Santos

Santa Matilde da Alemanha exortava: "Feliz quem prepara sua eterna salvação"

Santas Matilde Segundo o Martirológio Romano, que relata os santos e beatos oficializados, assim como também com outros santos, há uma série com o nome Matilde. Sendo elas: - Santa Matilda da Escócia [† 1118], filha de Santa Margarida da Escócia [† 1093], Rainha da Inglaterra, comemorada em 30 de abril; - Santa Matilda de Hackeborn ou de Helfta, [1241-1299], monja beneditina e mística alemã, que é homenageada em 19 de novembro; - Beata Matilde [† 1154], beneditina alemã no Mosteiro de Spanheim, celebrada em 26 de fevereiro; - Beata Matilde di Canossa [† 1115], Duquesa da Toscana, Vice-Rainha da Itália, Condessa de Canossa e várias cidades italianas, celebrada em 23 de março; - Beata Matilde, Condessa Palatina, celebra 21 de maio; - Beata Matilde de Diessen [† 1160], abadessa beneditina de Diessen e reformadora do mosteiro de Edelsterten, celebrada em 31 de maio; - Beata Matilde [† 1200], escocesa que se mudou para a França, eremita em Lappion (Picardia), celebrada em 11 de abril; - Beata Matilde de Magdeburg [† 1280], mística beneditina, irmã de Santa Matilda de Hackeborn e Santa Gertrudes, celebrada em 8 de outubro; - Beata Matilde do Sagrado Coração [1841-1902], religiosa espanhola fundadora da Congregação das Filhas de Maria Mãe da Igreja, comemoração de 17 de dezembro. Qual delas a Igreja faz memória em 14 de março? Este texto reporta-se a Santa Matilde que viveu na atual Alemanha. Foi esposa fidelíssima do rei Henrique I e se dedicou generosamente à assistência aos pobres e à fundação de hospitais e mosteiros. Berço, humildade e maternidade Matilde foi educada numa nobre família junto a um mosteiro beneditino. Após casar-se com Henrique I, rei da Alemanha, manteve sua nobreza interior. Não deixou-se influenciar pelo poder. Teve cinco filhos e, sempre como mãe humilde e orante, buscou ensinar para os filhos os caminhos da salvação eterna. Santa Matilde da Alemanha: Mãe dos Pobres Caridade Matilde também foi mãe para o povo, em especial, para os pobres. Mulher cheia de compaixão que, dentro das possibilidades, ajudou e influenciou a muitos. A verdadeira riqueza Com o falecimento de Henrique I, essa grande mulher de Deus disse aos filhos: “Gravai bem no vosso coração o temor de Deus. Ele é o Rei e Senhor verdadeiro, que dá poder e dignidade perecíveis. Feliz quem prepara sua eterna salvação”. Filho entregará mãe (cf. Mt 10,21) Com a morte do marido, o seu calvário começou: foi traída pelos filhos, sob a falsa acusação de que estaria desperdiçando os bens com os pobres. Retirou-se para um convento e ali intercedeu pelos seus amados filhos, por meio da oração e dos sacrifícios. Consciência da Injustiça Conversão dos filhos Seus filhos, então, tomaram consciência da injustiça que estavam cometendo. Com a conversão deles, teve mais facilidade para ajudar a muitos outros pobres. Em 968, partiu para o Reino dos céus, o Reino dos santos. Sua influência no Brasil  É desta Santa Matilde que des­cenderam os reis de Portugal e, por conseguinte, a Família Imperial do Brasil. Minha oração "Senhor Jesus, a exemplo de Santa Matilde, ajuda o teu povo, incluindo a mim, esse pecador que Vos faz essa oração agora, a importar-se mais com a salvação da alma do que com os bens terrenos. Amém." Santa Matilde, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 14 de março: Santo Alexandre, mártir, na Macedónia [† c. 390] São Lázaro, bispo, em Milão (Itália) [† s. V] São Leobino, bispo, em Chartres, hoje na França [† c. 557] Santa Paulina, religiosa, na Alemanha [† 1107] Beata Eva de Mont-Cornillon, reclusa junto do mosteiro de São Martinho. Junto com Santa Juliana, prioresa do mesmo cenóbio, se empenhou muito para que o papa Urbano IV instituísse a solenidade do Corpo de Cristo, na Bélgica [† c. 1265] Beato Tiago Cusmano, presbítero, que fundou o Instituto Missionário dos Servos e das Servas dos Pobres e foi eminente pela sua extraordinária caridade para com os indigentes e os enfermos, em Palermo (Itália) [† 1888] Beata María Josefina de Jesús Crucificado (Josefina Cattanea), monja da Ordem das Carmelitas Descalças, na Itália [† 1948] Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano - Pesquisa e Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Santos Rodrigo e Salomão, homens com virtudes cristãs

Origem Santos Rodrigo e Salomão são os mártires mais característicos de Córdova, na Espanha. Esses dois, juntos com São Eulógio e tantos outros, deram o testemunho de Cristo com as virtudes cristãs e, depois, com o martírio, na Espanha.  Contexto da época Em 711, um exército muçulmano conquistou o Reino Visigótico, que era região cristã. Colocaram a maior parte da Península Ibérica sob o jugo do islã numa campanha que durou oito anos. A região foi rebatizada de Alandalus pelos novos líderes. Em 750, muitos sobreviventes da dinastia de Damasco se mudaram para Córdova e ali fundaram o Emirado de Córdova, tornando a cidade um centro da cultura islâmica ibérica. Uma vez conquistada a Ibéria, a Charia (lei islâmica) foi imposta em todo o território. Os cristãos e os judeus eram chamados de os "povos do livro" e estavam sujeitos a um imposto, pago por pessoa, que os permitia viver sob o regime islâmico. Sob a charia, a blasfêmia contra o Islã eram motivos suficientes para a pena de morte.  O sacerdote Rodrigo Sabe-se que Rodrigo era sacerdote e tinha dois irmãos, um católico e outro muçulmano. Seus irmãos viviam em contínuas brigas. Uma vez, Rodrigo foi apartar a briga e acabou apanhando dos dois irmãos. Enquanto estava meio desmaiado da surra, o irmão muçulmano colocou-o num carro e saiu pelas ruas dizendo que Rodrigo havia abraçado a fé islâmica. Depois que sarou, Rodrigo continuou exercitando o ministério. Então, os muçulmanos julgaram-no traidor e decidiram acabar com ele. Perante os julgadores, Rodrigo declarou: "Nasci cristão e cristão hei de morrer". Santos Rodrigo e Salomão sofreram na prisão Páscoa Pouco se sabe sobre Salomão, porém, antes e depois da prisão, ele sofreu muito com Rodrigo por causa do cristianismo. Tal perseguição resultou no martírio de ambos, em 13 de março de 857. Eles transformaram a cadeia num oratório, e cultivaram uma linda amizade. Ameaçados e questionados, não renunciaram à fé. Foram separados, mas permaneceram fiéis a Deus. Condenados à morte, ajoelharam-se, abraçaram o crucifixo e, degolados, foram martirizados. Minha oração "Pela virtude dos mártires de Córdoba, peço a graça de não mais trair Jesus em meus atos, palavras e pensamentos. Que eu seja fiel até os últimos momentos de minha vida!" Santos Rodrigo e Salomão, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 13 de março: Santos mártires Macedônio, presbítero; Patrícia, sua esposa; e Modesta, sua filha. Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na atual Turquia († data inc.) São Sabino, mártir em Hermópolis, no Egipto († s. IV) Santa Cristina, mártir na Pérsia, no atual Irão († 559) São Piêncio, bispo em Poitiers, na Aquitânia, na hodierna França († s. VI) São Leandro, bispo em Sevilha, na Hispânia, irmão dos santos Isidoro, Fulgêncio e Florentina († c. 600) Santo Eldrado, abade no mosteiro de Novalesa, junto ao Moncenísio, no vale de Susa, atualmente no Piemonte, região da Itália († c. 840) Santo Ansovino, bispo  em Camerino, no Piceno, na actual região das Marcas, na Itália († 868) Beato Pedro II, abade  no mosteiro de Cava de’ Tirréni, na Campânia, também região da Itália († 1208) Beato Agnelo de Pisa, presbítero em Oxford, na Inglaterra († c. 1236/1275) Beata Francisca Tréhet, virgem da Congregação da Caridade e mártir em Ernée, no território de Mayenne, na França († 1794) Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano Livro "Um santo para cada dia" - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Coope, Jessica A. 1995. The Martyrs of Cordoba: Community and Family Conflict in an Age of Mass Conversion (University of Nebraska) (em inglês) Pesquisa: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

São Luís Orione propagou: "Fazer o bem sempre e a todos. O mal nunca e a ninguém"

Origens São Luís Orione nasceu em Pontecurone, lugarejo entre o Piemonte e a Lombardia, na Itália, em 23 de junho de 1872. Em um ambiente pobre e profundamente religioso, recebeu de sua mãe, Carolina, fundamentos ternos e vigorosos de um apaixonado amor a Deus e aos necessitados, esse forma toda a luz de sua existência. "Uma grande mãe em todos os aspectos", disse ele, "especialmente porque ela lhe ensinou a esmola e a misericórdia para com os pobres, um compromisso firme com a religião e perseverança em seu trabalho". Descoberta vocacional Luís Orione sente seu chamado à sua missão muito precoce, acompanhando sempre o padre Cattaneo no hospital de Pontecurone. Ali o jovem Orione aprendeu a prestar atenção aos doentes e sofredores. Por três anos, ele trabalhou com o pai e, em 1885, finalmente realizou o seu sonho: passou uma temporada de seis meses com os religiosos franciscanos em Voghera, que, infelizmente, foi interrompida por causa de uma pneumonia. Providência A Providência pôs uma segunda etapa no caminho vocacional do jovem Orione. Em 4 de outubro de 1886, ele entra no Oratório de Dom Bosco de Turim. Conheceu o santo pessoalmente, confessou-se com ele, recebeu de Dom Bosco orientação espiritual e conselhos, com a grande promessa: "Seremos sempre amigos". Durante o retiro para o ingresso do noviciado, diante o túmulo de Dom Bosco, em uma noite de orações e lágrimas, Luís Orione sente que deve encontrar seu próprio caminho na sua diocese natal; e dia 16 de outubro de 1889 é acolhido pelo seminário de Tortona. "A oração é a graça das graças: peçamo-la e Deus nos tornará santos!" (São Luís Orione) Sacerdócio De 1889 a 1893, Luís Orione esteve no seminário diocesano de Tortona, nesse período de profunda vivência religiosa, social e política, enquanto se preparava para o sacerdócio, Luís sentiu formar-se em seu coração o desejo de dedicar-se inteiramente aos meninos órfãos e abandonados, conduzindo-os a Deus e educando-os para o bem. Ainda clérigo, iniciou uma série de ações juvenis. Mais tarde, abriu instituições para os mais pobres e abandonados, vítimas da fome e da miséria, desvalorizados pela sociedade. Foi ordenado sacerdote em 13 de abril de 1895, em Tortona. No dia de sua primeira missa, tomou a decisão de não ser um padre somente para os que iam à Igreja, mas ser padre para todos, especialmente para os mais afastados da Igreja e para os pobres. Fundador e propósito sobre o Brasil Sua atividade foi crescendo num ritmo apaixonado e foram surgindo obras, escolas, colônias agrícolas, oficinas para aprendizes, escolas profissionalizantes, casas de caridade e os Pequenos Cotolengos. Para atender a tantas obras, fundou as Congregações Religiosas: Pequena Obra da Divina Providência, eremitas da Divina Providência, Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade e Irmãs Sacramentinas Cegas. Para visitar e incentivar os seus filhos missionários, esteve diversas vezes na América do Sul: Argentina, Uruguai, Chile e no Brasil (1921, 1922, 1934 e 1937) disse que o que não pudesse fazer pelo Brasil quando vivo, o faria depois de morto. Últimos dias Morreu em 12 de março de 1940, em San Remo, na Itália, onde foi cuidar de sua saúde por ordem de seus médicos e superiores. Antes de ir a San Remo, protestou que não era entre palmas que queria morrer, mas entre os pobres. O Processo de Canonização De Beato a Santo João Paulo II o beatificou em 26 de outubro de 1980. Depois de reconhecidas suas virtudes heroicas e sua bondade em vários milagres comprovados e aprovados, o mesmo Papa João Paulo II o proclamou Santo da Igreja numa missa de Canonização na Praça de São Pedro, em Roma, no dia 16 de maio de 2004. Papa João Paulo II reconhece: "É impossível resumir a riqueza do espírito de Dom Orione, porque tinha um coração como o de São Paulo: terno e sensível até as lágrimas; incansável e tenaz até a audácia; dinâmico até o heroísmo; viveu em contato com os grandes homens da política e da cultura, iluminou os sem fé, converteu pecadores, viveu recolhido em contínua oração, praticava incríveis penitências." Atividades missionárias de grande importância Missões Recebeu grandes demonstrações de estima de papas e de autoridades que lhe confiaram missões importantes e delicadas. Tais missões foram para sanar feridas profundas no seio da Igreja e da sociedade. Foi Dom Orione, pregador popular, confessor e organizador de peregrinações, de missões populares e de presépios vivos. Grande devoto de Nossa Senhora, propagou de todos os modos a devoção mariana e ergueu santuários, entre os quais o de Nossa Senhora da Guarda em Tortona e o de Nossa Senhora de Caravaggio; na construção desses santuários será sempre lembrada a iniciativa de Dom Orione de colocar seus clérigos no trabalho braçal ao lado dos mais operários civis. Ideais de vida Viveu para amar e servir. Não conheceu outro motivo para viver. Fez da sua vida e da sua fé uma única missão. Sofreu muito, mas não fez ninguém sofrer. Tinha como ideal "fazer o bem sempre, fazer o bem a todos. O mal nunca e a ninguém". Esse propósito continua vivo em seus filhos e filhas (religiosos, religiosas, leigos e leigas), que continuam difundindo seu carisma, por meio de obras de caridade nos 4 continentes, em mais de 30 países. Frases "Só a caridade salvará o mundo: dos riscos, dos medos, de todo mal." "Minha pobre vida seja toda inteira um cântico de divina caridade na terra." "Arda nossa vida de divino amor e seja toda consagrada a Deus!" "Vamos esvaziar o coração de tudo que não é  Deus, que não é amor!" "Competir, rivalizar, sim, para sermos melhores  servidores de Deus e do amor." Devoção a São Luís Orione Oração oficial de São Luís Orione Ó Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, nós vos adoramos e vos damos graças pela imensa caridade que infundistes no coração de São Luís Orione e por ternos dado nele o Apóstolo da Caridade, o Pai dos Pobres e o Benfeitor da humanidade, sofredora e abandonada. Concedei-nos que possamos imitar o amor ardente e generoso que São Luiz Orione tinha para convosco, com a Santíssima Virgem, com a Igreja, com o Papa e com todos os aflitos. Pelos seus méritos e sua intercessão, concedei-nos a graça que vos pedimos (pedir a graça) para experimentar a vossa Divina Providência. Amém. Minha oração "São Luís Orione, amigo dos jovens excluídos e necessitados, ensinai-me a ter um coração aberto e acolhedor para as realidades da juventude atual. Que eu seja fonte de acolhida e compreensão, mas também de testemunho cristão. Dai-me a paternidade para educar esses pequeninos como tu educaste e o amor para ensiná-los o caminho do céu." São Luís Orione, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 12  de março: São Maximiliano, mártir em Tebessa, na Numídia, na atual Argélia. († 295) Os santos mártires Migdónio, presbítero, Eugénio, Máximo, Dona, Mardónio, Pedro, Esmaragdo e Hilário, em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia. († 303) São Pedro, mártir,  em Nicomédia da Bitínia. († 303) Santo Inocêncio I, papa em Roma. († 417) São Paulo Aureliano, primeiro bispo da cidade de Saint-Pol-de-Léon, na Bretanha Armórica, hoje na França,. († s. VI) São Gregório Magno, papa em Roma. († 604)  São Teófanes, o Cronógrafo, em Sigriana, localidade da Bitínia, na atual Turquia, no mosteiro de Campo Grande. († 817)  Santo Elfego, bispo em Wincester, na Inglaterra. († 951)  Beata Fina ou Serafina, virgem, em San Geminiano, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália. († 1253) Beata Justina Francúcci Bézzoli, virgem da Ordem de São Bento e reclusa, em Arezzo, também na Etrúria, atualmente na Toscana, região da Itália. († 1319) Beato Jerónimo Gherardúcci, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho,  em Recanati, no Piceno, atualmente nas Marcas, também região da Itália. († c. 1369) São José Zhang Dapeng, mártir na Guiyang, cidade da província de Guangxi, na China.(† 1815) Beata Ângela Salawa, virgem da Ordem Terceira de São Francisco, em Cracóvia, na Polónia. († 1922) Fontes: Antônio.S. Bogaz – Rodinei C. Thomazella. O Encantador da Juventude – Aspectos Teológicos da Pedagogia de Dom Orione. Edição Pequena Obra da Divina Providência, São Paulo, 2001, p. 17 a 19 orionitas.com.br - site Orionitas vaticannews.va Giovanni Venturelli – Flavio Peloso, San Luigi Orione - l’apostolo dela carità, Editrice Velar, Gorle, 2004 Martirológio Romano Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007] - Pesquisa: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova - Conteúdo certificado, em 2022, por Padre Marcio Calais, Orionita    

Santos Marcos Chong e Aleixo Se-yong, decapitados por seus parentes coreanos

Igreja que nasce no martírio A história da Igreja é repleta de relatos de mártires, dentre eles, há uns mais conhecidos do que outros. Alguns nomes, como São Sebastião e Santa Luzia, são comuns entre os católicos. Outros mais recentes, como São Maximiliano Maria Kolbe, também são mais populares. Mas este texto pretende apresentar a você dois santos mártires, desconhecidos por muitos brasileiros, que, ao lado de outros, se tornaram verdadeiras bases da Igreja no Oriente: santos mártires Marcos Chong Ui-bae, catequista; e Aleixo U Se-yong, seu catequizando. Fé na Coreia Por causa da fé cristã, os dois foram ultrajados e flagelados pelos próprios parentes na Coreia em 1866. A oferta de vida deu origem à fé cristã na Coreia, que começa dois séculos antes, com a iniciativa de alguns leigos. O desenvolvimento das primeiras comunidades foi solidificado apenas no século XIX, com a chegada dos primeiros missionários vindos da França.  Mergulhando na vida dos mártires chineses Poucos anos antes, nascia Marcos Chong Ui-bae. Filho de uma família pagã da nobreza local, Marcos se tornou professor, se casou e ficou viúvo. Foi aí que se sentiu tocado pelo testemunho de dois sacerdotes católicos martirizados: a alegria dos padres, mesmo diante da tortura, fez com que o jovem coreano se interessasse pelo catolicismo, a ponto de pedir o Batismo pouco tempo depois. Santos Marcos Chong e Aleixo Se-yong: a vivência cristã Vivência cristã Catequista, aderiu a uma vida de pobreza e austeridade, ao lado da esposa, também cristã, se dedicou à caridade, prestando serviços aos doentes e aos órfãos, chegando a adotar uma criança. Mas seu testemunho não foi o suficiente para conter a onda de perseguições que surgia contra os cristãos. Marcos chegou a ajudar muitos católicos a deixar a Coreia, mas decidiu permanecer no próprio país. O encontro Conheceu um jovem, enviado pelo então bispo São Simeão Berneux, para ser catequizado: Aleixo U Se-Yong. Também oriundo de uma família rica, Aleixo rapidamente aceitou a pregação do Evangelho realizada por Marcos e se tornou cristão, abandonando a família que não aceitava aquela conversão, a ponto de ameaças e agressões físicas. Anos depois, fruto de sua intercessão, 20 membros de sua família aceitariam se tornarem cristãos. A Perseguição e Negação Perseguição A perseguição contra os cristãos continuava: de um lado, o confucionismo, religião oficial do Estado, e, de outro, as tradições de veneração de ancestrais. Marcos Chong Ui-bae é preso. Seus algozes tentam em vão que ele denuncie outros católicos; Marcos oferece nomes de cristãos que já haviam morrido, em sinal do seu amor aos irmãos e sua fidelidade a Cristo. A Igreja relata que foi Aleixo quem se empenhou na tradução do Catecismo e de outros textos católicos para o idioma coreano.  Negou e arrependeu-se profundamente Ao saber da prisão daquele que o havia catequizado, resolve negar a fé cristã e participa de um linchamento de um catequista. À semelhança de São Pedro, é irremediavelmente tomado por um arrependimento profundo de seus atos, resolve visitar um bispo na prisão, recebe o perdão dos pecados, mas acaba cativo, onde permaneceu firme na fé. O Martírio e os Cristãos na Coreia Decapitados em fidelidade a Deus Em 11 de março de 1866, Marcos, aos 70 anos, e Aleixo, aos 19, caminharam juntos em direção ao martírio, quando foram decapitados, pelos próprios parentes. Os dois foram beatificados 102 anos depois, pelo Papa Paulo VI, e canonizados em 6 de maio de 1984, pelo Papa João Paulo II, ao lado de outros 93 mártires coreanos e 10 padres franceses. As estimativas é que cerca de 10 mil católicos coreanos foram martirizados no primeiro século de vida da Igreja naquele país. Em 2014, o Papa Francisco beatificou outros 124 coreanos, vítimas do martírio.  Os cristãos hoje na Coreia Não há como não vincular o avanço da evangelização na Coreia do Sul à fé provada ao limite do martírio de homens, como São Marcos Chong Ui-bae, catequista, e São Aleixo U Se-yong. Hoje, a Coreia do Sul vê um considerável aumento no número de católicos. Segundo o relatório do Catholic Pastoral Institute of Korea, em 2018, os católicos sul-coreanos eram 5.866.510, enquanto que, em 1999, eram 3.946.844. Uma alta de 48,9%. Neste período de tempo, a porcentagem de católicos do país passou de 8,3% a 11,1%. Reflexão e Oração Lição para a vida pessoal O que se aprende com esses dois santos? Em primeiro lugar, assim como na história de todos os mártires, a inegável fidelidade a Cristo e ao seu Evangelho. Ainda que São Aleixo tenha apostatado, ciente do erro que havia cometido, volta confiante na misericórdia divina à comunhão da Igreja e da fé. Com eles também aprende-se que a pertença é inegociável, mesmo que, quando quem exige uma negação são os mais próximos. Mais que isso, ensinam a não desistir daqueles que perseguem, colocando em prática o ensino de Jesus de orar sem cessar por aqueles. Minha oração "Senhor Jesus, que o testemunho de São Marcos Chong Ui-bae, catequista, e São Aleixo U Se-yong, de terras e épocas tão diferentes das nossas, anime o nosso coração à busca contínua do amor e fidelidade a Jesus, sabendo que, com a nossa adesão radical ao Evangelho, outros também serão alcançados — na nossa família, na nossa cidade, no nosso país —, ainda que isto seja pago com o preço da nossa própria vida. Amém!" Santos Marcos Chong e Aleixo Se-yong, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 11  de março: São Piónio, presbítero e mártir. Fez publicamente a apologia da fé cristã, depois sofreu a aspereza do cárcere e submetido a numerosos tormentos, na Turquia [† c. 250] Santos Trófimo e Talo, mártires, que, durante a perseguição do imperador Diocleciano sofreram muitos e terríveis suplícios [† s. IV] São Constantino, rei, discípulo de São Colombo e mártir, na Escócia [† s. VI] São Sofrónio, bispo, que com seu mestre e amigo João Mosco visitou os lugares do monaquismo; Eleito para suceder a Modesto nesta sede episcopal. Quando a Cidade Santa caiu nas mãos dos Sarracenos, defendeu vigorosamente a fé e segurança do povo, em Jerusalém [† 639] São Vindiciano, bispo de Cambrai e de Arras. Exortou o rei Teodorico III a fazer penitência para expiar o crime cometido na morte de São Leodegário, na França [† c. 712] São Bento, bispo de Milão, na Itália [† 725] Santo Engo Cúldeo, monge, que compôs diligentemente um martirológio dos santos da Irlanda [† c. 824] Santo Eulógio, presbítero e mártir, degolado à espada por ter confessado gloriosamente o nome de Cristo, em Córdova, na Espanha [† 859] Beato João Batista de Fabriano Ríghi, presbítero da Ordem dos Frades Menores, na Itália [† 1539] Beato Tomás Atkinson, presbítero e mártir. No reinado de Jaime I, padeceu o martírio em ódio ao sacerdócio, na Inglaterra [† 1616] Beato João Kearney, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir, que, condenado à morte por ser sacerdote na Inglaterra, evitara a sentença com a fuga; mas depois, tendo regressado à pátria, sob o governo de Olivério Cromwell, foi novamente acusado de exercer o sacerdócio e sofreu o suplício da forca, na Irlanda [† 1653] São Domingos Câm, presbítero e mártir. Depois de ter exercido a ação pastoral clandestinamente durante muitos anos com perigo de vida, continuando a fazê-lo no cárcere. Condenado à morte por ordem do imperador. Abraçou a cruz do Senhor, que firmemente recusara calcar aos pés, no Vietnam [† 1859] Fontes: História da Igreja na Coreia Martirológio Romano Pesquisa: George Lima Facundo - candidato às ordens sacras - Comunidade Canção Nova Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

