Santos

Santo Antônio Maria Gianelli, os pobres, as almas e a santidade do clero

Resumo Religioso, Bispo de Bobbio, fundou a Congregação das Filhas de Maria Santíssima do Horto e brilhou pelo empenho e exemplo brilhante de dedicação às necessidades dos pobres, à salvação das almas e na promoção da santidade do clero. Nascimento e vocação Antônio Maria Gianelli nasceu em Cereta, perto de Chiavari, na província de Gênova, em 12 de abril de 1789. Entrou no seminário aos 19 anos e foi ordenado sacerdote quatro anos depois. Professor de letras e retórica, para receber o novo bispo, Lambruschini, organizou, em Gênova, uma peça intitulada "A reforma do seminário" que teve um eco notável.  Fundador De 1826 a 1838, foi pároco em Chiavari. Este período é marcado por uma série de inovações pastorais e pela criação de várias instituições, como o próprio seminário. Sob o inusitado nome de "Sociedade Econômica", foi criada uma instituição cultural e assistencial confiada por Dom Gianelli "aos cuidados das Damas da Caridade" para a educação gratuita das meninas pobres: uma caridade que confia às Damas da Caridade. É o primeiro passo para as Filhas de Maria Santíssima do Horto. Episcopado e dedicação ao clero Em 1838, foi eleito bispo de Bobbio. Ajudado pelos lígures, ele reconstruiu sua congregação com o nome de Oblatos de Santo Afonso. Morreu em 7 de junho de 1846; dois anos antes, havia criado uma pequena congregação missionária para pregar ao povo e organizar o clero, sendo um grande atuante na formação da Igreja. Foi canonizado por Pio XII.   Papa João Paulo II, discurso aos Jovens de Gianelli Homem inteligente e clarividente, culto e sensível às correntes ideológicas da época, sabia muito bem que a meditação pessoal das Verdades reveladas por Jesus pode criar convicções firmes que formam consciências e iluminam as mentes. A meditação, de fato, ajuda a manter vivo o contato com o Senhor, fortalece a vontade, traz à tona os defeitos que devem ser corrigidos, eleva o tom da vida, faz respirar uma atmosfera mais elevada e serena. A minha oração Pedimos ao nosso santo que ensine o caminho da meditação e que, através desta, possamos ser usados pelo Senhor no serviço pastoral, no trabalho cotidiano. Que o seu exemplo e virtude sejam sempre caminho de esperança e caridade para nós, por Cristo nosso Senhor. Amém! Santo Antônio Maria Gianelli, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em junho: São Colmano, na Hibernia, atual Irlanda, bispo e abade do mosteiro de Dromore por ele fundado. († s. VI) Santos mártires Pedro, presbítero, Valabonso, diácono, Sabiniano, Vistremundo, Habêncio e Jeremias, monges, em Córdova, na Andaluzia, região da Hispânia. († 851) São Roberto, abade, em Newminster, na Nortúmbria, região da Inglaterra, da Ordem Cisterciense, fundou com doze companheiros este cenóbio, do qual irradiou em breve tempo a fundação de três famílias de monges. († 1159) Beata Ana de São Bartolomeu, em Antuérpia, no Brabante, actualmente na Bélgica, a virgem da Ordem da Carmelitas Descalças. († 1626) Beata Maria Teresa de Soubiran La Louvière, em Paris, na França, a virgem, fundou a Sociedade de Maria Auxiliadora, da qual foi expulsa, passando o resto da sua vida em profunda humildade. († 1889) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007] - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Catarina Xavier - Comunidade Canção Nova

São Norberto, apóstolo da Eucaristia

Família nobre e vida mundana Norberto nasceu numa família de nobres por cerca do ano 1080, em Gennep ou Xanten, no norte da Renânia (atual Alemanha). Ainda criança, foi apresentado ao Capítulo da Catedral de São Vítor em Xanten, onde, mais tarde, foi ordenado subdiácono. O Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Henrique V, notou o carisma e os dons de Norberto, nomeando-o como seu conselheiro pessoal na corte imperial. Ali, Norberto viveu uma vida mundana. Mudança de Vida No ano de 1115, após cair do seu cavalo e quase morrer numa tempestade, Norberto se arrependeu e assumiu uma vida de penitência. Ordenado diácono e sacerdote no mesmo dia, ele peregrinou pelo país, pregando a Palavra de Deus, denunciando os abusos dos clérigos e reconciliando inimigos. Uma das mais antigas pinturas de Norberto o retratam com o livro dos Evangelhos e um ramo de oliveira representando a paz. Criticado e perseguido pelos membros da hierarquia, Norberto solicitou e obteve a aprovação do Papa Gelásio II como pregador itinerante. Fundador Mais tarde, o Papa Calixto II o encorajou a fundar uma comunidade religiosa na diocese de Laon, no norte da França. Ali, no vale desolado e de difícil acesso de Prémontré, no norte da França, na noite de Natal do ano de 1121, Norberto fundou sua ordem religiosa, a Ordem dos Cônegos Regulares Premonstratenses. Ele escolheu a Regra de Santo Agostinho, tornando-se um dos mais ávidos reformadores do seu tempo. A comunidade era marcada pela vida austera, pela pobreza e pela intensa vida litúrgica e de oração, mas, acima de tudo, pela completa fidelidade ao ideal de vida comunitária retratado na Regra de Agostinho. Episcopado Embora relutante, em 25 de julho de 1126, Norberto foi ordenado arcebispo de Magdeburgo e deixou a liderança de sua Ordem aos cuidados de Hugo de Fosses, para trabalhar no pastoreio dessa vasta arquidiocese na fronteira nordeste do Sacro Império Romano-Germânico. Durante seus anos como arcebispo, Norberto lutou energicamente pela liberdade da Igreja em relação aos príncipes e provou-se como ardente defensor do Romano Pontífice. Ele foi indispensável na deposição do antipapa Anacleto II e no retorno do Papa Inocêncio II à Sé Petrina. Enfraquecido pelos vários trabalhos e viagens, Norberto retornou à Magdeburgo, onde morreu em 06 de junho de 1134.  Apóstolo da Eucaristia Como “Apóstolo da Eucaristia”, a reverente contemplação de Norberto fixa-se no ostensório em sua mão direita. Muitos dos milagres atribuídos a São Norberto ocorreram no contexto do Santo Sacrifício da Missa: milagres de cura, de exorcismo e de reconciliação. De fato, São Norberto insistia em celebrar a missa antes de assumir qualquer trabalho, pois tão grande era a sua fé no poder da Eucaristia. No início de sua conversão, quando ele abriu mão de literalmente tudo que possuía, ele reteve consigo apenas os artigos necessários para a celebração da Missa enquanto ele viajava a pé pela Europa. Era de tal forma, que ele podia celebrar a Eucaristia diariamente — embora não fosse uma prática comum na época um sacerdote celebrar tão frequentemente, apenas nos domingos. O ostensório realmente só entrou em uso muito depois, mas, durante os tempos conturbados da revolta protestante, ele se tornou uma expressão artística da tão conhecida devoção Eucarística de São Norberto. A minha oração "Grande bispo e pastor das almas, ajudai-nos a viver com sinceridade e verdade os sacramentos, tendo como centro da nossa vida a Eucaristia. Que Jesus seja cada dia mais amado e adorado, e nós sejamos seus fiéis seguidores. Amém!" São Norberto , rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 06 de junho: Santos Artémio e Paulina, mártires, na Via Aurélia, Roma. († c. s. IV) São Bessarião, anacoreta, que viveu como mendigo, em Cete, no Egipto. († s. IV) São Cerázio, bispo, em Grenoble, na Borgonha, atualmente na França, († c. 452) Santo Eustórgio II, bispo, em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália. († 518) São Jarlat, bispo, na Irlanda. († c. 550) São Cláudio é venerado como bispo e abade do mosteiro de Condat, no maciço do Jura, na Borgonha, região da França. († c. 703) Santo Alexandre, bispo de Fiésole, no território de Bolonha, na Emília-Romanha, região da Itália. († 823) Santo Hilarião, em Istambul na Turquia, presbítero e hegúmeno do mosteiro de Dalmácio. († 845) São Colmano, bispo, nas ilhas Órcades, ao largo da Escócia. († c. 1010) Beato Falcão, abade, no mosteiro de Cava de’ Tirréni, na Campânia, região da Itália. († 1146) São Gilberto, abade da Ordem Premonstratense, em Clermont-Ferrand, na Aquitânia, região da França. († 1152) Beato Beltrão, bispo de Aquileia e mártir, em Údine, no Friúli-Venézia Giúlia, região da Itália. († 1350) Beato Lourenço de Másculis de Villamagna, em Ortona, nos Abruzos, também região da Itália, o presbítero da Ordem dos Frades Menores. († 1535) Beato Guilherme Greenwood, em Londres, mártir, da Cartuxa. († 1537) São Marcelino Champagnat, presbítero da Sociedade de Maria, que fundou o Instituto dos Pequenos Irmãos de Maria, em Saint-Chamond, cidade do território de Lião, na França, († 1840) Santos mártires Pedro Dung e Pedro Thuan, pescadores, e Vicente Duong, agricultor, em Luong My, cidade do Tonquim, hoje no Vietnam. († 1862) São Rafael Guizar Valência, bispo de Vera Cruz no México, na Cidade do México. († 1938) Beato Inocêncio Guz, presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais e mártir, em Sachsenhausen, na Alemanha. († 1940) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007] site Abadia de São Norberto - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Catarina Xavier - Comunidade Canção Nova

São Bonifácio, apóstolo da Alemanha

Bonifácio, seu nome verdadeiro Vinfrido (Wynfrith ou Winfrid; com o mesmo significado em anglo-saxão), e cognominado Apóstolo dos Germanos. Percurso formativo Nasceu em Crediton, no condado de Devon, no sudoeste da Inglaterra, filho de uma família abastada; foi contra a vontade do pai quando, ainda muito jovem, escolheu a vida monástica. Estudou teologia nos mosteiros beneditinos de Adescancastre, perto de Exeter, e de Nursling, entre Winchester e Southampton, tendo por mestre, neste último, o abade Winbert, e acabou tornando-se professor no mosteiro. Foi ordenado padre aos 30 anos. Escreveu a  primeira gramática de latim produzida na Inglaterra. Enviado pelo Papa Em 716, deslocou-se, como missionário, à Frísia, para ajudar São Vilibrordo na conversão dos Frísios, habitantes locais que falavam um idioma semelhante ao anglo-saxão com que ele pregava, mas os seus esforços redundaram em nada a partir do momento em que se declarou a guerra entre Carlos Martel, prefeito do palácio do reino dos Francos, e Redebaldo I dos Frísios. Retornou, por isso, ao seu mosteiro de Nursling. Seu segundo deslocamento ao continente europeu iniciou-se em 718. Foi a Roma, onde conheceu o Papa Gregório II. A fim de demonstrar a sua submissão à Diocese de Roma, o Papa lhe deu o nome de Bonifácio, tradução literal de Vinfrido, e foi enviado à Germânia, com a missão de evangelizar e de reorganizar a Igreja nessa região ainda bárbara. Ao longo dos cinco anos seguintes, Bonifácio viajou por territórios que modernamente fazem parte dos Estados alemães de Hessen, Turíngia, e ainda pela região neerlandesa da Frísia. Bispado como marco histórico 30 de novembro de 722, foi feito bispo de todos os territórios da Germânia que ele trouxera para as mãos da Igreja. Um acontecimento-chave da sua vida ocorreu em 723, quando derrubou o carvalho sagrado dedicado ao deus Thor, perto da moderna cidade de Fritzlar, no norte do Hesse, e construiu uma pequena capela no local onde hoje se ergue a catedral de Fritzlar, e onde se viria a estabelecer a primeira sede de bispado na Alemanha ao norte do antigo limes romano, junto do povoado fortificado franco de BuraBurgo, numa montanha próxima da cidade, junto do rio Éder. Este acontecimento é considerado como o início formal da cristianização da Germânia. Em 732, deslocou-se de novo a Roma para comunicar ao Papa os eventos ocorridos desde o último encontro, e Gregório III conferiu-lhe o pálio, como sinal da investidura no arcebispado, tendo autoridade sobre toda a Germânia. Bonifácio partiu de novo para a Alemanha e batizou centenas de saxões. Primeiro Arcebispado Durante a sua visita a Roma, em 737-738, foi formalmente feito o legado papal para a Germânia. Em 745, elevou Mogúncia à condição de Sé metropolitana, onde se estabeleceu como seu primeiro arcebispo. Posteriormente, partiu em direção à Baviera, onde estabeleceu os bispados de Salzburgo, Ratisbona, Freisinga e Passau. Em 742, um dos seus discípulos, Estúrmio, fundou a Abadia de Fulda, não muito longe de Fritzlar. Embora Estúrmio seja o fundador oficial, Bonifácio esteve muito envolvido na constituição da nova abadia. Nos territórios francos, do Hesse e da Turíngia, Bonifácio fundou as dioceses de Buraburgo, Würzburgo e Erforte; ao ser ele a designar os bispos de cada uma das dioceses, pôde consolidar a sua independência face aos poderes senhoriais dos carolíngios. Apesar disso, continuou a organizar sínodos provinciais anuais no reino dos francos, tendo em vista a reorganização eclesiástica do mesmo, mantendo embora uma turbulenta relação com o novo rei dos francos, Pepino o Breve, que viria a coroar em Soissons em 751. Morreu pela evangelização Bonifácio jamais perdeu a esperança de converter os frísios, e, em 754, retomou à Frísia com um pequeno grupo de seguidores. Batizou um grande número de pagãos e marcou um encontro para a confirmação dos novos batizados num local perto de Dokkum, entre Franeker e Groninga. Contudo, em vez dos seus convertidos, um bando de pagãos armados apareceu e assassinou o arcebispo Bonifácio. Os seus restos mortais viriam a ser enterrados na abadia de Fulda (atual Catedral de Fulda). São Bonifácio foi declarado santo e mártir pelas Igrejas Católica Romana e Ortodoxa Oriental, sendo celebrado a 5 de junho, data da sua morte.  Reconhecimento Papal O Papa Pio XII, na Encíclica Ecclesiae fastos, de 5 de junho de 1954, dirigida às igrejas da Inglaterra, Alemanha, Áustria, França, Bélgica e Holanda comemorou o XII centenário da morte deste bispo e mártir. A minha oração São Bonifácio, grande pai dos povos germânicos, nós pedimos para eles a graça de uma nova conversão, uma restauração. Protegei-os, defendei-os da morte eterna, inclusive das astúcias do mal, e aos seus descendentes as graças necessárias.  São Bonifácio, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 5 de junho: No Egito, os santos Marciano, Nicandro, Apolónio e companheiros, mártires. († s. III) Em Tiro, na Fenícia, hoje no Líbano, São Doroteu, bispo. († s. IV) Em Arvena, na Aquitânia, hoje Clermont-Ferrand, na França, Santo Ilídio, bispo. († 384) Em Como, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Eutíquio, bispo. († 539) Em Dokkum, na Frísia, na hodierna Holanda, Santo Eubano, bispo, Adelário e nove companheiros, mártires que, juntamente com São Bonifácio, foram coroados no mesmo combate glorioso. († 754) Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, o Beato Sancho, mártir. († 851) Em Assérgi, nos Abruzos, região da Itália, São Franco, eremita. († s. XII) Em Ciano, perto de Mileto, na Calábria, também região da Itália, São Pedro Spanò, eremita. († s. XII) Em Shiki, no Japão, o Beato Adão Arakawa, pai de família e mártir. († 1614) Em Hanói, no Tonquim, hoje no Vietnã, São Lucas Vu Ba Loan, presbítero e mártir. († 1840) Em Tang Gia, também no Tonquim, os santos Domingos Toai e Domingos Huyen, mártires, pais de família e pescadores. († 1862) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007] Catholic Encyclopedia, vol II, 1913. Francis Mershman. - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Catarina Xavier - Comunidade Canção Nova

São Carlos Lwanga e companheiros, "queremos rezar até a morte"

Padroeiro da Juventude Africana Atraído pelos Missionários da África, chamados de "Padres brancos", fundados pelo Cardeal Lavigerie, Carlos Lwanga, que pertencia ao clã Ngabi, foi alcançado pela força do Evangelho em 1885. Ele se tornou o chefe dos jovens pajens que serviam a corte do rei Mwanga em Uganda, na África, que há pouco haviam se convertido, sendo ele um exemplo e um incentivador desses fiéis seguidores da fé católica. E recebendo em 1934, pelo Papa Pio IX, o título de Padroeiro da Juventude Africana. Evangelização na África Devido às diferenças culturais e aos sofrimentos decorrentes da colonização, a evangelização na África foi um processo doloroso. Os missionários tinham que ser homens verdadeiramente de Deus, de caridade, para que não fossem confundidos com os colonizadores. Pouco tempo depois da entrada dos padres que foram causa da conversão de Carlos e seus companheiros, o rei se revoltou e decretou pena de morte para os que rezassem. "Exemplo de morte" Um pajem de dezessete anos, chamado Dionísio, foi visto ensinando religião. Assim, de próprio punho, o rei atravessou seu peito com uma lança, deixou-o agonizando por toda a noite, e só permitiu sua decapitação na manhã seguinte. Usou este exemplo para avisar que mandaria matar todos os que rezavam. Preparação para a morte Diante de toda essa situação, Carlos, depois de muito se preparar junto com seus companheiros, batizando os que ainda não haviam sido batizados, apresentou-se diante do rei com o firme propósito de não negar a fé, seguido de outros quinze, quando, em sua corte, o rei separou os pajens entre os que rezavam e os que não rezavam: “Todos aqueles entre vocês que não têm intenção de rezar podem ficar aqui ao lado do trono; aqueles, porém, que querem rezar reúnam-se contra aquele muro”. “Mas vocês rezam de verdade?”, perguntou o rei. “Sim, meu senhor, nós rezamos realmente”, respondeu em nome de todos, Carlos. “E querem continuar rezando?”   “Sim, meu senhor, até a morte”. “Então, matem-nos”, decidiu bruscamente o rei, dirigindo-se aos algozes. Pureza  Além do ódio à religião, acredita-se que o rei também estava movido pelo ódio a Santa Pureza, já que essa formação de pajens, muitas vezes, eram obrigados a satisfazer os desejos impuros do rei. Prisão e Martírio Para aumentar o sofrimento dos condenados, foram transferidos para uma prisão em Namugongo, sofrendo ultrajes e violência durante todo o caminho pelos soldados do rei. Em 3 de junho de 1886, na expectativa de evitar mais conversões, o rei decretou a mortes de Carlos, que foi queimado vivo diante de todos. Dirigindo suas últimas palavras a um dos jovens que viriam a morrer com ele: “Pegarei na tua mão. Se tivermos que morrer por Jesus, morreremos juntos, de mãos dadas". Fé fecunda A tentativa foi frustrada: seguindo o irmão na fé, nenhum deles - jovens de até vinte anos - renegou, até que, em 1887, o último deles morreu afogado, como parte dos corajosos mártires de Uganda, na África. Todos rezaram até o fim. E um deles dizia ao morrer: “Uma fonte, que tem muitas fontes, jamais secará. Quando nós não existirmos mais, outros virão depois de nós". Beatificação e Canonização São Carlos Lwanga e os 22 mártires de Uganda foram beatificados, em 1920, por Bento XV. E, 30 anos depois de declarado Padroeiro da Juventude Africana, o Papa Paulo VI, em 1964, canonizou esse grupo de mártires. A minha oração Meu Jesus, ensina-me a testemunhar a fé como o fizeram estes servos fiéis Teus. Que, enquanto eu viver, o Senhor me conceda a graça da oração constante, da perseverança nos Teus ensinamentos e do amor à Tua Santa Pureza. Que eu possa ser parte dessa fonte que nunca deixa de jorrar a Tua água que é fonte de libertação e salvação. Conceda-me, Jesus, pela intercessão de São Carlos e de todos os seus jovens companheiros, uma fé muito além do meu entendimento e um coração abandonado à Tua vontade. Assim seja! São Carlos Lwanga e companheiros, rogai por nós! Outros santos e santas celebrados em 03 de junho: São Cecílio, na atual Tunísia, presbítero, que conduziu São Cipriano à fé de Cristo. († s. VI) Santo Hilário, em Carcassonne, actualmente na França, atualmente na França, que é considerado o primeiro bispo desta cidade, no tempo em que os Godos difundiam nesta região a heresia ariana.(† s. VI) Santa Clotilde, rainha, na atual França, cujas orações induziram o seu esposo Clodoveu, rei dos Francos, a abraçar a fé de Cristo; depois da morte do seu esposo, recolheu-se na basílica de São Martinho, para não mais ser considerada como rainha, mas serva de Deus. († 545) São Lifardo, presbítero, também na atual França, que levou vida eremítica. († s. VI) Santa Oliva, virgem, Em Anágni, na Campânia, região da Itália. († s. VI/VII) São Coengeno ou Quevino, na Irlanda, abade, que fundou um mosteiro, no qual, segundo a tradição, foi pai e diretor de muitos monges. († 622) São Gens, bispo de Clermont, na atual França, cujo corpo foi sepultado em Manglieu, na igreja do mosteiro por ele construído com o hospício anexo. († c. 650) Santo Isaac, mártir, em Córdova, região da Espanha que, sendo monge, desceu do mosteiro de Tábanos à praça pública para discutir com sobre a verdadeira religião e foi por isso condenado à morte. († 851) São Davino, hoje na Toscana, região da Itália, que, de origem armena, vendeu todos os bens e se fez peregrino por Cristo, até que, depois de visitar a Terra Santa e a basílica dos Apóstolos, morreu atingido pela enfermidade. († 1051) São Morando, na atual Suiça, monge, natural da Renânia, que, ordenado presbítero, fez a peregrinação a Compostela e, ao regressar, se tornou monge de Cluny, fundando depois o mosteiro onde concluiu a sua intensa vida. († 1115) Beato André Caccióli, na Umbria, região da Itália, o primeiro presbítero agregado aos Frades Menores, que recebeu o hábito da Ordem das mãos de São Francisco e assistiu à sua morte.(† 1254) São Cono, na região da Itália, monge, que na sua irrepreensível observância monástica e inocência de vida, pela graça de Deus, em breve tempo chegou ao grau mais sublime das virtudes. († s. XIII) Beato Francisco Ingleby, na Inglaterra, presbítero e mártir, que, depois de ter estudado no Colégio dos Ingleses em Reims, por exercer o sacerdócio na sua pátria, foi conduzido, no reinado de Isabel I, ao suplício do patíbulo. († 1580) São João Grande, na região da Espanha, religioso da Ordem de São João de Deus, que resplandeceu pela sua grande caridade para com os presos, os abandonados e os marginados e morreu contagiado pela peste dos doentes que tratava. († 1600) Beato Carlos Renato Collas de Bignon, na França, presbítero da Sociedade de São Sulpício e mártir, que era Reitor do Seminário Menor de Bourges, quando, durante a Revolução Francesa, por causa do sacerdócio, foi encarcerado numa galera e morreu coberto de chagas infecciosas. († 1794) São Pedro Dong, no Vietnã, mártir, pai de família, que preferiu sofrer atrozes tormentos a pisar a cruz e, porque quis gravar na sua face as palavras “verdadeira religião” em vez de “falsa religião”, foi degolado no tempo do imperador Tu Duc. († 1862) Beato José Oddi (Diogo), próximo à Roma, religioso da Ordem dos Frades Menores, insigne pela sua intensa oração e simplicidade de vida. († 1919) O falecimento de São João XXIII, Papa, cuja memória se celebra no dia 11 de outubro. Fontes: Martirológio Romano Arquisp Vaticannews Padrepauloricardo.org Paulus – Pesquisa e redação: Catarina Xavier – Comunidade Canção Nova

Santos Nereu, Aquiles e Pancrácio, mártires

“Todas as estradas levam para Roma”, diz um provérbio, e de Roma saem algumas das mais célebres estradas do mundo. Em duas dessas estradas, a sudeste e oeste, a Ardeatina e a Aurélia, foram sepultados os mártires Nereu, Aquiles e Pancrácio. Embora recordados os três no mesmo dia, 12 de maio, o culto deles foi sempre separado, como dizem os compiladores do novo calendário: “A memória dos santos Nereu e Aquiles e a memória de são Pancrácio são celebradas separadamente com formulários próprios segundo uma antiga tradição romana. Ao contrário, a memória de santa Domitila, introduzida no Calendário romano em 1595, deve ser cancelada, pois o seu culto não encontra fundamento algum na tradição”. Isso resolve também a questão da época em que Nereu e Aquiles deram seu testemunho. O Papa Dâmaso, que pouco depois da metade do século IV falava com absoluta segurança dos dois mártires, refere que viveram no fim do século III e morreram durante a perseguição militar com a qual se iniciou a “era dos mártires” (de Diocleciano). Eles eram levados à força ao tribunal de um “tirano”. Aí aplicavam as ordens de tortura e de execução dos “rebeldes” cristãos, até que atingidos pela coragem e constância dos mártires cristãos decidiram seguir seu exemplo. Privados das insígnias militares, foram por sua vez conduzidos ao suplício que enfrentaram com coragem e alegria. A gravura que representa Santo Aquiles atingido pelo verdugo é considerada a mais antiga representação que ficou de martírio. Abandona-se, assim, o que referia uma tardia e lendária paixão do século VI, que unia a tradição do martírio de Nereu e Aquiles com os de Petronila e Domitila, respectivamente filha de São Pedro e sobrinha do imperador Domiciano. Também a história de Pancrácio, martirizado ainda muito jovem sob Diocleciano, foi enriquecida de tantos elementos lendários pela sua tardia Paixão, que é muito difícil separar os reais acontecimentos históricos deste que foi um dos santos mais populares não só em Roma como também em toda a Itália e ainda no exterior: é o patrono da Juventude de Ação Católica e dedicaram-lhe igrejas e mosteiros: a de Roma foi fundada por são Gregório Magno e a de Londres por santo Agostinho de Canterbury (a são Pancrácio é dedicada também uma estação do metrô de Londres, e inglês era Wiseman, que fez de São Pancrácio uma das personagens principais de Fabíola). A lenda o tornou vigoroso vingador da veracidade dos juramentos. Sua basílica era uma das estações quaresmais. Extraído do livro: Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

Beata Madalena Caterina Morano, virgem das Filhas de Maria Auxiliadora

[caption id="attachment_13481" align="aligncenter" width="300"] Virgem e Religiosa[/caption] Origens Beata Madalena Caterina nasceu em Chieri, na região de Turim, Itália, no dia 15 de novembro de 1847. De uma família numerosa, é a sexta de oito filhos. Nos anos de 1855, seu pai faleceu quando já haviam falecido cinco de seus filhos, os irmãos de Madalena. Juventude Madalena, no mesmo ano de falecimento de seu pai, com apenas oito anos de idade, começou a trabalhar com o tear. Aos dez anos, sentiu o desejo de ser professora. Seu sonho se tornou realidade depois de cinco anos. O pároco de Buttigliera d'Asti abriu uma creche, e Madalena, com menos de quinze anos, foi contratada como professora. O Desejo de ser Freira Em 1877, Madalena confessou à mãe seu desejo de ser freira, mas, ao completar trinta anos, foi rejeitada tanto pelas Filhas da Caridade quanto pelos dominicanos. No ano seguinte, Dom Bosco a aceitou em sua Congregação, e, em 4 de setembro de 1879, emitiu a profissão religiosa das Filhas de Maria Auxiliadora. "Pense como Jesus teria pensado. Ore como Jesus teria orado. Aja como Jesus teria agido" - Beata Madalena Caterina Morano Grandes Obras Com grande vontade e carisma, Beata Madalena Caterina fez grandes ações nas Filhas de Maria Auxiliadora. Assumiu cargos de responsabilidade e depois foi transferida para a Sicília. Em 26 anos de trabalho, fundou 19 casas salesianas, 12 oratórios, 6 escolas, 5 jardins de infância, 4 internatos, 3 escolas religiosas. Páscoa Beata Madalena Caterina Morano morreu em 26 de março de 1908. Ela foi beatificada, em 5 de novembro de 1994, pelo Papa João Paulo II.  Minha oração “ Beata amiga de Maria Auxiliadora e seguidora de Dom Bosco, com sua consagração foste fiel aos desígnios divinos, rogai por nós, nossas necessidades materiais e espirituais. Ensina-nos a amar e seguir Jesus como tu fizeste. Amém.” Beata Madalena Caterina Morano, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 26 de março Em Roma, junto à Via Labicana, São Cástulo, mártir. († data inc.) Na Anatólia, na atual Turquia, os santos Manuel, Sabino, Quadrato e Teodósio, mártires. († data inc.) Em Sirmium, na Panónia, hoje Sremska Mitrovica, na Sérvia, os santos mártires Montano, presbítero, e Máxima, esposos. († c. 304) Comemoração da paixão de Santo Eutíquio, subdiácono de Alexandria. († 356) Em Sebaste, na antiga Armênia, hoje Sivas, na Turquia, São Pedro, bispo.(† c. 391) No mosteiro de Montier-en-Der, no território de Champagne, atualmente na França, São Bercário, primeiro abade de Hautvillers e de Montier-en-Der. († 685) Em Montalbano, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, os santos Barôncio e Desidério, eremitas. († s. VII) No mosteiro de Werden, na Saxónia, hoje na Alemanha, o passamento de São Ludgero, bispo. († 809) Em Catânia, cidade da Sicília, na Itália, a Beata Madalena Catarina Morano, virgem do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.  († 1908) Fonte: Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va Imagem: archive.cgfmanet.org - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova  

Apresentação do Senhor no Templo: Jesus é a nossa Luz

[caption id="attachment_13238" align="aligncenter" width="300"] Festa Litúrgica[/caption] Origens A Festa da Apresentação do Senhor, pelos gregos chamada Hypapante, ocorre em quarenta dias depois do nascimento do Senhor. Jesus foi levado ao templo por Maria e José, cumprindo externamente a lei mosaica (sobre os primogênitos e a purificação da mãe), mas na verdade indo ao encontro do seu povo crente e exultante, como luz para se revelar às nações e glória do seu povo Israel. O nome da Festa Litúrgica A celebração de hoje era chamada no século IV de Purificação de Nossa Senhora lembrando a lei mosaica. Com a reforma litúrgica de 1960, querendo dar o verdadeiro sentido ao acontecimento de origem, que é a oferta de Jesus ao Pai, símbolo do sacrifício da Cruz, deu o nome de Apresentação do Senhor.  No Oriente A celebração, no Oriente, remonta às tradições do século IV e, desde o ano 450, é chamada "Festa do Encontro". A festa recebe este nome, porque Jesus “encontra” os sacerdotes do Templo, mas também Simeão e Ana, que representam o povo de Deus.   Apresentação do Senhor nos dá, mais uma vez, o exemplo de humildade Um Exemplo Nem Jesus, nem Maria estavam sujeitos a essa lei, pois eram sem pecado, mas quiseram dar-nos exemplo de submissão às autoridades. É uma comovente lição de humildade, juntamente com aquela de pobreza demonstrada no presépio. A Profecia O encontro do Senhor com o profeta Simeão e a profetisa Ana no Templo ressalta o caráter sacrificial da celebração e a comunhão pessoal de Maria com a morte de Jesus na cruz. Simeão profetizou a respeito de Maria: "Uma espada traspassará tua alma". Maria, por causa da sua íntima união com a pessoa de Cristo, foi associada ao sacrifício do Filho.  A Luz que ilumina as Nações: Jesus A Festividade em Roma Roma adotou a festividade na metade do século VII. O papa Sérgio I instituiu a mais antiga das procissões penitenciais de Roma. Partia da igreja de Santo Adriano e chegava até Santa Maria Maior. O rito da bênção das velas se inspirava nas palavras do velho Simeão: "Meus olhos viram a tua Salvação que preparaste diante de todos os povos, como luz para iluminar as Nações."  A Liturgia Apresentação do Senhor é narrado pelo evangelista Lucas no capítulo 2. A esta solenidade  foi acrescentada a esta festa a “bênção das velas”, recordando que Jesus é a "Luz dos Gentios". Minha oração “Senhor Jesus, assim como foste apresentado no templo, apresente a nossa vida ao Pai para que sejamos verdadeiramente consagrados a ti. Quero me dedicar a ti inteiramente na minha família, comunidade e trabalho, em tudo ser teu e servir-te. Amém.” Nosso Senhor, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 02 de fevereiro Em Orleães, na Gália Lionense, hoje na França, São Flósculo, bispo. († c. 500) Em Cantuária, na Inglaterra, São Lourenço, bispo. († 619) Em Würzburg, na Austrásia, atualmente na Alemanha, São Burcardo, bispo. († 754) Em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato Simão Fidáti de Cássia, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. († 1348) No Piemonte, Itália, o Beato Pedro Cambiano de Ruffia, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1365) Em Prato, na Etrúria, hoje na Toscana, Itália, Santa Catarina de Rícci, virgem da Ordem Terceira Regular de São Francisco. († 1590) Em Bordéus, na França, Santa Joana de Lestonnac, que fundou a Sociedade das Filhas de Nossa Senhora, à imitação da Companhia de Jesus. († 1640)  Em Roma, São Nicolau de Langobárdi, religioso da Ordem dos Mínimos. († 1709)  Em Genazzano, no Lácio, região da Itália, o Beato Estêvão Bellesíni, presbítero da Ordem de Santo Agostinho. († 1840) Em Hanoi, no Tonquim, hoje no Vietnã, São João Teófano Vénard, presbítero da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris e mártir. († 1861)  Na Alemanha, a Beata Maria Catarina Kasper, virgem, que fundou o Instituto das Pobres Servas de Jesus Cristo. († 1898) Na França, o Beato Luís Brisson, presbítero da diocese de Troyes, que fundou as duas congregações, das das Irmãs Oblatas e dos Oblatos de São Francisco de Sales. († 1908) Em Milão, na Itália, o Beato André Carlos Ferrári, bispo. († 1921) Na Itália, Santa Maria Domingas Mantováni, virgem, que fundou, juntamente com o Beato José Nascimbéni, presbítero, o Instituto das Irmãzinhas da Sagrada Família. († 1934) Fonte: Livro “Um santo para cada dia” - Mário Sgarbossa - Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978] Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

São José Vaz, o exemplo de zelo apostólico

[caption id="attachment_13066" align="aligncenter" width="300"] Sacerdote (1651- 1711)[/caption] Origens São José Vaz nasceu em 21 de abril de 1651 em Goa, na Índia. Foi criado numa família onde a fé era muito apreciada e da qual brotou nele o desejo de ser sacerdote. Após estudos clássicos na Universidade local e estudos filosóficos e teológicos na Academia de São Tomás de Aquino em Goa, foi ordenado sacerdote, em 1676, com a idade de vinte e cinco anos. Disseminou a semente do Sacerdócio Em sua cidade natal, não tinha um ministério paroquial preciso. São José Vaz dedicou-se a pregar em muitas paróquias e fundou uma escola de latim para futuros aspirantes ao sacerdócio. Nessa época, sua devoção à Mãe de Deus também assumiu uma fisionomia clara em sua consagração pessoal a Maria "como uma escrava perpétua" em 5 de agosto de 1677. Um desejo Depois de saber da situação dos católicos no Ceilão, nasceu em São José Vaz um desejo profundo de ir como missionário para aquele país. O catolicismo foi trazido para o Ceilão pelos portugueses. Infelizmente, os missionários não encorajaram o desenvolvimento dos católicos locais e não favoreceram as vocações ceilanesas ao sacerdócio, devido à perseguição dos holandeses que haviam dominado a cidade. São José Vaz: homem livre que dedicou-se à evangelização Após anos de espera, a ida para Ceilão Em março de 1686, São José Vaz pôde partir para o Ceilão. Devido à dura perseguição da Igreja por parte das autoridades holandesas, ele teve que agir com cautela: disfarçou-se de "coolie", a forma mais humilde de servo, e, com um cinto áspero em volta dos quadris, conseguiu se infiltrar Ceilão clandestinamente. Reconhecimento de Católicos São José Vaz desembarcava de cidade em cidade na Índia. Depois de passar fome, ele bateu de porta em porta para mendigar, porque não tinha nada. Ele usava um grande rosário em volta do pescoço e observava a reação das pessoas. Gradualmente, ele estabeleceu seus primeiros contatos com famílias católicas e começou a celebrar a missa em segredo.  A Prisão Apesar da sua tentativa de se esquivar da perseguição, a sua presença foi descoberta, e aqueles que o abrigaram foram açoitados e presos. São José Vaz conseguiu escapar e partiu para Kandy, mudando-se para a aldeia de Puttalam, podendo então entrar na cidade real de Kandy. Alguém o denunciou como espião português e por isso foi acorrentado. Por mais de dois anos permaneceu na prisão, mas conseguiu exercer o seu ministério sacerdotal para os fiéis que começaram a frequentá-lo.  A Prisão Domiciliar Convencido de sua inocência, o rei ordenou sua libertação, mas São José Vaz permaneceu em prisão domiciliar. Enquanto isso, ele expandiu seu ministério, e no Natal de 1691, celebrou a missa pela primeira vez em Kandy. Aos poucos, foi tendo mais liberdade, sobretudo por causa de sua fama de homem de grande santidade, respeitado até pelos budistas. A igreja em Kandy começou a tomar forma. Finalmente, São José Vaz adquiriu plena liberdade com um milagre público. Grandes Viagens Missionárias  Grande disseminador da Fé De Kandy, São José Vaz empreendeu frequentes e longas viagens por todas as aldeias do reino. Procurou os católicos, educou-os, celebrou os sacramentos, construiu igrejas, ajudou os pobres, assistiu os doentes e formou catequistas, animadores do povo. Sozinho, ele reorganizou a Igreja, tornando-a muito mais estável do que antes. Suas jornadas eram longas e perigosas através de densas selvas; mas sem se importar com cobras venenosas e feras selvagens, ele andava descalço, sempre impulsionado por seu zelo. Páscoa São José Vaz continuou suas viagens missionárias. Ele caminhou por centenas de quilômetros, mas teve que carregar o peso de muitos anos se escondendo, jejuando e viajando continuamente. Em 1710, ele partiu novamente para as várias missões, mas foi trazido de volta inconsciente para Kandy. Após meses de sofrimento físico, ele morreu em 16 de janeiro de 1711. Tinha 60 anos, e 24 anos de apostolado missionário no Ceilão. Minha oração “ Presbítero zeloso e dedicado às vocações sacerdotais, rogai pelas sementes que estão no coração dos jovens, dai fidelidade e perseverança aos seminaristas, e a santidade aos sacerdotes. Amém.” São José Vaz, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 16 de janeiro Em Roma, no cemitério de Priscila, junto à Via Salária Nova, o sepultamento de São Marcelo I, Papa. († 309) Em Aulona, no Ilírico, na atual Albânia, São Danate, mártir. († data inc.) Em Rinocorura, no Egipto, São Melas, bispo. († c. 390) Em Arles, na Provença, região da Gália, hoje na França, Santo Honorato, bispo. († 429) Em Moutiers, na Gália Vienense, atualmente também na França, São Tiago, bispo, discípulo de Santo Honorato de Lérins. († s. V) Em Oderzo, hoje no Vêneto, na região da Itália, São Ticiano, bispo. († s. V) Em Tours, na Gália Lionense, atualmente na França, a comemoração de São Leobácio, abade. († s. V) Em Dombes, também na Gália Lionense, atualmente na França, São Trevério, presbítero, monge e finalmente eremita. († c. 550) Em Mézerolles, junto ao rio Authie, na Gália, na França, São Furseu, que foi abade na Irlanda, depois na Inglaterra, finalmente na Gália, onde fundou a abadia de Lagny. († c. 650) Em Bagno di Romagna, na atual Emília-Romanha, região da Itália, Santa Joana, virgem, que, recebida na Ordem Camaldulense, resplandeceu singularmente pela sua obediência e humildade. († 1105) Em Marrakech, cidade da Mauritânia, hoje em Marrocos, a paixão dos santos mártires Berardo, Otão, Pedro, presbíteros, Acúrsio e Adjuto, religiosos da Ordem dos Menores. († 1226) Em Bréscia, na Itália, o Beato José António Tovíni, que, sendo professor, fundou muitas escolas cristãs e edificou numerosas obras públicas. († 1897) Em Valência, na Espanha, a Beata Joana Maria Condesa Lluch, virgem, que fundou a Congregação das Escravas da Imaculada Conceição, Protetoras das Operárias. († 1916) Fonte: Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va Imagem: commons.wikimedia.org - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

Santo Félix de Nola, confessor da fé

[caption id="attachment_13053" align="aligncenter" width="300"] Presbítero e Confessor († por 256)[/caption] Origens Santo Félix de Nola era sirio de nação, seu pai era Hermias o militar. Em Nola, a umas cinco léguas de Nápoles, teve dois filhos: Hermias, que se alistou nos exércitos do Imperador; e Félix, que servia com todo o coração o supremo Imperador e Rei dos reis: Jesus Cristo. Vida Religiosa Santo Félix repartiu a maior parte dos seus bens com os pobres e dedicou-se ao serviço da Igreja. Ordenado sacerdote, edificava a todos, já com a excelência da doutrina, já com o exemplo de uma vida santa e verdadeiramente cristã. Perseguições Levantaram-se no seu tempo contra a Igreja as horríveis perseguições de Décio (245-50) e de Valeriano (256). Vieram a Nola os emissários imperiais e trataram de procurar as primeiras colunas do edifício cristão para serem destruídos. Santo Félix de Nola: sofreu no cárcere cruéis tormentos O Bispo Maximiano Era por esse tempo Bispo de Nola um ínclito varão chamado Maximiano, avançado em idade, santo nos costumes, de aspecto venerando, zeloso e sábio. Mas, lembrando-se daquelas palavras que o Divino Mestre disse aos Discípulos "quando vos persigam numa cidade, fugi vós para outra" (Mt 10,73). Deixando a Félix a direção da sua amada igreja, retirou-se para lugares ocultos e seguros. Cárcere de Santo Félix Não tendo os perseguidores encontrado o santo Bispo, descarregaram sobre Félix os seus furores. Valeram-se primeiro das promessas, e logo depois das ameaças e dos tormentos. Vendo que nem uma nem outra surtiam o desejado efeito, encerram-no num tenebroso cárcere, por cujo pavimento espalharam agudos pedaços de telhas. Milagre da Libertação Santo Felix, preso, não conseguia valer a todas as necessidades dos fiéis. Maximiano afligia-se e quis voltar, mas não conseguiu. Além disso, na sua velhice, sofria muito do frio e da escassez de alimentação. Mas renovando-se o milagre da libertação de São Pedro, a quem Herodes prendera, ouvia Felix uma voz que dizia: Segue-me. Obedeceu prontamente o Santo, e logo um anjo, abrindo todas as portas da prisão, lhe deu a liberdade, e por fim o conduziria ao monte em que estava Maximiano. Encontro com o Bispo Maximiano Santo Félix abraçou Maximiano e como o visse em tão deplorável estado, levou-o aos ombros a casa de uma piedosa viúva onde se reanimou. Depois de piedosos colóquios, esses dois Santos determinaram regressar à cidade para utilidade e alegria dos fiéis. Santo Félix de Nola, perseverou na pobreza até a sua velhice Outra vez perseguido Conservaram-se algum tempo escondidos, até que, serenada a borrasca, apareceram em público e foram animar os fiéis. Foi breve a duração desta tranquilidade para a Igreja e para a cidade de Nola. Bem depressa estalou de novo, e com mais fúria, a perseguição. A Libertação Mal chegaram à cidade, os emissários do Imperador trataram de procurar o Santo Félix. Ele retirou-se em uma casa de uma piedosa mulher, onde viveu por cerca de três meses. Finalmente, terminada a tormenta, saiu a público e novamente começou a exortar à prática da virtude. Os fiéis olhavam Félix como enviado do céu. A Recusa Morreu por aquele tempo o Bispo Maximiano, vítima da idade e dos muitos trabalhos. Os cristãos lembraram-se logo de Félix para lhe suceder, mas recusou a nomeação para Bispo. Viveu na pobreza.  Páscoa Santo Félix, finalmente, depois de edificar a todos com vida exemplar, cheio de anos, porém mais ainda de virtudes e merecimentos, faleceu pela era de 256.  Minha oração “ Mesmo em meio a perseguição e o sofrimento, deste um lindo testemunho de coragem e fidelidade. Que sejamos fiéis a Jesus em meio às adversidades da sociedade e do tempo, assim como a coragem para enfrentar tais momentos. Amém.” Santo Félix de Nola, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 14 de janeiro Comemoração de São Potito, mártir. († data inc.) Em Antioquia, na Síria, hoje Antakya, na Turquia, São Glicério, diácono e mártir. († data inc.) Comemoração dos santos monges que no monte Sinai e em Rahiti, no Egito, foram mortos pela sua fé em Cristo. (†. c. s. IV) Na região dos Iberos, além do Mar Negro, na actual Geórgia, Santa Nino, prisioneira cristã. († s. IV) Em Gévaudan, na Gália, atualmente na França, São Firmino, bispo. († s. V) Em Arvena, na Aquitânia, hoje Clermont-Ferrand, na França, Santo Eufrásio, bispo. († 515/516) Em Milão, na Ligúria, atualmente na Lombardia, região da Itália, o falecimento de São Dácio, bispo. († 552) Em Écija, na Bética, na atual Andaluzia, região da Espanha, São Fulgêncio, bispo. († c. 632) Em Tagliacozzo, nos Abruzos, região da Itália, o Beato Odão de Novara, presbítero da Ordem dos Cartuxos. († c. 1200) Em Údine, cidade da Venécia, no actual Friúli-Venézia Giúlia, região da Itália, o Beato Odorico Mattiuzzi de Pordenone, presbítero da Ordem dos Menores. († 1331) Em Aral Kurusady, na Índia, São Lázaro Pillai , pai de família e mártir. († 1752) Em Batávia, no Surinam, o beato Pedro Donders, presbítero da Congregação do Santíssimo Redentor. († 1887) Em Vercelas, no Piemonte, região da Itália, a Beata Afonsa Clérici, virgem da Congregação das Irmãs do Preciosíssimo Sangue. († 1930) Fonte: Livro “Santos de cada dia” - José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003] Martirológio Romano Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição:  Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova

Batismo do Senhor, a alegria de vencer o mal

[caption id="attachment_13018" align="aligncenter" width="300"] Festa Litúrgica[/caption] Origens No Oriente já celebrava a Epifania e o Batismo de Jesus, no ano 300, em 6 de janeiro, enquanto a Igreja do Ocidente comemorava esta festa apenas na Liturgia das Horas. Somente em 1969, com a Reforma Litúrgica, esta festa foi marcada no Domingo após a Epifania.  Após a Epifania A Festa do Batismo ocorre na segunda-feira após a Epifania. Com essa festa, termina o ciclo de Natal, embora permaneça a possibilidade de se celebrar, em 2 de fevereiro, a Apresentação do Senhor ao Templo, "Luz dos povos" (também conhecida como festa das "Candeias"). A Importância Festa do Batismo de Nosso Senhor Jesus Cristo, na qual é admiravelmente declarado Filho amado de Deus, as águas são santificadas, o homem é purificado e toda a criação se alegra. Batismo do Senhor: as águas são santificadas, o homem é purificado e toda a criação se alegra O Batismo O batismo para os cristãos pode ser considerado como uma "porta" que conduz à santidade porque faz deles participantes da vida de Deus. A imersão de Jesus nas águas do Jordão é a imagem da entrada no coração de Deus. O Deus que compartilha o caminho da humanidade.  O Sacramento Assim, no sacramento do Batismo, se evidencia a possibilidade dada ao homem de vencer o mal e de escolher o caminho do bem, o caminho que conduz à vida plena. Um caminho que se realizou plenamente em cada um dos santos e beatos recordados pela Igreja. E abrindo espaço a Deus, tornaram-se pontes de reconciliação entre o Senhor e o mundo. Portanto, a festa de hoje pode ser vista como mais uma das muitas "lições" de santidade que o ano litúrgico oferece aos crentes. Minha oração “ Pelo Batismo, vós revelastes a grande graça da filiação divina por adoção, criai em nós um entendimento permanente dessa graça, que nunca nos esqueçamos que somos filhos de Deus e participantes de sua herança divina em Jesus Cristo. Amém.” Batismo do Senhor, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 09 de janeiro Em Ancona, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, São Marcelino, bispo, que, como escreve o papa São Gregório Magno, com o poder divino salvou do incêndio esta cidade. († s. VI) Em Cantuária, na Inglaterra, Santo Adrião, abade, natural da África, que, vindo de Nápoles, na Campânia. († 710) Na Escócia, São Felano, abade do mosteiro de Santo André, que, insigne pela vida de grande austeridade, viveu na solidão.(† c. 710) No monte Olimpo, na Bitínia, na atual Turquia, Santo Eustrácio o Taumaturgo, abade do mosteiro de Abgar. († s. IX) Em Thénézay, no território de Poitiers, na Aquitânia, actualmente na França, Santo Honorato de Buzançais, mártir. († 1250) Em Certaldo, na Etrúria, na actual Toscana, região da Itália, a Beata Júlia della Rena, da Ordem Terceira de Santo Agostinho. († 1367) Em Ancona, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato António Fatáti, bispo. († 1484) Em Nancy, na França, a Beata Maria Teresa de Jesus (Alice Le Clerc), virgem, que fundou com São Pedro Fourier a Congregação das Canonisas Regulares de Nossa Senhora, sob a Regra de Santo Agostinho, destinada à formação das jovens. († 1622) Em Seul, Coreia, as santas mártires Agueda Yi, virgem, cujos pais receberam também a coroa do martírio, e Teresa Kim, viúva. († 1840) Perto de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, no campo de concentração de Dachau, os beatos José Pawlowski e Casimiro Grelewski, presbíteros e mártires. († 1942) Fonte: Martirológio Romano Santiebeati.it Vaticannews.va Vatican.va - Produção e edição: Melody de Paulo - Oração: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova