17 jul 2024

Beato Inácio de Azevedo e companheiros mártires 

Origens

Nasceu em Portugal, no Porto, em 1527, filho de D. Emanuel e Dona Vielante, ambos descendentes de famílias lusitanas ricas e nobres. Recebeu cuidadosa educação e tornou-se o administrador dos bens familiares aos 18 anos de idade. 

Companhia de Jesus

Após um retiro realizado em Coimbra, decidiu-se pela vida religiosa, entrando na Companhia de Jesus em 1548; era a idade dos grandes ideais, dos sonhos e das grandes esperanças. Revelou-se logo excelente religioso; suas austeridades tiveram de ser moderadas pelo seu provincial, o padre Simão Rodriguez. Não terminara, aos 26 anos de idade, o seu curso de teologia, quando foi nomeado reitor do Colégio Santo Antônio em Lisboa.

Tornou-se vice-provincial em 1556. Depois de terminados seus estudos, foi mandado a Braga para assessorar o bispo da cidade na reforma da diocese. Mais tarde, foi eleito por sua comunidade para ir a Roma para a eleição do novo responsável Geral. 

Vida missionária

Assim, em 1565, este Geral, que outro não foi senão são Francisco Borja, confiou a Inácio a inspeção das missões das Índias e do Brasil. Essa visita durou cerca de três anos. A evangelização do Brasil começara há apenas 16 anos, mas a Companhia de Jesus já estava em sete tribos do interior e no litoral possuía escolas e seminários. Em seu relatório, Inácio pedia reforços. São Francisco de Borja ordenou-lhe que recrutasse em Portugal e na Espanha elementos para o Brasil, e que os chefiasse.

Após cinco meses de exercícios religiosos e preparativos, partiram, a 5 de junho de 1570, Azevedo e 39 companheiros, no navio mercante São Tiago. Trinta outros seguiam num barco de guerra da esquadra comandada por Dom Luís de Vasconcelos, então governador do Brasil. Oito dias depois, alcançavam a ilha da Madeira, onde Dom Luís decidiu permanecer a fim de esperar ventos mais favoráveis. Mas o capitão de São Tiago preferiu demandar às ilhas Canárias, apesar de se falar em perigosos piratas, sobretudo franceses. 

Os mártires

São Tiago, perto da Grande Canária, antes de seguir para Las Palmas, onde faria escala, ancorou num pequeno porto, onde Inácio foi aconselhado a deixar o barco. Todavia, inspirado talvez por Deus, o bem-aventurado preferiu permanecer a bordo. Deixando o pequenino ancoradouro, a nau alcançou o alto-mar, onde foi alcançada pelo corsário francês Jacques Sourie, que partira de La Rochelle para capturar os jesuítas.

Após séria luta corpo a corpo, São Tiago foi dominado pelos calvinistas; Sourie declarou salvar a vida de todos os sobreviventes com exceção dos jesuítas; estes foram então friamente degolados, com exceção de um, o cozinheiro, que foi tomado como escravo e era coadjutor temporâneo. Mas o número de mártires foi 40, pois degolaram também um postulante, recrutado durante a viagem. Assim morreu Inácio de Azevedo. De seus 40 companheiros de martírio, nove eram espanhóis e os demais portugueses. O culto desses mártires foi confirmado por Pio IX em 1854.

A minha oração

“Rogamos aos mártires que nos ajudem a anunciar a Palavra de Deus com coragem e com um espírito missionário sempre fortificado. Pelo testemunho deles, possamos ser homens e mulheres evangelizadores por Cristo Nosso Senhor. Amém!”

Bem-aventurados Mártires, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 17 de Julho

  • Em Cartago, na hodierna Tunísia, o dia natal dos santos mártires cilitanos – Esperato, Narzal, Citino, Vetúrio, Félix, Aquilino, Letâncio, Januária, Generosa, Véstia, Donata e Segunda. († 180)
  • Em Amástris, na Paflagónia, na hodierna Turquia, São Jacinto, mártir. († c. s. III)
  • Em Sevilha, na Bética, província da Hispânia, as santas Justa e Rufina, virgens. († c. 287)
  • Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, Santa Marcelina, virgem, irmã de Santo Ambrósio. († s. IV f.)
  • Em Roma, na igreja situada no monte Aventino, celebra-se um homem de Deus chamado Aleixo. († s. IV)
  • Em Auxerre, na Gália Lionense, atualmente na França, São Teodósio, bispo. († s. VI)
  • Em Pavia, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Enódio, bispo. († 521)
  • Em Deurne, próximo de Antuérpia, no Brabante, região da Austrásia, atualmente na Bélgica, São Fredegando, monge. († s. VIII)
  • No mosteiro de Winchelcombe, na Mércia, região da Inglaterra, São Kenelmo, príncipe da Mércia, que é considerado mártir. († c. 812)
  • Em Roma, junto de São Pedro, São Leão IV, papa, defensor da cidade e apologista do primado de Pedro. († 855)
  • Em Stockerau, no território de Viena, na Baviera, atualmente na Áustria, São Colomano. († 1012)
  • Em Nitra, junto ao rio Waag, nos montes Cárpatos, em território da atual Eslováquia, os santos André ou Zoerardo e Bento, eremitas. († 1031 e 1034)
  • Em Cracóvia, na Polônia, Santa Edviges, rainha, que, nascida na Hungria. († 1399)
  • Em Paris, na França, as beatas Maria Madalena Claudina Lidoine (Teresa de Santo Agostinho) e quinze companheiras, virgens do Carmelo de Compiègne e mártires. († 1794)
  • Em Zhujiaxiezhuang, próximo de Shenzian, no Hebei, província da China, São Pedro Liu Ziyu, mártir. († 1900)
  • Em Leopoldov, na Eslováquia, o Beato Paulo Gojdich (Pedro Gojdich), bispo e mártir. († 1960)

Fontes:

  • vatican.va e vaticannews.va
  • Martirológio Romano – liturgia.pt
  • Liturgia das Horas
  • Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
  • Um Santo para cada dia, Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini

– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova

– Produção e edição: Catarina Xavier – Comunidade Canção Nova

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