14 maio 2024

São Matias, apóstolo e mártir, testemunho vivo da ressurreição de Jesus

 

Nome e eleição
Matias é nome frequente entre os judeus e quer dizer “dom de Deus”. É o apóstolo que recebeu o dom do grande privilégio de ser agregado aos Doze, tomando o lugar vago deixado pela deserção de Judas Iscariotes. Sua eleição foi mediante sorteio, após a ascensão do Senhor, pela proposta de Simão Pedro, que, em poucas palavras, fixou os três requisitos para o ministério apostólico: pertencer aos que seguiam Jesus desde o começo, ser chamado e enviado: “É necessário, pois, que, destes homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio de nós, a começar pelo batismo de João até ao dia em que nos foi arrebatado, haja um que se torne conosco testemunha de sua ressurreição”. Essa foi uma das condições necessárias: Ser testemunha ocular do ressuscitado!

Testemunha
Matias esteve, portanto, constantemente próximo de Jesus desde o início até o fim de sua vida pública. Testemunha de Cristo e mais precisamente da sua ressurreição, pois a ressurreição do Salvador é a própria razão de ser do cristianismo. Matias, portanto, viveu com os onze o milagre da Páscoa e poderá, com todo o direito, anunciar Cristo ao mundo, como espectador da vida e da obra de Cristo “desde o batismo de João”. Também a segunda e a terceira condições, ser divinamente chamado e enviado, estão claramente expressas pela oração do colégio apostólico: “Senhor, tu que conheces o coração de todos, mostra qual destes dois escolheste”.

Sorteio
A eleição de Matias por sorteio pode causar-nos espanto. Tirar a sorte para conhecer a vontade divina é método muito conhecido na Sagrada Escritura. A própria divisão da Terra prometida foi mediante sorteio; e os apóstolos julgaram oportuna a conformidade com esse costume. Entre os dois candidatos propostos pela comunidade cristã, José filho de Sabá, cognominado o Justo; e Matias, a escolha caiu sobre o último. O novo apóstolo, cujo nome brilha na Escritura somente no instante da eleição, viveu com os onze a fulgurante experiência de Pentecostes antes de encaminhar-se, como os outros, pelo mundo afora a anunciar “a glória do Senhor”. 

Tradição e morte
Segundo a tradição, Matias evangelizou na Judeia, na Capadócia e, depois, na Etiópia. Ele sofreu perseguições e o martírio, morreu apedrejado e decapitado em Colchis, Jerusalém, testemunhando sua fidelidade a Jesus. Nada se sabe de suas atividades apostólicas, nem se morreu mártir ou de morte natural, pois as narrações a seu respeito pertencem aos escritos apócrifos. À tradição da morte por decapitação com machado liga-se o seu patrocínio especial aos açougueiros e carpinteiros. Normalmente, é representado com um machado ou com uma alabarda, que são símbolos da força do cristianismo e do seu martírio.

Relíquias
Há registros de que Santa Helena, mãe do imperador Constantino, o Grande, mandou trasladar as relíquias de São Matias para Roma, onde uma parte está guardada na igreja de Santa Maria Maior. O restante delas se encontra na antiquíssima igreja de São Matias, em Treves, na Alemanha, cidade que a tradição diz ter sido evangelizada por ele e que o tem como seu padroeiro.

Festa
Sua festa, celebrada por muito tempo a 24 de fevereiro para evitar o período quaresmal, foi fixada pelo novo calendário a 14 de maio, data certamente mais próxima do dia da sua eleição.

A minha oração
“Ó glorioso Apóstolo, vós sois uma luz em meio à multidão, um testemunho vivo da ressurreição de nosso Senhor. Mesmo sem tê-lo visto, queremos também ser sinais e anunciadores do ressuscitado. Ajuda-nos, mesmo em meio às dificuldades, a evangelizar levando a experiência do encontro pessoal com Jesus!”

São Matias, rogai por nós!


Outros santos e beatos celebrados em 14 de maio:

  1. Na província da Ásia, na atual Turquia, São Máximo, mártir († c. 250).
  2.  Em Cimiez, na Provença, atualmente na França, São Pôncio, mártir  († c. s. III). 
  3. Na Síria, os santos Vítor e Corona, que sofreram ao mesmo tempo o martírio († c. s. III).
  4. Na ilha de Quios, na actual Grécia, Santo Isidoro, mártir († s. III).
  5. Em Aquileia, na Venécia, hoje no Friúli-Venécia Giúlia, região da Itália, os santos Félix e Fortunato mártires († s. IV).
  6. Na ilha da Sardenha, região da Itália, a comemoração das santas Justa e Heredina, mártires. († s. III/IV)
  7. Em Arvena, na Aquitânia, hoje Clermont-Ferrand, na França, Santo Abrúnculo, bispo († 488). 
  8.  Em Clermont-Ferrand, São Galo, bispo († 551).
  9. Em Lismore, na Irlanda, São Cartago, bispo e abade († 638).
  10. No mosteiro de Fontenelle, na Nêustria, actualmente na França, Santo Eremberto, que foi bispo de Toulouse e depois abraçou a vida monástica († 674).
  11.  Em Santarém, cidade de Portugal, o Beato Gil de Vouzela, presbítero († 1265).
  12. Em Saint Mary of the Woods, localidade próxima de Indianópolis, nos Estados Unidos da América do Norte, Santa Teodora (Ana Teresa Guérin), virgem da Congregação das Irmãs da Providência († 1856).
  13. No território de Bétharram, perto de Pau, na vertente francesa dos montes Pireneus, São Miguel Garicots, presbítero, que fundou a Sociedade dos Sacerdotes Missionários do Sagrado Coração de Jesus († 1863).

 

– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova

– Produção e edição: Fernando Fantini – Comunidade Canção Nova

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