Venceslau enquanto ele ia sozinho, como costumava fazer, à igreja. Mãe e filho, porém, não tiveram tempo de saborear o poder e o trono roubado de Venceslau, pois, em poucos dias, Draomira teve uma morte trágica e Boleslau foi condenado pelo imperador Oton I. Relíquia  O seu corpo foi sepultado na igreja de São Vito, em Praga. Desde então, passou a ser cultuado como santo. A Hungria, a Polônia e a Boêmia têm em São Venceslau seu protetor e padroeiro. Mais tarde, no século XVIII, a Igreja inscreveu São Venceslau no calendário litúrgico, marcando o dia 28 de setembro para a sua festa. Minha oração "Tu foste nobre de sangue, mas muito mais nobre na alma, dai aqueles que são os líderes a mesma nobreza e dedicação para o povo que necessita. Embuti a fé nos teus devotos e com teu exemplo fortaleça o caminho cristão. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!” São Venceslau, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 28 de setembro  Santos Lourenço Ruiz (de Manila) e quinze companheiros, mártires – presbíteros, religiosos e leigos. († 1633-1637) Em Calidone, na Pisídia, na hodierna Turquia, os santos Alfeu, Alexandre e Zósimo, mártires. († s. IV) Na laura de Souka, perto de Belém, na Palestina, São Caritão, abade, assíduo na oração e nos jejuns e fundador de muitas lauras no deserto da Judeia. († c. 350) Em Bolonha, na Emília-Romanha, atual região da Itália, São Zama, considerado o primeiro bispo desta cidade. († c. s. IV) Em Toulouse, na Aquitânia, atualmente na França, Santo Exupério, bispo. († d. 411) Em Belém da Judeia, a comemoração de Santa Eustóquio, virgem. († c. 419) Em Genebra, no território dos Helvécios, na atual Suíça, São Salónio, bispo. († d. 450) Em Riez, na Provença, região da Gália, na atual França, São Fausto, bispo. († d. 485) Em Lião, na Gália, também na atual França, Santo Anemundo, bispo e mártir. († c. 658) Em Salzburgo, na Baviera, na hodierna Áustria, os santos Cunialdo e Gisilário, presbíteros, colaboradores do bispo São Ruperto. († s. VIII) Perto de Mogúncia, na Renânia da Austrásia, atualmente na Alemanha, Santa Léoba, virgem, abadessa do mosteiro de Tauberbischofsheim. († c. 782) Em Pavia, na Lombardia, região da Itália, o Beato Bernardino de Feltre (Martinho Tomitano), presbítero da Ordem dos Menores, fundador do chamado Monte de Piedade.  (†1494) Em Madrid, na Espanha, São Simão de Rojas, presbítero da Ordem da Santíssima Trindade para a Redenção dos Cativos. (†1624) Em Nagasaki, no Japão, os beatos João Shozaburo, catequista, Mâncio Ichizayemon, Miguel Taiemon Kinoshi, Lourenço Hachizo, Pedro Terai Kuhioye e Tomás Terai Kahioye, mártires. (†1630) Em San Feliú de Codines, localidade da Catalunha, na Espanha, o Beato Francisco Xavier Ponsa Casallarch, religioso da Ordem de São João de Deus e mártir. (†1936) Em Benillup, povoação da província de Alicante, também na Espanha, a Beata Amália Abad Casasempere, mártir, mãe de família. (†1936) Em Valência, também na Espanha, o Beato José Tarrats Comaposada, religioso da Companhia de Jesus e mártir. (†1936) Em Moiá, na Espanha, os beatos mártires Joaquim de São José , religioso da Ordem dos Carmelitas Descalços, e José Casas Rós, seminarista de Barcelona. († 1936) Em Karadzar, cidade próxima de Karaganda, no Cazaquistão, o Beato Nicetas Budka, bispo.(†1949) Fonte: Arquisp.org.br  Martirológio Romano Santiebeati.it Vaticannews.va - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova