Santos

São Ludgero, obediente a Deus acima de tudo

Formação Nasceu em 745, em Suescnom, na Frísia. Pertencia a uma família nobre. Desde criança, dedicou-se aos estudos e à vida religiosa. O empenhado São Ludgero foi formado como discípulo de São Gregório, no mosteiro, e, depois, de Alcuíno de York, reitor de uma escola muito famosa em sua época. Voltando à sua terra natal, Alberico suscitou-lhe o presbiterato, quando foi ordenado sacerdote em Colônia, no ano de 777. Controvérsias Ludgero se dedicou à evangelização da região pagã da Frísia, através da pregação, onde São Bonifácio sofrera o martírio. Converteu multidões, fundou diversos mosteiros e construiu muitas igrejas. Por causa das instabilidades onde morava e a revolta de Widukindo, foi para Roma procurando aconselhar-se com o Papa Adriano II e, após um longo retiro, sentiu-se indicado por Deus a tornar-se beneditino no monte Cassino. Com a vitória de Carlos Magno, em 787, Ludgero pôde voltar ao seu território no qual dedicou-se à evangelização dos saxões. O bispado Em 802, depois de ter evangelizado e fundado o mosteiro de Werden, Hildebaldo, o arcebispo de Colônia ordenou-o bispo em Munster, sendo o primeiro daquele local. Ali anexou lugares à sua diocese na Frísia e fundou o mosteiro de Helmstad. Em seu ministério, teve embates com o imperador, mas nunca se submeteu a ele em detrimento da vontade de Deus, o qual obedecia acima de tudo.  Ministério Seu trabalho foi rodeado de milagres e profecias, mas, acima de tudo, por uma forte pregação da Palavra, na qual era capaz de converter multidões. Além disso, destacou-se por construir igrejas e mosteiros, além de formar sacerdotes segundo a vontade de Deus.  Previu sua morte Mesmo em meio às enfermidades, nunca deixou de implementar o Reino de Deus. Porém, previu sua morte e foi o que aconteceu em 26 de março de 809, sendo enterrado no mosteiro de Werden.  Município de Ludgero (SC) O município foi colonizado por alemães vindos da Colônia Teresópolis. Os colonizadores chegaram na década de 1860, provenientes da região de Münster, principalmente de Heek, que também tem Ludgero como padroeiro. Tal migração deu-se a partir de 1873, principalmente devido à baixa fertilidade do solo do local e ao abandono por parte do governo. A minha oração "Ó saudoso bispo, que, com tão grande amor nos ensinaste a servir incansavelmente a Jesus como um exímio pastor, nos dignai a servir de tal modo que vos imite e sejamos luz em meio a este mundo." São Ludgero, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 26 de março: Em Roma, junto à Via Labicana, São Cástulo, mártir. († data inc.) Os santos Manuel, Sabino, Quadrato e Teodósio, mártires na Anatólia, na atual Turquia, († data inc.) Santo Eutíquio, subdiácono de Alexandria. († 356)  São Pedro, bispo, irmão mais novo de São Basílio Magno. Morreu em Sebaste, na antiga Arménia, hoje Sivas, na Turquia. († c. 391)  São Bercário, primeiro abade de Hautvillers e de Montier-en-Der, no território de Champagne, actualmente na França.(† 685) Em Montalbano, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, os santos Barôncio e Desidério, eremitas. († s. VII)  Beata Madalena Catarina Morano, virgem do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora em Catânia, cidade da Sicília, na Itália.  († 1908) Fontes: franciscanos.org.br vaticannews.va Martirológio Romano Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007]     - Pesquisa: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Anunciação do Senhor: o verdadeiro valor de um sim

Origens Na história da existência, constantemente somos desafiados pela vida a darmos uma resposta ativa, consciente e madura ante os apelos e desafios que a nossa própria existência nos interpela. A todo instante, somos colocados em uma posição de escolha, entre aquilo que se quer e aquilo que não se quer; entre o possuir e o nada ter; entre o ser e o não ser.  Sim e não O sim e o não fazem parte do nosso cotidiano, sem eles dificilmente poderíamos ser propriamente humanos. Eis o que diz o Senhor: "Hoje, estou colocando diante de ti a vida e a felicidade, a morte e a infelicidade" (Dt 30,15). Neste contexto de escolha propriamente humana, encontra-se a Virgem Mãe de Nazaré. Eis a serva do Senhor Maria, na plenitude de sua liberdade, escuta, mais do que a saudação de um anjo, a voz de Deus, a voz de sua própria consciência a te indagar: “Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus” (Lc 1,30). Diante da proposta, Maria dá sua resposta: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra”. Foi por causa dessa resposta que o Eterno entrou no tempo; que o Todo assume em si o fragmento, Deus assume a forma humana para nos salvar. Solenidade da Anunciação do Senhor: o sim de uma mulher Solenidade A Solenidade da Anunciação do Senhor, que encontra o seu fundamento bíblico situado na narrativa evangélica do evangelista Lucas, no capítulo 1, 26-38, é a solenidade que exalta, na sua estrutura interna, o sim de uma Mulher ao projeto salvífico de Deus, mas que, de modo mais singular, quer manifestar a grandiosidade do sim definitivo de Deus para com a humanidade. A anunciação do Senhor é a solenidade que, por excelência, expressa a vontade divina de querer dar-se a conhecer o homem e salvá-lo e, ao mesmo tempo, a disponibilidade do ser humano em acolher essa autorrevelação divina. Encarnação do Verbo O episódio narrado no Evangelho de Lucas mostra a origem histórica do problema enfrentado pelas primeiras comunidades cristã acerca da encarnação total do Verbo eterno de Deus no seio virginal de Maria. A narrativa explicita o diálogo realizado entre Divino e o humano, entre Maria e o anjo, o mensageiro de Deus. Maria, na narrativa, é interpelada pelo anjo, acerca da vontade divina, que encontrou nela, na simples jovem de Nazaré, graça diante de Deus. Nesse episódio evangélico, contemplamos que a liberdade humana, que é fruto do amor de Deus aos homens, nunca foi violado pelo Criador; ao contrário, Ele propõe a Maria uma missão, e Maria, na sua total liberdade, se dispõe a realizá-la, mesmo não sabendo como tudo se daria. Debates acerca da Encarnação e Divindade de Jesus Discussão sobre Maria e Jesus Essa bela narrativa, a pouco comentada, muito fora debatida pelos Padres da Igreja, na reta intenção de defender não somente a Virgindade e Maternidade de Maria, mas, sobretudo, a real Encarnação e Divindade de Jesus, seu filho. Em meados dos anos 325 d.C., com o Concílio de Nicéia e de Constantinopla (381), foram estabelecidos no símbolo da fé, o Credo Nicenoconstantinopolitano, a sentença dogmática de que, verdadeiramente, o Verbo eterno de Deus encarnado no seio da humanidade, por meio da concepção virginal de Maria, era realmente o Filho de Deus.  A Natureza Humana de Jesus Em Jesus, a natureza humana e divina coabitavam mutuamente, sem confusão, mas em plena união hipostática de naturezas. O pequeno e humilde carpinteiro de Nazaré era, na verdade, o verdadeiro Filho de Deus, emanada na história humana pela ação do Espírito Santo. Theotokos Contudo, foi somente em 431 d.C., no Concílio de Éfeso, que a Igreja proclama solenemente Maria como Mãe de Deus (Theotokos), defendendo, dessa maneira, a real Encarnação do Filho de Deus no seio da humanidade, por meio do sim de Maria. Tal decreto resultou posteriormente a instituição da festa litúrgica da Anunciação do Senhor. Todavia, a Igreja, por volta do século VI, sob o comando do Pontífice Sérgio I, introduziu definitivamente, no calendário litúrgico da Igreja romana, a solenidade da Anunciação do Senhor, que é celebrada todos os anos no dia 25 de março, a exatos nove meses antes do Natal do Senhor. Uma graça para a humanidade De fato, no sim de Maria, o sim de Deus em favor da humanidade é plenamente realizado. Em Maria, Deus realiza o seu projeto salvífico no tempo e na história humana. Se por Eva nos veio a desgraça, por Maria nos foi novamente aberta as portas da Graça. Momento para refletir: como anda o seu sim para os projetos de Deus? Sentido da Solenidade Celebrar a solenidade da Anunciação do Senhor é dar graças a Deus por todos os benefícios que, pelo sim de Maria, o Senhor nos dispensou. Celebrar a festa solene da Anunciação do Senhor é contemplar a salvação de Deus realizada no sim de uma Mulher. É contemplar o sim de Deus, por meio de uma Mulher. O sim de Maria foi um sim que mudou o curso da história. O sim de Maria nos possibilitou conhecermos o Pai, revelado pelo Filho, no poder e na ação do Espírito Santo. Somos convidados a mudar o curso da história em razão do nosso sim a Deus, ao projeto de Deus. Deus em meio a nós Deus quer habitar no mundo, na realidade do mundo, na nossa família, na nossa sociedade, no nosso país. Mas para que isso posso se realizar, é preciso que também nós sejamos, assim como a pequena jovem de Nazaré, abertos e generosos a acolher a vontade de Deus em nossa vida, para que o verdadeiro valor de um sim possa transformar o curso da história. Minha oração “ Ó Virgem Santíssima, sempre disposta a fazer a vontade do Pai, com seu sim contribuíste para a salvação. Dai-nos a graça de fazer a nossa parte no plano salvífico também dizendo o nosso sim a Deus e ao seu chamado de amor. Amém.” Nossa Senhora, rogai por nós!  Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 25 de março: Santo Ladrão, chamado “Dimas”, segundo a tradição, que na cruz professou a fé em Cristo. São Dula, mártir, na Turquia († data inc.) São Quirino, mártir († data inc.) Santa Matrona, mártir, na Grécia († data inc.) São Mona, bispo na Itália († c. 300) Santo Hermelando, o primeiro abade do mosteiro de  Fontenelle, na França († c. 720) São Nicodemos, eremita, que foi mestre de vida monástica. († 990) São Procópio, que, deixando a esposa e o filho, se consagrou à vida eremítica. († 1053) Beato Everardo, conde de Nellenburg, que abraçou a vida monástica no cenóbio de Todos os Santos († 1078) Beato Tomás, eremita, na Itália († 1337) Santa Margarida Clitherow, mártir, que, com o assentimento do esposo, aderiu à fé católica, na Inglaterra († 1586) Beato Jaime Bird, mártir, na Inglaterra († 1592) Santa Lúcia Filippíni, fundadora do Instituto das Piedosas Mestras, destinado a promover a formação das jovens e mulheres, na Itália († 1732) Beata Maria Rosa Flesch (Margarida Flesch), virgem, fundadora do Instituto das Irmãs Franciscanas de Santa Maria dos Anjos, na Alemanha († 1906) Beato Plácido Riccárdi, presbítero da Ordem de São Bento († 1915) Beata Josafata (Miquelina Hordáshevska), virgem, que, fundou o Instituto das Irmãs Servas de Maria Imaculada († 1919) Santa Maria Alfonsina Danil Ghattas, virgem, fundadora da Congregação das Irmãs Dominicanas do Santíssimo Rosário de Jerusalém. († 1927) Beato Emiliano Kovc, presbítero e mártir († 1944) Beato Hilário Januszewski, presbítero da Ordem dos Irmãos Descalços de Nossa Senhora do Carmo e mártir, na Alemanha († 1945) Fonte: Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007] Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Redação: Lucas Paulino da Silva - candidato às ordens sacras na Comunidade Canção Nova - Oração: Rafael Vitto - Produção: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Santa Catarina da Suécia, patrona das virgens e intercessora contra o aborto

Origens A abadessa Santa Catarina nasceu em 1331, na Suécia, em uma família católica. Foi educada segundo os preceitos da Igreja e instruída ao amor cristão pelo próximo.  Filha de santa Sua vida foi muito influenciada por sua mãe, Santa Brígida, a mística padroeira da Suécia. Viveu a castidade e é considerada a Santa padroeira das virgens. Sua imagem é representada com um cervo ao seu lado, a qual, segundo a tradição, vinham ajudá-la quando jovens sem castidade tentavam importuná-la. De família Em torno dos seus 7 anos de idade, sua mãe foi convocada pela Corte sueca como governanta de Bianca de Namur, jovem noiva do rei Magnus Eriksson. Ela e sua irmã foram então confiadas ao mosteiro cisterciense de Riseberg, onde continuou recebendo a educação católica. Assim, cresceu nela o desejo de consagração total da sua vida a Deus. Seu pai, porém, desejava que ela se casasse, e decidiu casá-la com um nobre de descendência Alemã, Edgar von Kürnen.  Santa Catarina da Suécia: Casou-se por obediência Matrimônio Mesmo sendo contrária ao matrimônio, obedeceu seu pai e se casou, mas fez voto de castidade de comum acordo com seu marido. Levou uma vida de muita oração, jejum e penitência. Foi uma mulher simples, que dedicou muitas horas à meditação da paixão e morte de Cristo, à oração dos salmos penitenciais e ao Ofício da Virgem Maria. Após a morte do pai Em 1349, seu pai faleceu. Ela chegou a um acordo com seu marido e partiu junto a Santa Brígida (sua mãe) em uma peregrinação para venerar as tumbas de São Pedro e São Paulo em Roma. Ela tinha sua mãe como modelo, amava-a e admirava profundamente. Permaneceu com ela em Roma no ano santo e, durante esse período, tornou-se viúva, o que a permitiu ficar ainda mais tempo com sua mãe na Itália. Nesse período, sua mãe fundou um mosteiro na cidade de Vadstena, no qual Catarina se dedicou intensamente. Reta intenção Permaneceu na Itália a convite da sua mãe, porém sentia falta da Suécia. Sofria de solidão, pois Brígida a proibiu de sair de casa sozinha, porque a Urbe não era segura para uma jovem bela sueca, que atraía olhares de muitos vilões. Catarina recusou diversas propostas de casamento e escapou de muitos pretendentes. O cervo, que sempre é representado ao seu lado, a teria salvo, ao distrair um pretendente, que havia sido rejeitado, que queria raptá-la. Para manter distância dos homens, Catarina começou até a usar roupas simples ou gastas. Ficou atormentada pela inquietação de não saber qual estilo de vida deveria adotar. Para entender qual era a vontade de Deus, dirigiu-se à Virgem, que, em sonhos, a convidou a obedecer a sua mãe. Então, ela a seguiu em todas as suas iniciativas, dedicando-se total e amorosamente às suas causas. Canonização da mãe - Santa Brígida Vida pobre Morou com sua mãe em uma casa, perto do Campo de Fiori, por cerca de vinte anos, vivendo em extrema pobreza. Dedicou-se à catequese entre as nobres famílias romanas e às obras de caridade, com uma vida composta de atividades pastorais. Em 23 de julho de 1373, Brígida faleceu, e seu desejo era que seus restos mortais fossem sepultados no mosteiro de Vadstena. O Pedido Ao ser eleita abadessa, regressou a Roma para pedir a canonização da sua mãe. E buscava obter a aprovação da regra da Ordem, que havia fundado. Nos cinco anos seguintes, Catarina coletou depoimentos sobre a vida da sua mãe e os apresentou primeiro a Gregório XI e depois a Urbano VI. Este último aprovou a regra da Ordem Brigidina, com uma Bula datada de 3 de dezembro de 1378, mas omitiu a Causa de Canonização de Brígida. Santidade da mãe No processo de canonização da sua mãe, declarou como testemunha: "Lembro quando minha mãe me levava, junto com as minhas irmãs, para visitar os hospitais, que havia mandado construir; com as suas próprias mãos, enfaixava, sem repugnância, as feridas dos enfermos". De fato, o desejo de Brígida era que seus filhos aprendessem a servir ao Senhor nos pobres e doentes. Ela cresceu neste clima profundamente evangélico. O Final da Vida e o Encontro com Santa Catarina de Sena Páscoa Voltou para sua terra natal e a Diocese lhe entregou formalmente a direção da nova ordem religiosa. Viveu exemplarmente no convento por esse tempo. Ao longo desse período teve um encontro místico com Santa Catarina de Sena, a santa que viveu o mesmo ideal que ela. Pouco tempo depois, ficou doente e faleceu em 24 de março de 1381. Em 1484, Inocêncio VIII deu permissão para sua veneração como santa. Sua memória é celebrada em 24 de março. Minha oração "Dignai-vos meu Deus, permitir que eu tenha em Santa Catarina da Suécia uma poderosa e eficaz advogada, diante de Vosso poder, a fim de que seja afastado de mim o mal que me ameaça. Que ela me conduza, pela sua proteção, sã e salva, através de todos os perigos, a fim de mostrar-me a glória do Vosso nome e para que eu possa Louvar-Vos meu Deus, eternamente. Peço-Vos por nosso Senhor Jesus Cristo." Santa Catarina da Suécia, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 24 de março: Santos mártires Timolau, Dionísio, Páusides, Rómulo, Alexandre e outro Alexandre que, durante a perseguição do imperador Diocleciano, conduzidos de mãos atadas ao prefeito Urbano, confessaram ser cristãos e, poucos dias depois, foram decapitados com os companheiros Agápio e outro Dionísio. († 303) Santo Secúndulo, que sofreu o martírio pela fé em Cristo, na Argélia. († data inc.) São Mac Cairthind, bispo, que é considerado discípulo de São Patrício, na atual Irlanda († s. V) São Severo, bispo, na Itália († 814) Beato João del Bastone, presbítero e monge, companheiro de São Silvestre, abade, na Itália. († 1290) Beato Diogo José de Cádis (Francisco José López-Caamaño), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, pregador insigne e intrépido defensor da liberdade da Igreja, na Espanha († 1801) Beata Maria Serafina do Sagrado Coração (Clotilde Michele), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs dos Anjos, Adoradoras da Santíssima Trindade, na Itália († 1911) Beata Maria Karlowska, virgem, que, para reconduzir as jovens e mulheres indigentes e de vida dissoluta à dignidade de filhas de Deus, fundou a Congregação das Irmãs do Divino Pastor da Divina Providência, na Polónia († 1935) São Romero de Salvador, bispo e mártir, que, tendo dedicado a sua solicitude pastoral especialmente aos pobres e oprimidos, foi assassinado em ódio à fé cristã. († 1980) Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano ACI digital paulus.com.br Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] - Pesquisa: Larissa Cunha - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

São Turíbio de Mongrovejo, bispo corajoso que deixou um grande legado

Origens Seu nome completo é Turíbio Alfonso de Mongrovejo. É espanhol e filho de uma família rica da nobreza. Estudou nas cidades de Santiago de Compostela, Valadolid e Salamanca. Formou-se advogado e participou da inquisição. Desde jovem, foi honesto e justo. Lançado na vida religiosa A nomeação episcopal, na época, era bem diferente de como é hoje. Sendo assim, o rei Felipe II percebeu as qualidades de Turíbio de Mongrovejo e pediu ao Papa Gregório XIII que o nomeasse arcebispo da América Espanhola, então, o Papa atendeu. Por isso, após um discernimento, Turíbio recebeu todas as ordens sagradas de uma só vez, inclusive a ordenação sacerdotal. Assim, em 1580, ele foi sagrado Arcebispo de Lima, no Peru. Foi dessa maneira, aparentemente improvisada, que nasceu um dos maiores apóstolos da América Latina. Compaixão Dom Turíbio chegou à Lima, em 1581, e ficou estarrecido com a miséria material e espiritual em que os índios viviam e isso o fez agir. Começou aprendendo a língua desses índios. Depois, começou a defendê-los das arbitrariedades dos colonizadores, que os tratavam como animais. Por isso, Dom Turíbio passou a ser venerado pelos fiéis; todos o viam como um defensor da justiça e contra os opressores europeus. São Turíbio de Mongrovejo: teve apoio do povo Indígena Ardor evangelizador Com o apoio de todo o povo indígena, Dom Turíbio organizou inúmeras comunidades em sua imensa diocese. Depois disso, realizou assembleias e até mesmo sínodos, isto é, reunião com todos os bispos em atividade na América Espanhola. Assim, todos foram convocados para a evangelização. Visão e organização Dom Turíbio realizou e coordenou dez concílios da diocese e também três concílios provinciais. Esses eventos formaram a principal estrutura organizacional da Igreja Católica da América espanhola. Essa organização dura até hoje. Um Sínodo Provincial realizado em Lima ganhou destaque. Foi o de 1582. Historiadores o comparam ao famoso Concílio de Trento, por conta da sua importância. Conta-se que, neste encontro, Dom Turíbio chegou a desafiar os espanhóis resistentes, que se achavam muito inteligentes, a aprenderem a língua dos índios. Todos se calaram. Apóstolo incansável No ano de 1594, Dom Turíbio já tinha percorrido quinze mil quilômetros em missão pela América Espanhola. Ensinava, pregava, convertia, devolvia dignidade e administrava os sacramentos aos índios. Até este ano, segundo os livros das paróquias, tinha administrado a crisma a nada menos que sessenta mil fiéis. São Turíbio de Mongrovejo crismou três santos da América Espanhola Formando santos Dom Turíbio teve a graça de formar e crismar três cristãos peruanos que, mais tarde, foram canonizados: Santa Rosa de Lima, São Francisco Solano e São Martinho de Porres. Esses são frutos preciosos de sua grande missão na América Espanhola. Legado para o futuro São Turíbio procedeu a fundação do primeiro seminário instituído nas Américas. Ali, vários missionários ardorosos foram formados, o que muito ajudou no processo de evangelização da América Espanhola. Amor e desapego Pouco tempo antes de sua morte, São Turíbio doou todas as suas roupas, até mesmo as que cobriam seu próprio corpo. Tudo foi para os pobres e àqueles que trabalhavam a seu serviço. Esse gesto resumiu o comportamento de toda sua vida. São Turíbio morreu no dia 23 de março do ano 1606. Ele estava na pequenina cidade chamada Sanã, no Peru. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Bento XIII, em 1726. Na ocasião, o Papa declarou São Turíbio de Mongrovejo como o Apóstolo e Padroeiro do Peru. Minha oração "Reta intenção: é isso que lhe pedimos, Senhor Jesus. Se nosso coração alcançar essa graça, prosseguiremos no caminho da santidade. Amém." São Turíbio de Mongrovejo, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 23 de março:  São Fingar ou Guinhero, mártir, na Inglaterra († c. 460) Santos mártires Vitoriano, na atual Tunísia, dois irmãos naturais de Aquae Régiae e também dois mercadores cartagineses, ambos chamados Frumêncio, os quais, durante a perseguição dos Vândalos, por perseverarem na confissão da fé cristã foram torturados com terríveis suplícios e assim receberam a coroa gloriosa. († 484)  São Gualter, primeiro abade do mosteiro desta localidade, que, renunciando à sua inclinação para a vida solitária, ensinou aos monges com o seu exemplo a observância regular e combateu os costumes simoníacos no clero. († 1095) Em Ariano Irpino, na Campânia, região da Itália, Santo Otão, eremita. († c. 1120) Beato Pedro, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. († c. 1306) Beato Edmundo Sykes, presbítero e mártir, que, no reinado de Isabel I, sofreu o exílio em ódio ao sacerdócio e, tendo regressado à Inglaterra, foi condenado ao extremo suplício do patíbulo, na Inglaterra († 1587) Beato Pedro Higgins, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que, no reinado de Carlos I, foi enforcado sem processo por perseverar na fidelidade à Igreja Romana, na Irlanda († 1642) São José Oriol, presbítero, que, pela mortificação corporal, pelo exímio culto da pobreza e pela oração contínua, vivia sempre em estreita união com Deus e animado de alegria celeste, na Espanha († 1702)  Beata Anunciada Cochétti, que dirigiu com sabedoria, fortaleza e humildade o Instituto das Irmãs de Santa Doroteia recentemente fundado, na Itália († 1882) Santa Rebeca ar-Rayyas de Himlaya, virgem da Ordem Libanesa das Maronitas de Santo António, que, vivendo cega durante trinta anos e depois atingida por outras enfermidades em todo o corpo, perseverou na oração contínua, confiando só em Deus, no Líbano († 1914) Beato Metódio Domingos Trcka, presbítero da Congregação do Santíssimo Redentor e mártir, cuja peregrinação sobre a terra, em tempo de perseguição da fé, se transformou em vida eterna com o seu glorioso martírio, na Eslováquia († 1959) Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano cruzterrasanta.com.br Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007] - Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São Zacarias, Papa cujo nome significa "o Senhor lembra"

Origem São Zacarias era de origem grega, estabelecido na Calábria, seu pai chamava-se Policrônio. Seu nome significa "o Senhor lembra". Papa Em 741, foi eleito Papa e sucedeu a Gregório III. Foi eleito por unanimidade apenas cinco dias depois do falecimento de seu predecessor. Devido às necessidades da Cristandade naquele tempo, Deus teve pressa com ele. Excelência Ele foi considerado um excelente administrador das terras da igreja, do patrimônio da igreja, que progrediu durante o tempo em que ele foi responsável. São Zacarias: o último Papa grego Grego São Zacarias foi o último dos papas gregos e também o último Papa a comunicar oficialmente sua eleição à corte imperial e ao patriarca de Constantinopla. Por meios da diplomacia pessoal, restabeleceu relações pacíficas com os lombardos no norte da Itália. Diplomacia Em uma visita do rei lombardo à Terní, recebeu de volta as cidades de Ameria, Horta, Polimartio e Blera e juntou todo o patrimônio da Igreja romana, que tinha sido roubado pelos lombardos nos últimos trinta anos.  Trégua São Zacarias assinou uma trégua de vinte anos entre o ducado de Roma. Foi recebido de volta pelo povo romano com uma procissão solene. Agradecido a Deus pelos resultados que o Papa tinha conseguido na viagem, mandou construir uma capela na Igreja de São Pedro, em nome do rei Liutprand. Porém, decepcionou-se com o rei quando, no ano seguinte, ele estava pronto para atacar o território de Ravena e o arcebispo dessa diocese implorou ao Papa que fizesse algo para ajudá-los. Tudo feito pela diplomacia O Papa Zacarias enviou emissários para resolver o problema, mas eles voltaram sem nada conseguir. Então, ele mesmo foi até Ravena, depois, para Paiva visitar Luitprand, que já estava pronto para começar a invasão. Era véspera de festa de São Pedro e São Paulo. Foi ele quem celebrou a vigília e, com isso, conseguiu convencer o rei a não fazer esse ataque a Ravena. Meses depois, Liutprand morreu, sendo que o primeiro sucessor desistiu e subiu ao trono Ratchis, para conduzir o reino dos lombardos. O novo rei tinha imenso respeito pelo Papa Zacarias, mas, apesar de muito piedoso, sitiou Perusa por pressão dos seus comandados. Diplomata e zeloso, São Zacarias marcou a história Família Real Outra vez, São Zacarias dirigiu-se ao acampamento lombardo. Suas palavras comoveram tanto o rei, que não só levantou o cerco da cidade, mas concedeu a paz aos romanos. Pouco tempo depois, renunciando ao mundo com sua mulher e filha, depôs a coroa aos pés do Papa. Zacarias benzeu suas vestes monarcais e ficou comovido com a família real. Nessa época, os francos voltaram para a Igreja e ela se tornou mais forte, garantindo a ordem cristã. Zelo Passados todos esses problemas, o Papa se dedicou totalmente às coisas da igreja: cuidava dos arquivos, restaurou os templos romanos, cuidou da agricultura e ainda beneficiou a abadia de Monte Casino, onde os dois viviam como monges.  Sua herança Zacarias, pode se dizer, foi um bom Papa e morreu em março de 752, aos 73 anos, depois de onze anos de pontificado. Sua memória é celebrada em 22 de março. A minha oração "Jesus, que eu faça tudo com amor, seja o trabalho que for. Dá-me essa graça." São Zacarias, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 22 de março: Santo Epafrodito, a quem o apóstolo São Paulo chama irmão, colaborador e companheiro de combate. São Paulo, bispo, na França († s. III) Santos Calínico e Basilissa, mártires, na atual Turquia († data inc.) São Basílio, presbítero e mártir, que, durante todo o mandato do imperador Constâncio, resistiu fortemente aos arianos, e em seguida, no tempo do imperador Juliano, tendo orado a Deus para que nenhum cristão se afastasse da fé, foi preso e entregue ao procônsul da província e, depois de muitos tormentos, consumou o seu martírio. († 362) Santa Lia, viúva romana, cujas virtudes e partida deste mundo para Deus receberam os louvores de São Jerónimo. († c. 383) São Benvindo Scotívoli, bispo, que, eleito pelo papa Urbano IV para esta sede, conciliou a paz entre os cidadãos e, conforme o espírito dos Frades Menores, quis morrer sobre a terra nua. († 1282) São Nicolau Owen, religioso da Companhia de Jesus e mártir, que durante muitos anos construiu refúgios para esconder os sacerdotes; e por isso, no reinado de Jaime I, depois de ser encarcerado e durissimamente torturado e finalmente lançado no cavalete, foi gloriosamente ao encontro de Cristo Senhor, na Inglaterra († 1606) Beato Francisco Chartier, presbítero e mártir, que, durante a Revolução Francesa, morreu decapitado em ódio ao sacerdócio, na França († 1794) Beatos Mariano Górecki e Bronislau Komorowski, presbíteros e mártires, que, durante a ocupação militar da sua pátria por sequazes de uma doutrina hostil à religião, foram fuzilados em ódio à fé cristã, na Polónia († 1940) Beato Clemente Augusto Graf von Galen, bispo, que reflectiu entre o clero e o povo a imagem evangélica do bom Pastor; lutou abertamente conta os erros do nacional-socialismo e contra a violação dos direitos do homem e da Igreja e pela sua coragem foi chamado “o leão de Münster”, na Alemanha († 1947) Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano - Pesquisa: Luis Eduardo Sá Gomes - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São Nicolau de Flüe afirmava: a misericórdia é maior que a justiça

Origens!! Filho de camponeses, Nicolau nasceu na cidadezinha de Flüe, por isso "Nicolau de Flue" onde hoje é a Suíça. Mesmo sem aprender a ler e a escrever, foi considerado um dos maiores místicos da Igreja católica. Entre 1440 e 1444, foi soldado e, depois, oficial militar nas guerras que os confederados declararam aos Habsburgos. Casou com Doroteia, com quem teve dez filhos. Atitude extraordinária Passaram-se 20 anos, mas, em Nicolau de Flue, a voz de Deus, que o chamava a uma vida de entrega total, jamais se apagou, muito pelo contrário, pois ele chamava essa voz de "lima que aperfeiçoa e aguilhão que estimula". Enfim, o Senhor lhe concedeu as três graças que ele queria: o consentimento de sua esposa e filhos para partir; a ausência de tentação de voltar; a possibilidade de viver sem beber e sem comer. Aparentemente irresponsável Embora seu último filho fosse recém-nascido, Nicolau partiu, finalmente, com o objetivo de se retirar e entrar para a vida monacal das comunidades da Alsácia, com as quais estava em contato. Nicolau não foi muito além de Liestal, para não ficar muito longe de casa. Assim, estabeleceu-se em um lugar íngreme, chamado Ranft, onde construiu uma cela de tábuas, que, depois, se tornou capela pelos habitantes da localidade. São Nicolau de Flüe e os vinte anos de austeridade Cela Naquela cela, viveu por 20 anos, vestido com roupas rudes, descalço, com o terço na mão, alimentando-se apenas de Jesus na Eucaristia. Apostolado Esta sua escolha despertou a curiosidade dos habitantes da região. Muitos o procuravam para conversar com ele, pedir conselhos, explicações sobre coisas religiosas e até espiá-lo. Eles o chamavam de Bruder Klaus, Irmão Klaus, que falava com simplicidade, sem comparações eruditas, porque seu conhecimento sobre Deus vinha do coração. Homem da misericórdia Não obstante sua sede de solidão, ele recebia a todos e transmitia a sua mensagem de paz, que provinha do Evangelho: "Em todas as coisas, a misericórdia é maior que a justiça", dizia. Nicolau não deixava sempre seu refúgio e, se o fazia, era por uma boa causa. Por exemplo, em 1481, pediram para ele impedir uma guerra fratricida no país. Devido à sua intervenção junto à Assembleia de Stans, hoje o santo é recordado como "Pai da Pátria". "Se eu tiver humildade e fé, não erro a estrada" - São Nicolau de Flüe Morte e canonização Nicolau de Flüe faleceu em sua cela, em 1487, no dia em que completava 70 anos de idade. Foi canonizado por Pio XII, em 1947. Minha oração Encontra-se na Tradição da Igreja uma oração feita por São Nicolau de Flüe. Ouse rezar como ele: "Meu Senhor e meu Deus, afastai de mim tudo o que me distancia de vós! Meu Senhor e meu Deus, concedei-me tudo o que possa me aproximar de vós! Meu Senhor e meu Deus, livrai-me de mim mesmo e permiti-me de viver sempre na vossa presença!" São Nicolau de Flüe, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 21 de março: São Serapião, anacoreta, no Egito († data inc.) Santos mártires de Alexandria, que, no tempo do imperador Constâncio e do prefeito Filágrio, dentro das igrejas invadidas por arianos e pagãos, foram mortos na Sexta-Feira da Paixão do Senhor. († 339) São Lupicino, abade, que, com o seu irmão São Romão, seguiu a observância da vida monástica nos montes Jura, na atual França († 480) Santo Endeu, abade, que fundou na ilha de Aran um cenóbio tão célebre que, pela sua fama, era chamada ilha dos Santos, na Irlanda († c. 542) São Tiago Confessor, que lutou arduamente pelo culto das sagradas imagens e terminou a sua vida com um glorioso martírio, onde hoje é Istambul, na Turquia († c. 824) São João, bispo, anteriormente abade de Bonnevaux, que sofreu muitas adversidades pela defesa da justiça e ajudou com exímia caridade os camponeses, os pobres e os mercadores arruinados pelas dívidas, na França († c.1145) Beato Tomás Pilchard, presbítero e mártir, que no reinado de Isabel I, foi condenado ao suplício da forca em ódio ao sacerdócio, na Inglaterra. Com ele comemora-se também Guilherme Pike, mártir. († 1591) Beato Mateus Flathers, presbítero e mártir, que tendo sido aluno do Colégio dos Ingleses de Douai, no reinado de Jaime I foi dilacerado vivo pela sua fidelidade a Cristo, na Inglaterra († 1608) Santo Agostinho Zhao Rong, presbítero e mártir, que, durante a perseguição, foi preso e morto pelo nome de Cristo num dia incerto de primavera, na China († 1815) Santa Benedita Cambiágio Frassinello, que fundou o Instituto das Irmãs Beneditinas da Providência, para a formação das jovens pobres e abandonadas, na Itália († 1858) Beato Miguel Gómez Loza, pai de família e mártir, no México († 1928) Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano Liturgia das Horas - Pesquisa e redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Santa Maria Josefa, padroeira dos doentes e dos cuidadores

Origens Maria Josefa do Coração de Jesus foi a primogênita de Barnabé Sancho, serralheiro, e de Petra de Guerra, doméstica. Nasceu na Espanha, dia 7 de setembro de 1842, e foi batizada no dia seguinte. Ficou órfã de pai muito cedo; e foi sua mãe quem a preparou para a primeira comunhão, recebida aos dez anos. Completou a sua formação e educação em Madri, na casa de alguns parentes e, desde muito cedo, começou a demonstrar uma grande devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora. Também teve uma forte sensibilidade em relação aos pobres, aos doentes e uma inclinação para a vida interior.  A descoberta vocacional Aos dezoito anos, Maria Josefa voltou a sua cidade natal, Vitória, e logo manifestou a sua mãe o desejo de entrar para um mosteiro. Sentia-se atraída pela vida de clausura. Mais tarde, costumava dizer: "Nasci com a vocação religiosa". Logo decidiu entrar no Instituto Servas de Maria, recentemente fundado em Madri, por madre Soledade Torres Acosta.  Nova fundação - inspiração de Deus Ao aproximar-se de seus votos, foi assaltada por graves dúvidas e incertezas sobre seu chamado para aquele Instituto. Admitiu essa disposição a vários confessores, chegando até a dizer que tinha se enganado quanto à própria vocação. Mas os constantes contatos com o arcebispo de Saragoça, futuro santo, Antônio Maria Claret, e as conversas serenas com madre Soledade Torres Acosta, amadureceram nela a possibilidade de fundar uma nova família religiosa, que se dedicasse aos doentes em casa ou hospitais. Assim, aos vinte e nove anos, ela fundou o Instituto das Servas de Jesus, na cidade de Bilbao, em 1871. Padroeira dos doentes e dos cuidadores e intercessora do Instituto Servas de Jesus da Caridade Doença e sofrimento Por 41 anos, foi a superiora do Instituto. Acometida por uma longa e grave enfermidade, que a mantinha no leito ou numa poltrona, sofreu muito antes de morrer, contudo sem deixar sua atividade de lado. Por meio de uma intensa e expressa correspondência, solidificou as bases dessa nova família mesmo doente.  Frutos em vida No momento da sua morte, em 20 de março de 1912, havia milhares de religiosas espalhadas por quarenta e três casas. Páscoa A sua morte foi muito sentida em toda a região; e o seu funeral teve uma grande manifestação de pesar. Os seus restos mortais foram trasladados para a Casa-Mãe, em Bilbao, onde ainda se encontram. A causa da canonização de madre Maria Josefa começou em 1951; foi solenemente beatificada pelo Papa João Paulo II, em 1992, e, depois, canonizada, em 1 de outubro de 2000, pelo mesmo pontífice em Roma. O Carisma e a Devoção O carisma Os pontos centrais da espiritualidade de madre Maria Josefa podem definir-se como: um grande amor à Eucaristia e ao Sagrado Coração de Jesus; uma profunda adoração do mistério da Redenção e uma íntima participação nas dores de Cristo e na Sua Cruz; e a completa dedicação ao serviço aos doentes, num contexto de espírito contemplativo. Afirma o diretório da congregação religiosa das servas de Jesus da caridade, "Desta maneira, as funções materiais do nosso Instituto, destinadas a salvaguardar a saúde corporal do nosso próximo, elevam-se a uma grande altura e fazem a nossa vida ativa mais perfeita que a contemplativa, como ensinou o Doutor angélico, São Tomás de Aquino, que falou dos trabalhos dirigidos à saúde da alma, que vêm da contemplação". Servas de Jesus O serviço aos doentes tornou-se, assim, a oblação generosa das Servas de Jesus, seguindo o exemplo da sua Fundadora. Hoje, espalhadas pela Europa, América Latina e Ásia, as Servas procuram dar pão aos famintos, acolher os doentes e outros necessitados, criar centros para pessoas idosas, desenvolvendo sempre a pastoral da saúde e outras obras de caridade.  Oração Deus onipotente, que concedestes grande santidade à vossa serva santa Maria Josefa, concedei-nos a graça que humildemente vos pedimos, sobretudo a força para perseverar no amor de vosso Filho. Que vive e reina para sempre. Amém. Minha oração "A nossa santa rogamos a graça da saúde aos enfermos, mas também pedimos uma santa morte. Aos cuidadores, que seja concedido a força e o ânimo, o amor necessário para o ofício. E a nós pedimos a saúde do corpo e da alma." Santa Maria Josefa do Coração de Jesus, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 20 de março: Santo Arquipo, companheiro do apóstolo São Paulo, que o menciona nas suas epístolas a Filémon e aos Colossenses. Santos Paulo, Cirilo e outro, mártires em Antioquia, na Síria, atualmente na Turquia,  († data inc.) Santo Urbício, bispo em Metz, na Gália Bélgica, hoje na França.(† c. 450) Em Braga, cidade da Galécia, hoje em Portugal, São Martinho, bispo, oriundo da Panónia, na atual Hungria.(† c. 579) São Cutberto, bispo de Lindisfarne. Na ilha de Farne, na Nortúmbria, na atual Inglaterra. († 687) No mosteiro de Fontenelle, na Nêustria, atualmente na França, a deposição de São Vulfrano, que, sendo monge, foi eleito bispo de Sens. († c. 700) São Nicetas, bispo de Apolónia, na Macedónia. († 733) Santos vinte monges em Sena, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália. († 797) Beato Ambrósio Sansedóni, presbítero da Ordem dos Pregadores em Sena, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália. († 1287) São João Nepomuceno, presbítero e mártir em Praga, na Boémia, atualmente na Chéquia. († 1393) Beato Baptista Spagnóli, presbítero da Ordem dos Carmelitas na Mântua, na Lombardia, região da Itália. († 1516) Beato Hipólito Galantíni, que fundou a Irmandade da Doutrina Cristã em Florença, na Etrúria, atualmente na Toscana, região da Itália.(† 1619) Beata Joana Verón, virgem e mártir em Ernée, localidade do território de Mayenne, na França. († 1794) Beato Francisco de Jesus Maria e José (Francisco Palau Quer), presbítero da Ordem dos Carmelitas Descalços, em Tarragona, na Espanha.(† 1872) São José Bilczewski, bispo em L’viv, na Ucrânia, († 1923) Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano Liturgia das Horas Diretório de Liturgia da Igreja no Brasil [Ed CNBB 2022] Livro "Relação dos Santos e Beatos da Igreja" - Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007] Diretório da Congregação das Servas de Jesus da Caridade Imagem: Wikimedia Commons - Pesquisa: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São José e sua solenidade - o patrono da Igreja Universal

Origens Solenidade de São José, esposo da Santíssima Virgem Maria, homem justo, da descendência de David, que exerceu a missão de pai do Filho de Deus, Jesus Cristo, que quis ser chamado filho de José, e Jesus foi submisso como um filho ao seu pai. A Igreja venera, com especial honra, como seu patrono aquele a quem o Senhor constituiu chefe da sua família. Solenidade Em 1870, o Papa Pio IX declarou José como patrono da Igreja Universal e instituiu outra festa, uma solenidade com uma oitava, a ser realizada em sua homenagem na quarta-feira, na segunda semana após a Páscoa. A festa de 1870 foi substituída no Calendário Romano Geral do Papa Pio XII, em 1955, pela Festa de "São José Operário", a ser comemorada em 1º de maio. Essa data coincide com o Dia Internacional dos Trabalhadores, desde a década de 1890, e reflete o status de José como santo padroeiro dos trabalhadores. Magistério Em 1870, no Decreto QUEMADMODUM DEUS, o Papa Pio IX proclamou São José como Patrono da Igreja à Cidade e ao Mundo. Logo após, em 1871, o mesmo Papa, na INCLYTUM PATRIARCHAM, Carta Apostólica, concedeu as prerrogativas litúrgicas dos Patriarcas às festas de São José para Perpétua Memória. Em 1889, o Papa Leão XIII emitiu a encíclica Quamquam Pluries, em que pedia aos católicos que rezassem a São José, como patrono da Igreja, em vista dos desafios que a Igreja enfrenta. São José e o Plano da Redenção Cânon  Em 1989, por ocasião do centenário dos cultos de Quamquam Pluries, o Papa João Paulo II emitiu o Redemptoris Custos (Guardião do Redentor), que apresentava o papel de São José no plano de redenção, como parte dos "documentos de redenção" emitidos por João Paulo II. Em 1962, o Papa João XXIII inseriu o nome de José no cânon da missa, imediatamente após o da Virgem Maria. Em 2013, o Papa Francisco inseriu seu nome nas três outras orações eucarísticas. Justo A primeira definição de José, que encontramos no Evangelho de Mateus, é "homem justo". Diante da inexplicável gravidez da sua noiva, não pensa no próprio orgulho ou na sua dignidade ferida: pelo contrário, pensa salvar Maria da malvadez das pessoas, da lapidação à qual podia ser condenada. Ele não quis repudiá-la publicamente, mas deixá-la em segredo. Porém, um Anjo veio sugerir-lhe a escolha mais justa de não ter medo. "Não temas receber a Maria, tua esposa, porque o que nela está gerado é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus". Obediente e íntimo dos Anjos Um Anjo acompanha José nos momentos mais difíceis da sua vida; a sua atitude, diante das palavras do Mensageiro celeste, foi de confiante obediência: recebe Maria como sua esposa! E, depois do nascimento de Jesus, o Anjo volta a advertir-lhe sobre o perigo da perseguição de Herodes. Então, de noite, ele fugiu com a sua família para o Egito, um país estrangeiro. Ali, ele deveria começar tudo de novo e procurar um trabalho. E quando o Anjo volta, mais uma vez, para avisar-lhe da morte de Herodes, convidando-o a regressar para Israel, ele tomou consigo sua mulher e seu filho e se refugiou em Nazaré, na Galileia, sob a orientação do Anjo. São José: exemplo de simplicidade Carpinteiro e patrono dos trabalhadores Mateus, no capítulo 13, fala da sua profissão de carpinteiro, quando os habitantes céticos de Nazaré se perguntam: "Não será este o filho do carpinteiro"? Assim, ele ganha a confiança dos vizinhos. Veem-se nesse grande homem a virtude do trabalho santificado de modo sublime. Ele trabalha e ensina o menino Jesus no serviço. Por isso, se torna modelo para nós, em nossos ofícios. Pai putativo Sem dúvida alguma, José amou Jesus com toda a ternura que um pai tem por seu filho: tudo o que José fez foi proteger e educar o misterioso Menino, obediente e sábio, que lhe fora confiado. Educar Jesus: a imensa desconformidade de uma tarefa de dizer ao Filho de Deus o que é justo e o que é injusto. Deve ter sido difícil para ele, humanamente falando, ter que procurá-lo, com aflição, por três dias, no Templo, onde ele tinha ficado, sem avisar seus pais, para discutir com os doutores, e ter que ouvir daquele menino de doze anos: "Não sabias que devo ocupar-me das coisas do meu Pai?". Este é um tipo de perplexidade que todo pai sente quando percebe que seus filhos não lhes pertencem e que o destino deles está nas mãos de Deus, por isso ele é modelo de paternidade e intercessor dessas causas.  Patrono e Orações a São José Patrono dos moribundos Segundo a tradição, José teria morrido circundado por Jesus e Maria. Por esse motivo, é invocado também como protetor dos moribundos. Tal invocação deve-se a todos nós que gostaríamos de deixar esta terra tendo ao nosso lado Jesus e sua Mãe. Oração de Leão XIII a São José pela Igreja "A vós, São José, recorremos em nossa tribulação e, tendo implorado o auxílio de vossa santíssima esposa, cheios de confiança solicitamos também o vosso patrocínio. Por esse laço sagrado de caridade que vos uniu à Virgem Imaculada Mãe de Deus, e pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar favorável sobre a herança que Jesus Cristo conquistou com o seu sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso auxílio e poder. Protegei, ó guarda providente da Divina Família, o povo eleito de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício. Assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas, e assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus das ciladas do Inimigo e de toda adversidade. Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo e sustentados com o vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no céu a eterna bem-aventurança. Amém." Minha oração "Oh Glorioso São José, assuma-me também como teu filho adotivo. Contigo desejo experimentar a paternidade do Pai. Alimenta-me fisicamente e espiritualmente para que eu te imite no amor a Jesus e Maria para todo o sempre!" São José, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 19 de março: O martírio dos santos Sátiro, Saturnino, Revocato e Secundino,  em Cartago.(† 203) Martírio de Santo Eubúlio em Cesareia da Palestina.(† 309) Os santos bispos Basílio, Eugénio, Agatodoro, Elpídio, Etério, Capitão e Efrém, mártires em Quersoneso, na actual Ucránia. († c. s. IV) São Paulo o Simples, na Tebaida, região do Egipto. († s. IV) São Gaudioso, bispo em Bréscia, cidade do atual Lombardia, região da Itália. († s. V) Santo Ardão Smaragdo, presbítero no mosteiro de Aniane, na Septimania, atualmente na França. († 843) São Paulo, bispo em Prusa, cidade da Bitínia, na atual Turquia. († 850) Os beatos mártires João Larke e João Ireland, presbíteros, e Germano Gardiner, em Londres, na Inglaterra. († 1544) Santa Teresa Margarida Rédi, virgem,  em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália. († 1770) São João Baptista Nam Chong-sam, mártir em Seul, na Coreia.(† 1866) Os santos mártires Simeão Berneux, bispo, Justo Ranfer de Bretenières, Luís Beaulieu e Pedro Henrique Dorie, presbíteros da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, em Sai-Nam-Hte, também na Coreia. († 1866) Beato José Olallo Valdés, religioso da Ordem Hospitaleira de São João de Deus.  Em Camaguey, cidade de Cuba. († 1889) Beato Leónidas Fedorov, bispo e mártir em Kirov, cidade da Rússia. († 1935) Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano Liturgia das Horas Diretório de Liturgia da Igreja no Brasil [Ed CNBB 2022] Livro "Um santo para cada dia" - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] - Pesquisa: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

São Cirilo de Jerusalém, doutor da Igreja e príncipe dos catequistas

Origens São Cirilo de Jerusalém nasceu por volta do ano de 315 em Jerusalém ou em seus arredores. Pouco se sabe sobre sua infância e juventude, além de que ele cresceu num lar cristão, com uma vida financeira confortável. Recebeu uma sólida formação nas Sagradas Escrituras e em matérias humanísticas. Sacerdote aos 30 anos Ordenado sacerdote em 345, aos 30 anos, ele foi sagrado bispo de Jerusalém apenas três anos mais tarde, em 348. São Cirilo de Jerusalém viveu numa época em que a Igreja do Oriente estava envolvida em muitas controvérsias.  São Cirilo precisou enfrentar especialmente a heresia do arianismo. O arianismo basicamente negava a consubstancialidade entre Jesus e Deus Pai, ou seja, segundo os arianos, Jesus seria o filho de Deus, mas não o próprio Deus. Escritos valiosos São Cirilo deixou para a Tradição da Igreja diversos escritos, mas os mais famosos deles são as suas 24 catequeses, que estão entre os mais preciosos tesouros da antiguidade cristã. Suas catequeses foram escritas como parte da preparação dos catecúmenos para o batismo. Nela, incluem uma introdução, dezoito catequeses aplicadas durante a Quaresma e cinco "catequeses mistagógicas", que foram ministradas durante a semana de Páscoa para aqueles mesmos que receberam o batismo. São Cirilo de Jerusalém e o rigor à Doutrina Catequeses As catequeses são marcadas pelo rigor em relação à doutrina. A grande habilidade de São Cirilo em explicar conceitos complexos de forma simples e direta, facilita o entendimento. A título exemplificativo, vejamos como ele explica o significado da proclamação “Corações ao alto!”, na quinta catequese mistagógica: "Verdadeiramente, nesta hora mui tremenda, é preciso ter o coração no alto, junto de Deus, e não embaixo, na terra, nas coisas terrenas. Com autoridade, pois, o sacerdote ordena que, nesta hora, se abandonem todas as preocupações da vida e os cuidados domésticos e que se tenha o coração no céu, junto ao Deus benevolente." O capítulo das perseguições A vida de São Cirilo não se resumiu às suas brilhantes catequeses, ela foi também marcada por polêmicas e perseguições justamente por causa do arianismo. Acácio, um bispo muito influente na época, simpatizante do arianismo, teria nomeado São Cirilo bispo de Jerusalém imaginando que fosse tê-lo como aliado na defesa da heresia. Mantendo-se fiel à sã doutrina, São Cirilo foi perseguido e acabou enfrentando por três vezes o exílio. A primeira vez em 357, conforme disposto por um Sínodo em Jerusalém. A segunda em 360, por obra direta de Acácio. O último exílio foi em 367, o seu mais longo exílio, que durou 11 anos, por obra direta do imperador Valente, que também era ariano.  Com a morte do imperador, em 378, São Cirilo pôde finalmente voltar para a sua sede episcopal em ânimo definitivo. Participou em 381, do Concílio Ecumênico de Constantinopla, onde foi firmado o símbolo Niceno-Constatinopolitano. Proclamado Doutor da Igreja e o seu reflexo na atualidade Páscoa Em 386, provavelmente no dia 18 de março, São Cirilo morreu, aos 71 anos de idade. Em meio a muitas acusações de heresia, São Cirilo permaneceu fiel à Igreja de Cristo. Foi paciente nas perseguições e sua ortodoxia foi reconhecida a tal ponto que em 1882 o Papa Leão XIII o proclamou Doutor da Igreja.  Fontes de documentos atuais Além disso, duas importantes constituições dogmáticas do Concílio Vaticano II, a Lumen Gentium e a Dei Verbum, foram inspiradas em seus escritos. Sua repercussão na atualidade São Cirilo de Jerusalém ajuda, até hoje, cristãos de todo o mundo a mergulharem no mistério da fé, como tão bem expressou o Papa Bento XVI: O mistério que se deve desvendar é o desígnio de Deus, que se realiza através das ações salvíficas de Cristo na Igreja. Por sua vez, a dimensão mistagógica está acompanhada pela dos símbolos, que expressam a vivência espiritual que eles fazem "explodir". Assim, a catequese de Cirilo, com base nas três componentes descritas – doutrinal, moral e, por fim, mistagógica –, resulta numa catequese global no Espírito. A dimensão mistagógica atua como síntese das duas primeiras, orientando-as para a celebração sacramental, na qual se realiza a salvação do homem todo. Trata-se, em definitivo, de uma catequese integral, que envolvendo corpo, alma e espírito permanece emblemática também para a formação catequética dos cristãos de hoje. Exemplo de Vida e Oração Ação de Deus Olhando para a vida de São Cirilo, encanta-nos o que o Espírito Santo pode realizar na vida de quem se abre à graça de Deus: de um lado, um dom impressionante para transmitir a fé e a sã doutrina, por meio de catequeses que continuam atualíssimas até hoje; do outro lado, a paciência e a fortaleza para viver perseguido e não se render, não ceder ao desânimo nem ao cansaço. Mesmo que, imitando a Cristo, por tanto tempo não tenha tido um lugar onde reclinar a cabeça. Minha oração "Ajudai-nos, São Cirilo de Jerusalém, a buscarmos sempre mergulhar nos mistérios da fé, para que vivamos uma fidelidade à toda prova ao que Cristo nos ensinou. Ensinai-nos a suportar as perseguições, injúrias e falsas acusações com o coração limpo, sem temor, sem ódio, olhando apenas para Cristo que, crucificado, suportou muito mais perseguições, muito mais injúrias, muito mais falsas acuações. São Cirilo de Jerusalém, rogai por nós, para que sejamos fiéis a Deus como vós fostes, para que defendamos a verdade como vós defendestes, para que nos esforcemos para imitar a Cristo como vós imitastes." São Cirilo de Jerusalém, rogai por nós. Amém! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 17 de março: Santo Alexandre, bispo e mártir, que, tendo vindo da Capadócia para Jerusalém, exerceu o ministério pastoral nesta Cidade Santa. Fundou uma biblioteca e abriu escola. [† c. 250] São Frigdiano, bispo, natural da Irlanda, que congregou clérigos num mosteiro, para benefício do povo desviou o curso do rio Sérchio [† c. 588] São Leonardo, que viveu recluso numa pequena cela, onde resplandeceu pela sua admirável abstinência e humildade, na atual Fança [† c. 593] São Bráulio, bispo, que ajudou Santo Isidoro, de quem foi grande amigo, a restaurar a disciplina eclesiástica em toda a Hispânia e foi seu digno sucessor na eloquência e sabedoria [† 651] Santo Eduardo, rei dos Ingleses, dolosamente assassinado ainda jovem pelos servos da madrasta [† 978] Santo Anselmo, bispo de Lucca. [† 1086] São Salvador Grionesos de Horta, religioso da Ordem dos Frades Menores [† 1567] Beatos João Thules, presbítero, e Rogério Wrenno,  mártires de Cristo no reinado de Jaime I, na Inglaterra [† 1616] Beata Marta (Amata Le Bouteiller), virgem das Irmãs das Escolas Cristãs da Misericórdia [† 1883] Beata Celestina da Mãe de Deus (Maria Ana Donáti), virgem, fundadora da Congregação das Filhas Pobres de São José de Calasans, na Itália [† 1925] Fontes vatican.va e vaticannews britannica.com New Advent Catholic Encyclopedia - newadvent.org Arquidiocese de São Paulo ACI digital - Pesquisa e redação: José Leonardo Ribeiro Nascimento - Comunidade Canção Nova - Aracaju (SE) - Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São Patrício da Irlanda e sua couraça - reze agora mesmo!

Origens São Patrício nasceu na Grã-Bretanha por volta de 380. Oração, penitência e uma vida de entrega a Deus foram capacitando São Patrício a responder, em Cristo, diante das tribulações da vida. Os piratas Aos 16 anos, foi capturado e preso por piratas irlandeses. No perdão, na oração e na atenção de encontrar um espaço para a fuga, conseguiu fugir para a França, onde continuou seu discernimento na busca da vontade de Deus. Sacerdote e missionário Tornou-se sacerdote missionário, evangelizando na Inglaterra e na Irlanda. Já como bispo, salvou muitas almas através de seu testemunho de santidade, a ponto de tornar a antiga Irlanda toda católica, do empregado ao rei. São Patrício: Padroeiro da Irlanda Páscoa A história da Irlanda ficou marcada com a contribuição de São Patrício, que, através da construção que fez de diversos mosteiros, deixou nesse lugar a fama de "ilha dos mosteiros". Faleceu com cerca de 80 anos. A Couraça de São Patrício De acordo com a tradição, São Patrício escreve "A Couraça" por volta de 433 d.C., para invocar a proteção divina, depois de converter com êxito, do paganismo ao cristianismo, o rei irlandês e seus súditos.  Minha oração Submeta os anseios de sua alma a Cristo, rezando a oração da Couraça de São Patrício. A Couraça Levanto-me, neste dia que amanhece, Por uma grande força, a invocação da Trindade, Pela fé na Tríade, Pela afirmação da unidade Do Criador da criação. Levanto-me, neste dia que amanhece, Pela força do nascimento de Cristo e de seu batismo, Pela força de sua crucificação e sepultamento, Pela força de sua ressurreição e ascensão, Pela força de sua descida para o julgamento dos mortos. Levanto-me, neste dia que amanhece, Pela força do amor dos Querubins, Em obediência aos Anjos, A serviço dos Arcanjos, Pela esperança da ressurreição e do prêmio, Pelas orações dos Patriarcas, Pelas previsões dos Profetas, Pela pregação dos Apóstolos Pela fé dos Confessores, Pela inocência das Virgens santas, Pelos atos dos Bem-aventurados. Levanto-me, neste dia que amanhece, Pela força do céu: Luz do sol, clarão da lua, Esplendor do fogo, pressa do relâmpago, Presteza do vento, profundeza dos mares, Firmeza da terra, solidez da rocha. Levanto-me, neste dia que amanhece: Que a força de Deus me dirija, Que o poder de Deus me ampare, Que a sabedoria de Deus me guie, Que o olhar de Deus me vigie, Que o ouvido de Deus me ouça, Que a palavra de Deus me faça eloquente, Que a mão de Deus me guarde, Que o caminho de Deus me esteja à frente, Que o escudo de Deus me proteja, Que o exército de Deus me defenda Das armadilhas do demônio, Das tentações do vício, De todos os que me desejam mal, Longe e perto de mim, Agindo só ou em grupo. Conclamo, hoje, tais forças a me protegerem contra o mal, Contra qualquer força cruel que me ameace corpo e alma, Contra a encantação de falsos profetas, Contra as leis negras do paganismo, Contra as leis falsas dos hereges, Contra a arte da idolatria, Contra feitiços de bruxas e magos, Contra saberes que corrompem o corpo e a alma. Cristo guarde-me hoje Contra veneno, contra fogo, Contra afogamento, contra ferimento, Para que eu possa receber e desfrutar a recompensa. Cristo comigo, Cristo à minha frente, Cristo atrás de mim, Cristo em mim, Cristo embaixo de mim, Cristo acima de mim, Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda, Cristo ao me deitar, Cristo ao me sentar, Cristo ao me levantar, Cristo no coração de todos a quem eu falar, Cristo na boca de todos os que me falarem, Cristo em todos os olhos que me virem, Cristo em todos os ouvidos que me ouvirem. Levanto-me, neste dia que amanhece, Por uma grande força, pela invocação da Trindade, Pela fé na Tríade, Pela afirmação da Unidade, Pelo Criador da Criação. São Patrício, rogai por nós! Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 17 de março: Santos mártires em Alexandria, no Egito, que foram cruelmente assassinados [† c. 392] Santo Agrícola, bispo, que governou esta Igreja durante quase dez lustros e a consolidou com vários concílios, na atual França [† 580] Santa Gertrudes, abadessa, que, nascida de uma família muito ilustre, recebeu do bispo Santo Amando o sagrado véu das virgens e dirigiu com sabedoria o mosteiro construído por sua mãe [† 659] São Paulo, monge e mártir, que, por defender o culto das sagradas imagens, foi lançado às chamas na ilha de Chipre [† c. 770] Beato Conrado, que levou vida eremítica na Palestina, habitando até à morte numa miserável gruta, na Itália [† c. 1154] São João Sarkander, presbítero e mártir, que, sendo pároco de Holesov e recusando revelar segredos da confissão, foi condenado ao suplício da roda e encerrado ainda com vida no cárcere, onde morreu um mês depois, na atual Chéquia [† 1620] São Gabriel Lalemant, presbítero da Companhia de Jesus, que, depois de ter difundido com grande zelo a glória de Deus no idioma do povo, foi violentamente torturado por adoradores dos ídolos com crudelíssimos suplícios. A sua memória celebra-se no dia onze de Outubro, juntamente com a dos seus companheiros, no Canadá [† 1649] Beata Maria Bárbara da Santíssima Trindade (Bárbara Maix), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria no Brasil [† 1873] Beato João Nepomuceno Zegri y Moreno, presbítero, que consagrou o seu ministério ao serviço da Igreja e das almas e, para melhor procurar a glória de Deus Pai em Cristo, fundou a Congregação das Irmãs da Caridade de Nossa Senhora das Mercês, na Espanha [† 1905] Fontes: vaticannews.va Martirológio Romano Liturgia das Horas blog.cancaonova.com/livresdetodomal padrepauloricardo.org - Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova