Santos

Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho

Origem  De origem berbere, Mônica nasceu no ano 331, em Tagaste, norte da África, no seio de uma família opulenta, mas de antigas raízes cristãs. Aplicou-se, com dedicação, aos ensinamentos da Sagrada Escritura; sua forte espiritualidade foi forjada pela oração e assídua prática dos Sacramentos, além dos quais se coloca a serviço da comunidade eclesial.  Casamento difícil Casou-se com Patrício, homem ambicioso, pagão, irascível, de caráter difícil, que também lhe foi infiel. Mônica, doce, benévola, capaz de dialogar nos momentos oportunos, com o seu método, composto de espera, paciência e oração, que o sugere até as suas amigas, que lhe confiam seus problemas e incompreensões conjugais – consegue vencer as rudezas do marido, a ponto de levá-lo a abraçar a fé. Mãe de um santo  Aos 22 anos, Mônica dá à luz ao primogênito Agostinho, seguido por outro filho, Navígio, e uma filha, da qual não se sabe o nome, e os educa segundo os princípios cristãos.  Tornando-se viúva aos 39 anos, administrou os bens da família, dedicando-se, com amor incomensurável à sua prole. Quem mais causou preocupações à cuidadosa e astuta mãe foi Agostinho, o “filho de tantas lágrimas”; de coração irrequieto e ambicioso retórico, na busca da verdade, ele se distancia da fé católica e vaga de uma filosofia à outra. Mônica jamais deixa de rezar por ele; pelo contrário, segue todas as vicissitudes da sua vida e lhe permanece sempre ao lado. Por isso, transfere-se para Cartagena e, depois, para a Itália, quando o filho, no ápice da sua carreira, como docente de retórica, vai morar em Milão.  Seu carinho materno e as suas orações acompanham a conversão de Agostinho, que, ao receber o batismo pelo santo Bispo Ambrósio, decidiu voltar para Tagaste, onde fundou uma Comunidade de servos de Deus. Mônica estava com ele quando tiveram que embarcar no porto de Óstia com destino à África. Porém, ao esperar o navio, foram obrigados a passar alguns dias ali. Páscoa No entanto, Mônica e Agostinho mantêm intensos diálogos espirituais. A um destes se refere o chamado “êxtase em Óstia”, narrado nas suas Confissões (XIX 10, 23-27):  “Aconteceu encontrar-nos a sós, eu e ela, apoiados em uma janela que dava para o jardim interior da casa em que morávamos. Era em Óstia, sobre a foz do Tibre, onde, longe da multidão, depois do cansaço de uma longa viagem, recobramos forças para a travessia do mar. Ali, sozinhos, conversávamos com grande doçura, esquecendo o passado, ocupados apenas no futuro, indagamos juntos, na presença da Verdade, que és tu, qual seria a vida eterna dos santos... percorremos uma a uma todas as coisas corporais, até o próprio céu... E subimos ainda mais em espírito, meditando, celebrando e admirando tuas obras, e chegamos até o íntimo de nossas almas. E fomos além delas, para alcançar a região da abundância inesgotável... onde a vida é a própria Sabedoria. E enquanto assim falávamos dessa Sabedoria e por ela suspiramos, chegamos a tocá-la com supremo ímpeto de nosso coração”. Assim, Mônica sente ter atingido o ápice da sua vida e confessa ao filho: “No que me diz respeito, esta vida já não tem mais nenhum atrativo para mim. O que estou fazendo ainda aqui? Não sei. As minhas expectativas aqui na terra já se esgotaram. Somente uma coisa me fazia permanecer aqui em baixo...: ver, antes de morrer, que você se tornou cristão católico. Meu Deus me satisfez completamente, porque vejo que você até despreza a felicidade terrena para servir a Ele. O que estou fazendo aqui?”. Alguns dias depois, Mônica adoece e morre aos 56 anos.  As relíquias de Santa Mônica Seu corpo foi enterrado em Óstia Antiga, na atual igreja de Santa Áurea. O tempo, provavelmente, é uma basílica paleocristã com uma necrópole ao lado. Os restos mortais de Santa Mônica descansam, por muitos séculos, na igreja de Santa Áurea. Hoje, no lugar, pode-se ver apenas uma lápide, porque, no século XV, o Papa Martinho V quis que as relíquias fossem transladadas para Roma, na igreja de São Trifão, confiada aos frades Agostinianos – depois englobada a uma grande Basílica dedicada a Santo Agostinho. Ali, ainda hoje, encontram-se respostas aos tantos porquês diante de um sarcófago de mármore verde, na capela decorada com afrescos, em 1885, por Pietro Gagliardi. Minha oração “Vós que fostes uma mãe intercessora, incansável na salvação de seus filhos, ajudai as mães para que não desanimem dessa missão e, rezando, possam ser pontes para que sua família chegue ao céu. Amém!” Santa Mônica, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em  27 de agosto: Em Cápua, na Campânia, região da Itália, São Rufo, mártir. († s. III/IV) Em Cítia de Tomis, hoje Constança, na Roménia, os santos mártires Marcelino, tribuno, e Maneia, esposos, e João, seu filho, Serapião, clérigo, e Pedro, soldado. († c. s. IV) Em Bérgamo, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, São Narno, considerado o primeiro bispo desta cidade. († s. IV) Na Tebaida, no Egipto, São Pémenes, abade. († s. IV/V) Em Couserans, na Aquitânia, hoje na França, São Licério, bispo.(† c. 540) Em Arles, na Provença, também na atual França, São Cesário, bispo. († 542) Em Pavia, na Lombardia, região da Itália, São João, bispo. († c. 825) No mosteiro de Petershausen, que tinha fundado, na Suábia, atualmente na Alemanha, o sepultamento de São Gebardo, bispo de Constança. († 995) No mosteiro de Aulps, na Savóia, atualmente na França, o passamento de São Guarino, bispo de Sion. († 1150) Em Lausana, na Suíça, Santo Amadeu, bispo. († 1159) Em Folinho, na Úmbria, região da Itália, o Beato Ângelo Cónti, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. († 1312) Em Leominster, na Inglaterra, o Beato Rogério Cadwallador, presbítero e mártir. († 1610) Em Nagasáki, no Japão, os beatos Francisco de Santa Maria, presbítero da Ordem dos Frades Menores, e catorze companheiros mártires. († 1627) Em Usk, cidade do País de Gales, São David Lewis, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1679)  Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, os beatos mártires João Baptista de Souzy, presbítero, e Ulrico (João Baptista Guillaume), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, mártires. († 1794) Em Reading, na Inglaterra, o Beato Domingos da Mãe de Deus Barberi, presbítero da Congregação da Paixão. († 1849) Em Picassent, localidade do território de Valência, na Espanha, o Beato Fernando González Añon, presbítero e mártir. († 1936) Na estrada de Godella para Bétera, na mesma região da Espanha, o Beato Raimundo Marti Soriano, presbítero e mártir. († 1936) Em Madrid, também na Espanha, os beatos José Maria López Carrillo e Pedro Ibañez Alonso, presbíteros da Ordem dos Pregadores e mártires. († 1936) Em San Sebastian, também na Espanha, a Beata Maria do Pilar Izquierdo Albero, virgem. († 1945) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007] - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição:  Melody de Paulo

São Zeferino, o Papa que lutou contra as heresias

Origens  São Zeferino tornou-se Papa e permaneceu à frente da Igreja por cerca de 20 anos, além disso, viu-se diante da heresia modalista, que tinha uma concepção errônea da relação entre o Pai e o Filho. Ele foi o primeiro dos Papas que foram enterrados em Calisto na Via Appia. Pontificado Papa no ano 199, no período de terror de Septímio Severo, Zeferino lutou contra o modalismo, a heresia que tinha uma concepção errada da relação entre o Pai e o Filho. Encarregou seu diácono Calisto para construir o cemitério da Igreja de Roma na Via Ápia, onde foi sepultado o primeiro Papa.   Enfrentou um período difícil e tumultuado, com perseguições para os cristãos e de heresias entre eles próprios. Que abalou a Igreja mais do que os próprios martírios. As heresias residiam no desejo de alguns em elaborar só com dados filosóficos o nascimento, a vida e a morte de Jesus Cristo. A confusão era generalizada, uns negavam a divindade de Jesus Cristo, outros se apresentavam como a própria revelação do Espírito Santo. Havia aqueles profetizando e pregando o fim do mundo. Iluminado pelo Espírito Santo  O Papa Zeferino, que não era teólogo, foi muito sensato e, amparado pelo poder do Espírito Santo, livrou-se dos hereges. Para isso uniu-se aos grandes sábios da época, como santo Irineu, Hipólito e Tertuliano. Dando um fim ao tumulto e livrando os cristãos da mentira e dos rigorismos. Contra a cremação O Papa Zeferino era dotado de inspiração e visão especial. Seu grande mérito foi ter valorizado a capacidade de Calisto, um pagão convertido e membro do clero romano, que depois foi seu sucessor. Ele determinou que Calisto organizasse cemitérios cristãos separados daqueles dos pagãos. Isso porque os cristãos não aceitavam cremar seus corpos e também queriam estar livres para tributarem o culto aos mártires. O Papa Zeferino conseguiu que as nobres famílias cristãs, possuidoras de tumbas amplas e profundas, transferissem-nas para a Igreja. Calisto começou a fazer galerias subterrâneas ligando umas às outras, nas laterais foi abrindo túmulos para os cristãos e para os mártires. Todo esse complexo deu origem às catacumbas, mais tarde chamadas de catacumbas de Calisto. Fim do Papado Esse foi o longo pontificado de Zeferino. Encerrado pela intensificação das perseguições e pela proibição das atividades da Igreja, impostas pelo imperador Sétimo Severo. O Papa São Zeferino foi martirizado junto com o bispo santo Irineu em 217. Foi sepultado numa capela nas catacumbas que ele mandou construir em Roma, Itália. Minha oração "Querido pastor das almas, semelhante a Jesus Bom Pastor, cuidai das vossas ovelhas desgarradas. Aqueles que se afastaram do catolicismo, buscai e trazei-os de volta como ovelhas perdidas. Auxiliai também o nosso Papa para que exerça a mesma função."  São Zeferino, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 26 de agosto  Comemoração de São Melquísedec, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, que saudou Abraão. Em Roma, no cemitério de Brasília, junto à Via Salária Antiga, São Maximiliano, mártir. († data inc.) Em Salona, na Dalmácia, hoje Split, na Croácia, Santo Anastásio, pisoeiro, mártir. († data inc.) Em Cesareia, na Mauritânia, hoje Cherchell, na Argélia, São Vítor, mártir, que, condenado à morte, segundo a tradição foi crucificado num sábado. († s. III/IV) Em Bérgamo, na Transpadânia, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Alexandre, mártir. († s III/IV) Em Auxerre, na Gália Lionense, actualmente na França, Santo Eleutério, bispo. († s. VI) Em Yatsushiro, no Japão, o Beato Joaquim Watanabe Jirozaemon, pai de família e mártir. († 1606) Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, no litoral da França, o Beato Tiago Retouret, presbítero da Ordem dos Carmelitas e mártir. († 1794) Em La Puye-en-Vélay, perto de Poitiers, na França, Santa Joana Isabel Bichier des Âges, virgem, que, durante a Revolução Francesa, ajudou Santo André Huberto Fournier. († 1838) Em Belém, cidade da Terra Santa, Santa Maria de Jesus Crucificado (Maria Baouardy), virgem da Ordem das Carmelitas Descalças, que, enriquecida com dons místicos, uniu à vida contemplativa uma singular caridade. († 1878) Em Líria, cidade da província de Valência, na Espanha, Santa Teresa de Jesus Jornet Ibars, virgem, que, para a assistência aos anciãos, fundou o Instituto das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados. († 1897) Em Valência, também na Espanha, o Beato Ambrósio de Benaguacil (Luís Valls Matamales), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936) Em Alberca de Dénia, na província de Alicante, também na Espanha, o Beato Pedro de Benisa (Alexandre Más Ginestar), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936) Em Esplugues, povoação próxima de Barcelona, também na Espanha, o Beato Félix Vivet Trabal, religioso da Sociedade Salesiana e mártir, que, na mesma perseguição, mereceu entrar no grande banquete celeste. († 1936) Em Málaga, também na Espanha, os beatos Fortunato Merino Vegas, presbítero, e Luís Gutiérrez Calvo, religioso, ambos da Ordem de Santo Agostinho e mártir.  († 1936) Em Dehesa de la Villa, perto de Madri, na Espanha, a Beata Maria dos Anjos Ginard Martí (Ângela Bendita), virgem da Congregação das Irmãs Zeladoras do Culto Eucarístico de Palma de Maiorca e mártir.(† 1936)  Na fortaleza de Kharsk, perto de Tomsk, na Sibéria, região da Rússia, a Beata Lourência (Leocádia Harasymiv), virgem da Congregação das Irmãs de São José. († 1952) Em Roma, a Beata Maria Beltrame Quattrocchi, mãe de família, que, passando a vida com o seu esposo numa profunda e feliz comunhão de fé e de caridade para com o próximo. († 1965) Fonte: vaticannews.va Martirológio Romano Arquisp.org.br Santiebeati.it - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São José de Calasanz, Padroeiro das Escolas Populares

[caption id="attachment_11823" align="aligncenter" width="300"] Sacerdote e Fundador (1556 - 1648)[/caption] Origens  São José de Calasanz nasceu em 31 de julho de 1558, na cidade de Aragão, Espanha, em uma família nobre e muito religiosa. Ele foi educado no rigor do respeito aos mandamentos de Deus. Além disso, eram relativamente ricos: na verdade, seu pai era ferreiro. Recebeu uma boa educação religiosa e sonhava com a ideia de entrar para o Seminário; não obstante, seu pai desejasse para ele a carreira militar. Ao manifestar-lhe a sua ideia, seu pai se opôs, mas o mandou estudar nas universidades de Lleida e Valência. José recompensou a boa vontade do seu pai: depois de se formar e emitir os Votos solenes, em breve tempo se tornou Vigário geral da diocese de Urgel.  Ordenação Recebeu a ordenação sacerdotal em 1583, embora sem a presença do pai, que ainda não cedera à sua vocação. Inicialmente, foi para um mosteiro, desejando uma vida de solidão. Seu bispo, percebendo nele um alto grau de inteligência, disse-lhe que sua missão era a pregação. Dedicou-se à atividade pastoral, sendo muito querido por todos os fiéis e bispos, que lhe davam vários encargos importantes a serem executados junto à Santa Sé. Vida Em 1592, talvez para resolver assuntos urgentes da Santa Sé, José foi a Roma. Entre outras coisas, foi também tutor dos sobrinhos do Cardeal Colonna, seu velho amigo. Este preciso encargo, em forte contraste com o que via em suas caminhadas pelas ruas da Cidade Eterna, contribuiu para esclarecer a sua ideia e refletiu: em cumprimento à sua missão sacerdotal, começou a visitar os enfermos em hospitais e os presos nos cárceres.  Descoberta da Missão No entanto, o que mais o impressionava era a juventude que vagueava ao léu pelas ruas. Os jovens, muitas vezes até crianças, não tinham ninguém, eram abandonados e ignorados, dependentes dos vícios que, depois, se transformavam em delinquência. Tudo aquilo era inadmissível na Cidade do Papa. De repente, José entendeu que esta era a sua missão: salvar os jovens pobres da degradação, à qual eram condenados através de uma educação regular. Contudo, que não se limitasse somente ao catecismo dominical, que recebiam dos sacerdotes. Ele estava realmente ciente de que esta era a verdadeira vontade do Senhor. A Missão São José de Calasanz iniciou a sua missão pedindo ajuda dos Jesuítas e Dominicanos, que, porém, estavam muito ocupados com outras atividades. Então, com a ajuda do pároco de Santa Doroteia, no bairro de Trastevere, que lhe colocou à disposição duas pequenas salas, José abriu a primeira escola gratuita da Europa para jovens das classes sociais mais pobres. Não obstante, José ainda não tinha um projeto educacional preciso, mas vivia o dia a dia. Porém, estava consciente da sua obra, que se tornou a finalidade revolucionária da sua missão. Ele considerava a instrução como um direito prioritário do homem e dos pobres, e como tal, não devia ser apenas um gesto de caridade, mas um ato de justiça social. Assim sendo, encontrou logo outros sacerdotes, dispostos a transmitir-lhes seus ensinamentos gratuitamente. Em 1612, São José de Calasanz conseguiu comprar um prédio na Praça Navona, com a aprovação da Santa Sé. Naquelas alturas, seus alunos já eram cerca de 1500. Escolápios Em 1617, José sentiu a necessidade de dar uma espécie de "garantia" às suas escolas.  Fundou a Congregação Paulina dos Pobres da Mãe de Deus das Pias Escolas, depois chamados de Escolápios. Em 1622, com a bênção do Papa Gregório XV, a Congregação tornou-se Ordem Regular. Em um retiro espiritual, em Narni, o Padre José escreveu as Constituições pelo próprio punho. No entanto, infelizmente, as armadilhas estavam à espreita. Na época, a instrução e a cultura eram um direito reconhecido exclusivamente para as classes mais ricas. Por isso, a obra do Padre José começou a ser malvista pelos conservadores, que queriam manter o status quo. Então, iniciaram a fazer críticas difamatórias contra ele, a ponto de ser denunciado ao Santo Ofício. Reduzindo a sua Ordem ao estado de Congregação de Sacerdotes Seculares, sujeitos à jurisdição episcopal. Páscoa Passando por grandes sofrimentos físicos e espirituais, São José de Calasanz concluiu sua vida terrena. Voltando para a Casa do Pai, em 1648, sem ver a reconstituição da sua Congregação, que foi reconhecida como Ordem religiosa, segundo as Regras do seu fundador em 1699. Os primeiros Padres Escolápios ou Esculápios voltaram a professar seus Votos solenes. Além dos três habituais, acrescentam um quarto: o da educação dos jovens como missão primordial. No entanto, suas Escolas se espalharam pelos quatro dos cinco Continentes, e hoje contam 222 Casas espalhadas pelo mundo. Via de Santificação São José de Calasanz foi sepultado em Roma. A ele foram atribuídas muitas intercessões em milagres e graça. Foi canonizado  por Clemente XIII em 1767. Foi proclamado por Pio XII, em 1948, "Padroeiro universal de todas as Escolas populares cristãs do mundo".   Minha Oração  “Grande pedagogo de Cristo, seja nosso conselheiro e auxílio assim como foste em vida. Rogai pelos professores e mestres da educação para que eduquem não só no viés intelectual, mas no homem como um todo especialmente na espiritualidade do Homem Novo. Amém!”  São José de Calasanz, padroeiro das escolas populares , rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 25 de agosto:  São Luís IX, rei da França, que se tornou célebre pela sua fé ativa, quer em tempo de paz quer no decurso da guerra em defesa dos cristãos.(† 1270) Na Via Aurélia, a seis milhas de Roma, o sepultamento dos santos Eusébio, Ponciano, Vicente e Peregrino, mártires. († data inc.) Em Arles, na Provença, na França, São Gens, mártir, que, ainda catecúmeno, trabalhou no tribunal como notário e recusando-se a transcrever um edito contra os cristãos. († 303) Em Itálica, hoje Santiponce, perto de Sevilha, na Hispânia Bética, São Gerôncio, bispo, que se narra ter morrido no cárcere. († s. IV) Em Agde, na Gália Narbonense, actualmente na França, São Severo, abade do mosteiro por ele fundado nesta cidade. († s. V) Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Menas, bispo, que foi ordenado pelo papa Santo Agapito. († 552) Em Atane, no território de Limoges, na actual França, Santo Arédio, abade, que, compôs para o cenóbio que fundara uma excelente regra, fundada nos preceitos de vários institutos de vida monástica. († 591) Em Utrecht, na Géldria da Austrásia, atualmente na Holanda, São Gregório, abade, que, ainda adolescente, acompanhou sempre São Bonifácio nas caminhadas missionárias. († 775) Em Montefiascone, na Toscana, hoje no Lácio, região da Itália, o passamento de São Tomás Cantelupe, bispo de Hereford, na Inglaterra, homem de eminente cultura, severo para consigo e largamente generoso para com os pobres. († 1282) Em Ximabara, no Japão, os beatos mártires Miguel Carvalho, da Companhia de Jesus, Pedro Vásquez, da Ordem dos Pregadores, Luís Sotelo e Luís Sasanda, presbíteros, e Luís Baba, religioso da Ordem dos Frades Menores. († 1624) Na França, o Beato Paulo João Charles, presbítero e mártir, um prior da Ordem Cisterciense. († 1794) Em Córdova, na Argentina, a Beata Maria do Trânsito de Jesus Sacramentado, virgem, que se dedicou intensamente à formação cristã. († 1885) Em Valência, na Espanha, o Beato Luís Urbano Lanaspa, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que superou o glorioso combate por Cristo. († 1936) Em “Palacio del Duque”, entre Somió e Cabueñes, nas Astúrias, também na Espanha, o Beato Florêncio Alonso Ruiz, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e mártir. († 1936)  Na estrada de Llagostera a Vidreras, na Catalunha, na Espanha, o Beato Onofre (Sálvio Tolosa Alsina), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936) Em Madrid, na Espanha, o Beato Vicente Álvarez Cienfuegos, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936) Em Sucúa, localidade do Equador, Maria Troncatti, virgem da Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora. († 1969) Fonte: vaticannews.va Martirológio Romano Arquisp.org.br Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São Luís IX, penitente e humilde

Nós celebramos, neste dia, a vida do santo que foi rei da França, Luís IX. Ele nasceu em Poissy, a 25 de abril de 1214, e teve a graça de ter uma mãe muito religiosa, tanto assim que o aconselhava depois do Batismo: "Filhinho, agora és um templo do Espírito Santo, conserva sempre teu coração puro e jamais o manches com o pecado". A rainha-mãe, Branca de Castela, providenciou ótimos professores e instrutores para uma formação digna do filho, dessa forma, quando o pai de Luís morreu, quando este tinha apenas 12 anos, o jovem pôde ser coroado e, na idade de 21 anos, começar a reger toda a nação, sem esquecer sua realidade de pai e esposo. São Luís era penitente, humilde, homem de oração e caridade; participava com tanta perseverança da Santa Missa diária que, ao ser provocado por nobres, respondia: "Se eu dedicasse tempo dobrado para os jogos ou para a caça, ninguém repreenderia!". São Luís buscava intensamente viver a justiça do Reino de Deus enquanto rei e cristão, por isso praticava o que aconselhava: "Não tiremos o bem dos outros nem sequer para o dar a Deus". Cheio de amor a Cristo, à Igreja e ao Papa, São Luís organizou até mesmo cruzadas a fim de resgatar os lugares santos; certa vez, ficou preso durante 5 anos e depois de solto empenhou-se numa outra cruzada que o vitimou com uma peste mortífera (tifo). Ao receber os santos sacramentos, esse grande santo entrou no Céu a 25 de agosto de 1270. Foi canonizado em 1297, pelo Papa Bonifácio VIII. São Luís, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 25 de agosto: São José de Calasanz, presbítero que, para educar as crianças e os adolescentes no amor e sabedoria do Evangelho, instituiu escolas populares e fundou em Roma a Ordem dos Clérigos Regrantes Pobres da Mãe de Deus das Escolas Pias.  († 1648) Na Via Aurélia, a seis milhas de Roma, o sepultamento dos santos Eusébio, Ponciano, Vicente e Peregrino, mártires. († data inc.) Em Arles, na Provença, na hodierna França, São Gens, mártir, que, ainda catecúmeno, trabalhando no tribunal como notário e recusando-se a transcrever um edito contra os cristãos, tentou salvar-se pondo-se em fuga; mas, capturado pelos soldados, foi batizado com o próprio sangue. († 303) Em Itálica, hoje Santiponce, perto de Sevilha, na Hispânia Bética, São Gerôncio, bispo, que se narra ter morrido no cárcere. († s. IV) Em Agde, na Gália Narbonense, atualmente na França, São Severo, abade do mosteiro por ele fundado nesta cidade. († s. V) Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Menas, bispo, que foi ordenado pelo papa Santo Agapito e, restabelecida a comunhão, temporariamente interrompida com o papa Virgílio, dedicou à divina Sabedoria a grande igreja edificada pelo imperador Justiniano. († 552) Em Atane, no território de Limoges, na actual França, Santo Arédio, abade, que, compôs para o cenóbio que fundara uma excelente regra, fundada nos preceitos de vários institutos de vida monástica. († 591) Em Utrecht, na Géldria da Austrásia, atualmente na Holanda, São Gregório, abade, que, ainda adolescente, acompanhou sempre São Bonifácio nas caminhadas missionárias para a conversão da Turíngia e de Hessen e depois, por seu mandato, dirigiu como abade o mosteiro de São Martinho e governou a Igreja de Utrecht. († 775)  Em Montefiascone, na Toscana, hoje no Lácio, região da Itália, o passamento de São Tomás Cantelupe, bispo de Hereford, na Inglaterra, homem de eminente cultura, severo para consigo e largamente generoso para com os pobres. († 1282) Em Ximabara, no Japão, os beatos mártires Miguel Carvalho, da Companhia de Jesus, Pedro Vásquez, da Ordem dos Pregadores, Luís Sotelo e Luís Sasanda, presbíteros, e Luís Baba, religioso da Ordem dos Frades Menores, que por Cristo foram queimados vivos. († 1624) Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Paulo João Charles, presbítero e mártir, um prior da Ordem Cisterciense, que, durante a perseguição da Revolução Francesa, foi arrebatado do mosteiro de Sept-Fonts e encarcerado na sórdida galera por causa do seu sacerdócio, onde morreu de inanição e enfermidade. († 1794) Em Córdova, na Argentina, a Beata Maria do Trânsito de Jesus Sacramentado, virgem, que se dedicou intensamente à formação cristã da infância pobre e abandonada e instituiu na Argentina a Congregação das Irmãs Missionárias da Ordem Terceira de São Francisco. († 1885) Em Valência, na Espanha, o Beato Luís Urbano Lanaspa, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que superou o glorioso combate por Cristo. († 1936) Em “Palacio del Duque”, entre Somió e Cabueñes, nas Astúrias, também na Espanha, o Beato Florêncio Alonso Ruiz, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e mártir, que, durante a perseguição contra a fé, com o seu martírio seguiu os passos de Cristo. († 1936) Na estrada de Llagostera a Vidreras, na Catalunha, também na Espanha, o Beato Onofre (Sálvio Tolosa Alsina), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir, que na mesma perseguição contra a fé deu testemunho de Cristo derramando por Ele o seu sangue. († 1936) Em Madrid, também na Espanha, o Beato Vicente Álvarez Cienfuegos, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que na mesma perseguição derramou o sangue por Cristo. († 1936) Em Sucúa, localidade do Equador, Maria Troncatti, virgem da Congregação da Filhas de Maria Auxiliadora, que exerceu uma longa e generosa actividade entre os indígenas “Shuar”. († 1969) Fontes: Padre Luiz Alberto Kleina - padrekleina.org.br Martirológio Romano - liturgia.pt - Pesquisa e redação: Leonardo Girotto

São Bartolomeu, o verdadeiro israelita

Origens  Sobre São Bartolomeu, tudo o que sabemos sobre a sua vida vem dos textos evangélicos, especialmente do Evangelho de São João. Bartolomeu era um pescador de Caná, mas conhecia bem Nazaré, situada a apenas 8 km de distância, mas não confiava naqueles montanheses. Por isso, era um pouco cético quando seu amigo Filipe lhe falou sobre Jesus. Mas ele lhe respondeu simplesmente: "venha e veja". Assim, Bartolomeu foi e, logo que Jesus o viu, lhe demonstrou ter uma confiança sem precedentes: finalmente um israelita sincero. Natanael No Evangelho, ele também é chamado de Natanael. Em hebraico, a palavra "bar" que dizer "filho" e "tholmai" significa "agricultor". Por isso, os historiadores são unânimes em afirmar que Bartolomeu-Natanael trata-se de uma só pessoa.  Encontro com Jesus No primeiro encontro com Jesus, Bartolomeu era cético e, às vezes, irônico com relação às coisas de Deus.  Ele era um homem concreto, apegado à tradição e que meditava diariamente a Bíblia, conforme a Lei exigia. Contudo, depois de toda aquela desconfiança, a adesão de Bartolomeu a Jesus foi total: "Vós sois o Rei de Israel!", exclamou!  Depois de convertido, tornou-se um dos apóstolos mais ativos e presentes na vida pública de Jesus. A melhor descrição que temos de Bartolomeu foi feita pelo próprio Mestre: "Aqui está um verdadeiro israelita, no qual não há fingimento".  Devido à sua origem, presume-se que Bartolomeu podia estar presente nas Bodas de Caná, palco do primeiro milagre de Jesus, mas não há provas nos textos.  Conversão de Povos Após a morte de Jesus, sabemos quais Apóstolos estavam reunidos em oração no Cenáculo, porque os Atos mostram uma lista precisa de nomes. Entre eles também estava Bartolomeu. O que este apóstolo fez depois não se sabe historicamente, mas parece que foi pregar a Palavra em várias regiões do Oriente, da Mesopotâmia à Índia. Realizou milagres e curas milagrosas até chegar à Armênia.  Ali, além de converter as populações de 12 cidades, conseguiu até evangelizar o rei Polímio e sua esposa, causando ira entre os sacerdotes das divindades locais. Páscoa Astiage, irmão do rei Polímio, convencido pelos próprios sacerdotes, mandou condená-lo à morte. Seu martírio ocorreu em Albanópolis, por volta do ano 68. Ao longo dos séculos, depois de milhares de peripécias, suas relíquias chegaram a Roma. Graças à mediação do imperador Otão III, onde descansam na Basílica a ele dedicada na Ilha Tiberina.  A Igreja comemora São Bartolomeu Apóstolo no dia de sua morte. Ele se tornou o modelo para quem se deixa conduzir pelo outro ao Senhor Jesus Cristo. Minha oração “À grande testemunha do ressuscitado, rogamos que nos torne testemunhas da vida de Cristo hoje. Que Ele seja amado, adorado e acolhido acima de tudo e todos. A partir da nossa vida, todos vejam que Ele vive e Reina. Amém.” São Bartolomeu, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 24 de agosto Em Claudiópolis, cidade da Honoríade, hoje Bolu, na Turquia, São Tacião, mártir. († data inc.) Em Clichy, no território de Paris, na atual França, o passamento de Santo Audeno, bispo de Rouen.(† 684) No monte Olimpo, na Bitínia, hoje na Turquia, São Jorge Limniota, monge, que censurou a impiedade do imperador Leão III por ter destruído as sagradas imagens e lançado ao fogo as relíquias dos Santos. († c. 730) Em Lima, no Peru, o dia natal de Santa Rosa, cuja memória se celebra no dia anterior. († 1617) Em Angers, na França, o Beato André Fardeau, presbítero e mártir, que, durante a Revolução Francesa, em ódio ao sacerdócio foi degolado. († 1794) Em Nápoles, na Campânia, região da Itália, Santa Joana Antida Thouret, virgem, que prosseguiu a vida religiosa, interrompida durante a Revolução Francesa, juntamente com algumas companheiras. († 1826) Em Marselha, na França, Santa Emília de Vialar, virgem, que, na intenção de fortalecer a difusão do Evangelho em regiões longínquas, fundou e propagou a Congregação das Irmãs de São José da Aparição. († 1856) Em Valência, na Espanha, Santa Maria Micaela do Santíssimo Sacramento (Micaela Desmaisières), virgem, fundadora da Congregação das Escravas do Santíssimo Sacramento e da Caridade. († 1865) Em Tulcan, no Equador, a Beata Maria da Encarnação (Maria Vicenta Rosal), fundou a Ordem Bethlemita. († 1886) Em Toledo, na Espanha, o Beato José Polo Benito, presbítero da diocese de Salamanca e mártir, que foi assassinado em ódio à Igreja. († 1936) Em Peñas de San Pedro, perto de Albacete, na Espanha, o Beato Rigoberto Aquilino de Anta y de Bárrio, presbítero da diocese de Múrcia e mártir. († 1936) Em Madrid, na Espanha, o Beato Félix González Tejedor, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936) Em Málaga, na Espanha, o Beato Manuel Fernández Ferro, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir, que na mesma perseguição derramou o seu sangue por Cristo. († 1936) Em Gijón, na Espanha, o Beato João Pérez Rodríguez, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e mártir. († 1936) No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Maximiano Binkiewicz, presbítero e mártir. († 1942) Em Dresden, na Alemanha, os beatos Ceslau Jozwiak, Eduardo Kazmierski, Francisco Kesy, Eduardo Klinik e Iarognievo Wojciechowski, mártires, naturais da Polônia. († 1942) Fonte: vaticannews.va Martirológio Romano Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Arquisp.org.br - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

Santa Rosa de Lima, Terciária Dominicana

Origens  Santa Rosa de Lima, antes Isabel, nasceu em Lima em 1586. Era a décima de treze filhos da família Flores de Oliva, nobre espanhola, transferida para o Peru. A sua ama, Mariana, de origem indígena, deu-lhe o nome de Rosa, pela incrível beleza que a caracterizava.  Depois, este nome foi confirmado na Crisma, e quando, aos vinte e três anos, recebeu o hábito religioso da Ordem Terceira Dominicana, seu modelo de vida foi Santa Catarina de Sena. Ao nome Rosa foi acrescentado também o “de Santa Maria”, como expressão do seu tenro amor, que sempre nutria pela Virgem. Recorria a Mãe de Deus, a todo instante, para pedir proteção.  Vida Ainda criança, Rosa teve grande inclinação à oração e à meditação, sendo dotada de dons especiais de profecia. Já adolescente, enquanto rezava diante da imagem da Virgem Maria, decidiu entregar sua vida somente a Cristo.  Apesar dos apelos da família, que contava com sua ajuda para o sustento, ela ingressou na Ordem Terceira Dominicana, como exemplo de vida Santa Catarina de Sena.  Dedicou-se, então, ao jejum, às severas penitências e à oração contemplativa, aumentando seus dons de profecia e prodígios. E, para perder a vaidade, cortou os cabelos e engrossou as mãos, trabalhando na lavoura com os pais. Fragilidade Rosa conheceu a pobreza quando a sua família caiu na miséria, por falência nos negócios paternos; trabalhou, arduamente, como doméstica, na horta e como bordadeira, até altas horas da noite; quando fazia entrega nas casas dos seus fregueses, aproveitava para levar a Palavra de Cristo e o seu anseio pelo bem e pela justiça, que, na sociedade peruana da época — espezinhada pela Espanha colonizadora —, parecia totalmente ofuscada. Na casa paterna, criou uma espécie de asilo para os necessitados, onde dava assistência às crianças e aos idosos abandonados, sobretudo de origem indígena. Clausura  Desde pequena, Rosa desejava consagrar-se a Deus com a vida claustral, permanecendo “virgem no mundo”; como Terciária Dominicana, trancou-se em uma cela de poucos metros quadrados, construída no jardim da casa paterna, da qual saía apenas para a função religiosa; ali, transcorria grande parte dos dias, dedicando-se à oração e em íntima comunhão com o Senhor. Visões Vivendo em contínuo contato com Deus, atingiu um alto grau de vida contemplativa e experiência mística, compreendendo o mistério. Além disso, Rosa reviveu, na sua carne, a Paixão de Jesus, por duas intenções: a conversão dos espanhóis e a evangelização dos índios. Quando ainda era viva, Rosa foi examinada por uma Comissão mista de religiosos e cientistas, que julgou as suas experiências místicas como verdadeiros “dons da graça”; tanto é verdade que, quando ela morreu, pela enorme multidão que participou do seu enterro, já era considerada Santa. Páscoa Rosa faleceu só depois de renovar seus Votos religiosos, repetindo várias vezes: “Jesus, permanecei comigo!”. Transcorria o dia 23 de agosto de 1617. Após a sua morte, quando seu corpo foi trasladado para a Capela do Rosário, Nossa Senhora sorriu-lhe pela última vez, daquela estátua, diante da qual a Santa havia rezado tantas vezes. Ao ver o ocorrido, a multidão presente gritou: “milagre”! Primeira Santa da América  Santa Rosa de Lima foi a primeira mulher a ser canonizada na América. Ela é Padroeira do Peru, da América Latina, das Índias e das Filipinas. É invocada também como protetora dos floricultores e jardineiros, contra as erupções vulcânicas e ainda em casos de feridas ou de brigas familiares. Via de Santificação Em 1668, Rosa de Lima foi beatificada pelo Papa Clemente IX e canonizada três anos depois. Padroeira Foi proclamada Padroeira da América Latina, das Filipinas e das Índias Orientais. A festa litúrgica marcada para o dia 23 de agosto. A devoção a Santa Rosa de Lima propagou-se rapidamente nos países latino-americanos, sendo venerada pelos fiéis como Padroeira dos Jardineiros e dos Floristas. Minha oração “Ó Santa padroeira da América Latina, cuidai deste povo tão sofrido e necessitado. Amparai os doentes, concedei as necessidades dos que são excluídos e marginalizados, consolai os idosos, iluminai os políticos. Que a nossa região seja curada dos problemas sociais. A ti clamamos nossa santa padroeira. Amém!” Santa Rosa de Lima, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 23 de agosto  Comemoração de São Zaqueu, bispo, que, segundo a tradição, foi o quarto bispo, depois do apóstolo São Tiago, a dirigir a Igreja de Jerusalém. († s. II) Em Roma, no cemitério de São Lourenço, junto à Via Tiburtina, os santos Abúndio e Ireneu, mártires. († data inc.) Em Óstia, no Lácio, região da Itália, os santos Ciríaco e Arquelau, mártires. († data inc.) Em Sistov, na Mésia Inferior, hoje na Roménia, São Lopo, mártir, que, segundo a tradição, alcançou a liberdade de Cristo, sofrendo o martírio ao fio da espada. († data inc.) Em Egeia, na Cilícia, hoje na Turquia, os santos mártires Cláudio, Astério e Neon, irmãos. († 303) Em Autun, na Gália Lionense, na atual França, São Flaviano, bispo, que resplandeceu no tempo do rei Clodoveu. († s. V-VI) Em Londonderry, na Irlanda, Santo Eugénio, primeiro bispo de Ardstraw. († s. VI) No mosteiro de São Filipe, próximo de Locros, na Calábria Inferior, região da Itália, Santo António de Gerace, eremita. († s. X) Na França, o Beato João Bourdon (Protásio de Séez), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1794) Em Tabernes de Valldigna, na Espanha, os beatos mártires Constantino Carbonell Sempere, presbítero, Pedro Gelabert Amer e Raimundo Grimaltós Monllor, religiosos da Companhia de Jesus. († 1936) Em Vallbona, na província de Valência, os beatos mártires Florentino Pérez Romero, presbítero, e Urbano Gil Sáez, religioso, da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores. († 1936) Em Silla, povoação da mesma província de Valência, o Beato João Maria da Cruz (Mariano Garcia Méndez), presbítero da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus e mártir. († 1936) Em Puzol, as beatas Rosária de Soano (Petra Maria Vitória Quintana Argos) e Serafina de Ochovi (Manuela Justa Fernández Ibero), virgens da Congregação das Terciárias Capuchinhas da Sagrada Família e mártires.(† 1936)  Em Valderrobles, na Espanha, os beatos Eliseu Vicente (Vicente Alberich Lluch) e Valeriano Luís (Nicolau Alberich Lluch), religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártires. († 1936) No campo de concentração de Dachau, na Alemanha, o Beato Francisco Dachtera, presbítero e mártir.(† 1944) Fonte: vaticannews.va Martirológio Romano Arquisp.org.br - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

Nossa Senhora Rainha, mediadora da paz

Origens  A festa de Santa Maria Rainha foi instituída pelo Pio XII, na carta encíclica Ad Caeli Reginam, no dia 11 de outubro do ano de 1954, para ser celebrada no dia 31 de maio. Em virtude da reforma pós-conciliar, foi transmitida como memória para oito dias depois da Festa da Assunção de Nossa Senhora. Contudo, desde os primeiros séculos da Igreja católica, elevou o povo cristão orações e cânticos de louvor e de devoção à Rainha do céu, tanto nos momentos de alegria, como também quando se via ameaçado por graves perigos.  A realeza de Maria  Com razão, o povo acreditou fielmente, já nos séculos passados, que a mulher, de quem nasceu o Filho do Altíssimo, recebeu mais que todas as outras criaturas singulares privilégios de graça. E, considerando que há estreita relação entre uma mãe e o seu filho, sem dificuldade reconhece na Mãe de Deus a dignidade real sobre todas as coisas. Tudo que se refere ao Messias traz a marca da divindade. Assim, todos os cristãos veem em Maria a superabundante generosidade do amor divino, que A acumulou de todos os bens. A Igreja convida o povo a invocá-La não só com o nome de Mãe, e sim com aquele de Rainha, porque Ela foi coroada com o duplo diadema, de virgindade e de maternidade divina. Rainha, Maria e Mediadora da paz A festa possui a finalidade de que todos reconheçam mais claramente e melhor honrem o clemente e materno império da Mãe de Deus. Para assim, contribuir para que se conserve, consolide e torne perene a paz dos povos.  Como se tornou uma festa No século XX, começaram os movimentos para a proclamação de Nossa Senhora Rainha do Universo, a partir de três congressos marianos daquela época.  O grande impulsor foi Pio XI que, na conclusão do Ano Santo de 1925, proclamou a Festa de Cristo Rei. Mais tarde, foi uma mulher, Maria Desideri, que, nos anos 1930, em Roma, deu início ao movimento Pro regalitatae Mariae, para recolher petições de todo o mundo em favor da instituição da festa. E foi justamente esse percurso que levou à decisão de Pio XII de instituir a festa litúrgica.  Um mês depois, em 1954, Papa Pacelli pronunciou um importante discurso em honra de Maria Rainha, antes de fazer uma comovente oração e a coroação da Venerada imagem de Maria “Salus Populi Romani”.  Certamente, Pio XII recordava da ajuda que recebera de Nossa Senhora quando – invocada durante a Segunda Guerra Mundial –, evitou que Roma fosse alvo de uma batalha final entre alemães e aliados.  Não foi por acaso que Pio XII proclamou 1953 Ano Mariano. Inaugurou a tradição da homenagem a Maria por parte dos Papas, no dia 8 de dezembro, e isso permanece até hoje com grande devoção. Minha oração “Ó querida Mãezinha, coloca-nos sob a tua proteção e auxílio, que, debaixo do teu manto, sejamos acolhidos, consolados e amparados. Tu és a nossa mãe; e a Ti nos entregamos, mais uma vez, durante este dia dedicado à Tua honra. Reine sobre o mundo inteiro. Amém!” Nossa Senhora Rainha, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 22 de agosto Em Autun, atualmente na França, São Sinforiano, mártir, a quem sua mãe, quando ele era conduzido ao suplício, exortava dos muros da cidade. († s. III-IV) Em Roma, junto à Via Ostiense, São Timóteo, mártir. († 303) Em Tódi, na Itália, São Filipe Benício, presbítero de Florença, homem de exímia humildade e grande impulsionador da Ordem dos Servos de Maria. († 1285) Em Bevagna, na Úmbria, o Beato Tiago Biancóni, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1301) Em Ocre, região da Itália, o Beato Timóteo de Montícchio, presbítero da Ordem dos Menores, admirável pela sua austeridade de vida e fervor de oração. († 1504) Em York, na Inglaterra, o Beato Tomás Percy, mártir, conde de Notúmbria. († 1572) Os beatos Guilherme Lacey e Ricardo Kirkman, presbíteros e mártire. († 1582) Em Worcester, na Inglaterra, São João Wall, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1679) Em Hereford, na Inglaterra, no mesmo dia e ano, São João Kemble, presbítero e mártir. († 1679) Em Óffida, na Itália, o Beato Bernardo (Domingos Peróni), religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1694) Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Elias Leymarie de Laroche, presbítero e mártir. († 1794) Em Peralvillo Bajo, perto de Ciudad Real, na Espanha, o beatos mártires Narciso de Estenaga y Echeverria, bispo, e Júlio Melgar Salgado, presbítero, ambos da diocese de Ciudad Real. († 1936) Em Starunya, na Ucrânia, o Beato Simeão Lukac, bispo e mártir, que, durante um regime inimigo da fé, exerceu clandestinamente o ministério pastoral. († 1964) Fonte: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Arquisp.org.br - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São Pio X, o Papa camponês

Origens Giuseppe Melchiorre Sarto nasceu em Riese, na diocese de Treviso, em 2 de junho de 1835, o segundo de 10 filhos. Com a morte de seu pai, ele poderia ter aceitado seu emprego na Prefeitura — tinha 17 anos —, mas sua mãe o ajudou a seguir a sua vocação, trabalhando com ela, dia e noite, para sobreviver. Um amor e uma firmeza que Giuseppe Sarto não deve ter esquecido. Gostava de estudar, gozava de excelente saúde, era bem humorado e, ao mesmo tempo, tenaz, e sua vida rica em obras de caridade.  Papado Foi capelão, pároco, diretor espiritual do seminário, depois bispo de Mântua, patriarca de Veneza e finalmente eleito Papa. Seu primeiro ato foi abolir o "veto leigo", uma espécie de direito posto de lado por algumas monarquias europeias, com a Constituição Commissum nobis. O Catecismo que leva seu nome, adotado na Itália, com a estrutura particular de "perguntas e respostas" é bem conhecido. Ele foi projetado especificamente para pessoas simples em uma sociedade em que a cultura ainda não havia permeado todas as camadas sociais. A preocupação de Pio X era justamente difundir tanto quanto possível a catequese entre os cristãos. Avanços na Igreja Entre as características mais conhecidas de seu pontificado, a oposição ao modernismo e às leis anticristãs na França, o início da reforma do direito canônico, a reforma da Cúria Romana, o avanço da idade da primeira comunhão em torno dos 7 anos. E, novamente na Itália, o relaxamento das restrições do Non expedit de Pio IX, que é a proibição para os católicos italianos de participar da vida política. Ele também favoreceu a renovação da Liturgia, o movimento bíblico, deu a primazia ao canto gregoriano. No centro, a participação na Eucaristia. Isto é para dar apenas algumas pinceladas dada a riqueza de intervenções do seu Pontificado. A fala de um amigo Um papado, portanto, certamente muito "ativo", variado, tanto que seu grande amigo e secretário de Estado durante seu pontificado, o cardeal Rafael Merry del Val, não surpreendentemente sublinhou que este enorme trabalho se deveu principalmente à sua iniciativa pessoal também destacando sua "bondade" que "ninguém poderia questionar". No centro da sua vida e do seu Magistério, a preocupação pastoral numa sociedade onde a crise da Fé se fazia sentir cada vez mais. Restaurar tudo em Cristo Uma intenção selada pelo lema escolhido para o seu pontificado: Instaurate omnia in Christo, retirado da Carta aos Efésios. Queria viver pobre: ​​“nasceu pobre, viveu pobre e certo de morrer muito pobre”, deixou escrito em seu testamento. Foi o primeiro papa da história contemporânea a vir da classe camponesa e sua formação foi exclusivamente pastoral: não tinha compromisso com a Cúria nem com a atividade diplomática da Santa Sé. Em 29 de Maio de 1954, Pio XII canonizou esse Papa santo.  Minha oração “Ó bom pastor, representante de Cristo, continuai a interceder pela Igreja que tanto necessita do vosso cuidado. Cuidai dos sacerdotes e bispos, assim como do Papa, para que tenham, em seu coração, essa alma de pai, a exemplo do Pai celeste. Por Jesus Nosso Senhor. Amém!” São Pio X, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em  21 de agosto: Na Trácia, na atual Turquia, os santos Agatónico, Zótico e outros. († s. III) Em Roma, no Campo Verano, Santa Ciríaca. († s. III-IV) Em Útica, na África Proconsular, na atual Tunísia, São Quadrato, bispo e mártir. († s. III-IV) Em Verona, atualmente no Vêneto, região da Itália, Santo Euprépio. († s. III-IV) Em Fordingiano, na Sardenha, região da Itália, São Lussório, mártir. († s. IV) Comemoração dos santos mártires Bassa e seus três filhos Teógnio, Agápio e Pístio, que se narra terem sofrido o martírio. († s. IV) Em Gévaudan, território dos Gábalos, povo antigo da Gália meridional, na atual França, São Privato, bispo e mártir. († c. 407) Em Clermont-Ferrand, na Aquitânia, também na atual França, São Sidónio Apolinar, que era prefeito da cidade de Roma, quando foi ordenado bispo de Clermont. († c. 479) Em Alzira, na província de Valência, na Espanha, a comemoração dos santos mártires Bernardo, anteriormente chamado ‘Ahmed, monge da Ordem Cisterciense, e suas irmãs Maria (Zaida) e Graça (Zoraida). († c. 1180) Em Hung Yên, cidade do Tonquim, no atual Vietnam, São José Dang Dinh (Niên) Viên, presbítero e mártir no tempo do imperador Minh Mang. († 1838) Em Antananarivo, na ilha de Madagáscar, a Beata Vitória Rasoamarivo. († 1894) Em Alberic, localidade da província de Valência, na Espanha, o Beato Salvador Estrugo Solves, presbítero e mártir. († 1936) Em El Morrot, localidade próxima de Barcelona, também na Espanha, o Beato Raimundo Peiró Victori, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936) Perto de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Bruno Zembol, mártir. († 1942) Em Nowi Zmigrod, na Polónia, o Beato Ladislau Findysz, presbítero diocesano de Przemysl e mártir. († 1964) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007] - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição:  Melody de Paulo

São Bernardo de Claraval, o Doutor Melífluo

Origens São Bernardo de Claraval nasceu em 1090, em Fontaines, França, em uma família opulenta. Aos 22 anos, após ter estudado gramática e retórica, entrou para o Mosteiro fundado por Roberto de Molesmes, em Citeaux (em latim Cistercium, do qual deriva o nome de Cisterciense). Alguns anos depois, fundou o Mosteiro de Claraval (Clairvaux), junto com 12 companheiros, entre os quais: 4 irmãos, um tio e um primo. Pelo seu exemplo, muitos de seus parentes também escolheram a vida religiosa. Trabalho, contemplação e oração Segundo o espírito de Bernardo, a vida monacal era constituída de trabalho, contemplação e oração, tendo como estrelas fixas Jesus e Maria. Para o Abade cisterciense, Cristo era o centro de tudo: “Para mim, nas discussões ou conversas, se não for pronunciado o nome de Jesus, nada tem sentido” (Sermones super Cantica Canticorum, XV). Maria – escreve Bernardo – leva a Jesus: “Nos perigos, nas angústias, nas incertezas, deve-se elevar o pensamento a Maria, invocar Maria. Que ela jamais saia dos nossos lábios; jamais se separe do nosso coração; para obtermos a ajuda na oração, jamais devemos esquecer seu exemplo de vida. Se a seguirmos, não nos perderemos; se rezarmos a ela, não nos desesperaremos; se pensarmos nela, não erraremos...” (Homilia II super “Missus est”). Os degraus do amor No seu escrito “De diligendo Deo”, Bernardo indica o caminho da humildade para atingir o amor de Deus; exorta a amar o Senhor sem limites. Para o monge Cisterciense, os degraus fundamentais do amor são quatro: 1 - O amor de si para si: “Primeiro, o homem ama-se a si mesmo; depois, vendo que sozinho não pode viver, começa a buscar a Deus por meio da fé”. 2 - O amor de Deus para si: “No segundo degrau, portanto, ame a Deus para si e não para Ele. Porém, deve começar a frequentar a Deus e a honrá-lo, segundo as próprias necessidades”. 3 - O amor de Deus por Deus: “A alma passa para o terceiro degrau, amando a Deus, não por si mesmo, mas por Ele. Neste degrau, se detém longamente; aliás, não sei se nesta vida seja possível chegar ao quarto degrau”. 4 - O amor de si por Deus: “Aquele amor em que o homem ama a si mesmo somente por Deus. Assim sendo, terá quase que esquecido admiravelmente a si mesmo; quase deixa a si mesmo para tender totalmente a Deus, a ponto de ser um só espírito com Ele”. Amizade com os Templários Entre os escritos do Abade cisterciense, há também um famoso elogio da Ordem monacal-militar dos Templários, fundada em 1119, por alguns Cavaleiros, sob a guia de Hugo de Payns, feudatário da região de Champanhe e parente de Bernardo. No seu “De laude novae militiae ad Milites Templi”, descreve assim os Cavaleiros do Templo: “São vestidos de modo simples e cobertos de pó; rosto queimado pelo sol e olhar orgulhoso e severo: antes da batalha, armam-se interiormente, com a força da fé. A sua única fé é a Deus”. Legado Bernardo, depois de Roberto, Alberico e Stefano, foi o pai da Ordem Cisterciense. A obediência e o bem da Igreja, muitas vezes, o levaram a deixar a paz monástica para se dedicar às questões político-religiosas mais sérias de seu tempo. Mestre de guia espiritual e educador de gerações de santos, ele deixa, em seus sermões comentados sobre a Bíblia e a liturgia, um documento excepcional de teologia monástica, tendendo, mais do que ciência, à experiência do mistério. Ele inspirou um afeto devotado pela humanidade de Cristo e da Virgem Mãe. (Rom. Mess.) Páscoa Bernardo morreu em 20 de agosto de 1153. Papa Alexandre III o proclamou santo em 1174. Pio XII dedicou-lhe uma encíclica intitulada “Doctor Mellifluus” (que escorre mel), na qual recorda, de modo particular, estas palavras de Bernardo: “Jesus é mel na boca, suave concerto aos ouvidos, júbilo ao coração”. “O Doutor melífluo, último dos Padres, mas não, certamente, inferior aos primeiros – escreveu o Pontífice – se destacou por seus dotes de mente e de espírito, aos quais Deus acrescentou abundantes dons celestes”. Minha oração “Mestre na arte da oração e dotado da sabedoria do Alto, ajudai-nos a viver a santidade e nos unir a Deus por inteiro. Ensina-nos o caminho da sabedoria e da verdade, assim como ensinaste aos cistercienses, Por Cristo Nosso Senhor. Amém!” São Bernardo de Claraval , rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 20 de Agosto: Comemoração de São Samuel, profeta, que, chamado por Deus quando ainda era criança, foi depois juiz em Israel e, por mandato divino, ungiu Saul como rei do seu povo, mas quando Deus repudiou Saul por causa da sua infidelidade, conferiu a unção real a David, de cuja descendência havia de nascer Cristo. Em Chinon, fortaleza do território de Tours, na Aquitânia, hoje na França, São Máximo. († s. V) Em Noirmoutier, na ilha Hero, no litoral da Aquitânia, também na hodierna França, São Filiberto, abade. († c. 684) Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, os santos mártires Leovigildo e Cristóvão, monges. († 852) Em Sena, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o passamento de São Bernardo Tolomei, abade, fundador da Congregação Olivetana, com a Regra de São Bento. († 1348) Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, os beatos Luís Francisco Le Brun e Gervásio Brunel, presbíteros e mártires: o primeiro foi monge da Congregação Beneditina de Santo Amaro, o segundo foi prior da Abadia Cisterciense da Trapa. († 1794) Em Roma, Santa Maria de Mattias, virgem, fundadora da Congregação das Irmãs da Adoração do Preciosíssimo Sangue de Cristo. († 1866) Em Roma, o dia natal de São Pio X, papa. († 1914) Em Vallibona, na província de Castellón, na Espanha, o Beato Matias Cardona Meseguer, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes das Escolas Pias e mártir. († 1936) Em Xativa, na província de Valência, também na Espanha, a Beata Maria Clemente Mateu, virgem e mártir. († 1936) Em Barcelona, também na Espanha, o Beato Celestino António (Ismael Bárrio Marquilla), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936) No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique da Baviera, na Alemanha, o Beato Ladislau Maczkowski, presbítero e mártir. († 1942) No campo de concentração de Dachau, perto de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Jorge Häffner, presbítero da diocese de Wurzburgo e mártir. († 1942) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007] santiebeati.it - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição:   Melody de Paulo 

São João Eudes, fundador da Congregação de Jesus e Maria

Origens  São João Eudes nasceu em 14 de novembro de 1601 (séc. XVII), na pequena vila Ri, no norte da França, em uma família de origem camponesa profundamente religiosa.  Viveu na França no século XVII, século marcado por fenômenos religiosos opostos e também por graves problemas políticos, dedicou toda a sua vida às pessoas, principalmente se fossem pobres. Juventude Religiosa  Estudou no Colégio Real de "Dumont", em Caen, dos padres jesuítas. Nos intervalos das aulas, costumava ir à capela rezar. Na adolescência, por sua grande devoção a Maria, secretamente consagrou-se a Ela. Depois, sentindo sua vocação religiosa, foi aconselhado a terminar os estudos antes de ordenar-se sacerdote. Ordenação  Em 1623, com o consentimento dos pais, foi para Paris, onde ingressou no Oratório, sendo recebido pelo próprio fundador, o cardeal Pedro de Bérulle. Dois anos depois, recebeu sua ordenação, dedicando-se integralmente à pregação entre o povo. Pleno do carisma dos oratorianos, centrado no amor a Cristo e especial devoção a Maria, passou ao ministério de pregação entre o povo. Promoveu o culto litúrgico do Sagrado Coração. Visitou vilas e cidades de Ile de França, Bolonha, Bretanha e da sua própria região de origem, a Normandia. Fundador  Viajou por uma França brutalizada pela Guerra dos Trinta Anos. Fundou a Congregação de Jesus e Maria, de cuja devoção foi um grande apóstolo, movido pela consciência lúcida da grave necessidade de ajuda espiritual, na qual as almas se derramaram justamente por causa da inadequação de grande parte do clero.  Assim, instituiu uma Congregação dedicada especificamente à formação dos sacerdotes. Na cidade universitária de Caen, fundou seu primeiro seminário, uma experiência muito apreciada, que logo se espalhou para outras dioceses. Missão  A missão dos eudianos é a formação espiritual e doutrinal dos padres e seminaristas e a pregação evangélica inserida nas necessidades espirituais e materiais do povo. Além de difundir, por meio dessas missões, a devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Cuidado com as vítimas da peste Quando ocorreu a epidemia da peste, São João Eudes percorreu quase todas as vilas, principalmente as vilas mais distantes e esquecidas. Como sensível pregador, levou a Palavra de Cristo, dando assistência aos doentes e suas famílias. Nunca temeu o contágio. Costumava dizer, em tom de brincadeira, que de sua pele até a peste tinha medo: "Dessa carcaça até a peste tem medo", dizia.  Páscoa São João Eudes morreu em Caen, no norte da França, no dia 19 de agosto de 1680, deixando uma obra escrita de grande valor teológico pela clareza e profundidade. Foi canonizado pelo papa Pio XII em 1925. A festa de São João Eudes comemora-se no dia de sua morte. Via de Santificação A Beatificação ocorreu no dia 24 de abril de 1909, por Papa Pio X. A Canonização ocorreu no dia 31 de maio de 1925, pelo Papa Pio XI na Basílica do Vaticano.  Minha oração "São Eudes, que se santificou por meio da devoção intensa ao coração de Jesus e de Maria, que possamos descobrir a riqueza deste mistério e amá-lo de todo o nosso coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!" São João Eudes, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 19 de agosto Em Ceccano, no Lácio, região da Itália, São Magno, mártir. († data inc.) No território de Tarragona, na Hispânia, São Magino, mártir. († data inc.) Em Gaza, na Palestina, São Timóteo, mártir, que, depois de superar muitos suplícios, foi queimado a fogo lento. († c. 305) Na Cilícia, na hodierna Turquia, Santo André, tribuno, e companheiros soldados. († s. IV) Em Roma, junto à Via Tiburtina, perto de São Lourenço, o sepultamento de São Sisto III, papa. († 440) No território de Sisteron, na Gália, atualmente na França, São Donato, presbítero, que, segundo a tradição, passou muitos anos de vida anacorética. († s. VI) No mosteiro de Bóbbio, na Ligúria, hoje na Emília-Romanha, São Bertolfo, abade, sucessor de Santo Atala no mesmo cenóbio. († 639) Em Nuremberga, na Francónia, hoje na Alemanha, São Sebaldo, eremita.(† s. IX-X) Na Calábria, região da Itália, São Bartolomeu de Símeri, presbítero e abade, que, depois de algum tempo de vida eremítica, fundou o mosteiro dos Gregos. († 1130) No mosteiro de Igny, na França, o Beato Guerrico, abade. († 1151/1157) No mosteiro de Cava de’ Tirréni, na Campânia, região da Itália, o Beato Leão II, abade. († 1295) Em Brignoles, na Provença, região da França, o falecimento de São Luís, bispo, sobrinho do rei São Luís. († 1297) Em Piacenza, na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Jordão de Pisa, presbítero da Ordem dos Pregadores. († c. 1311) Em Acquapagana, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Ângelo, eremita, da Ordem dos Camaldulenses. († 1313) Em Hagi, no Japão, o Beato Damião, catequista e mártir. († 1605) Em Nagasaki, no Japão, os beatos mártires Luís Flores, presbítero da Ordem dos Pregadores, Pedro de Zuñiga, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, e treze companheiros. († 1622)  Em Dorchester, na Inglaterra, o Beato Hugo Green, presbítero e mártir. († 1642) Em Monteagudo, na região de Navarra, na Espanha, Santo Ezequiel Moreno Díaz, bispo de Pasto († 1906) Em Llosa de Ranes, localidade da província de Valência, também na Espanha, o Beato Francisco Ibáñez Ibáñez, presbítero e mártir. († 1936) Em Gandia, também na Espanha, o Beato Tomás Sitjar Fortiá, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1936) No lugar chamado El Saler, também na região de Valência, as beatas Elvira da Natividade de Nossa Senhora (Elvira Torrentallé Paraire) e companheiras. († 1936) Fonte: vaticannews.va Martirológio Romano causesanti.va Arquisp.org.br - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova