Santos

Santa Maria Domingas Mazzarello, fundadora das Filhas de Maria Auxiliadora

Dia 13 de maio é conhecidíssimo na Igreja como o dia de Nossa Senhora de Fátima, a quem pedimos a graça de fazermos penitência e nos convertermos. Também, nesse dia, a Família Salesiana celebra a fundadora das Filhas de Maria Auxiliadora. Berço Foi em Mornese, um povoado ao norte da Itália, que, no dia 9 de maio de 1837, nasceu Maria Domingas Mazzarello, primeira de dez filhos do casal José Mazzarello e Maria Madalena Calcagno. Desde muito cedo, Maìn — apelido pelo qual Maria era carinhosamente conhecida –, ajudou a cuidar de seus irmãos e dos afazeres domésticos. Iniciação cristã Começou a frequentar as aulas de catecismo e a se destacar nelas, pois tinha grande paixão pelas coisas de Deus. Aos 13 anos, fez a primeira comunhão, assumindo o compromisso de fazer de Jesus o seu grande amor e da Eucaristia diária o seu centro de vida. Aos 16 anos, ajudava seu pai no trabalho dos vinhedos e era conhecida por seu forte caráter e espírito de liderança. Quase todos os dias, bem cedo, Maria percorria um íngreme caminho para participar da missa. Percurso que, no inverno, ficava ainda mais difícil devido ao frio e à neve. Caridade na epidemia Em 1860, a epidemia do tifo se abateu sobre o povoado de Mornese. A família dos tios de Main foi uma das primeiras a contrair a doença. A pedido de padre Pestarino, seu diretor espiritual, Maria foi ajudá-los, mesmo sabendo que poderia contrair a doença, e foi o que realmente aconteceu. A partir daí, o rumo de sua vida mudou completamente. Perdendo as forças físicas e não podendo mais trabalhar no campo, começou a se questionar sobre o que iria fazer para ajudar as pessoas, foi então que certa vez, ao caminhar pela colina de Bargo Alto, teve a visão de um alto edifício, parecido com um colégio e com muitas meninas correndo, brincando num grande pátio interno e ouviu nitidamente estas palavras: “Tome conta destas meninas! A ti as confio!”. A voz de Maria E com coração aberto, Maìn compreendeu que a voz que confiava a ela as meninas era a de Nossa Senhora e decidiu aprender a costurar, para ensinar as jovens da sua pequena cidade, com isso, as manteria longe dos perigos e do pecado, ensinando-as a fazer de "cada ponto da agulha, um ato de amor a Deus". E foi com Petronilla, sua amiga e companheira, que montou uma sala de costura e começou a ensinar o ofício. Treinamento na virtude As famílias de Mornese começaram a mandar-lhe as filhas; e as aulas de costura tornaram-se aulas de treinamento na virtude. Um dia, um senhor viúvo, entregou-lhe as suas filhas para que as educasse. Assim, a oficina passou a ser um novo lar para as várias meninas, que viam em Maria sua segunda mãe. Aos domingos, após a missa, na praça da igreja, outras crianças se uniam a Maria e a Petronilla para brincar e divertir-se. Surge Dom Bosco Em 1864, Dom Bosco chegou a Mornese com seus meninos. Todos queriam vê-lo e ouvi-lo, Maria também. Dom Bosco expôs ao padre Pestarino seu projeto: construir um colégio para os meninos. Antes de partir, ficou conhecendo as iniciativas de Maria e Petronilla: a oficina de costura, o orfanato e a recreação aos domingos para todas as crianças do povoado. Dom Bosco se empolgou com o trabalho delas e propôs a fundação de um instituto feminino que fizesse pelas meninas o que ele fazia em Turim para os meninos. Início das Irmãs Salesianas de Dom Bosco Após um caminho de acompanhamento feito por padre Pestarino e Dom Bosco que, no dia 5 de agosto de 1872, na Capela do Colégio de Mornese, 11 jovens - entre elas Main - emitiram os votos religiosos e se consagram a Deus, dando início a Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora - irmãs Salesianas de Dom Bosco — o nome da congregação foi dado pelo fundador que desejava que cada Filha de Maria Auxiliadora fosse um monumento vivo de sua gratidão a Nossa Senhora, por tudo que realizou na obra salesiana. Maria Mazzarello, foi escolhida para ser a primeira Madre da congregação; e tamanha era sua humildade que assumiu a função apenas se fosse ela a vigária porque Nossa Senhora era a verdadeira superiora. Madre Mazzarello foi sempre empenhada na animação das comunidades de Irmãs e na educação de crianças, adolescentes e jovens. Cultivou com sabedoria a união entre todas. Ocupou-se com a abertura de novas casas na Itália e além mar. Seu legado era marcado pela alegria, coragem e humildade, virtudes que sempre recomendava em suas cartas, além do grande amor que cultivava por Jesus e Maria. Uma frase da santa "A alegria é sinal de um coração que muito ama ao Senhor!" Páscoa No dia 13 de maio de 1881, Madre Mazzarello partiu deste mundo. Sua breve vida, 44 anos, continua sendo uma chama de amor contagiante, que ilumina, ainda hoje, a sua Família Religiosa. Suas filhas — as Filhas de Maria Auxiliadora, presentes nos cinco continentes —, continuam atuando no espaço-educação, fiéis ao carisma da fundação, à identidade que lhes é própria e à missão que lhes cabe no coração da Igreja. No dia 24 de junho de 1951, a Igreja declarou oficialmente a santidade de Maria Domingas Mazzarello e sua festa litúrgica é celebrada no dia 13 de maio. A minha oração "Virgem Maria, a vida de Madre Mazzarello foi marcada com exemplos de uma espiritualidade simples, mas rica de interioridade, de uma profunda paixão pela salvação das jovens, um ardente espírito missionário aberto aos horizontes ilimitados e cheia da alegria que vem de Deus. Rogue por nós, junto a Jesus, para que sigamos seus passos. Amém." Santa Maria Domingas Mazzarello, Rogai por nós! Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 13 de maio: 1.    Em Le Puy-en-Valay, localidade da região de Poitiers, na França, Santo André Huberto Fournet, presbítero, que, sendo pároco durante a Revolução Francesa, embora proscrito pelos inimigos da Igreja, fortaleceu na fé os fiéis; e depois de restituída a paz à Igreja, juntamente com Santa Isabel Bichier des Âges, fundou o Instituto das Filhas da Cruz. († 1834) 2.    Em Maastricht, na Gália Bélgica, atualmente na Holanda, São Servácio, bispo de Tongres, que, nas controvérsias suscitadas em vários concílios acerca da natureza de Cristo, defendeu a verdadeira fé nicena. († c. 384) 3.    Em Poitiers, na Aquitânia, na actual França, Santa Inês, abadessa, que, consagrada pela bênção de São Germano de Paris, governou com grande espírito de caridade o mosteiro de Santa Cruz. († 588) 4.    Em Goriano Sícoli, nos Abruzos, região da Itália, a Beata Gema, virgem, que viveu encerrada numa pequeníssima cela junto da igreja, de onde apenas podia ver o altar. († 1465) 5.    Em Como, na Lombardia, também região da Itália, a Beata Madalena Albríci, abadessa da Ordem de Santo Agostinho, que estimulou eminentemente o fervor das irmãs religiosas. († 1834)    Redação: Irmã Luana Oliveira, FMA - Filha de Maria Auxiliadora Produção: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São Pancrácio, intercessor contra cólicas e dores de cabeça, rogai por nós!

Intercessor Invocado, segundo a tradição, contra cólicas e dores de cabeça. Resumo conciso Sobre Pancrácio, sabe-se que ele herdou dos pais a fé, coragem e admiração pelo imperador. Ao tornar-se órfão, teve de morar com um santo tio chamado Dionísio, que morreu mártir antes do sobrinho. Diante da perseguição promovida pelo imperador, Pancrácio, que era muito jovem, começou a ver pessoas testemunhando Jesus até o sangue, como o seu tio e amigo. Persuadido pelo próprio imperador, que recordava o amor aos pais, São Pancrácio manteve-se fiel a Jesus, mesmo diante das promessas e ameaças de morte. Martírio Portanto, com apenas 15 anos, São Pancrácio soube dizer ‘não’ ao poder opressor e ‘sim’ à vida eterna, na qual entrou depois de ser decapitado, ou seja, martirizado com Nereu e Aquiles. Outros santos amigos Sobre Nereu e Aquiles, sabe-se que viveram no século III. Foram severamente torturados e morreram durante a perseguição militar, com a qual deu início a era de Diocleciano. Uma das marcantes representações de martírio é a gravura de Santo Aquiles atingido pelo verdugo. A minha oração "Senhor Jesus, tantas são as tentações que nos seduzem para que a negativa à Sua Vontade se instale em nossa alma. Pedimos-vos, pela intercessão dos Santos Pancrácio, Nereu e Aquiles, a coragem para irmos até às últimas consequências, em busca do seu santo seguimento. Assim seja." Santos Pancrácio, Nereu e Aquiles, rogai por nós! Outros santos e beatos que a Igreja celebra em 12 de maio: Beata Joana de Portugal, virgem, filha do rei Afonso V, que, recusando repetidamente as núpcias, preferiu servir na Ordem dos Pregadores. Morreu no mosteiro dominicano de Aveiro, cidade de Portugal. († 1490) Em Axiópolis, na Mésia, hoje Cernavoda, na Roménia, São Cirilo, que consumou o martírio juntamente com seis companheiros. († c. s. III) Em Salamina, na ilha de Chipre, Santo Epifânio, bispo, que, dotado de excelente erudição e conhecimento da literatura sagrada, foi também admirável na santidade de vida, zelo pela fé católica, liberalidade para com os pobres e dom de milagres. († 403) Em Agira, na Sicília, região da Itália, São Filipe, presbítero, oriundo da Trácia. († s. V) Em Tréveris, na Renânia, região da Austrásia, actualmente na Alemanha, São Modoaldo, bispo, que construiu e favoreceu igrejas e mosteiros, instituiu várias comunidades de virgens e foi sepultado junto da sua irmã Severa. († c. 647) Santa Rictrudes, abadessa, que, depois da morte violenta do seu esposo Adabaldo, aconselhada por Santo Amando tomou o sagrado véu e com admirável sabedoria dirigiu as virgens sagradas. († c. 688) Em Istambul, na Turquia, São Germano, bispo, insigne pela sua virtude e sabedoria, que refutou com grande firmeza o edito promulgado pelo imperador Leão, o Isáurico, contra as sagradas imagens. († 733) Na Espanha, São Domingos da Calçada, presbítero, que construiu pontes e caminhos para uso dos peregrinos que se dirigiam a São Tiago de Compostela e providenciou com grande piedade às suas necessidades nas celas e estalagens por ele preparadas. († 1060/1109) Na Itália, a Beata Imelda Lambertíni, virgem, que, recebida desde tenra idade entre as monjas da Ordem dos Pregadores, ainda muito jovem, depois de ter comungado com extraordinária devoção a Eucaristia, imediatamente entregou o seu espírito a Deus. († 1333)   Redação: Fernando Fantini - Canção Nova

Beato Zeferino Namuncurá, modelo salesiano de santidade

Nascimento e escola salesiana Zeffirino Namuncurá nasceu em 26 de agosto de 1886, em Chimpay, às margens do rio Negro. Seu pai Manuel, o último grande cacique das tribos indígenas araucanas, havia se rendido três anos antes às tropas da República Argentina. Depois de onze anos de vida rural livre, Manuel Namuncurá envia Zeffirino para estudar em Buenos Aires, para que pudesse defender a sua raça. A atmosfera familiar no colégio salesiano fez com que ele se apaixonasse por Dom Bosco. Crescimento espiritual A dimensão espiritual cresceu nele e ele começou a desejar ser sacerdote salesiano para evangelizar seu povo. Escolheu Domingos Sávio como modelo e, durante cinco anos, através do esforço extraordinário de entrar numa cultura totalmente nova, ele próprio tornou-se outro Domingos Sávio. O compromisso com a piedade, a caridade, os deveres diários e o exercício ascético é exemplar. Aspirante salesiano Esse menino, que achou difícil "entrar na fila", gradualmente se tornou um verdadeiro modelo. Como queria Dom Bosco, estava certo em cumprir seus deveres de estudo e oração. Ele foi o árbitro nas recreações: sua palavra foi bem recebida pelos camaradas em disputa. A lentidão com que ele fazia o sinal da cruz, como se estivesse meditando em cada palavra, era impressionante; e, com seu exemplo, corrigiu os seus companheiros, ensinando-os a fazê-lo devagar e com devoção. Em 1903, Dom Cagliero o aceita no grupo de aspirantes em Viedma, capital do Vicariato Apostólico, para começar o latim. Itália Por causa de sua saúde precária, o bispo salesiano decide levá-lo à Itália, para que continue seus estudos de maneira mais séria num clima que parecia mais adequado. Na Itália, ele conhece o padre Rua e o Papa Pio X, que o abençoam com emoção. Ele frequentou a escola em Turim e, depois, no colégio salesiano de Villa Sora, em Frascati. Ele estuda muito para ser o segundo da classe. Morte Mas um mal não diagnosticado a tempo, talvez porque nunca reclamou, minou-o: tuberculose. Em 28 de março de 1905, ele foi levado ao hospital Fatebenefratelli, na Ilha Tiberina, em Roma. Ele morreu pacificamente em 11 de maio. A partir de 1924, seus restos mortais descansam em sua terra natal, em Fortín Mercedes, onde multidões de peregrinos vêm venerá-lo. Os altares - Tornou-se venerável em 22 de junho de 1972; - Beatificado em 11 de novembro de 2007 sob o pontificado de Bento XVI. A minha oração “Senhor Jesus, o Beato Zeferino Namuncurá rendeu-se ao amor de Deus e abriu mão de sua cultura e costumes para responder ao seu apelo de doação. Que cada um de nós, que lemos essa oração, abramos o nosso coração para dizer ao Senhor: 'Jesus, crava em nosso coração um amor ardente por Ti. Amém'.” Beato Zeferino Namuncurá, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 11 de maio: São Maiulo, mártir de Adrumeto, que foi condenado às feras, na Tunísia. († s. II f./III in.) Santo Antimo, mártir. († s. III) São Mócio, presbítero e mártir, na Turquia. († data inc. ) São Mamerto, bispo, que instituiu o tríduo solene de ladainhas antes da Ascensão do Senhor, na França. († c. 475) São Gengulfo, na França. († s. VIII) São Maiolo, abade de Cluny, que, firme na fé, forte na esperança, rico na caridade, reformou muitos mosteiros na Gália e na Itália. († 994) São Gualter, presbítero e cónego regular, que, instruído desde a infância no serviço de Deus, resplandeceu pela mansidão para com os irmãos e pela caridade para com os pobres, na França. († 1070) Beato Gregório Célli, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, que, expulso do mosteiro pelos irmãos de religião, consta que morreu entre os Irmãos Menores do convento do monte Carnério, na Itália. († 1343) Beatos mártires João Rochester e Jaime Walwort, presbíteros e monges da Cartuxa de Londres, na Inglaterra. († 1537) São Francisco de Jerônimo, presbítero da Companhia de Jesus, na Campânia, região da Itália. († 1716) Santo Inácio de Láconi, religioso da Ordem dos Irmãos Menores Capuchinhos. († 1781) São Mateus Lê Van Gam, mártir, que depois de passar um ano no cárcere, por decreto do imperador Thieu Tri foi degolado. († 1847) Fontes: Congregação Salesiana - sdb.org/pt/Santidade_Salesiana Martirológio Romano - liturgia.pt   - Pesquisa e redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São João de Ávila, doutor da Igreja e o santo amigo de santos

Contextualizando Era comum, na Antiguidade, que o azeite fabricado nas primeiras prensas do fruto da oliveira fossem destinados aos fins mais nobres: o peso da primeira pedra que produzia o azeite mais puro era usado nos ritos de consagração, as cerimônias de unção. Também o azeite que se fabricava a seguir era utilizado para queimar as lâmpadas “continuamente diante do Senhor” (Lv 24,2). As forjas mais duras produzem o melhor produto, de mais nobre fim! Na Igreja Assim também é na vida da Igreja: ao longo de sua história, as forjas da vida produziram, pelo auxílio da graça, verdadeiros dons; homens e mulheres que, mesmo diante das intempéries da existência humana, se deixaram moldar por Deus e se tornaram modelos de seguimento de Cristo. Um desses ‘azeites’ fabricados na forja dos santos, celebramos no dia 10 de maio. Estamos falando de São João D’Ávila, proclamado doutor da Igreja pelo Papa emérito Bento XVI em outubro de 2012. Sobre o santo João de Ávila nasceu em 6 de janeiro de 1499, em Almodóvar del Campo, na Espanha. Estudou Direito na Universidade de Salamanca, mas passou por uma profunda experiência de conversão, decidindo abandonar os estudos, voltar para casa dos pais e tornar-se sacerdote. Com 27 anos, foi ordenado padre em 1526. Nutria em si o desejo de ser missionário na América, mas a vontade de Deus era outra, e ele acabou exercendo seu ministério no seu país natal. Começava a experimentar na vida as prensas de Deus. Vida Outra prensa veio pouco tempo depois de ordenado. Em 1931, por causa de uma má interpretação de uma pregação, João foi preso pela Inquisição Real. Passando dois anos no cárcere, deu início à primeira versão da sua obra “Audi, filia”, em que fala do amor esponsal entre Cristo e a sua Igreja, em conselhos de ascética a uma jovem que acompanhava. Segundo Bento XVI, foi ali, naquele tempo de privação, de perseguição injusta e de incompreensão, que João “recebeu a graça de penetrar com profundidade singular no mistério do amor de Deus e no grande benefício feito à humanidade pelo Redentor Jesus Cristo”.  Vontade de Deus Absolvido em 1533, retoma com fervor a pregação do Evangelho na Espanha em  várias cidades. O seu único desejo era converter as almas. Era sensível às inspirações do Espírito à Igreja de sua época, que passava por difíceis provas, provenientes do humanismo e do processo de reforma que se instalava na Europa. Atendia incessantemente os penitentes através do Sacramento da Reconciliação. Particularidade Na vida interior, prezava pela pobreza e pela instrução das crianças e dos jovens, sobretudo daqueles que se preparavam para o sacerdócio. Além de Audi filia, classificado por Bento XVI como um clássico da espiritualidade, escreveu “O Catecismo, ou Doutrina cristã”, “O Tratado do amor de Deus”, “O Tratado sobre o sacerdócio”, “Os Sermões e Homilias”, além de comentários bíblicos da Carta aos Gálatas à Primeira Carta de João.  Méritos Tornou-se um grande teólogo, mas, como filho de seu tempo, também deu contribuições humanistas como invenções de algumas obras de Engenharia, fundação de colégios menores e maiores que, depois do Concílio de Trento, se transformaram em seminários conciliares, criação da Universidade de Baeza, além da proposta da criação de um Tribunal Internacional de arbitragem para evitar as guerras. Frutos Foi responsável pela conversão de São João de Deus e São Francisco Borgia. No seu processo de beatificação, consta que “nunca pregou um sermão sem que várias almas se convertessem a Deus”. A eficácia de sua oratória estava, segundo o próprio João dizia, em amar muito a Deus, em dedicar-se muito mais à oração que aos livros: em perder-se na presença do Senhor. Era, nas palavras de Paulo VI, que o canonizou, “uma cópia fiel de São Paulo”. Amigos santos Foi contemporâneo e amigo de outros santos: Inácio de Loyola, Pedro de Alcântara, Teresa de Jesus, João da Cruz… Sinais de que uma vida cercada de santas amizades nunca é estéril. “Um grande Amigo, que é Deus, o qual arrebata os nossos corações para o seu amor […] e Ele pede-nos que tenhamos muitos outros amigos, que são os seus santos”, escreveu João de Ávila (Carta 222). Uma dessas amizades lhe levaria a viver mais uma prensa. Pela proximidade com Santo Inácio de Loyola, pensou em se tornar jesuíta, mas o projeto foi inviabilizado pelo comprometimento da saúde de João de Ávila. O Mestre de Ávila, como ficou conhecido, passou os últimos 16 anos da sua vida gravemente doente. Quase cego, morreu com 79 anos, em 10 de Maio de 1569, com um crucifixo na mão, na cidadezinha de Montilla.  A minha oração “Senhor Jesus, assim como escreveu o santo: ‘que a cruz é elemento inegociável da vida de um cristão; que as prensas quando são vividas por um coração apaixonado por Deus produzem os mais nobres azeites dos altares do Senhor’, dá-me a graça de passar pela cruz crendo em Ti.” São João D’Ávila, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 10 de maio: Em Mira, na Lícia, na atual Turquia, São Dioscórides, mártir. († data inc.) Em Lentíni, na Sicília, região da Itália, os santos Álfio, Filadélfio e Cirínio, mártires. († s. III) Em Roma, junto à Via Latina, São Gordiano, mártir, que foi sepultado na cripta onde já anteriormente se veneravam as relíquias do mártir Santo Epímaco. († c. 300) Também em Roma, a comemoração dos santos Quarto e Quinto, mártires. († c.s. IV) Na Irlanda, São Congal, abade, que fundou o célebre mosteiro de Bangor e sempre procedeu como pai sábio e guia prudente de uma grande pléiade de monges. († 622) Em Táranto, na Apúlia, região da Itália, São Cataldo, bispo e peregrino, provavelmente oriundo da Escócia. († c. s VII) Em Bourges, na Aquitânia, atualmente na França, Santa Solângia, virgem, que, segundo a tradição, se sujeitou ao martírio para conservar a castidade. († c. s. IX) Em Pontoise, junto de Paris, na França, São Guilherme, presbítero, natural de Inglaterra, que foi pároco insigne pela sua piedade e zelo das almas. († 1195) Em Pádua, no Vêneto, região da Itália, a Beata Beatriz d’Este, virgem, que fundou o mosteiro de Gémmola nas colinas Euganeias e, no breve tempo da sua vida monástica, percorreu um caminho árduo de santidade. († 1226) Em Sena, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o passamento do Beato Nicolau Albergáti, bispo de Bolonha, que entrou ainda jovem na Ordem Cartusiana e, ordenado bispo, ajudou muito a Igreja com o seu zelo pastoral e as suas missões apostólicas. († 1443) Em Montilla, localidade da Andaluzia, na Espanha, São João de Ávila, presbítero, que percorreu toda a região como pregador de Cristo e, injustamente acusado de heresia, foi encerrado num cárcere, onde escreveu a parte mais importante da sua doutrina espiritual. († 1569) Em Zagreb, na Croácia, o Beato João Merz, que, tendo-se dedicado aos estudos humanísticos e ao ensino, deu aos jovens um preclaro exemplo de educador fundamentado na fé em Cristo e de leigo cristão empenhado no progresso da sociedade. († 1928) Em Cremona, na Itália, o Beato Henrique Recuschíni, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes Ministros dos Enfermos, que prestou serviço com profunda simplicidade aos doentes nos hospitais. († 1938)   - Pesquisa e redação: George Lima - candidato às Ordens Sacras - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

Beato Estêvão Grelewski, mártir e apóstolo fervoroso dos nossos dias

Estêvão Grelewski Nasceu na comuna de Dwikozy, centro-sul da Polonia, em 1899. Tornou-se sacerdote no ano de 1921 e, em 1924, obteve doutorado em direito canônico na universidade de Estrasburgo, França.  Zelo apostólico Na França, o jovem padre cuidava das paróquias em que os imigrantes poloneses estavam inseridos. Ao regressar para a sua terra natal, isto é, na Polônia, Padre Estêvão obteve grande influência intelectual, sobretudo pelos meios de comunicação que a sua época dispunha. Foi assim que se tornou secretário geral da Ação católica operária de Radom, colaborou com os Correio de Varsóvia, com a voz do povo e com os jornais católicos. Defensor da fé católica Com grande ardor, o Padre Estêvão defendeu a fé católica escrevendo diversas obras, principalmente contra o protestantismo e as seitas presentes na Polônia. O calvário e o martírio de Estêvão Grelewski O padre polaco enfrentou o início das dores provocadas pela segunda guerra mundial na Europa. No ano de 1941, foi preso, juntamente com o seu irmão de sangue, o Abade Casimiro Grelewski. Padre Estêvão sofreu os tormentos no campo de concentração de Dachau, na Alemanha, e acabou morrendo de fome. Beatificação Padre Estêvão Grelewski foi beatificado, em 1999, pelo Pontífice Romano João Paulo II. Seu irmão, o Abade Casimiro Grelewski, também foi beatificado no mesmo dia, juntamente com outros mártires vítimas da segunda guerra mundial. A minha oração “Amado Jesus, vós que derramaste sobre a vida do Beato Estêvão Grelewski graças incontáveis, dai-me a graça de ser fiel a Ti, servindo-te e amando-te de todo coração, amparado por teu auxílio e tua misericórdia. Amém.” Beato Estêvão Grelewski, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 9 de maio:   Comemoração de Santo Isaías, profeta enviado ao povo infiel e pecador para lhe manifestar a fidelidade e salvação do Senhor.   Comemoração de Santo Hermas, que é mencionado pelo Apóstolo São Paulo na Epístola aos Romanos.   Na Tebaida, região do Egipto, São Pacômio, abade, que converteu-se à vida cristã e recebeu do anacoreta Palêmon o hábito monástico; sete anos depois, por inspiração divina, edificou muitos cenóbios para receber os irmãos e escreveu uma famosa Regra dos monges. († 347/348)   Na antiga Pérsia, trezentos e dez santos mártires. († s. IV)   Em Vienne, na Gália Lionense, hoje na França, São Dinis, bispo. († s. IV)   Em Cágli, junto à Via Flamínia, no Piceno, actual região das Marcas, na Itália, o passamento de São Gerôncio, bispo de Cérvia, que, segundo a tradição, neste lugar foi cruelmente assassinado quando regressava de um sínodo celebrado em Roma. († c. 501)   Em Vandôme, junto ao rio Loire, na Gália, atualmente na França, São Beato, presbítero, que seguiu a vida eremítica. († s. VII)   No mosteiro camaldulense de Fonte Avellana, na Úmbria, região da Itália, o Beato Forte Gabriélli, eremita. († 1040)   Em Monticchiélli, cidade da Etrúria, também região da Itália, o Beato Benincasa de Montepulciano, religioso da Ordem dos Servos de Maria, que se retirou numa gruta do monte Amiata, no território de Sena, onde abraçou uma vida penitente. († 1426)   Em Londres, na Inglaterra, o beato Tomás Pickering, mártir, monge da Ordem de São Bento, homem de sincera simplicidade e vida inocentíssima, que, falsamente acusado de conspiração contra o rei Carlos II, serenamente subiu ao patíbulo de Tyburn por amor de Cristo. († 1679)   Em Nam-Dinh, cidade do Tonquim, no atual Vietnã, São José Do Quang Hien, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que, encerrado no cárcere, continuou a converter os pagãos a Cristo e a confortar os cristãos na fé, até que, por decreto do imperador Thieu Tri, foi degolado. († 1840)   Em Munique, na Baviera, região da Alemanha, a Beata Maria Teresa de Jesus (Carolina Gerhardinger), virgem, que fundou com insigne previdência a Congregação das Pobres Irmãs Escolásticas de Nossa Senhora. († 1879) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas alexandrina.balasar.free.fr     - Pesquisa e redação: Augusto Macário - candidato às ordens sacras - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

Beata Ulrica, exemplo de humildade, serviço e misericórdia

Síntese Virgem das Irmãs da Caridade da Santa Cruz, que nos mais humildes serviços, sobretudo nas tarefas de ajudante de cozinha, mostrou-se incansável serva do Senhor. Infância e vocação Ulrika Nisch nasceu, em 18 de setembro de 1882, na Alemanha, a primeira de onze filhos de uma família extremamente pobre. Depois da escola, ele teve que ajudar a sustentar a família servindo em várias famílias. Em 1903, foi atingida por uma grave forma de erisipela e internada no hospital de Rorschach, onde conheceu as Irmãs da Caridade da Santa Cruz de Ingenbohl, descobrindo assim sua vocação religiosa. O Trabalho nas Irmãs da Caridade Acolhida na Casa Provincial de Hegne, perto de Costanza, mudou o nome de Francesca para Ulrica e, em 24 de abril de 1907, fez a profissão religiosa. Ela foi enviada como ajudante de cozinha no hospital Bühl em Mittelbaden, depois como segunda cozinheira na Casa de São Vicente, em Baden-Baden, onde permanecera por quatro anos até agosto de 1912. “Ela podia ser misericordiosa, sem ferir, podia dar sem esperar nada em troca; soube enriquecer, apesar de pobre (cf. Mt 5,7)”. Doença e santidade O trabalho pesado e uma vida de renúncia esgotaram as forças da Irmã Ulrica, atingida pela tuberculose em maio de 1912, ela foi internada no hospital de Santa Isabel na Casa de Hegne, onde aos 31 anos morreu em 8 de maio, 1913. Foi beatificada por João Paulo II em 1987. A pobreza Podemos beatificar a Irmã Ulrika Nisch, porque, nos trinta e um anos de sua vida terrena, foram cumpridas as condições estabelecidas pelas bem-aventuranças do Evangelho. Quem conhece a sua vida sabe da grande pobreza da sua infância, do seu serviço humilde, das provações do seu corpo doente, do período obscuro passado na oração. Essas duras experiências levaram Irmã Ulrika a uma pureza de coração que nos fez ver a mão benevolente de Deus nas pequenas coisas, que recebeu d'Ele em cada momento de sua vida, em ação de graças filial. Ela era verdadeiramente  pobre diante de Deus  (cf.  Mt  5, 3). A pureza O amor de Deus não encontrou obstáculo no seu pensamento, no seu sentimento e na sua vontade: tinha um "coração puro", ao qual já na vida terrena era permitido "olhar para Deus" em união mística (cf.  Mt 5,8  ). Uma oração contínua acompanhou seu trabalho e sua noite de descanso: “tudo se tornou oração nela”, testemunha um observador cheio de espanto. Toda permeada por Deus, Ulrika Nisch tornou-se cada vez mais receptiva ao seu amor que permeou todas as suas ações externas e tornou preciosos até os serviços mais simples para as pessoas ao seu redor. Em sua presença, as pessoas se sentiam "como no céu". Ela é verdadeiramente bem-aventurada porque não usou de violência, mas se entregou exclusivamente ao poder de um " amor sem medida " (cf. Mt  5,5). Assim a Irmã Ulrika pôde ser misericordiosa, sem ferir, ela pôde dar sem esperar nada em troca; ela foi capaz de enriquecer, mesmo sendo pobre (cf. Mt  5,7). Testemunho “Através da Irmã Ulrika, recebi uma nova alma”, afirma uma mulher que teve um destino muito difícil e que, ao lado daquela ordem de freiras, soube abrir-se novamente a Deus e aos homens. Aqueles que encontraram amor verdadeiro e desinteressado em nosso novo amor abençoado foram os primeiros a considerar esta vida aparentemente modesta, preciosa e grande. Eles reconheceram que as condições estabelecidas pelas bem-aventuranças de Jesus foram cumpridas nela. O próprio Senhor carimbou a Irmã Ulrika Nisch com o selo de bem-aventurada. A minha oração "À Beata, pedimos uma vida de santidade com uma pobreza sincera de coração unida à pureza. Dessa maneira, ensina-nos a viver e a dar testemunho da misericórdia divina na vida de nossos irmãos e irmãs. Que sejamos filhos da caridade com a dignidade que nos é necessária." Beata Ultica, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 8 de maio:   Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, a comemoração de São Vítor, mártir († c. 304).   Em Bizâncio, atualmente Istambul, na Turquia, Santo Acácio, soldado e mártir. († s. IV)   Em Auxerre, na Gália Lionense, na atual França, Santo Eládio, bispo. († c. 388)   Em Cete, monte do Egito, Santo Arsénio, que, segundo a tradição, foi diácono da Igreja Romana († s. IV/V).   No território de Châlons, na Gália, na hodierna França, São Gibriano, presbítero († c. 515).   Em Bourges, na Aquitânia, também na atual França, São Desidério, bispo († 550).   Em Saujon, no território de Saintes, na Aquitânia, hoje também na França, São Martinho, presbítero e abade. († s. VI)   Em Roma, junto de São Pedro, São Bonifácio IV, papa († 615).   Também junto de São Pedro, São Bento II, papa († 685).   Em Verona, cidade da Venécia, hoje no Véneto, região da Itália, São Metrónio, eremita († c. s. VIII).   Em Roermond, junto ao rio Mosa, no Brabante da Austrásia, actualmente na Holanda, São Viro († c. 700).   Em Saludécio, no Piceno, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, São Amado Roncóni, religioso da Ordem Terceira de São Francisco († s. XIII f.).   No mosteiro de Santa Maria della Serra, também no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Ângelo de Massácio, presbítero da Ordem Camaldulense e mártir († c. 1458).   Em Randáccio, na Sicília, região da Itália, o Beato Luís Rábata, presbítero da Ordem dos Carmelitas († 1490).   No Québec, província do Canadá, a Beata Maria Catarina de Santo Agostinho (Catarina Symon de Longprey), virgem das Irmãs Hospitaleiras da Misericórdia da Ordem de Santo Agostinho († 1668).   No campo de concentração de Auschwitz, perto de Cracóvia, na Polónia, o Beato António Bajewski, presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais e mártir († 1941).   Fontes: vatican.va e vaticannews.va http://www.causesanti.va/it/santi-e-beati/ulrika-nisch.html Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007]   - Pesquisa e redação: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova  

Beato Francisco Paleari, um amigo simples e caridoso do céu

  Família Francisco Paleari nasceu em Pogliano Milanese, na arquidiocese de Milão, em 22 de outubro de 1863, penúltimo de oito filhos. Sua família carecia de recursos financeiros e não podia enviar o jovem ao seminário diocesano. No entanto, pôde cumprir a sua vocação sacerdotal em Turim, na Pequena Casa da Providência. Vocação ao sacerdócio Ordenado sacerdote em 18 de setembro de 1886, foi um sacerdote exemplar ao longo de sua vida. Dotado de uma vasta cultura, foi um apóstolo incansável no cumprimento de tarefas de grande responsabilidade com sabedoria e prudência, como mestre, confessor, diretor espiritual, pregador e responsável geral da arquidiocese de Turim. Um espírito simples A vida de Francisco Paleari não foi feita de episódios sensacionais, mas de acontecimentos de encantadora simplicidade e doçura. Pequeno em estatura e esbelto em constituição, ele praticava constantemente as virtudes, que se tornaram uma segunda natureza para ele. Pode-se dizer que em sua existência manifestou a mansidão e doçura de São Francisco de Sales, a pobreza e humildade de São Francisco de Assis, o espírito missionário de São Francisco Xavier, a atenção aos pequeninos de São Vicente de Paula, o dinamismo pedagógico de Dom Bosco. Mas, sobretudo, refletia o rosto de Cottolengo, vivendo seu carisma com entusiasmo e convicção.  Oração e caridade O espírito de fé, que se manifestava em ver tudo à luz de Deus, era sustentado pela oração, por um excepcional fervor eucarístico e por uma filial piedade mariana. Da prolongada oração de adoração e contemplação, originou-se a sua heroica caridade para com Deus e para com o próximo. Eram as duas chamas que estavam sempre vivas, que emanavam de seu coração: uma se elevava para Deus, a outra se inclinava para o próximo. Passou a maior parte de sua vida na Casinha, visitando amorosamente os doentes a quem confortava com palavras de consolo. Além disso, ele preparou prisioneiros para a Páscoa e ajudou sacerdotes e leigos que acorreram a ele para aconselhamento e orientação. Sua misericórdia na confissão era ilimitada. Na Casinha correu o boato de que Dom Francesco Paleari era um padre santo e que se confessava santo. Os próprios penitentes diziam que com ele se sentiam próximos de Deus, sua alegria tinha uma abertura do céu. Preparando-se para o céu A qualquer hora e em qualquer escritório movimentado, o Venerável Servo de Deus poderia ter respondido que estava se preparando para ir para o céu. Desta forma a experiência da cruz não o pegou desprevenido, mas aceitando a longa doença que começou em 1936. A certeza de poder unir os seus sofrimentos com os de Cristo para o bem da Igreja e a esperança de alcançar a recompensa eterna no final da sua peregrinação terrena fizeram-no exclamar: "A cruz é primeiro amarga, depois amarga, depois doce e finalmente sequestra em êxtase". O Senhor o chamou para Si em 7 de maio de 1939.  A minha oração "Ao nosso beato, querido padre, companheiro e amigo, ajuda-nos a viver o teu espírito de simplicidade e doação. A caridade apaga uma multidão de pecados, e foi assim que tu tornas-te bem aventurado, conduza-nos também pelo mesmo caminho. Amém!" Beato Francisco Paleári, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 7 de maio: 1. Em Roma, Santa Domitila, mártir. († s.I/II) 2. Na Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, os santos Flávio e quatro companheiros, mártires. († s. III/IV) 3. Em Le Mans, na Gália, hoje na França, São Cenerico, diácono e monge. († s. VII) 4. Em Beverley, na Nortúmbria, na actual Inglaterra, São João, bispo de Hexham e depois bispo de York. († 721) 5  No mosteiro de Niedenburg, na Baviera, região da Alemanha, a Beata Gisela, que, casada com Santo Estêvão, rei da Hungria, que no fim da vida tornou-se Abadessa deste mosteiro. († 1060) 6. Em Kiev, na Ucrânia, Santo António, eremita, que seguiu no mosteiro das Grutas a vida monástica que aprendera no Monte Athos. († 1073) 7. Em Cremona, na Lombardia, região da Itália, o Beato Alberto de Bérgamo, agricultor. († 1279) 8. Em Roma, Santa Rosa Veneríni, virgem de Viterbo. († 1728) 9. Em Génova, na Itália, Santo Agostinho Roscélli, presbítero. († 1902) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” - Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007] causesanti.va - Traduzido - Pesquisa: Rafael Vitto - Comunidade Canção Nova - Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

São Domingos Sávio, padroeiro dos adolescentes e das mulheres grávidas

  Nascimento Domenico Sávio, para nós, Domingos Sávio, ou simplesmente Sávio, foi um adolescente fruto do Sistema Preventivo de Dom Bosco. Uma comprovação provinda diretamente do Oratório de Valdocco (Oratório de São Francisco de Sales), ventre de toda a missão dos SDBs (Salesianos de Dom Bosco). Sávio nasceu em 2 de abril de 1842, na Itália, na região de Castelnuovo de Asti em Morialdo. Filho de Carlo Sávio e de Brígida Rosa, uma família simples e pobre, mas com fecunda fé cristã: “Todos os desvelos e preocupações dos pais tinham em mira a formação cristã do filho, que, desde essa época, era o enlevo do seu coração. A natureza dotara-o de uma índole admirável e de um coração inclinado à piedade”. Introdução cristã Sávio teve a graça de já criança receber e até mesmo ter uma compreensão da vivência da fé cristã. Apesar de já vir com certa naturalidade a uma vida cristã, ele não teria crescido tão rapidamente na santidade, se não fosse a sua abertura para as orientações e ações de seu pai espiritual, Dom Bosco. Ele, de fato, foi um tecido nas mãos do alfaiates para fazer um belo terno para Jesus. Um belo tecido É esta disposição de um querer a santidade que faz Domingos Sávio ser tão atual. A santidade é a resposta do chamado cristão que reflete em sua realidade, em sua história, e não descarta a si mesmo nem aquilo que acontece em sua volta. Os santos são frutos de sua época. Podemos imitar Domingos? Sim, podemos. Mas não podemos fazer exatamente aquilo que ele fazia ou ser uma cópia, precisamos adaptar para a nossa realidade, e essa readaptação se faz, novamente, em abertura ao Espírito Santo. Sávio nos mostra a importância dessa abertura. Quando se encontrou pela primeira vez com São João Bosco, isso em outubro de 1854, colocou-se à disposição de um alfaiate para poder ser uma pessoa melhor. Podemos ver esse diálogo, narrado por Dom Bosco, desse modo: "(...) Depois de uma conversa bastante prolongada, antes de eu chamar o pai, disse-me estas textuais palavras: -Então, que lhe parece? Leva-me para Turim, para eu poder estudar? -Parece-me que o tecido é bom. -E para que pode servir este tecido? -Para fazer um belo terno para oferecer ao Senhor. -Por conseguinte, seu sou o tecido, seja V. Revª. o alfaiate; leve-me consigo e faça um belo terno para Nosso Senhor. -Receio que a tua frágil saúde não dê para aguentar os estudos. -Não tenho medo. Deus, que até hoje me deu saúde e graça, também há de ajudar-me daqui em diante." E, assim, o diálogo e o encontro dos dois santos foram acontecendo. Sávio colocou-se à disposição da graça de Deus. Além disso, nos mostra como é importante caminhar com o “acompanhante de viagem” (diretor espiritual) para buscar a santidade. O caminho de santidade não tem como se fazer sozinho, é preciso de um amigo da alma, alguém que nos conheça e nos ajude nesse propósito, pois ele também conhecerá o tecido que tem e saberá qual é a melhor forma de bordar. É um caminho de autocompreensão, de como deve seguir e ser santo, conforme seu perfil chamado, vocação... Sávio demonstra abertura. Escolha pela santidade Domingos Sávio escolheu buscar a santidade, sabia que tinha seus limites e sabia que tinha pecado. É por isso que ele buscava a Misericórdia, pois nela somos no Amor. Cada santo tem uma certa receita para percorrer a santidade, obviamente todos se baseiam no Evangelho, em Jesus Cristo. Mas cada um vai adaptando ao seu estilo de ser, assim como Beato Carlo Acutis também fez sua lista, o nosso Domingos também fez. Em sua primeira eucaristia, isso aos 7 anos de idade, ele fez a sua primeira lista, e aqui aparece a sua tão famosa frase: 1- Confessar-me-ei frequentemente e farei a comunhão todas as vezes que o confessor me der licença. 2 – Quero santificar os dias festivos. 3 – Os meus amigos serão Jesus e Maria. 4 – Antes morrer do que pecar. Escolher a santidade é escolher a radicalidade do evangelho. É seguir a fala de Jesus: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me" (Mateus 16, 24). É exatamente isso que Sávio escolhe ao pensar no antes morrer que pecar, ele não está querendo a morte em primeira mão, ele está querendo seguir a Cristo e ir para o Céu, mas, para isso, ele se disponibiliza por inteiro, dá a sua vida e, se for preciso, entregar-se na cruz. Recordemos que esse “dá a sua vida” acontece no nosso dia a dia, no nosso cotidiano, é aí que a santidade acontece, não pensemos que seremos santos no dia para o outro, ela passa por um processo educativo, ela passa pelas ações da nossa vida e também em nossas limitações e amadurecimentos. Sávio escreveu esses 4 pensamentos aos 7 anos de idade, mas foi amadurecendo esses propósitos com o tempo e auxílio de Dom Bosco. Em Valdocco pôde dizer “Aqui a santidade consiste em estarmos sempre alegres”. Aprendeu que não é preciso fazer coisas extraordinárias para ser santo, basta fazer bem as coisas ordinárias com muito amor, é oferecer aquilo que acontece no ordinário: ter paciência, suportar o calor, o frio, o vento e a chuva, o cansaço do trabalho, os incômodos, o ônibus cheio ou o trânsito parado, a educação dos filhos, os estudos. Enfim, tudo o que fazemos no nosso dia a dia e que, muitas vezes, esquecemos que pode ser via de santificação. Paciência e exercício Sávio era um típico camponês italiano, tinha uma personalidade forte, teve de ser moldado, assim como foram São Francisco de Sales e São João Bosco. Domingos teve de ter paciência, teve de se conhecer para ser santo.  Quando ainda era pequeno e morava com seus pais, tendo chegado uma visita sem avisar, na hora do jantar, colocando-se à mesa e, comendo como “um porcalhão” (pensamento esse de Sávio), Domingos apenas se levantou e saiu; depois, os seus pais chamaram a sua atenção dizendo que era muita falta de educação se retirar da mesa sem a autorização dos pais e ainda com visita. Mas Sávio rebateu falando que não se sentia bem à mesa com alguém que não reza e que comia como um animal... Seu pai concordou, mas disse então que devemos ajudar os outros com paciência, e não simplesmente se afastando. Num outro momento, já em Valdocco, tendo praticamente a função de um jovem líder do Oratório, viu que um dos meninos começou a brigar e falava muitos palavrões e, como de costume, interviu na situação, mas a situação terminou diferente: o brigão respondeu à correção de Sávio dizendo para ele não se intrometer na vida dos outros e, dizendo isso, lhe deu um soco nele. Domingos caiu no chão e seus amigos queriam defendê-lo, mas o nosso santo respondeu: "Não façam isso, vocês não sabem o quanto que me segurei para não revidar o soco nele". Somente uma pessoa que se conhece bem e que é maduro o suficiente pode agir dessa maneira. Mas Sávio não parou por aí, o agressor viu em suas ações uma verdade, que o levava a uma alegria autêntica. E, por meio dessas ações do santo, o agressor se converteu, buscou os sacramentos e se tornou um grande amigo de Domingos Sávio, e ainda o ajudou na epidemia de cólera que aconteceu em Turim. É o que São João Paulo II disse em uma homilia em 1997, na paróquia romana de São Domingos Sávio: “Como São Domingos Sávio, sede todos missionários do bom exemplo, da boa palavra, da boa ação em casa, com os vizinhos e com os colegas de trabalho. Em todas as idades, com efeito, pode-se e deve-se testemunhar Cristo! O empenho do testemunho cristão é permanente e cotidiano”. Domingos, um grande amigo A amizade é um presente importante e nela aprendemos a ver o dom especial de Deus. Sávio teve grandes amigos, como o Beato Miguel Rua, que foi o primeiro sucessor de Dom Bosco; o Cardeal Missionário Giovanni Cagliero; os amigos da Companhia da Imaculada; Camilo Gávio (foi para esse amigo que Sávio disse que a santidade consistia em estar sempre alegres e fazer bem as coisas); e João Massaglia (ambos faleceram ainda jovens). Todos e muitos outros foram presentes na vida de Sávio. Por amar tanto os seus amigos, chorou dias após a morte de seu melhor amigo, Massaglia. Recordou o próprio Dom Bosco: “Ao perder aquele amigo, Domingos ficou profundamente contristado e, embora resignado à vontade de Deus, chorou-o durante muitos dias. Foi esta a primeira vez que vi aquele semblante angélico entristecer-se e chorar de dor. O único conforto que teve foi rezar e pedir que rezassem pelo amigo”. Entrega de sua vida a Deus Domingos Sávio se despediu do Oratório, de seus amigos e de Dom Bosco com muito sentimento, não queria ir para a casa de seus pais para tratar a tuberculose, ele queria morrer ali no Oratório. Mas, mesmo assim, disse aos seus amigos: “Adeus, queridos companheiros, adeus a todos. Rezai por mim. Espero que voltemos a ver-nos no Céu, onde estaremos para sempre com o Senhor”.  Chegara o dia 9 de março de 1857, Domenico Sávio, disse sua última frase: “Oh! Que belas coisas estou vendo”. Sávio entregou sua breve vida, um pequeno que se fez grande em meio aos seus amigos, ajudando a cada um a ser o melhor que poderia ser em seu cotidiano. A sua vida, pode-se dizer, reflete aquela oração que fez no dia de sua morte: “Senhor, a liberdade eu dou a Vós, Eis as minhas forças, o meu corpo, mais tudo eu Vos dou, pois tudo é Vosso, ó Deus, na vossa vontade eu me abandono.” Padroeiro das mulheres grávidas Sávio é dado como padroeiro das mulheres grávidas por te ajudado a sua mãe no parto de seu irmãozinho que estava com dificuldade de nascer. Ambos estavam quase morrendo, quando Domingos chegou, de surpresa, na casa de seus pais, e foi direto para onde estava sua mãe em trabalho de parto. Já havia passado horas, mas o bebê não nascia, e isso colocava em risco a vida da mãe e do bebê. Então, Sávio pegou uma medalha de Nossa Senhora, deixou na cama, saiu e colocou-se a rezar. Milagrosamente, seu irmão nasceu bem e sua mãe recuperou a força. Sávio foi embora. E todos se perguntavam como que ele ficou sabendo daquela situação, se ninguém mandou avisá-lo. Sua mãe Brígida, ao achar a medalha deixada por seu filho, fez a promessa de que sempre passaria para aquelas mulheres que pudessem ter dificuldades no parto ou na gestação, para que Nossa Senhora possa também cuidar delas. Essa tradição perdura até hoje, tanto que, na casa onde Domingos nasceu, há diversas roupas de bebês, como símbolo de agradecimento por sua intercessão. Um santo jovem São Domingos Sávio é, até o momento, o santo (não mártir) mais jovem que já foi canonizado pela igreja. A sua canonização ocorreu no dia 12 de junho de 1954, pelo Papa Pio XII, onde disse: “Desdobra-se nele com espanto as formas maravilhosas das inspirações da graça, uma adesão constante e sem reservas às coisas do céu... Na escola de seu Mestre espiritual, o grande Dom Bosco, ele aprendeu como a alegria de servir a Deus e fazê-lo amado pelos outros pode se tornar um poderoso meio de apostolado”. A minha oração E, a seu exemplo, podemos dizer com fé a oração que temos em sua liturgia: "Ó Deus, fonte e doador de todo bem, em São Domingos Sávio destes aos adolescentes um exemplo admirável de piedade e de pureza. Concedei-nos, também a nós, crescer como filhos, na alegria e no amor até a plenitude de Cristo. Que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo. Amém”. São Domingos Sávio Rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 6 de maio: São Lúcio de Cirene, um dos profetas e doutores da Igreja em Antioquia. Santos Mariano, leitor, e Tiago, diácono, foram mortos ao fio da espada. († c. 259) São Venério, bispo em Milão (Itália). († 409) Santa Benedita, virgem e monja em Roma. († s. VI) Santo Edberto, bispo na Inglaterra. († 698) São Pedro Nolasco, presbítero, na Espanha. († 1245) Beato Bartolomeu Púcci-Francéschi, presbítero da Ordem dos Menores, na Itália. († 1330) Beatos Eduardo Jones e António Middleton, presbíteros e mártires, na Inglaterra. († 1590) São Francisco de Montmorency-Laval, bispo, no Canadá. († 1708) Beata Maria Catarina Trioáni, virgem da Ordem Terceira de São Francisco, enviada da Itália para o Egipto, onde fundou a nova família religiosa das Irmãs Franciscanas Missionárias. († 1887) Beata Ana Rosa Gattorno, religiosa. († 1900) Beatos Henrique Kaczorowski e Casimiro Gostynski, presbíteros e mártires, deportados da Polônia e intoxicados numa câmara de gás mortífero, deram a vida pela fé em Cristo. († 1942) Fontes: Martirológio Romano - liturgia.pt BOSCO, João. Vidas de Jovens – biografias de Domingos Sávio, Miguel Magone e Francisco Besucco. EDB, 2013 SALESIANOS, Em diálogo com o Senhor, CISBRASIL 2008 Salesianos de Dom Bosco – sdb.org/pt/Santidade Salesiana Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora – salesianossp.org.br JOÃO PAULO II, Homilia na paróquia romana de São Domingos Sávio – 07 de dezembro de 1997 - www.vatican.va PIO XII, In occasione della canonizzazione dei santi: Pietro Chanel, Gaspare Del Bufalo, Giuseppe Pignatelli, DOMENICO SAVIO e Maria Crocifissa di Rosa. – 12 de junho de 1954 - vatican.va FOTO: nova imagem feita por Edoardo La Francesca (San Domenico Savio - Edoardo La Francesca - 2021 - Salesian Oratory Sliema, Malta)   - Pesquisa e redação: Paulo Sérgio - Salesiano de Dom Bosco - Pindamonhangaba (SP) - Produção e edição: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Beato Gregório Frackowiak, mártir guilhotinado por amor aos irmãos e a Cristo

Origens Boleslao Franckowiak nasceu em Lowecice, na Polônia, em 18 de julho de 1911, em uma família numerosa. Depois de concluir os estudos elementares na escola pública, ingressou no seminário menor dos Missionários do Verbo Divino em Bruczkow e, tendo amadurecido sua vocação religiosa, ingressou no noviciado da congregação em Gorna Grupa em 8 de setembro de 1930. Dois anos depois, como irmão coadjutor, fez votos religiosos.  Vida religiosa Na religião, leva o nome de irmão Gregorio. Em 1938 e na mesma data da Natividade da Virgem Maria, faria os votos perpétuos. Apostolado e missão Seu trabalho era na gráfica da congregação como encarregado da encadernação. Ele foi designado para a casa de Gorna Grupa quando, ocupada pela Polônia pelos nazistas. Eles a converteram em um centro de detenção para padres e religiosos presos.  Vida detenta Os padres de sua comunidade também foram presos, mas não os irmãos, que receberam permissão para sair. Mas o irmão Gregorio preferiu ficar para atender os presos. Uma vez que os presos foram levados para os campos de concentração, o irmão Gregorio teve que deixar Gorna Grupa e retornar à sua cidade natal. Ardor evangelizador Dedicou-se a preparar secretamente as crianças para a primeira comunhão e ensinar o catecismo a quantos podia, bem como levar secretamente a comunhão aos doentes e a muitas outras pessoas. Os alemães o forçaram a trabalhar na gráfica Jarocin.  Martírio Seu martírio aconteceu quando ele enfrentou a responsabilidade do seguimento de Cristo contrapondo as ordens civis da época. Preso em setembro de 1942, passou por várias prisões até ser levado para Dresden onde foi guilhotinado em 5 de maio de 1943. Seu zelo apostólico, sua dedicação ao bem de todos e sua primorosa caridade lhe valeram o apreço de todos. Foi beatificado em 13 de junho de 1999. A minha oração “Senhor Jesus, que o meu amor a Cristo e aos meus irmãos me deem a coragem de entregar-me a Ti inteiramente.” Beato Gregório Frackowiak, rogai por nós! Outros santos e beatos celebrados em 5 de maio: Em Autissiodoro, na Gália Lionense, hoje Auxerre, na França, São Joviniano, leitor e mártir. († s. III) Em Alexandria, no Egipto, Santo Eutímio, diácono e mártir. († c. 305) Comemoração de São Máximo, bispo de Jerusalém, que, por ordem do imperador Maximino Daïa, depois de lhe tirarem um olho e queimar um pé com ferro em brasa, foi condenado ao trabalho forçado nas minas. († c. 350) Em Tréveris, na Gália Bélgica, atualmente na Alemanha, São Bretão, bispo. († 386) Em Arles, na Provença, na actual França, Santo Hilário, bispo, que acolheu os órfãos e destinou todo o dinheiro recolhido nas basílicas para a redenção dos cativos. († 449) Em Vienne, na Gália Lionense, também na atual França, São Nicécio, bispo. († s. V) Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, São Gerôncio, bispo. († c. 472) Em Marchiennes, na Gália Bélgica, atualmente na França, São Mauronto, abade e diácono, que foi discípulo de Santo Amando. († 702) Em Limoges, na Aquitânia, também na hodierna França, São Sacerdote, que, depois de ser monge e abade, foi eleito bispo, mas finalmente quis voltar à vida monástica. († s. VIII) Em Hildesheim, na Saxónia, região da Alemanha, São Gotardo ou Godeardo, bispo, que, sendo abade do mosteiro de Niederaltaich, visitou e instaurou outros mosteiros; depois sucedeu a São Bernardo nesta sede episcopal, onde promoveu o bem na sua Igreja, restabeleceu a disciplina regular do clero e abriu escolas. († 1038) Na Calábria, região da Itália, São Leão, eremita, que se entregou à contemplação e ao auxílio dos pobres e morreu no mosteiro de Áfrico, perto de Réggio, por ele fundado. († c. s. XII) Em Recanáti, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Benvindo Maréni, religioso da Ordem dos Menores. († 1289) Em Vençay, junto de Tours, na França, Santo Avertino, diácono, que acompanhou São Tomás Becket no exílio e, depois da morte deste santo, regressou para Vençay, onde seguiu vida eremítica. († 1189) Em Licata, na Sicília, região da Itália, Santo Ângelo, presbítero da Ordem dos Carmelitas e mártir. († 1225) Em Nápoles, na Campânia, também região da Itália, o Santo - canonizado em 2018 pelo Papa Francisco - Núncio Sulprício, que, tendo ficado órfão, enfermo de gangrena numa perna e fisicamente muito debilitado, tudo suportou com alegre e paciente serenidade e a todos assistiu com grande solicitude. († 1836) Em Somasca, perto de Bérgamo, na Itália, a Beata Catarina Cittadíni, virgem, que, tendo ficado órfã desde a infância, foi educadora humilde e sábia; dedicou-se abnegadamente e sem descanso à formação das jovens pobres e ao ensino da doutrina cristã, fundando com esta finalidade o Instituto das Irmãs Ursulinas de Somasca. († 1857) Fontes: vatican.va e vaticannews.va Martirológio Romano - liturgia.pt Liturgia das Horas santiebeati.it eltestigofiel.org   Redação: Fernando Fantini - Comunidade Canção Nova

Santa Antonina de Nicéia, martirizada com ferros em brasa por ser cristã

Origem do nome Antonina é o feminino do antigo nome latino Antonius, derivado, provavelmente, do grego Antionos, que significa "nascido antes". É um dos nomes mais difundidos entre os povos latinos, que ganhou muitos adeptos entre os cristãos. Mas, antes de Cristo, era muito comum também. Morte A mártir Antonina morreu em Nicéia, na Bitínia, atual Turquia, no final do século III. No Martirológio Romano, ela foi citada três vezes: dia 1o de março, 4 de maio e 12 de junho, e cada vez de maneira diferente, como se fossem três pessoas distintas. Vejamos o porquê. Calendários Litúrgicos No século XVI, o cardeal e bibliotecário do Vaticano, César Baronio, unificou os calendários litúrgicos da Igreja, a pedido do papa Clemente VIII, com os santos comemorados em datas diferentes no mundo cristão. A Igreja dos primeiros séculos foi exclusivamente evangelizadora. Para consolidar-se, adaptava a liturgia e os cultos dos santos aos novos povos convertidos. Muitas vezes, as tradições se confundiam com os fatos concretos, devido aos diferentes idiomas, mas assim mesmo os cultos se mantiveram. Homenagens  O trabalho de Baronio foi chamado de Martirológio Romano, uma espécie de dicionário dos santos da Igreja de Cristo de todos os tempos. Porém ele, ao lidar com os calendários egípcio, grego e siríaco, que comemoravam santa Antonina em datas diferentes, não se deu conta de que as celebrações homenageavam sempre a mesma pessoa. Isso porque o nome era comum e os martírios, descritos de maneira diversa entre si. Os calendários O calendário grego dizia que ela foi decapitada; o egípcio, que foi queimada viva; e o siríaco, que tinha morrido afogada. Mais tarde, o que deu luz aos fatos foi um código geronimiano do século V, confirmando que apenas uma mártir tinha morrido, em Nicéia, com este nome. Denunciada como cristã Antonina sofreu o martírio no século IV, durante o governo do sanguinário imperador Diocleciano, na cidade de Nicéia. Ela foi denunciada como cristã, presa e condenada à morte. Mas antes a torturaram de muitas maneiras. Com ferros em brasa, queimaram e as mãos e os pés dela. Depois, foi amarrada e colocada numa pequena cela com o chão forrado de brasas, onde ficou por dois dias. Não renegou a fé Voltando ao tribunal, não renegou sua fé. Foi, então, fechada dentro de um saco e jogada no fundo de um lago pantanoso na periferia de Nicéia. Era o dia 4 de maio de 306, data que foi mantida para a veneração de santa Antonina, a mártir de Nicéia.
Santa Antonina, rogai por nós!
Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 04 de maio:    Em Cirta, na Numídia, hoje Constantine, na Argélia, a comemoração dos santos mártires Agápio e Secundino, bispos, que, durante a perseguição do imperador Valeriano, na qual se incitava mais veementemente o furor dos gentios para pôr à prova a fé dos justos, os ilustres sacerdotes, depois de longo exílio nesta cidade, tornaram-se gloriosos mártires. Com eles padeceram os santos Emiliano, soldado, Tertula e Antónia, sagradas virgens, e uma mulher anónima com os seus dois filhos.(† 258/259)    Em Niceia, na Bitínia, hoje İznik, na Turquia, Santa Antonina, mártir, que, torturada barbaramente e atormentada por vários suplícios, depois três dias pendurada e ainda dois anos presa no cárcere, finalmente, por ordem do governador Prisciliano, foi queimada na fogueira pela sua confissão de fé no Senhor.(† s III/IV)  Em Lorch, no Nórico Ripense, na actual Alemanha, São Floriano, mártir, que, no tempo do imperador Diocleciano, por ordem do prefeito Aquilino, foi lançado da ponte ao rio Enns com uma grande pedra ao pescoço.(† 304)  Nas minas de Fenon, na Palestina, onde estavam condenados, a paixão dos santos mártires Silvano, bispo de Gaza, e trinta e nove companheiros, que, durante a mesma perseguição, por ordem do imperador Maximino Daïa foram decapitados e alcançaram o glorioso martírio.(† c. 304)    Em Varsóvia, na Polónia, o Beato Ladislau de Gielniow, presbítero da Ordem dos Menores, que pregou com extraordinário zelo a Paixão do Senhor e a celebrou com piedosos hinos.(† 1505)    Em Londres, na Inglaterra, os santos presbíteros mártires João Houghton, Roberto Lawrence e Agostinho Webster, priores das Cartuxas de Londres, Bellavale e Haxholmie, e Ricardo Reynolds, da Ordem de Santa Brígida, que, por professarem intrepidamente a fé recebida dos santos Padres, foram arrastados ao suplício do esquartejamento no patíbulo de Tyburn durante o reinado de Henrique VIII. Com eles, também o Beato João Haile, pároco de Isleworth, junto da cidade, foi enforcado no mesmo patíbulo.(† 1535)  Em Tréveris, na Alemanha, o Beato João Martinho Moyë, presbítero da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, que na Lorena instituiu a Congregação das Irmãs da Providência e na China o Instituto das Virgens Docentes e, expulso da pátria no tempo da Revolução Francesa, trabalhou sempre ardorosamente animado pelo zelo das almas.(† 1793)Fontes: Martirológio Romano Santie Beat Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas – Pesquisa e Redação: Ronaldo Pires