Santa Maria Eugênia de Jesus agiu corajosamente na contramão

Origem Seu nome de batismo é Ana Eugênia Milleret de Brou. Mais tarde, se tornará Maria Eugênica de Jesus. Nasceu em Metz (França) em 25 de agosto 1817. Passou sua infância em sua casa natal, na fronteira entre Luxemburgo, Alemanha e França. Cresceu no seio de uma família incrédula. Seu pai era um alto funcionário, e sua mãe, descendente da nobreza da Bélgica e Luxemburgo, era excelente educadora. Ambos viviam um formalismo religioso. A família tinha um brasão: Nihil sine fide — nada sem fé —, que Ana Eugênia levou gravada em seu peito para toda a vida. Em 1830, seus pais se separam, e ela segue com a mãe para Paris. Dois anos depois, ela perde brutalmente a mãe devido a uma epidemia de cólera. Encontro místico Maria Eugênia teve um verdadeiro encontro místico com Jesus Cristo no dia de sua primeira comunhão no Natal de 1829: "Nunca o esqueci". Anos depois, o pai a leva de volta para Paris. Ali, ela volta a ter uma experiência profunda com Deus, que direciona toda a sua vida. Era Quaresma de 1836, quando, ao ouvir uma pregação na Catedral de Notre Dame, ela afirma: "Sua palavra despertava em mim uma fé que nada pôde abalar. Minha vocação começou em Notre Dame", diria mais tarde. Apaixona-se pela renovação do cristianismo. Chamado à vida religiosa Ana Eugênia, aos 18 anos, decidiu: "Quero dar todas as minhas forças, ou melhor, toda minha fragilidade, a essa Igreja!". Sua experiência com Jesus e o desejo de gastar-se por Ele, fazendo a diferença na sociedade, foi crescendo cada dia mais. Aos 21 anos, com algumas companheiras, começou a Congregação das Religiosas da Assunção. E assumiu um novo nome: irmã Maria Eugênia de Jesus. Ela teve a coragem de se fazer discípula, seguidora de Jesus. Muitas jovens se deixaram contagiar pelo seu entusiasmo e por sua coragem. Essas, partilhando de seu mesmo sonho, juntaram-se a ela na nova congregação por ela fundada. "O essencial é que o Bem se faça, seja por nossas mãos, sejam por outras."  (Santa Maria Eugênia de Jesus) A obra da Assunção no mundo O objetivo da nova fundação era alto: transformar a sociedade, através do Evangelho, pela educação. E um ponto de aplicação: as mulheres. Maria Eugênia de Jesus sonhou com missão na China – sonho que ainda não se realizou. Em mais de 50 anos de trabalho, espalhou comunidades por vários países da Europa, mas também na África, na América Latina, nas Filipinas (Ásia) e na Nova Caledônia (Oceania). Hoje, são mais de 1000 religiosas trabalhando em 31 países, inclusive no Brasil.  Saúde física e encontro com o Pai Foi na velhice, depois de uma vida ofertada a Deus, que Maria Eugênia de Jesus vê sua saúde extremamente debilitada. Ela foi vencida por uma paralisia em 1897, e ali foi apagando-se aos poucos. Até o último instante de sua vida, procurou expressar sua bondade através de seu olhar. Uma de suas últimas frases foi esta: "Só me resta ser boa". No dia 10 de março de 1898, encontra-se definitivamente com o Cristo ressuscitado, sua única paixão enquanto estava na Terra. Frase da santa "O desânimo está muito longe do meu espírito. Estamos bem convencidas de não haver em nós a santidade exigida pelas obras de Deus. Sendo assim, eu não me surpreenderia com nenhuma espécie de insucesso." O resultado de uma vida na Santidade Fé e ação "É preciso coragem para pensar diferente. É preciso coragem para agir diferente. É preciso coragem para ter personalidade, para expressar opiniões próprias, que muitas vezes vão na contramão em relação à maioria das pessoas". Era assim que Maria Eugênia de Jesus, uma mulher de fé e de ação, se expressava e agia ao viver no século XIX. Sua vida tem muito a nos dizer, que já estamos no século XXI. Reconhecimento nos altares Maria Eugênia de Jesus sobe aos altares em 1975, onde foi beatificada pelo Papa São Paulo VI . Ao colocá-la como exemplo para toda a Igreja, o então Papa Paulo VI lançou um desafio: que, como Maria Eugênia, os cristãos tenham a audácia de fazer do Evangelho o seu projeto de vida. "Ousem" - dizia o Papa - "a viver a santidade". Canonização Santa Maria Eugênia de Jesus foi canonizada pelo Papa Bento XVI, em 3 de junho de 2007, na Solenidade da Santíssima Trindade, destacando-se na homilia: "Maria Eugénia Milleret, durante a sua existência, encontrou forças para a sua missão, associando incessantemente contemplação e ação. Que o exemplo de Santa Maria Eugênia convide os homens e as mulheres de hoje a transmitir aos jovens os valores. Que os ajudem a tornar-se adultos fortes e testemunhas jubilosas do Ressuscitado". Oração que a própria santa fazia "Peço a Deus o dom da oração contínua, o deixar-me a mim mesma e ao apoio humano para um total apoio em Deus." Minha oração "Senhor, que o meu coração seja inflamado deste amor que levou Santa Maria Eugênica de Jesus a dedicar toda a sua vida ao Evangelho, marcando a vida das mulheres do seu tempo, para que a sociedade pudesse ser transformada. Que minha vida doada em todos os ambientes em que estou inserido, deixe marcas do céu por onde eu passar. Que meus olhos e meu coração permaneçam sempre fixos em Ti. Amém." Santa Maria Eugênia de Jesus, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 10 de março: Santos Caio e Alexandre, martirizados na perseguição dos imperadores na Frígia, hoje Turquia [† d. 171] São Vítor, mártir, em cuja festa Santo Agostinho fez um sermão ao povo na África Proconsular [† data inc.] São Macário, bispo de Jerusalém, por cuja exortação os Lugares Santos foram reparados e adornados com santas basílicas por Constantino Magno e Santa Helena, sua mãe [† c. 325] São Simplício, papa, que, depois da invasão e destruição da Itália pelos bárbaros, reconfortou os atribulados, fomentou a unidade e fortaleceu a fé [† 483] São Droctróvio, abade, que São Germano de Autun, seu mestre, colocou à frente do cenóbio de monges instituído em Paris [ c. 580] Santo Atala, abade, insigne animador da vida cenobítica, que se retirou primeiro para o mosteiro de Lérins e depois para o de Luxeuil, onde sucedeu a São Columbano, manifestando sempre grande zelo e discernimento, no mosteiro de Bóbbio, na Itália [† 626] São João Ogilvie, presbítero da Companhia de Jesus e mártir, que, depois de vários anos consagrados ao estudo da sagrada teologia, exilado em diversos reinos da Europa, foi ordenado sacerdote e regressou clandestinamente à pátria, onde exerceu intensa atividade pastoral junto dos seus compatriotas, até que, preso e condenado à morte no reinado de Jaime I, alcançou no patíbulo a coroa gloriosa do martírio, na Escócia [† 1615] Beato Elias do Socorro (Mateus Elias Nieves del Castillo), presbítero da Ordem dos Frades de Santo Agostinho e mártir, que, encarcerado durante a perseguição por exercer secretamente o ministério pastoral, foi fuzilado em ódio ao sacerdócio, na cidade do México [† 1928] Beato João José Lataste, presbítero da Ordem dos Pregadores e fundador da Congregação da Irmãs Dominicanas de Betânia, na França [† 1869] Fontes: vatican.va e vaticannews.va Congregação das Religiosas da Assunção no Brasil – religiosasdaassuncao.org.br revista.arautos.org Martirológio Romano Livro "Santos de cada dia" - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Pesquisa: Gisele Martins Leles - Comunidade Canção Nova - Fátima (Portugal) Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

Santa Francisca Romana, exemplo de caridade a toda prova

Origens Francisca é filha de um casal cristão que, na fé católica, educou a criança. E quem imaginaria que aquela pequena menina teria um dos corações mais caridosos que a Cidade Eterna já viu? Desde a mais tenra idade, Francisca manifestou aos seus pais e à comunidade o seu amor pelas coisas de Deus. Imitava sua mãe nas práticas de piedade e devoção.  Obediência acima do desejo Fez voto de virgindade a Deus aspirando se tornar uma religiosa. No entanto, em obediência ao seu confessor e ao seu pai, a jovem é prometida em casamento a Lourenço Ponziani. O jovem é de família nobre, bom caráter e grande fortuna. A serviço do Reino de Deus como esposa Do matrimônio de Francisca com Lourenço nascem João Batista, João Evangelista e Inês. Sendo da nobreza de Roma, Francisca tinha a obrigação de se apresentar na sociedade usando belas joias e trajes deslumbrantes. Porém, a sua piedade não era sufocada por esses ricos vestidos, aproveitando todo tempo livre que tinha para se dedicar à oração. Não se esquecia das práticas de piedade que aprendera com sua mãe na infância.  Santa Francisca Romana: o "anjo da paz" Sinal de paz A sua própria família a considerava um anjo da paz, pois não omitia o ardente anseio que tinha por estar com Deus. Amava, de todo o seu coração, o Senhor, e por isso dedicou-se com inteireza na educação dos filhos, assumindo conscientemente a vocação matrimonial que Deus lhe permitiu viver. Advogada da Cidade Eterna O cenário que Roma se encontra é miserável e devastador. A fome, a doença e a guerra deixam suas marcas nas residências, nas famílias e nas ruas da cidade. A caridade floresce ainda mais no coração de Francisca. Por meio das obras, ela manifesta a sua fé através das generosas doações. Ela ajudava os mais necessitados, distribuindo alimentos entre eles. Quando o seu sogro a proibiu dessa prática, ela não se envergonhou em sair pelas ruas de Roma pedindo esmola para aqueles que viviam na miséria. Verdadeiramente, Francisca atraia consigo a manifestação da glória de Deus.  Luta contra a fome e a miséria Certo dia, em companhia de uma amiga, buscando num celeiro vazio os grãos de trigo, com muito custo, recolheram alguns quilos para doar aos pobres. Após a sua saída, seu esposo Lourenço entrou no lugar e ali foi surpreendido com 40 sacos de trigo, cada um pesando 100 quilos. Os milagres começaram a deixar rastros por onde a Advogada da cidade de Roma passava. Lourenço, tocado pela fé da esposa, permitiu que ela trabalhasse para defender o povo romano da fome e da miséria. Santa Francisca Romana passou por grandes provações O palácio dos doentes A Santa Romana enfrentou grandes provações: seu marido foi ferido gravemente em uma primeira invasão dos Colonna a Roma. O palácio da família foi saqueado e todos os bens confiscados. Para maior dor de Francisca, seu esposo Lourenço e seu filho João Batista partiram para o exílio. Com o flagelo da peste devastando a cidade, a Francisca fez do seu palácio um verdadeiro hospital, acolhendo os doentes e cuidando com amor maternal das vítimas que batiam a sua porta. Os seus dois filhos que restaram foram feridos pela peste e morreram. Nem ela escapou da doença, mas, por graça e milagre de Deus, foi curada, continuando sua incansável caridade. Dons extraordinários Francisca Romana recebeu de Deus muitas visões: o inferno e até mesmo o céu. Deus a consolou e lhe deu a graça de ver o seu anjo da guarda, tendo-o como um fiel companheiro e conselheiro de sua missão. Na luz desse Arcanjo, ela podia ver os pensamentos mais íntimos dos corações. Recebeu o dom do discernimento dos espíritos e do conselho, os quais usava para converter os pecadores. A fé sem obras é morta Francisca tem a alegria de receber em sua casa o seu esposo Lourenço e seu filho Batista, que retornaram do exílio. A mãe se alegrou com o casamento do filho e com a presença leal e compreensiva do marido, que bondosamente permitiu que a santa fundasse uma associação de religiosas seculares: a Sociedade das Oblatas da Santíssima Virgem Maria. Francisca vivia os conselhos evangélicos em sua casa, assim como as demais consagradas da ordem. Comprometida como estava pelo matrimônio, somente depois da morte do esposo, em 1436, Francisca finalmente fez-se religiosa. Entrou como postulante na congregação por ela fundada. Mas foi obrigada — pelo capítulo da comunidade e pelo diretor espiritual —, a aceitar os encargos de superiora e fundadora. Espelho de santidade para todas as pessoas Páscoa Santa Francisca Romana, após três anos no convento, por força maternal, viu-se obrigada a retornar para o palácio para cuidar de seu filho. Ali mesmo ela foi acometida por uma pleurisia e percebeu que se aproximava o dia de sua páscoa. Em meio aos sofrimentos da doença, aconselhou suas filhas espirituais, partindo desse mundo no dia 9 de março após a oração das vésperas. Ao elevá-la às honras dos altares, em maio de 1608, o Papa Paulo V qualificou-a de "a mais romana de todas as santas". E o Cardeal São Roberto Belarmino, que contribuiu, decisivamente, com seu voto, para a canonização, declarou no Consistório: "A proclamação da santidade de Francisca será de admirável proveito para classes muito diferentes de pessoas: as virgens, as mulheres casadas, as viúvas e as religiosas".  Minha oração "Virgem Maria, nossa querida Santa Francisca Romana, seguiu Seu exemplo de caridade extrema. Pedimos a sua intercessão para que as mulheres e homens do nosso tempo vivam a caridade acima de tudo." Santa Francisca Romana, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 9 de março: Santos quarenta soldados da Capadócia, que sofrem nos cárceres os cruéis tormentos; foram-lhes quebradas as pernas e assim consumaram o seu glorioso martírio, na antiga Arménia, hoje Turquia [† 320] São Paciano, bispo, que, na pregação da fé, afirmava: «Cristão é o meu nome e católico o meu apelido», em Barcelona [† c. 390] São Vital de Castronuovo, monge, na Lucânia, atualmente na Basilicata, região da Itália [† 993] São Bruno, bispo de Querfurt e mártir, que, enquanto acompanhava na Itália o imperador Otão III, fascinado pelo carisma de São Romualdo, abraçou a vida monástica e recebeu o nome de Bonifácio. Foi assassinado por idólatras com dezoito companheiros, na Morávia Oriental, hoje na Alemanha [† 1009] Santa Catarina, virgem da Ordem de Santa Clara, que, sendo ilustre nas artes liberais, mas ainda mais ilustre pelos dons místicos e pelas virtudes da penitência e da humildade, foi mestra das virgens consagradas, em Bolonha, na Emília-Romanha, região da Itália [† 1463] São Domingos Sávio, que, dotado de ânimo afável e jovial já desde a infância, ainda adolescente percorreu velozmente o caminho da perfeição cristã [† 1857] Santos mártires Pedro Ch’oe Hyong e João Baptista Chon Chang-un, pais de família, que, por terem administrado o Batismo e editado livros cristãos, foram condenados a vários suplícios e permaneceram de tal modo constantes na fé que causaram admiração aos seus perseguidores, em Nei-Ko-Ri, na Coreia [† 1866] Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano Liturgia das Horas padrepauloricardo.org Livro "Um santo para cada dia" - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Livro "Santos de cada dia" - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Pesquisa: Joanderson Medeiros - Candidato às Ordens Sacras - Comunidade Canção Nova Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

São João de Deus ensinou: "Fazei bem, a vós mesmos, ajudando os pobres"

Padroeiro Desde 1886 é o patrono oficial dos doentes e dos Hospitais, junto com São Camilo e, desde 1930, padroeiro dos enfermeiros e suas associações católicas. Alguns países também o tomam como padroeiro dos bombeiros. Origens Nasceu em Montemor-o-Novo, próximo de Évora, Portugal. Recebeu o nome de João Cidade, que depois se tornaria João de Deus. Aos 8 anos, decidiu seguir um clérigo até a cidade de Oropesa na Espanha. Lá, ele morou com uma família rica, colaborando com seus pastores e serventes, até os 27 anos.  Vida: de soldado até livreiro Alistou-se no exército e combateu pelo menos duas batalhas importantes em Fuenterrabia e em Viena, invadidas pelos turcos. Depois de Viena voltou a Portugal, seus pais já tinham morrido e não quis ficar por lá. Retornou a Espanha, seguindo para Sevilha e depois para Gibraltar e Ceuta, onde serviu, com heroísmo, uma família portuguesa, exilada, que ficou doente. A seguir retornou a Gibraltar, começando a vender livros, como ambulante, para sobreviver. Buscando vida mais estável, se mudou para Granada, onde abriu uma livraria. Entre todos os empregos que teve até então, o de ser livreiro foi o que mais gostou: apaixonou-se logo pelos livros, que os considerou também como uma ajuda para a oração e a fé, sobretudo aqueles com imagens sagradas. São João de Deus e a vocação aos doentes Doentes Certo dia, em Granada, João ouviu um sermão do místico João de Ávila que o iluminou e o perturbou tanto que precisou de internação hospitalar. Então, decidiu vender tudo e dar aos pobres. Logo, começou a sair pelas ruas pedindo esmolas para os pobres, utilizando uma fórmula especial que se tornaria o lema de sua futura congregação: "Fazei bem, irmãos, a vós mesmos, ajudando os pobres".  O que acontecia no hospital psiquiátrico? No hospital, João descobriu os últimos entre os doentes, trancados por suas famílias para se esconder e se livrar deles. Além do mais, experimentou os métodos com os quais eram tratados os doentes: verdadeiras torturas. Assim, entendeu que deveria fazer algo para aqueles irmãos mais infelizes, porque Deus queria. Quando terminou a sua experiência no manicômio, João foi ter com o Bispo, diante do qual se comprometeu em viver pelos que sofriam e a acolher os que quisessem fazer a mesma coisa.  A Ordem Hospitaleira A Providência deu-lhe dois confrades de início: Eles seriam os primeiros Irmãos de São João de Deus. Apesar de não ter noções de medicina, estava ciente de que devia tratar dos doentes de modo novo, ou seja, ouvindo-os e satisfazendo as suas necessidades de diversas maneiras. Desta forma, conseguiu fundar um primeiro hospital, segundo estes ditames, em Granada, dedicando-se, ao mesmo tempo, aos órfãos, prostitutas e desempregados. Seu foco era a certeza de que a cura do espírito gerava a cura do corpo. Páscoa João faleceu aos 55 anos, enquanto rezava de joelhos e apertava ao peito um crucifixo. Ele não deixou nenhuma regra escrita, mas a sua obra de caridade já estava bem encaminhada e seus coirmãos continuavam inspirados por ele. São João de Deus foi canonizado em 1690, 60 anos após sua beatificação. A Ordem Hospitaleira de São João de Deus Princípios Institucionais Temos como centro de interesse, para todos os que vivemos e trabalhamos no hospital ou em qualquer outra obra assistencial, a pessoa assistida; Empenhamo-nos decididamente na defesa e promoção da vida humana; Reconhecemos à pessoa assistida o direito de ser convenientemente informada sobre o seu estado de saúde; Observamos as exigências do segredo profissional, fazendo que sejam igualmente respeitadas por todos os que se aproximam dos doentes e necessitados; Defendemos o direito de morrer com dignidade, respeitando e satisfazendo os justos desejos e as necessidades espirituais daqueles que estão prestes a morrer, conscientes de que a vida humana tem um termo temporal e é chamada à sua plenitude em Cristo; Respeitamos a liberdade de consciência das pessoas que assistimos e a dos nossos colaboradores, mas exigimos com firmeza que seja aceite e respeitada a identidade dos nossos centros hospitalares; Valorizamos e promovemos as qualidades e o profissionalismo dos nossos colaboradores e estimulamo-los a participar ativamente na missão da Ordem e, em função das suas capacidades e âmbitos de responsabilidade, tornamo-los participantes no processo de decisão das nossas Obras apostólicas; Opomo-nos à procura do lucro, por conseguinte, observamos e exigimos que sejam respeitadas as normas econômicas justas. Congregação na Atualidade Na atualidade, são aproximadamente 1000 irmãos, distribuídos por 53 países, em cerca de 200 comunidades, atendendo mais de 400 obras assistenciais: hospitais, clínicas, lares, centros de reabilitação, albergues, centros de saúde mental, ambulatórios, projetos sociais e escolas de enfermagem. Com eles estão 58.000 profissionais de saúde, 30.000 voluntários e milhares de benfeitores. No Brasil A Ordem Hospitaleira de São João de Deus opera no Brasil, sem interrupção, há 70 anos, trazida pelos Irmãos Portugueses. Estão atuando em Itaipava - Petrópolis (RJ) e Aparecida do Taboado (MS). Devoção a São João de Deus Oração Senhor, vós inflamastes São João de Deus no fogo da caridade para que fosse na terra apóstolo dos pecadores, socorro dos pobres e saúde dos enfermos; e no céu o constituístes alívio dos que sofrem, padroeiro e modelo dos profissionais de saúde. Ensinai-nos a imitá-lo na Hospitalidade, e a comprometer-nos na construção do vosso Reino de paz e misericórdia. E, por sua intercessão, concedei-nos as graças de que necessitamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém. Minha oração "Querido santo, quantas maravilhas Deus fez em ti, através do amor aos doentes, e quantas ainda Ele pode fazer em mim. Livrai-me da cultura do descartável, dos pensamentos de exclusão e eutanásia para com os enfermos. Ensinai-me a aprender a enxergar Jesus nesses seus filhos sofredores e a cuidar de cada qual como se fossem o Cristo. Amém." São João de Deus, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 8 de março: São Pôncio, que foi em Cartago diácono de São Cipriano, a quem acompanhou no exílio até à sua morte [† s. III] Santos Apolónio e Filémon, mártires, no Egipto [† 287] São Provino, bispo, fiel discípulo de Santo Ambrósio. Preservou da heresia ariana a Igreja que lhe foi confiada, na Ligúria, atualmente na Lombardia, região da Itália [† c. 420] São Senano, abade, na Hibérnia, atual Irlanda [† s. VI] São Félix, bispo, natural da Borgonha, que evangelizou os Anglos orientais no tempo do rei Sigeberto, em Dunwich, na Inglaterra [† c. 646] São Teofilacto, bispo, que, condenado ao exílio por causa do culto das sagradas imagens, morreu em Stróbilon, na Cária, atualmente território da Turquia [† c. 840] Santo Hunfredo, bispo de Therouanne, congregou e reconfortou o seu povo, na Gália, hoje na França [† 871] São Litifredo, bispo, na Lombardia, região da Itália [† 874] São Dutácio, bispo de Ross, em Tayne, cidade da Escócia [† c. 1065] São Veremundo, abade de Irache, que, tendo abraçado desde tenra idade a vida monástica, era assíduo aos jejuns e vigílias. Estimulou com o exemplo os monges do seu mosteiro ao desejo da perfeição, na Espanha [† c. 1095] Santo Estêvão, primeiro abade do mosteiro deste lugar, que, na procura de Deus, associou os três mosteiros por ele fundados à Ordem Cisterciense, na Aquitânia, na atual França [† 1159] São Vicente Kadlubek, bispo de Cracóvia, que, depois de renunciar ao seu ministério, professou neste lugar vida monástica no mosteiro de Jedrzejow, na Polônia [† 1223] Beato Joaquim Kuroemon, mártir, em Hiroshima, no Japão [† 1624] Beato Faustino Míguez, religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. Ordenado presbítero, se dedicou ao ensino e, atingindo grande fama como mestre e perito nas ciências da natureza. Exerceu diligentemente a atividade pastoral e fundou a Congregação das Filhas da Divina Pastora, na Espanha [† 1925] Fontes: saojoaodedeus.org.br vaticannews.va facebook.com/ohospitaleira Martirológio Romano Livro "Um santo para cada dia" - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Pesquisa: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova Conteúdo certificado por Frei Augusto Gonçalves, membro da Ordem Hospitaleira    

Santas Perpétua e Felicidade, mártires do século II, protetoras das grávidas

  Origem Muitas mulheres, jovens, mães, foram martirizadas no ano 203, em Cartago (norte da África, atual cidade de Túnis). Dentre elas, Perpétua, que tinha aproximadamente 22 anos. Era nobre de família rica, sendo seu pai o único da família a ser pagão. Quando foi levada para a prisão, tinha um filho recém-nascido. Felicidade era escrava de Perpétua e, quando foi para a prisão, estava com oito meses de gestação e deu à luz uma menina neste lugar. O cárcere Elas foram presas por causa de um decreto do imperador romano, Lúcio Septímo Severo, que condenaria à morte aqueles que se considerassem cristãos. Em seus escritos, Perpétua narra: "Nos jogaram no cárcere e eu fiquei consternada, porque nunca tinha estado em um lugar tão escuro. O calor era insuportável e éramos muitas pessoas em um subterrâneo muito estreito. Parecia que ia morrer de calor e de asfixia, e sofria por não poder ter, junto a mim, o meu filho, que era de tão poucos meses e necessitava muito de mim. O que eu mais pedia a Deus era a graça para ser capaz de sofrer e lutar por nossa santa religião". Entre os textos cristãos mais antigos Foi na prisão também que as companheiras, pelo batismo, oficializaram a pertença delas a Deus. Ainda na prisão, Perpétua escreve, em um diário, as atrocidades que viveu naquele lugar, ressaltando a sua coragem e amor a Cristo. Esse diário é considerado um dos textos cristãos mais antigos, ele é conhecido hoje como: a Paixão das Santas Perpétua e Felicidade (em Latim: Passio sanctarum Perpetuae et Felicitatis). Santas Perpétua e Felicidade: invocadas pelas mulheres grávidas Martírio As duas foram lançadas na arena juntamente com outros companheiros para serem pisoteadas por touros e vacas. Perpétua foi a primeira a ser atingida. Felicidade a ergueu do chão, ficando lado a lado, dando força uma a outra e demonstrando coragem, que é própria dos mártires. Perpétua animou o grupo com estas palavras: “Fiquem firmes na fé e amem-se uns aos outros, todos vocês! Não deixem que o martírio seja pedra de tropeço para vocês." Degolada Felicidade foi a primeira a ser degolada. Em seguida, o soldado, que faria o mesmo com Perpétua, errou o local do golpe, fazendo com que ela lançasse um grito de dor, mas, com sua mão, ela indicou, ao seu algoz, o local a ser cortado pelo machado dele. Oração "Deus Todo-poderoso, que destes às mártires Santas Perpétua e Felicidade a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como elas não hesitaram em morrer por Vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!" ''Santas Perpétua e Felicidade, rogai por nós." Minha oração "Sofrer e morrer com a convicção de que o céu está reservado para mim! Senhor, como as Santas Perpétua e Felicidade, dai-me a graça de viver assim. Pedimos, porque, se não for a sua graça, não conseguiremos. Assiste-nos!" Santas Perpétua e Felicidade, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 7 de março: Santos Sátiro, Saturnino, Revocato e Secundino, que morreram na mesma perseguição. O último morreu no cárcere; deram mutuamente o ósculo santo e sucumbiram degolados ao golpe da espada, em Cartago [† 203] Santo Eubúlio, companheiro de Santo Adrião, que dois anos depois dele, foi despedaçado pelos leões e trespassado pela lança, na Cesareia da Palestina [† 309] Santos bispos Basílio, Eugénio, Agatodoro, Elpídio, Etério, Capitão e Efrém, mártires, em Quersoneso, na atual Ucrânia [† c. s. IV] São Paulo o Simples, discípulo de Santo Antão, na Tebaida, região do Egipto [† s. IV] São Gaudioso, bispo, em Bréscia, região da Itália [† s. V] Santo Ardão Smaragdo, presbítero, no mosteiro de Aniane, na Septimânia, atualmente na França [† 843] São Paulo, bispo, que, por defender o culto das sagradas imagens, foi expulso da pátria e morreu no exílio, em Prusa, cidade da Bitínia, na atual Turquia [† 850] Beatos mártires João Larke e João Ireland, presbíteros, e Germano Gardiner, que, pela sua fidelidade ao Romano Pontífice, morreram enforcados em Tyburn, durante o reinado de Henrique VIII [† 1544] Santa Teresa Margarida Rédi, virgem, que, tendo entrado na Ordem das Carmelitas Descalças, percorreu um árduo caminho de perfeição e morreu ainda jovem, em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália [† 1770] São João Baptista Nam Chong-sam, mártir, na Coreia [† 1866] Santos mártires Simeão Berneux, bispo, Justo Ranfer de Bretenières, Luís Beaulieu e Pedro Henrique Dorie, presbíteros da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, decapitados por afirmarem audazmente que vieram à Coreia para salvar as almas no nome de Cristo, em Sai-Nam-Hte, na Coreia [† 1866] Beato José Olallo Valdés, religioso da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, em Camaguey, cidade de Cuba [† 1889] Beato Leónidas Fedorov, bispo e mártir, que, exercendo o ministério como exarca apostólico dos católicos russos do Rito Bizantino, perante um regime hostil à religião, mereceu ser discípulo fiel de Cristo até à morte, Em Kirov, cidade da Rússia [† 1935] Fontes: vaticannews.va tuporem.org.br acidigital Martirológio Romano Liturgia das Horas Diretório de Liturgia da Igreja no Brasil [Ed CNBB 2022] Livro "Um santo para cada dia" - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Livro "Santos de cada dia" - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Pesquisa: Camila Steffanni - Comunidade Canção Nova - Toulon (França) Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

Santa Rosa de Viterbo, a jovem padroeira dos exilados

Origens da Santa Rosa de Viterbo foi uma menina de família pobre da cidade de Viterbo (Itália). Foi educada na fé católica e defendia o catolicismo a todo custo. Perseguida desde cedo Mostrou-se defensora da Igreja na disputa entre o Papa Inocêncio IV e o imperador Germanico Frederico II.  Foi perseguida pelo imperador Frederico II, mas não abriu mão de sua fé em Cristo. Demonstrava uma fé madura e penitente, a ponto de se impor severas penitências. Milagre aos 4 anos A pequena Rosa foi ao velório de sua tia. Achegando-se ao lado do caixão, a menina de 4 anos, envolvida por uma força sobrenatural, chamou pelo nome de sua tia, que ressuscitou em meio a todos que estavam no funeral. Entende-se que essa ressurreição foi uma forma de ressuscitar também a fé do povo de Viterbo, que tiveram suas esperanças também ressuscitadas e passaram a lutar novamente pela Santa Sé, que era ameaçada pelo imperador. Santa Rosa de Viterbo e o desejo de oração Espiritualidade Desde pequena, ela se sentia atraída pela espiritualidade franciscana; e, à medida que crescia, aumentava-se seu desejo de oração, de contemplação, de estar em lugares silenciosos para rezar.  Saúde fragilizada Acometida de uma forte febre, a Virgem Maria lhe aparece. A febre some e Nossa Senhora lhe confia uma missão e orienta a pedir sua admissão na Ordem Franciscana.  Ousadia na pregação Ainda na cidade de Viterbo, ela teve uma visão do crucificado, quando seu coração ardeu em chamas. Foi impulsionada a sair pelas ruas pregando com um crucifixo nas mão. Ao anunciar Jesus, a multidão que ela atraía era tão grande que, por vezes, não se podia vê-la pregando. Numa ocasião, Rosa começou a levitar-se até poder ser vista por todos. A levitação de Rosa foi atestada por milhares de testemunhas e a notícia percorreu a Itália. A pregação de Rosa transformou Viterbo. Pecadores empedernidos se converteram. Hereges voltavam ao seio da igreja e, principalmente, os partidários italianos do Imperador revoltado reconciliaram-se com seu soberano – o Sumo Pontífice. Muitas vezes, a multidão comovida interrompia a jovem missionária exclamando: "Viva a Igreja! Viva o Papa! Viva o Nosso Senhor Jesus Cristo!".  Denunciada ao Imperador Deportação Tempos depois, Frederico II voltou a dominar a Itália e, consequentemente, Viterbo. Rosa foi denunciada ao Imperador e levada à sua presença, sendo proibida pelo ditador de continuar suas pregações. E Rosa respondeu à Frederico: "Quem me manda pregar é muito mais poderoso e, assim, prefiro morrer a desobedecê-lo". Frederico prendeu Rosa e temendo que houvesse revolta em Viterbo, caso conservasse Rosa na prisão, o Imperador mandou deportar a jovem missionária e seus idosos pais. Depois de muitas privações em meio à neve, Rosa e seus pais chegaram à Soriano, onde uma multidão correu para ouvi-la. Ela permaneceu pregando a submissão à Igreja. Rejeitada e aceita Rosa decidiu consagrar-se à Deus no Convento de Santa Maria das Rosas. As freiras recusaram a presença de Rosa. E Rosa lhes disse: "A donzela que repelis hoje há de ser por vós aceita um dia, com alegria, e guardareis preciosamente". Rosa, então, transformou seu quarto em uma cela de religiosa e, assim, passou seus últimos sete anos de vida. Aos 18 anos, entregou sua alma a Deus. Seu corpo foi sepultado na Paróquia Santa Maria Del Poggio. Por três vezes o Papa Alexandre IV sonhou com Rosa, que lhe pedia por parte de Deus, que ele mesmo, o Papa, transladasse seus restos para o Convento Santa Maria das Rosas. Alexandre IV deslocou-se para Viterbo. As religiosas daquele convento receberam seus restos mortais como um verdadeiro tesouro.  Curiosidades - Oficialmente, existem duas festas de Santa Rosa de Viterbo: 6 de março, sendo o dia de sua morte; e 4 de setembro, dia da trasladação do seu corpo para o Convento Santa Maria das Rosas. - Os Papas Eugênio IV e Calisto III continuaram o seu processo de canonização que ficou pronto em 1457, mas, com a morte do Papa Calisto III, o decreto não foi promulgado, assim a canonização de Santa Rosa não chegou aos termos dentro dos trâmites exigidos. Mesmo assim, foi integrada ao Martirológio Romano e confirmada por documentos e pontífices.  Devoção a Santa Rosa de Viterbo Repercussão mundial Há Santuários de Santa Rosa de Viterbo nos EUA, França e México. Além da sacralidade, a vida da jovem Rosa de Viterbo foi excepcional, a ponto de repercutir, para que cidades recebessem o seu nome no Brasil, Colômbia, EUA e Espanha.  Devoção no Brasil Por influência da santa, no interior do Estado de São Paulo, existe o município de Santa Rosa de Viterbo. Nesta cidade, a devoção a Santa é cultivada e é difundida; pois é a história de uma jovem que amou a Igreja até o fim. Padroeira Reconhecida como intercessora da Juventude Franciscana e da Juventude Feminina da Ação Católica. Também é invocada como padroeira dos exilados. Súbito: oração pelos ucraniamos "Senhor Jesus, como tantos ucranianos que vivem hoje no exílio e saem em busca de refúgio, são tantos outros filhos teus espalhados pelo mundo que assim também sofrem. Tende misericórdia do teu povo Jesus. Amém." Minha oração "Senhor Jesus, a pequena Rosa, desde criança recebeu do Senhor graças sobrenaturais. Pedimos-Te, humildemente, cuide, guarde e proteja nossas crianças, para que, sob a Tua graça, vivam e anunciem a Tua Palavra. Assim pedimos porque cremos em teu amor e zelo pelos pequenos e inocentes. Amém!" Santa Rosa de Viterbo, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 06  de março: São Marciano, venerado como bispo e mártir na Itália [† data inc.] São Vitorino, mártir na Turquia [† data inc.] São Quiríaco, presbítero na Alemanha [† s. IV in.] Santo Evágrio, bispo na Turquia [† c. 378] São Julião, bispo, na Espanha onde reuniu três concílios e expôs seu grande sentido da justiça, caridade e zelo das almas [† 690] São Fridolino, abade, fundou dois mosteiros em honra de Santo Hilário na Suíça [† s. VIII] São Crodegando, bispo, que recomendou ao clero a observância claustral com uma norma de vida irrepreensível e promoveu de modo insigne o canto da Igreja na França [† 766] Quarenta e dois santos, na Síria, suportaram um glorioso combate e receberam vitoriosos a palma do martírio [† 848] Santo Olegário, bispo na Espanha [† 1137] Santa Coleta Boylet, virgem, reclusa numa pequena habitação junto da igreja, professou a Regra de São Francisco e reconduziu muitos mosteiros de Clarissas à observância primitiva, promovendo especialmente o espírito de pobreza e de penitência [† 1447] Fontes: sanctoral.com Ordem Franciscana Secular de Avilés Prefeitura de Santa Rosa de Viterbo (SP) santarosa.sp.gov.br vaticannews.va Martirológio Romano Liturgia das Horas Pesquisa: Witerbo Maximo Cavalcante - Comunidade Canção Nova - Toulon (França) Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova    

São João José da Cruz: "Tudo o que Deus permite, permite para o nosso bem"

Origens Carlos Caetano Calosinto é seu nome de batismo. Ele é natural da Ilha de Isca, na Itália. Desde criança, em casa, tinha devoção a Maria. Ao longo da vida, sempre invocava a Nossa Senhora, pedindo conselhos e conforto nas situações mais difíceis. Nasceu em família rica e religiosa. Estudou com os agostinianos, para que sua formação religiosa fosse mais completa. Ali, o pequeno apaixonou-se por Jesus. E ouviu a sua voz de Jesus, que o chamava para dedicar toda a sua vida a Ele. Vocação ao despojamento Com apenas 16 anos, o jovem entrou para o convento de Santa Luzia no Monte, em Nápoles, onde mudou seu nome para João José da Cruz, no dia da sua profissão religiosa, aos 17 anos. Viveu entre os Frades Menores Descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara, conhecidos como Alcantarinos. Devoção particular a Nossa Senhora Maria, como mãe carinhosa e fiel, o cobria de carinho e, às vezes, até lhe permitia fazer prodígios. Como Superior dos Alcantarinos, sempre manteve uma pequena imagem de Maria em sua escrivaninha, a qual contemplava e à qual se dirigia, em oração, antes de qualquer decisão ou pronunciamento. "Ele não sabia viver sem ela", dizem seus biógrafos e muitos testemunhos dos frades, aos quais recomendava prestar homenagem a Ela, pois d'Ela "receberiam consolação, ajuda e luz para resolver os problemas". O frade confidenciou suas últimas palavras sobre Maria, no leito de morte - 5 de março de 1734 - ao irmão que o assistia: "Recomendo-lhe Nossa Senhora": esse pode ser considerado seu testamento espiritual. "Tudo o que Deus permite, permite para o nosso bem." (São João José da Cruz) Amor à pobreza O frade sabia imitar a Irmã Pobreza com perfeição, ia à busca dos pobres, não apenas nas esquinas das ruas, mas também nas favelas e casebres. Durante toda a sua vida teve apenas um hábito, que, com o tempo, ficou todo remendado. Por isso, recebeu o apelido de "frade dos cem remendos". Fiel a São Pedro Alcântara João José foi escolhido para fundar um novo mosteiro em Piedimonte. Ali, construiu também um pequeno eremitério, que ainda hoje é meta de peregrinações, chamado "A Solidão". Durante a sua vida, teve de assistir a divisão entre os Alcantarinos da Espanha e os da Itália. Desses últimos, tornou-se Provincial e, como tal, trabalhou por vinte anos até conseguir reunir novamente a família. Foi alvo de tantas críticas injustas e até calúnias, às quais respondeu fazendo o voto de silêncio. Teve, entre outros, o mérito de restaurar a disciplina religiosa em muitos conventos da região napolitana, sempre muito fiel ao seu fundador dentro da família franciscana. Santificou-se levando outros a santidade Morreu em 5 de março 1734, portanto, com 80 anos. João José da Cruz foi canonizado por Gregório XVI, em 1839, junto com Francisco de Jerônimo e Afonso Maria de Liguori, que o conheceram durante a sua vida e lhe pediram conselhos. "Recomendo-lhe Nossa Senhora." - São João José da Cruz Vida Extraordinária Ele foi rodeado de fenômenos místicos que denotam o sopro particular da graça em sua vida: bilocações, profecias, perscrutar corações, levitações, curas milagrosas e até uma ressurreição. Havia nele dons carismáticos incríveis, mas a sua santidade e testemunho de vida no ordinário falavam mais alto que tudo isso. Oração oficial ao santo São João José da Cruz obtém-nos a sua alegria e serenidade nas doenças, como também nas provações, embora saibamos que o sofrimento é um grande dom de Deus, que deve ser oferecido com pureza ao Pai, sem ser perturbado pelas nossas reclamações. Seguindo o seu exemplo, queremos suportar tudo com paciência, sem fazer pesar nossas dores sobre os outros. Pedimos ao Senhor a força; e a Ele agradeçamos, não apenas quando nos proporciona alegria, mas também quando nos permite doenças e as diversas provações. Minha oração "Oh querido frade, ensinai-nos a viver em santidade e em pobreza de coração. Com a vossa intercessão, envia-nos um espírito de fidelidade e amor a Jesus, para que assim possamos caminhar rumo à santidade de vida. Faz de nós imitadores da Sabedoria e repletos de bons conselhos para os nossos irmãos e irmãs. Amém!" São João José da Cruz, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 05  de março: São Teófilo, bispo de Cesareia, na Palestina [† 195] São Cónon, mártir, na Turquia [† c. 250] São Lúcio, Papa [† 254] São Focas, mártir na Turquia [† c.s. IV] Santo Adrião, mártir na Palestina [† 309] São Gerásimo, anacoreta, praticou grandes obras de penitência, oferecendo direção aos que o procuravam, na Palestina [† 475] São Kierano ou Cirano, bispo e abade na Irlanda [† 530] São Virgílio, bispo, na França [† c. 618] Beato Cristóvão Macassóli, presbítero da Ordem dos Menores, insigne pela sua pregação e pela caridade para com os pobres na Itália [† 1485] Beato Jeremias de Valáchia (João Kostistik), religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos [† 1625] Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano Liturgia das Horas Santos franciscanos - franciscanos.org.br Livro "Relação dos Santos e Beatos da Igreja" - Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007] Pesquisa: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova