Santos

São Policarpo, santo invocado como protetor dos ouvidos e das queimaduras

Origens Grande padre apóstolo São Policarpo está entre os grandes padres apostólicos, ou seja, pertencia ao número daqueles que conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo entre a Igreja primitiva e a Igreja do mundo greco-romano. Seguidor exemplar de Cristo São Policarpo foi ordenado Bispo de Esmirna pelo próprio São João, o Evangelista. De caráter reto, de elevado saber, amor à Igreja e fiel à ortodoxia da fé, era respeitado por todos no Oriente. Escritos do próprio santo A carta escrita por Policarpo aos Filipenses foi preservada. Nesta carta, ele diz: "Fique firme, e na sua conduta siga o exemplo do Senhor, firme e imutável em sua fé, ame seu irmão, amando a cada um e a todos, unidos na verdade e ajudando a cada um com a bondade do Senhor Jesus, não desprezando a nenhum homem". São Policarpo e a perseguição aos cristãos Reação de impacto Com a perseguição aos cristãos, o santo bispo de 86 anos escondeu-se até ser preso e levado para o governador, que pretendia convencê-lo de ofender a Cristo. Policarpo, porém, proferiu estas palavras: "Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo, e nenhum mal tenho recebido dele. Como poderei rejeitar Aquele a quem prestei culto e reconheço como meu Salvador?". Páscoa Condenado à morte no estádio da cidade de Esmirna, na província da Ásia, na atual Turquia, ele próprio subiu na fogueira e testemunhou para o povo: "Sede bendito para sempre, ó Senhor. Que o Vosso Nome adorável seja glorificado por todos os séculos". Milagrosamente, as chamas não o machucavam, e ele continuava a cantar. Impressionados, os guardas chamaram um arqueiro para que ele perfurasse o santo com uma flecha. Ao ser atingido, seu sangue apagou as chamas. Os guardas tentaram de novo acender a pira, mas sem sucesso. O encarregado do martírio, furioso, ordenou que Policarpo fosse decapitado. São Policarpo: muitos frutos Curiosidade sobre o nome São Policarpo viveu o seu nome: poli = muitos; carpo = fruto | muitos frutos, que foram regados com suor, lágrimas e, no seu martírio, no ano de 155, regado também com sangue. Segundo a tradição Por tratar-se de um santo do segundo século, as informações sobre ele nem sempre são precisas, e neste caso, segue-se a tradição. Acredita-se que Policarpo foi um dos primeiros organizadores do que hoje para nós é o Novo Testamento. Minha oração "Ó amor e zelo por Cristo e pela Igreja, como sóis lindo! Senhor, nosso Cristo, lhe pedimos, por intercessão de São Policarpo, amor e zelo pela nossa Igreja, a ponto de abrimos mão de nossa vida pela causa do Evangelho. Dai-nos essa graça, Senhor. Amém." São Policarpo, rogai por nós! Outros santos e beatos com memória em 23 de fevereiro: São Sireno ou Sinero, mártir, jardineiro denunciado por mulher luxuriosa exortada por ele. Foi preso, confessou ser cristão e, recusando-se a sacrificar aos deuses, morreu decapitado na Sérvia [† c. 307]. Santa Milburga, virgem e abadessa na Inglaterra [† 722]. São Viligiso, bispo na Alemanha [† 1011]. São João Teriste ou Ceifeiro, monge com imensa caridade para com os necessitados [† s. XI]. Beato Nicolau Tabouillot, presbítero e mártir, que, sendo pároco, foi preso durante a Revolução Francesa por atitudes evangelizadoras na França [† 1795]. Beata Rafaela Ibarra de Vilallonga, mãe de sete filhos, que, com o consentimento do esposo, fez votos religiosos e fundou o Instituto das Irmãs dos Anjos da Guarda [† 1900]. Beata Josefina Vanníni, virgem que fundou a Congregação das Filhas de São Camilo para assistir enfermos em Roma [† 1911]. Beato Luís Mzyk, presbítero da Sociedade do Verbo Divino e mártir, assassinado por militares dando testemunho de Cristo até a morte na Polônia [† 1942] Beato Vicente Frelichowski, presbítero, que morreu com doença contraída na assistência aos doentes em campo de concentração na Alemanha [† 1945] Fontes: Foto: Igreja de São Policarpo, Turquia vaticannews.va Martirológio Romano Liturgia das Horas Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Pesquisa e Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Cátedra de São Pedro: de onde o Papa governa a Igreja

Festa para uma cadeira? É muito mais do que um assento, uma cadeira ou parte de um objeto litúrgico do presbitério: é o reconhecimento de que a história da Igreja Católica, que passa de geração em geração, inicia-se na missão que Jesus deixa para Pedro, ao entregar a ele a autoridade sobre o seu povo. Significado espiritual A tradição da Igreja atribui um forte significado espiritual à Cátedra. Ela marca a sede fixa do bispo, localizada na Igreja mãe de uma diocese que, por esse motivo, é chamada "catedral". Denota a autoridade do bispo. Traduz o ensinamento evangélico que o bispo, enquanto sucessor dos apóstolos, é chamado a transmitir à comunidade cristã. Origem e sentido A festa é uma antiga tradição do final do século IV. É uma oportunidade de dar graças a Deus pela missão confiada ao apóstolo Pedro e aos seus sucessores. A "Cátedra" de São Pedro é a representação do escolhido por Cristo como "rocha" sobre a qual a Igreja foi edificada (cf. Mateus 6, 18). As Propriedades da Cátedra de São Pedro A Grandeza da Cátedra A Cátedra é um grande trono de bronze, sustentado pelas estátuas de quatro doutores da Igreja. Dois do Ocidente, Santo Agostinho e Santo Ambrósio, e dois do oriente, São João Crisóstomo e Santo Atanásio. A obra, do escultor italiano Gian Lorenzo Bernini, está localizada na Basílica de São Pedro. São Pedro Pedro começou seu ministério em Jerusalém, depois da ascensão do Senhor e de Pentecostes. A primeira "sede" da Igreja foi o Cenáculo, em Jerusalém. É provável que, naquela sala, se reservasse um posto especial a Simão Pedro. Em seguida, a sede de Pedro foi Antioquia, na Síria, hoje Turquia. Era a terceira cidade do Império Romano, depois de Roma e de Alexandria do Egito. Naquela cidade, Pedro foi o primeiro bispo da Igreja. Pedro em Roma O caminho de Pedro percorre Jerusalém (Igreja nascente), passa por Antioquia (primeiro centro da Igreja, que agrupava pagãos) e, posteriormente, Pedro dirige-se à Roma, centro do Império, onde concluiu, com o martírio, seu serviço de difusão do Evangelho. A Cátedra de São Pedro e Roma Roma e os Papas Por esse motivo, a sede de Roma, que havia recebido a maior honra, recebeu também a tarefa confiada por Cristo a Pedro: estar a serviço de todas as Igrejas particulares para a edificação e a unidade de todo o Povo de Deus. A sede de Roma, depois das migrações de São Pedro, foi reconhecida como a do sucessor de Pedro, e a "cátedra" de seu bispo representou a do apóstolo encarregado por Cristo de apascentar todo seu rebanho. A cátedra do bispo de Roma representa, portanto, não só seu serviço à comunidade romana, mas também a sua missão de guia de todo o Povo de Deus. Minha oração "Senhor Jesus, mais uma vez na história, existem levantes, fora e até dentro da Igreja, que ousam desrespeitar e não reconhecer o Sumo Pontífice, que se assenta na Cátedra Papal, como quem tem a autoridade sobre o povo de Deus. Senhor, tende misericórdia da humanidade e devolve a paz na Igreja de Cristo. Amém." São Pedro, rogai por nós! Santos e beatos que a Igreja também faz memória em 22 de fevereiro: São Papias, bispo em Hierápolis, na Frígia, atual Turquia [† s. II] São Pascásio, memorável na França pela sua sabedoria e santidade de vida [† s. IV] São Maximiano, bispo na Itália, combateu heresias [† 556] Beata Isabel, virgem na França e fundadora do convento das Irmãs Menores [† 1270] Santa Margarida, após morte de seu namorado, optou pela vida de penitência e foi recebida na Ordem Terceira de São Francisco, na Toscana, região da Itália [† 1297] Beato Diogo Carvalho, presbítero da Companhia de Jesus e mártir, ultrajado morreu congelado com outros companheiros em Sendai, cidade do Japão [† 1624] Beata Maria de Jesus (Emilia d’Oultremont d’Hooghvorst), mãe de quatro filhos e viúva, sem negligenciar os cuidados maternos, se dedicou à constituição e direção da Sociedade das Irmãs de Maria Reparadora na Bélgica [† 1879] Fontes: Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va Pesquisa e Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São Pedro Damião, o corajoso bispo e doutor da Igreja

Origens São Pedro Damião nasceu em Ravena, na Itália, onde ficou órfão de pai e mãe desde criança. Viveu com seu irmão que, mesmo severo, o ajudou em sua criação.  Chamado à vida religiosa Oração e penitência sempre acompanharam Pedro Damião. Assim discerniu sua vocação à vida religiosa e, com 21 anos, ingressou na Ordem dos Camaldulenses, no mosteiro de Fonte Avellana, na Úmbria, onde religiosos austeros viviam como eremitas. Chamado a um novo ardor Ao ter clareza das regras da Ordem e de como seus confrades viviam, Pedro Damião percebeu que era preciso uma renovação, um chamado mais radical e fiel às inspirações iniciais do seu mosteiro. Essa renovação precisava começar por ele. Ao se abrir à ação do Espírito Santo e ser obediente às regras, outros irmãos foram atraídos pelo novo ardor de Pedro Damião e ajudaram-no na difícil tarefa de reformar e fundar outros mosteiros. Dessa forma, contribuíram com o crescimento da Ordem dos Camaldulenses. São Pedro Damião: Conselheiro Papal Capacidade de exortação Muito inteligente e zeloso pela santidade, São Pedro Damião foi convidado pelo Papa Estêvão IX, em 1057, a se tornar cardeal. Depois de muito relutar, aceitou mais esse chamado de Deus. Assim como ele havia ajudado sua Ordem a se manter fiel, seu chamado agora era alargado para o coração da Igreja. Enérgico como sempre, ele escreveu livros e cartas para os papas e cardeais, exortando-os a permanecerem fiéis à sã doutrina e buscarem a santidade com afinco. Veneração São Pedro Damião foi canonizado e feito Doutor da Igreja pelo Papa Leão XII em 1828. Seu corpo já mudou de lugar seis vezes e, desde 1898, está numa capela dedicada a ele na Catedral de Faenza. Camaldulenses no Brasil A Ordem Religiosa, que existe há mais de 1 milênio, está presente na Itália, Índia, Tanzânia e também no Brasil. A convite do bispo diocesano de Mogi das Cruzes (SP), os Camaldulenses chegam no Brasil em 1985. Nesta diocese, vivem no Mosteiro da Transfiguração. Minha oração “Meu Deus, peço que eu tenha o mesmo ardor que São Pedro Damião teve. Quero ser fiel e santo como ele foi, a ponto de contagiar os que estão ao meu lado. Quero permanecer fiel aos ensinamentos da Igreja e orientar com sabedoria e amor os meus irmãos que estão no erro. Dá-me um espírito ardoroso, assim como foi dado a São Damião, para que eu viva e morra em santidade. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém!” São Pedro Damião, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 21 de fevereiro: Santo Eustácio, bispo de Antioquia [† 338] São Germano, abade que, ao propor diálogos com os vizinhos do mosteiro, foi assassinado com uma lança [† 667] Beato Tomás Pormort, presbítero e mártir em Londres, na Inglaterra, torturado por causa do seu sacerdócio [† 1592] São Roberto Southwell, presbítero da Companhia de Jesus e mártir em Londres [† 1595] São Baltasar Uchibori, António Uchibori e Inácio Uchibori, mártires no Japão [† 1627] Beato Natal Pinot, presbítero, preso, vestido dos paramentos sagrados por zombaria e martirizado. [† 1794] Beata Maria Henriqueta (Ana Catarina Domínici), das Irmãs de Santa Ana e da Providência, que dirigiu e engrandeceu sabiamente o Instituto durante trinta anos, em Turim, no Piemonte, região da Itália [† 1894] Fontes: camaldolenses.com.br Parrocchia San Pier Damiani - Itália Martirológio Romano Livro "Um santo para cada dia" - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Livro "Il superfluo - Pietro Damiani" [versão italiana, 1972] Pesquisa: Pedro Vilas Boas - Comunidade Canção Nova Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Francisco e Jacinta Marto: os santos pastorinhos

Origens Eles são os irmãos Marto: Francisco, nascido dia 11 de junho de 1908; e Jacinta, nascida em 5 de março de 1910. São naturais de Aljustrel, Fátima (Portugal), eles são os mais novos dos sete filhos de Manuel Pedro Marto e Olímpia de Jesus. Simplicidade e trabalho Francisco, com 8 anos, e Jacinta, com 6, já pastoreavam o rebanho de ovelhas da família, juntamente com Lúcia, sua prima. Batismo súbito As duas crianças eram de família simples, porém, muito piedosa e atuante na fé católica. Prova disso é que ambos foram batizados com menos de 2 semanas após o nascimento, o que mostrava o quanto a família valorizava a tradição cristã. Francisco e Jacinta Marto e as Aparições da Santíssima Virgem Maria Aparições Em 1916, quando Francisco e Jacinta tinham 8 e 6 anos, respectivamente, viram três vezes um anjo. Em 1917, viram seis vezes a Santíssima Virgem, que os exortava a rezar e a fazer penitência pela remissão dos pecados da humanidade. Tal atitude seria pela conversão dos pecadores e em busca da paz para o mundo.  Reação das crianças Ambos responderam, imediatamente, com todas as suas forças às exortações da Virgem Maria. Inflamados cada vez mais pelo amor a Deus e às almas, tinham uma só aspiração: rezar e sofrer, de acordo com os pedidos do anjo e da Virgem Maria.  13 de maio Na aparição de 13 de maio, após o convite de Nossa Senhora que pergunta: "Quereis oferecer-vos a Deus?". Com sua prima Lúcia, responderam: "Sim, queremos". A partir daí a vida deles muda por completo, numa entrega total a Deus e aos seus desígnios. Tomados por amor a Deus, viveram sofrimentos oferecidos até a morte pela salvação das almas. O Modo de Ser O perfil da Jacinta Destaca-se no cuidado atento e carinhoso. Era expansiva. O seu amor sempre incansável pelos pecadores, cuja motivação era oferecer-se com sacrifícios para os converter, pelo santo padre e em reparação dos pecados cometidos contra do Imaculado Coração de Maria. Sua vida foi marcada pela compaixão pelos que sofrem. O perfil do Francisco Destaca-se na passividade, serenidade e por ser um consolador de Deus. Sempre buscou a contemplação e a adoração. Vivia momentos de silêncio para estar a sós com Deus, seja na natureza ou na Paróquia junto do sacrário para rezar a "Jesus escondido", como ele dizia. A sua vida de oração é alimentada pela escuta atenta, no silêncio onde Deus fala. Páscoa Em 1918, Jacinta, juntamente com o seu irmão, adoece sendo vítima da gripe espanhola. Em janeiro de 1920 é levada para Lisboa, para ser tratada no Hospital D. Estefânia. Na noite do dia 20 de fevereiro, às 22h30, sozinha ela morre. É sepultada em 24 de fevereiro, no cemitério de Ourém.  Seu irmão confessou-se no dia 2 de abril e, no dia 3, recebe o viático, morrendo no dia 4 de abril. Os restos mortais dos irmãos são trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, no Santuário de Fátima. Processo de Canonização Beatificados por São João Paulo II O Papa São João Paulo II deslocou-se à Fátima, no dia 13 de maio de 2000, para os beatificar. Apenas 17 anos depois, o Papa Francisco deslocou-se à Fátima, também em 13 de maio, no centenário das aparições, e canonizou as duas primeiras crianças não mártires. Milagres Apesar das diversas conversões vinculadas às aparições, somadas aos fatos extraordinários e místicos, os irmãos passaram pelo crivo da Igreja para serem canonizados. O milagre, que resultou no prêmio de ter o nome inscrito no livro dos santos, ocorreu no Brasil, no dia 3 de março de 2013. Lucas, de 5 anos, caiu de uma janela de mais de 6 metros de altura, bateu com a cabeça no chão e fez um traumatismo craniano muito grave, com perda de tecido cerebral.  Foi enviado para a UTI e, pela intercessão dos beatos Francisco e Jacinta Marto, ele foi curado. Minha oração "Oh Senhor, mesmo sendo crianças, os irmãos Marto aprenderam a santidade de modo exemplar. Eles souberam descobrir a tua grandeza em tão pouco tempo e se entregaram totalmente a Ti. Ensina-nos também a viver essa entrega de corpo e alma para que, juntamente com eles, os anjos e a Virgem Maria, possamos cantar vossos louvores, por Cristo Senhor nosso. Amém." Santos Francisco e Jacinta Marto, rogai por nós! Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 20 de fevereiro: Cinco beatos mártires em Tiro da Fenícia, no atual Líbano [† 303] São Serapião, mártir em Alexandria, no Egipto [†  248] São Tirânio, bispo de Tiro e mártir em Antioquia, na Síria, hoje Antakya, na Turquia [† 311] São Leão, bispo em Catânia, na Sicília, região da Itália [† 787] Santo Eleutério, bispo em Tournai, na Gália Bélgica, atualmente na Bélgica [† 530] Santo Euquério, bispo de Orleães no Brabante da Austrásia, também na atual Bélgica [† 738] Beata Júlia Rodzinska, virgem da Congregação das Irmãs de São Domingos e mártir em Stutthof na Polónia [† 1945] Fontes: Martirológio Romano Carta de D. António Marto por ocasião do pedido da canonização Pronunciamentos de António Marto, bispo de Leiria-Fátima em 13 de maio 2017 Liturgia.pt www.papa2017.fatima.pt Pesquisa: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova Colaboração: Nilza Maia - Comunidade Canção Nova - Fátima (Portugal) Edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São Conrado, exemplo de arrependimento diante da injustiça

Pecado que tornou-se conversão Para caçar lebres, esse homem colocou fogo numa floresta, gerando grave prejuízo. Por isso, o governador do local iniciou a procura do culpado. Ao encontrar um suspeito, logo o condenou à morte. Quando Conrado soube que um inocente morreria em seu lugar, decidiu confessar o crime. Isso custou caro, a ponto dele tornar-se muito pobre, mas quitou a sua pendência.   Via de Santificação Após o acontecimento e em acordo com sua esposa, eles tornaram-se franciscanos. Ela foi para o convento de Santa Clara; e ele foi para a Ordem Terceira. Assim, preferiu não fazer compromisso de estabilidade, e sim trocar de mosteiro de tempos em tempos. Por onde passava, sua bondade e piedade atraíam as multidões, o que lhe incomodava. Ele percebeu que precisava rezar mais e, estando cercado por pessoas, era prejudicado em sua vocação. Decidiu então estabelecer-se em uma gruta, a fim de dedicar-se à vida eremita. Hoje, esse local tem o nome de: gruta de São Conrado.    Obra de Caridade Às sextas-feiras, descia à cidade para visitar doentes no hospital. Fazia prolongada oração diante dum célebre crucifixo da catedral. Uma das imagens mais populares do santo é, justamente, a do Franciscano eremita adorando Jesus na Cruz. Conrado também foi agraciado com o dom dos milagres.  São Conrado e os últimos dias de vida Páscoa Seus últimos dias foram como eremita em Noto, cidade da região Siciliana (Itália), dedicando-se ao silêncio, oração e pobreza. Morreu no dia 19 de fevereiro de 1351, com fama de santidade. Amava Jesus na solidão e se entregava a Ele com disposição, tornando-se sinal de entrega de vida total.  Veneração Os italianos, que vivem na cidade de Noto, têm grande estima por esse santo. Frei Conrado foi sepultado na mais bela dentre as igrejas de Noto: a Igreja de São Nicolau (atual Catedral de São Nicolau). Os dois são padroeiros de Noto.  Representação Hoje, ele é apresentado, geralmente, como um idoso de hábito franciscano, portador de uma cruz nas mãos. Sobre a cruz alguns pássaros, que é sinal de sua reconciliação com a natureza, gerando harmonia que, antes, ele não possuía.  Minha oração "Arrependido dos meus pecados, assim como São Conrado, desejo viver dedicando-me às causas do Evangelho segundo a minha vocação. Meu Deus, que eu me arrependa do que fiz de errado e viva intensamente para vós!" São Conrado, rogai por nós! Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 19 de fevereiro: São Quodvultdeus, bispo na Campânia, região da Itália [† 439] Comemoração dos santos monges e outros mártires, massacrados na Palestina às mãos dos Sarracenos, sob as ordens de Alamondir [† 507] São Mansueto, bispo em Milão, na Lombardia, região da Itália [† c. 680] São Barbato, bispo na Campânia, região da Itália [† 682] São Jorge, monge no território Rodez, na Aquitânia, atualmente na França [† c. 877] São Proclo, monge em Bisignano, na Calábria, região da Itália [† c. 970] Beato Bonifácio, bispo de Lausana, sepultado perto de Bruxellas, atualmente Bélgica [† 1260] Beato Álvaro de Zamora, presbítero da Ordem dos Pregadores, eloquente evangelizador na Espanha [† 1430] Beata Isabel Picenárdi, virgem, que viveu na casa de seu pai como consagrada a Deus. Frequentava assiduamente a sagrada Comunhão e a Liturgia das Horas, entregava-se à meditação da Sagrada Escritura e cultivava devoção à Virgem Maria [† 1468] Santa Lúcia Yi Zhenmei, virgem e mártir em Kaiyang, no Sichuan, província da China [† 1862] Beato José Zaplata, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus e mártir no campo de concentração de Dachau, na Alemanha [† 1945] Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano Livro "Um santo para cada dia" - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] "Santos Franciscanos para cada dia", Ed. Porziuncola - franciscanos.org.br Redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São Teotônio, o primeiro santo português e fundador do Mosteiro Santa Cruz

Berço clerical Nascido em Ganfei (Valença) Portugal, São Teotônio foi religioso. Desde criança, foi confiado aos cuidados de seu tio-avô, Dom Crescónio, que era Bispo de Coimbra. Com o auxílio do tio, estudou filosofia e teologia e, em seguida, foi ordenado sacerdote. Recusa aos cargos e títulos Na cidade de Viseu, aos 30 anos, tornou-se prior da Sé. Ofereceram-lhe funções como o cargo de Prior dos Cônegos Regrantes de Santo Agostinho e a Custódia do Santo Sepulcro, quando ele esteve por duas vezes em Jerusalém, na Terra Santa. Também ofereceram o bispado da Sé de Viseu, mas, com liberdade interior, ele recusou a todas. Coragem na reforma Ao regressar da Terra Santa para Portugal, foi um dos reformadores da regra dos Cônegos Regrantes, junto com os outros religiosos. Com mais 11 irmãos, fundou a Ordem dos Cônegos Regrantes da Santa Cruz (Mosteiro Santa Cruz). Tornou-se seu primeiro prior. São Teotônio e a Influência no reinado português! Independência de Portugal  Um homem sábio. Ele foi suporte ao jovem Afonso Henriques, durante a Independência de Portugal, e tornou-se conselheiro do então Rei, Dom Afonso I. Tinha como amigo pessoal São Bernardo de Claraval. Renúncias com sentido Com 70 anos, renuncia ao cargo de prior, desejando passar os últimos anos de sua vida dedicados à oração e à contemplação. Morreu 10 anos depois, em 18 de fevereiro de 1862, em Coimbra.  Canonização rápida Apenas um ano depois de sua morte, foi canonizado; e é o primeiro santo português elevado aos altares. Ficou conhecido por ser um grande reformador da vida religiosa. Obras no Brasil A Ordem Religiosa se estendeu até o Brasil, sendo que, no país, há dois mosteiros Ordem dos Cônegos Regrantes da Santa Cruz: um em Guaratinguetá (SP) e outro na Diocese de Anápolis (GO). Minha oração "Senhor meu Deus, São Teotônio foi firme no que percebia ser a voz do céu a seu respeito. Eu te peço, Senhor, dai-me a graça de, nas minhas decisões e renúncias, ser firme em Ti, para que eu não fuja da Sua Vontade. Amém." São Teotônio, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em  18 de fevereiro: Santos mártires Sadot, bispo de Selêucia, e cento e vinte e oito companheiros, presbíteros e mártires assassinados no reino dos Persas, hoje Gundeshapur [† 342] Santo Eládio, abade e bispo na Hispânia [† 632] São Tarásio, bispo na Turquia [† 806] Santo Angilberto, abade na França [† 814] São Francisco Régis Clet, presbítero que anunciou o Evangelho na China, com extremas adversidades por 30 anos. Morreu estrangulado [† 1820] Santos mártires João Pedro Néel, presbítero que, por pregar a fé, foi arrastado preso à cauda de um cavalo e depois decapitado. Com também os santos mártires Martinho Wu Xuesheng, catequista, João Zhang Tianshen, neófito, e João Chen Xianheng. Todos na China [† 1862] Santa Gertrudes (Catarina Comensóli), virgem, fundadora de Congregação para a adoração do Santíssimo Sacramento e a formação da juventude em Bérgamo, na Itália [† 1903] Fontes:  Martirologio Romano da Conferência Epsicopal Italiana Diocese de Leiria-Fátima (Portugal) Diocese de Coimba (Portugal) Liturgia das Horas Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007] Pesquisa: Emanuel França - Comunidade Canção Nova Produção e redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Sete Santos fundadores dos Servitas: ministros da unidade e da paz

Fundação da Instituição Religiosa A Ordem dos Frades Servos de Maria (OSM), cujos membros são conhecidos como "Servitas", foi fundada em Florença, Itália, em 1233, por sete ricos comerciantes. Os setes santos eram: Bonfiglio Monardi, guia do grupo leigo e prior da futura comunidade; Bonagiunta Manetti, segundo futuro prior, entre 1256 e 1257; Manetto d'Antela, responsável pelas primeiras fundações na França; Amádio de Amadei, conhecido como quem tinha “a alma do grupo”; Sostegno de Sosteni, comerciante de tecidos e lã; Ugoccio de Uguccione, comerciante de tecidos e lã; Aleixo Falconieri, também comerciante de tecidos e lã. O que tinham em comum Eles nutriam uma particular devoção a Nossa Senhora e eram membros de uma companhia leiga de fiéis, chamada Associação-mor de Santa Maria. A pertença ao mesmo ramo de negócios, à mesma classe social e à comum devoção a Virgem Maria os uniram com laços de profunda amizade. Os Sete Santos fundadores dos Servitas e a Aparição da Virgem Maria Um convite da Virgem Maria Em 15 de agosto de 1233, Assunção de Nossa Senhora, estavam reunidos em oração. Costumavam cantar cânticos dedicados a Virgem Maria. Foi então que, de repente, viram que a imagem de Nossa Senhora se mexeu. Todos ficaram intrigados. Depois disso, quando atravessavam uma ponte voltando para casa, a própria Virgem Maria lhes apareceu vestida toda de luto e chorava. Em seguida, contou-lhes a razão de suas lágrimas: a guerra civil que não cessava em Florença, já fazia dezoito anos. Pediu-lhes, Nossa Senhora, não apenas que reforçassem sua consagração a ela, mas que se empenhassem, num apostolado de reparação, a fazer ver aos homens o quanto ofendiam a Deus com os seus pecados. Testemunho fraternidade e oração Diante das intrigas entre facções, os sete acolheram o pedido da Virgem e decidiram dar um testemunho de unidade e de paz, isto é, de que era possível viver como irmãos. Deixaram as suas atividades comerciais e suas famílias e, dispostos a não guardar nada para si, venderam os seus bens, deixando o suficiente para suas famílias e distribuindo o restante aos pobres. Retiraram-se da cidade para dedicarem-se à penitência, à contemplação e ao serviço a Maria. Túnicas e mantos cinzentos Vinte dias depois, os sete homens começaram a viver em comunidade numa casa abandonada, na Villa Camarzia, na periferia da cidade, que mais tarde se chamaria "Santa Maria de Cafaggio", onde está hoje o Santuário da Santíssima Anunciada. Nessa casa, viviam como se fossem "um só coração e uma só alma", levando uma vida austera, dedicada à oração, à contemplação, à penitência, à mendicância e às obras de caridade em favor dos pobres e doentes. Adotaram um hábito religioso dos "Irmãos da Penitência": manto e uma túnica de lã bruta de cor cinzenta. Os Sete Santos estavam de braços abertos para os necessitados Por causa de um povo Muitas pessoas, aflitas e angustiadas, dirigiam-se a eles para receber conforto e conselho; sobretudo os mais atônitos, pelo fato de sete jovens, ricos comerciantes, terem escolhido, voluntariamente, a vida de pobreza. Consolida-se a Ordem do Servos de Maria O estilo de vida que adotaram logo despertou no povo admiração e respeito. Isso levou à difusão da sua fama de santidade, tanto que, muitos pediam para fazer parte da sua família religiosa. O Bispo da época deu-lhes, no ano seguinte, um terreno no cume do Monte Senário. Lá construíram uma casa rústica para morar e um oratório dedicado a Santa Maria. Com a visita do Cardeal Goffredo Castiglioni – futuro Papa Celestino IV –, o cardeal prescreveu a eles a Regra de Santo Agostinho. Canonização conjunta Os Sete Santos Fundadores, proclamados pela liturgia como "ministros da unidade e da paz", foram canonizados juntos, como se fossem um só – exemplo único na história da Igreja – pelo papa Leão XIII, em 1888. Seus restos mortais descansam em Monte Senário, em um único sepulcro. O Legado dos Setes Santos Atualidade Monte Senário é até hoje o ponto de referência de todos os Servos e Servas de Maria espalhados pelo mundo. É lá que se encontram as relíquias dos Sete Santos Fundadores. E é para lá que frades, irmãs e leigos ligados à Ordem acorrem com frequência, a fim de transcorrer momentos de oração, reflexão e estudo, desejosos de colher na fonte original a linfa que nutre a genuína espiritualidade de nossa Ordem. A Ordem dos Servos de Maria se espalha pelo mundo Os Servitas cresceram e espalharam-se por vários países, inclusive pelo Brasil, onde fundaram casas em diversas cidades. Memória Com memória facultativa, são celebrados todos no mesmo dia, 17 de fevereiro, dia do falecimento do último dos fundadores: Santo Aleixo Falconieri, que recusou ser sacerdote, por se considerar indigno dessa honra então, ficou como irmão religioso; e os demais tornaram-se sacerdotes. Oração dos sete fundadores da Ordem dos Servos de Maria Ó Deus, que despertastes no coração desses sete homens as virtudes da humildade, da caridade, da oração, do serviço e do amor à Virgem Maria, dai também a nós, por intercessão dos sete fundadores, a graça de crescermos nas virtudes cristãs para que a tua glória brilhe no mundo. Por Nosso senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. Minha oração "Deus não me chamou para viver a santidade sozinho, Ele mesmo se encarregou de colocar pessoas ao meu redor, sejam elas familiares, colegas de trabalho, irmãos de comunidade, entre outros. Senhor, rendo graças a Ti pela oportunidade de ser santo junto com outros filhos teus que estão ao meu lado, agora! Dai-nos essa graça." Sete Santos fundadores da Ordem dos Servitas, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 17 de fevereiro: São Teodoro de Tiro, flagelado e queimado na Turquia [ † 306/311] São Bonoso, bispo que conservou a fé na Alemanha [† 373] São Mesróbio, traduziu o antigo e o novo testamento para língua armena [† 440] São Fintano, abade e fundador na Irlanda [† 440] São Flaviano, bispo de Istambul, na Turquia [† 449] São Finano, bispo e abade na Inglaterra [† 656] São Silvino, bispo na França [† s. VIII] São Constável, abade na Itália [† 1124] Santo Evermodo, bispo na Alemanha [† 1178] São Pedro Yu Chong-nyul, mártir, pai de família, enquanto lia o Evangelho aos fiéis em casa, foi preso morto [† 1866] Fontes: vaticannews.va Ordem dos Servos de Maria servitasbrasil.org Martirológio Romano Liturgia das Horas Diretório de Liturgia da Igreja do Brasil Pesquisa: Dayane Silva - Comunidade Canção Nova Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Santa Juliana, mártir por não aceitar o casamento pagão

Origens Santa Juliana, que se tornou cristã desde a infância, foi filha submissa e obediente aos seus pais, mesmo tendo um pai xucro, violento e pagão. Segundo o costume da época, foi prometida por seu pai a um jovem nobre chamado Evilásio, cultuador de deuses. Quando a jovem tinha 19 anos, ela impôs a condição de que só se casaria com Evilásio se ele se convertesse. O desfecho da promessa de casamento Conta-se que, diante da condição de Juliana para assumir o casamento, Evilásio procurou o pai de garota prometida a ele. Colocou-o a par da condição de sua filha. O pai, chamado Africano, ficou muito irritado e deu à filha duas escolhas: casar-se ou enfrentar o tribunal. Evilásio, na qualidade de prefeito da cidade, intimou-a no tribunal para pronunciar-se a respeito de sua fé. Juliana era firme e não negou a Cristo, o que a levou à prisão. Visita de um anjo decaído Em sua primeira noite na prisão, quando o silêncio reinava, um anjo luminoso apareceu à jovem dizendo: - Juliana, sacrifica-te aos deuses! Deves obedecer à vontade do prefeito e do imperador! A jovem de 19 anos não se rendeu àquela voz. E pensava, em oração: “Deus enviaria um anjo para me pedir isso? Impossível!”. Aquilo só podia ser obra do tentador, do demônio. Orando com fervor, suplicou ao Senhor que lhe desse forças para vencer o anjo decaído que a tentava. Santa Juliana é invocada na Itália e em várias partes do mundo por grávidas e doentes Consequência da fidelidade Evilásio fez à jovem Juliana as mais belas propostas. Prometeu-lhe tudo, se caso ela renunciasse a Cristo e aceitasse casar-se com ele. Todas as propostas do então prefeito foram em vão. Juliana estava irreversível. Foi sujeitada aos tormentos, que não conseguiram convencê-la. Então, enfurecido, o frustrado noivo condenou-a para ser decapitada. E assim se fez. Seu corpo O corpo da santa virgem foi sepultado na Nicomédia (atual Turquia), mas, tempos depois, foi transferido para a Itália, permanecendo até hoje em Nápoles. Devoção do Oriente ao Ocidente Os católicos celebram a memória de Santa Juliana dia 16 de fevereiro. No Oriente, os ortodoxos honram-na dia 21 de dezembro. A ela, em Constantinopla, também ergueram uma Igreja.  Devoção no Brasil Em Salto Veloso (SC), município de 4756 habitantes, na Diocese de Caçador (SC), Santa Juliana é padroeira da cidade, cuja única paróquia leva o nome da santa. Cidade brasileira Em Minas Gerais, existe o município de Santa Juliana. Segundo informações da Prefeitura, a cidade tem esse nome em homenagem a uma de suas primeiras moradoras, que chamava-se Juliana e tinha o apelido de santa. Portanto, não há ligação entre a santa e o nome do município. Minha oração "Senhor Jesus, quanta coragem e firmeza na fé da jovem Juliana, que não negou as suas convicções em Cristo. Dai-nos, Senhor, em Nome da Sua Misericórdia, essa bravura quando formos tentados, no nosso dia a dia, pelo anjo de luz, a negar nossa confiança em Ti. Amém". Santa Juliana, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 16 de fevereiro: Santos mártires Elias, Jeremias, Isaías, Samuel e Daniel, cristãos egípcios, que pereceram ao fio da espada [† 309] São Pânfilo, presbítero, São Valente, diácono de Jerusalém e São Paulo, oriundo da cidade de Jâmnia [† 309] São Porfírio, servo de Pânfilo, São Seleuco da Capadócia, graduado no exército, São Teódulo, ancião da família do prefeito Firmiliano e São Julião da Capadócia [† 309] São Maruta, bispo da antiga Pérsia [† 420] Fontes: Arautos.org Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume III, p. 287 à 289 Liturgia das Horas Martirológio Romano Prefeitura de Santa Juliana (MG) Vatican.va Pesquisa e Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

São Cláudio La Colombiere, apóstolo do Sagrado Coração de Jesus

Origem Nascido no sul da França, São Cláudio fez parte de uma família de posses. Teve seis irmãos, dentre eles três também foram sacerdotes ou religiosos. Em sua juventude, frequentou uma escola da Companhia de Jesus e ingressou na ordem aos 17 anos. Sinceridade Como noviço, Cláudio admitiu ter uma "terrível aversão" ao rigoroso tratamento requerido pela ordem, mas, durante o noviciado, conseguiu incrementar o seu talento natural, isso o levaria, em seguida, a fazer um voto privado de obedecer às regras o mais perfeitamente possível. Valor à amizade Escreve o santo: "Meu Jesus, tenho certeza de ser amado. Por mais miserável que eu seja, não me tirará vossa amizade nenhum indivíduo mais nobre que eu, nem mais culto ou mais santo". Após 16 anos de vida religiosa, São Cláudio escreve: "Senti-me inclinado a imitar a simplicidade de Deus nos seus afetos, amando só a Deus, mas meus amigos tem-me a amizade, e eu tenho a amizade deles. Hoje, o sacrifício de deixar meus amigos custa-me mais do que o primeiro que fiz deixando pai e mãe". São Cláudio La Colombiere: confessor de uma religiosa desprezada Confessor Padre Cláudio, como confessor do mosteiro da Visitação, conhece uma irmã, com 28 anos de idade e que estava presa ao leito, devido às fortes dores reumáticas. A doente era a Irmã Margarida Maria Alacoque, que, quando rezava diante do Santíssimo Sacramento, em 1675, ouve de Jesus um pedido: a difusão da devoção ao Sagrado Coração, bem como a instituição de sua festa e da consagração reparadora. Entretanto, dentro do convento, essa notícia foi recebida com desprezo. "Eis o Coração que tanto amou os homens." Ouvindo o testemunho sobre as revelações de Jesus ao irmão, Santa Maria Margarida Alacoque chegou à conclusão de que as tinha recebido de maneira extraordinária. Os escritos de Cláudio la Colombiere e seu testemunho da realidade das experiências da santa ajudaram a estabelecer o Sagrado Coração como um dos pilares da devoção católica. Assim, a Santa transcreveu as célebres palavras proferidas por Jesus, enquanto lhe mostrava o seu Divino Coração: "Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-Se e consumir-Se, para manifestar-lhes seu amor. E como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, desprezos, irreverências, sacrilégios, friezas que têm para comigo neste Sacramento de amor. E é ainda mais repugnante, porque são corações a Mim consagrados". São Cláudio La Colombiere e a Festa do Sagrado Coração de Jesus Celebrante da primeira Festa do Sagrado Coração de Jesus Em obediência a Deus, o Senhor pediu a Santa Maria Margarida Alacoque que a primeira sexta-feira, após a Oitava de Corpus Christi, fosse consagrada como festa especial para honrar seu Coração. A religiosa, sentindo-se indigna e incapaz, recebe de Jesus esta resposta: "Dirige-te a meu servo Cláudio e dize-lhe, de minha parte, que faça todo o possível para estabelecer essa devoção e dar esse gosto a meu Divino Coração. Que não desanime diante das dificuldades que encontrará, pois essas não faltarão, mas ele deve saber que é poderoso quem desconfia de si mesmo para confiar unicamente em Mim". Assim, na sexta-feira seguinte, São Cláudio, Santa Margarida e a comunidade da Visitação celebraram, pela primeira vez, a Festa do Sagrado Coração de Jesus, consagrando-se inteiramente a Ele. Perseguição na Inglaterra Padre Cláudio também foi enviado à Inglaterra durante tensão religiosa que o país sofria. Uma perseguição aos cristãos levou à execução 35 inocentes, entre eles, oito jesuítas. Padre Cláudio não foi assassinado, mas foi acusado, detido e preso em um calabouço durante várias semanas. Chamado à vida eterna Já retornado à França, quando tinha 41 anos, o sacerdote morreu de uma hemorragia interna. Seu falecimento ocorreu no primeiro domingo da Quaresma, no dia 15 de fevereiro. "Os planos de Deus nunca se realizam senão à custa de grandes sacrifícios."  (São Cláudio La Colombiere) Canonização / Esquecimento de si Quando a Igreja canoniza São Cláudio, em 1992, o Papa São João Paulo II o apresenta como modelo de jesuíta, recordando como "se entregou por completo ao Sagrado Coração, 'sempre abrasado de amor'. Inclusive, praticou o esquecimento de si mesmo, a fim de alcançar a pureza do amor e de elevar o mundo a Deus". Oração Ó Deus, nosso Pai, que falou no fundo do coração ao vosso fiel servo São Cláudio para testemunhar o Vosso imenso amor, ilumina e conforta a Igreja com os dons de sua graça. Por Cristo, nosso Senhor. Minha oração "Senhor Jesus, como São Cláudio viveu enquanto jovem, nem sempre me atrai as Suas regras, Sua Vontade e o caminho de pureza que o Senhor tem para mim. Diante de minha verdade, eu te peço: converta-me, Senhor! Amém". São Cláudio La Colombiere, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 15 de fevereiro: Santo Onésimo, que o apóstolo São Paulo recebeu como escravo fugitivo e na prisão o gerou como filho na fé de Cristo, como o Apóstolo escreveu ao seu amo Filémon. Santos Faustino e Jovita, mártires na Lombardia, região da Itália Santos mártires Ísico, presbítero, Josipo, diácono romano, Zósimo, Baralo e Ágape, virgem - todos na Turquia [† s. IV] Santa Georgina, virgem na França [† s. V/VI] São Quinídio, bispo na França [† 578] São Severo, presbítero em Lácio, região da Itália [† s. VI] São Decoroso, bispo em Campânia, região da Itália [† 680] São Valfredo, abade, que, depois de ter criado cinco filhos, decidiu com sua esposa abraçar a vida monástica na Itália [† 765] São Sigfredo, bispo inglês que evangelizou na Suécia [† 1045] Fontes: Martirológio Romano Liturgia das Horas Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Congregação Jesuíta Pesquisa e Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São Valentim [padre] e São Valentim de Terni [bispo]: patronos dos namorados

Origens  Em 14 de fevereiro, a Igreja celebra São Cirilo, monge, e São Metódio, bispo. Além deles, também faz memória de dois santos mártires: o padre São Valentim e o bispo São Valentim de Terni. Protetores dos namorados e noivos Ambos os santos Valentim viveram na mesma época no século III. Os dois foram mártires e lutaram pelo matrimônio cristão. Por isso, o Dia dos Namorados em várias partes do mundo passou a ser chamado em inglês de Valentines Day ou Dia dos Valentins. Solteiros nas batalhas O padre São Valentim viveu em Roma no tempo do imperador romano Cláudio II (268-270), o Gótico. O Império enfrentava vários problemas, com um grande número de batalhas perdidas. Segundo a tradição, o imperador atribuiu a culpa aos soldados solteiros, pois julgava que os solteiros eram menos ousados nas batalhas; feriam-se levemente e, logo, pediam dispensa. Conseguiam um afastamento e, quando voltavam, estavam casados. Uma vez casados, não se arriscavam mais, com a intenção de voltar vivos. Isso, segundo Cláudio II, enfraquecia as legiões romanas. Por isso, o imperador proibiu o casamento dos soldados. Ousadia e martírio do padre Padre Valentim continuou incentivando e celebrando os casamentos secretamente. Quando Cláudio II soube, mandou prender o padre e interrogou-o diante do povo. As respostas de São Valentim defendendo o matrimônio como união sagrada, querida por Deus e “sacramento”, impressionaram o imperador e todo o povo. Por isso, o imperador enviou-o apenas para uma “prisão domiciliar”. Porém, o local indicado para a prisão foi a casa do prefeito de Roma, chamado Astério, que era pagão e tinha uma filha cega. São Valentim curou a sua filha e conseguiu a conversão de toda a família. Ao saber disso, o imperador mandou que fosse açoitado e, a seguir, decapitado na via Flamínia no dia 14 de fevereiro de 269. Bispo Conselheiro Dom Valentim teria o dom extraordinário do conselho. Ele ficou famoso por conseguir reconciliar inúmeros casais de namorados. Conta-se que um dia, ouviu dois jovens namorados discutindo ao lado de seu jardim e foi até eles. Chegou com uma linda rosa na mão, o capuz sobre a cabeça, o semblante sereno e sorridente. A figura daquele bom idoso e a delicadeza da rosa acalmaram os dois namorados. Em seguida, deu a eles a mais valiosa lição. Pediu que os dois segurassem o caule da rosa com todo cuidado para não se espetarem. Eles assim o fizeram. Depois, São Valentim explicou-lhes a beleza do sacramento do matrimônio e da união de corpos. E ensinou-lhes que “as rosas são lindas, perfumadas, delicadas, mas tem espinhos. E elas não vivem sem espinhos. Assim também são as diferenças entre o casal. É preciso conhecê-las, respeitá-las e tratá-las com delicadeza, para que nenhum dos cônjuges seja ferido. Agindo assim, serão felizes e as brigas desaparecerão.” O jovem casal aprendeu a lição. Pouco tempo depois, o santo bispo celebrava o casamento dos dois. Depois disso, sua fama de casamenteiro se espalhou. O martírio Dom Valentim, estando em Roma no ano 272, converteu um famoso filósofo grego chamado Crato e, além dele, mais três de seus discípulos. Isso levou-o a ser denunciado, preso e julgado pelo imperador Aureliano. Crato e seus discípulos defenderam o bispo no julgamento, porém, de nada adiantou. São Valentim de Terni foi condenado e decapitado no 14 de fevereiro do ano 273. Os três filósofos recém-convertidos tiveram o cuidado de resgatar seu corpo e transportarem-no para a cidade de Terni. Lá, ele foi sepultado. A Igreja incluiu São Valentim de Terni, bispo e mártir, no Calendário litúrgico, o protetor dos namorados e dos jovens. Suas relíquias estão guardadas na Igreja das Carmelitas, em Terni, que hoje faz parte de Roma. Ao lado da urna de prata que guarda seus restos mortais, tem a inscrição: “São Valentim, patrono do amor”. Há ainda na igreja um lindo vitral que mostra a imagem de São Valentim abençoando um jovem casal ajoelhado e os dois seguram uma rosa. Oração a São Valentim de Terni “São Valentim, que semeastes a bondade, o amor e a paz na Terra, sede meu guia espiritual. Ensinai-me a aceitar os defeitos e as falhas do meu companheiro e ajudai-o a reconhecer as minhas virtudes e vocações. Vós, que compreendeis os que se amam e desejam ver a união abençoada por Cristo, sede nosso advogado, nosso protetor e nosso abençoador. Em nome de Jesus! Amém!” Outros santos e santas celebrados em 14 de fevereiro: Santos Cirilo, monge e São Metódio, bispo. irmãos naturais de Tessalónica [ † 869; † 885] São Vital, da Itália [† data inc.] São Zenão, mártir na Itália [† data inc.] Santos mártires Bassiano, Toniano, Proto, Lúcio, que foram lançados ao mar; São Cirião, presbítero, Agatão, exorcista, Moisés, que foram queimados no fogo; São Dionísio e Amónio, passados ao fio da espada - todos no Egito [† data inc.] Santo Eleucádio, bispo na Itália [† s. III] Santo Auxêncio, presbítero e arquimandrita na Turquia [† s. V] São Nostriano, bispo na Itália [† c. 450] Santo Antonino, abade na Itália [† c. 830] São João Baptista da Conceição Garcia, presbítero da Ordem da Santíssima Trindade, que empreendeu a renovação da Ordem na Espanha [† 1613] Texto: Professor Felipe Aquino - Editora Cléofas Produção: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova